🔴 AÇÕES, FIIs, DIVIDENDOS, BDRs: ONDE INVESTIR EM ABRIL? CONFIRA +30 RECOMENDAÇÕES AQUI

Victor Aguiar

Victor Aguiar

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pelo Instituto Educacional BM&FBovespa. Trabalhou nas principais redações de economia do país, como Bloomberg, Agência Estado/Broadcast e Valor Econômico. Em 2020, foi eleito pela Jornalistas & Cia como um dos 10 profissionais de imprensa mais admirados no segmento de economia, negócios e finanças.

Cautela ao volante

Com a economia global em marcha lenta, o Ibovespa não conseguiu sair do ponto morto

A Alemanha, motor da economia da zona do euro, voltou a falhar. Nesse cenário, o Ibovespa fechou em leve queda e o dólar à vista subiu a R$ 4,17, com os mercados optando por dirigir com cuidado

Victor Aguiar
Victor Aguiar
23 de setembro de 2019
10:37 - atualizado às 14:33
Veículos carros trânsito
Imagem: Shutterstock

O Ibovespa e as bolsas americanas começaram a semana num ritmo bastante vagaroso, como se não tivessem muita pressa para chegar a algum destino. E, de fato, os agentes financeiros mostraram-se pouco apressados nesta segunda-feira (23), preferindo andar bem devagar e sem vergonha de pisar no freio em alguns momentos.

Toda essa cautela, diga-se, não foi à toa: a estrada a ser percorrida pelos mercados na sessão de hoje não era exatamente um carpete: entre os buracos na pista gerados pela desaceleração da economia da Alemanha e as curvas sinuosas decorrentes da guerra comercial, era mais prudente ir com calma.

Como resultado, o Ibovespa não apareceu em momento algum no campo positivo no pregão desta segunda-feira. Durante a manhã, o principal índice da bolsa brasileira até chegou a cair 0,76%, tocando os 104.019,5 pontos na mínima. Mas, ao fim do dia, ficou praticamente parado: teve uma leve baixa de 0,17%, aos 104.637,82 pontos.

Essa postura de maior prudência ao volante também pode ser constatada pelo fraco giro financeiro do Ibovespa: ao longo do dia, o índice movimentou apenas R$ 11,1 bilhões, o menor volume de negociações desde o dia 2 — data em que os mercados americanos estiveram fechados por causa de um feriado local.

Para se ter uma ideia do quão baixo foi esse volume, basta compará-lo com o restante do mês de setembro: considerando todos os pregões do mês até o dia 20, o Ibovespa movimentou, em média, mais de R$ 17 bilhões por sessão.

Nos Estados Unidos, o tom foi bastante parecido: após abrirem a sessão em baixa, o Dow Jones (+0,06%), o S&P 500 (-0,01%) e o Nasdaq (-0,06%) encerraram o dia muito perto da estabilidade. Por mais que tenham se afastado das mínimas, as praças dos EUA não encontraram força para buscar ganhos mais firmes.

Leia Também

Nas bolsas da Europa, por outro lado, a sessão foi bastante negativa. Na Alemanha, o DAX recuou 1,01%; na França, o CAC 40 teve baixa de 1,05%; na Espanha, o IBEX 35 caiu 0,93%; no Reino Unido, o FTSE 1000 fechou em queda de 0,26%; e, na Itália, o FTSE MIB registrou perdas de 1,01%.

Esse tom mais negativo visto nas praças do velho continente se deve ao noticiário vindo de lá, mais especificamente, da Alemanha: os mais recentes dados econômico do país voltaram a indicar que a atividade local atravessa uma desaceleração contínua.

E, com os números decepcionantes da economia alemã, os agentes financeiros globais precisaram redobrar a atenção ao volante. Por mais que os mercados não tenham engatado a marcha a ré e recuado em sua trajetória, os investidores optaram por tirar o pé do acelerador e dirigir com cautela.

Motor com problemas

Toda essa cautela teve como pano de fundo a piora nos dados referentes à economia da Alemanha. O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) da indústria do país caiu de 43,5 em agosto para 41,4 em setembro, menor nível em mais de 10 anos.

Já o PMI do setor de serviços alemão recuou de 54,8 no mês passado para 52,5 neste mês, leitura mais baixa em nove meses. Esses dos indicadores acenderam um sinal de alerta aos mercados, mostrando que a desaceleração na atividade na zona do euro pode estar acontecendo num ritmo mais acentuado que o previsto.

"A Alemanha é a maior economia da zona do euro, e os dados mais fracos acabaram chamando a atenção", diz Victor Beyruti, economista da Guide Investimentos. "O PIB do país já entrou em contração, então o mercado acaba ficando mais cauteloso. Um dos pontos de pressão sobre o crescimento mundial é a Europa, com foco na Alemanha".

Em meio à fraqueza da atividade alemã, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, sinalizou que ainda há espaço para continuar cortando os juros da região, caso necessário. Essa indicação até trouxe algum ânimo ao Ibovespa e às bolsas americanas, mas foi incapaz de reverter completamente o clima de cautela.

Farol ligado na guerra comercial

A desaceleração na Europa trouxe ainda mais preocupação ao front das negociações comerciais entre Estados Unidos e China. As duas potências terão uma nova rodada formal de negociações no mês que vem, mas sinalizações recentes emitidas pelos dois países diminuem as expectativas quanto ao fechamento de algum tipo de acordo no curto prazo.

Na última sexta-feira, uma delegação chinesa que visitava os EUA para definir as bases para essa nova rodada de negociações encerrou os trabalhos mais cedo que o previsto, o que deixou os agentes financeiros desconfiados quanto aos progressos feitos pelas duas partes.

E, ainda na sexta-feira, foi a vez do presidente americano, Donald Trump, jogar um balde de água fria nos mercados. Em entrevista coletiva, o republicano disse não ter interesse num "acordo parcial" com a China, afirmando que só está disposto a assinar um termo comercial completo com os chineses.

"O que vinha sendo encarado de uma maneira mais otimista pelo mercado — a realização de um encontro de alto escalão — acabou perdendo força. Marcaram uma reunião oficial, mas e agora? Vai sair algo em outubro?", questiona Beyruti, resumindo o sentimento de desconfiança dos agentes financeiros nesta segunda-feira.

Dólar estressado

Esse contexto global também provoca impactos no mercado de câmbio: o dólar à vista terminou a sessão em alta de 0,43%, a R$ 4,1714 — é o maior nível de encerramento desde 3 de setembro. Na máxima, foi aos R$ 4,1845 (+0,74%).

Lá fora, a sessão foi marcada pela valorização da moeda americana em relação às divisas fortes — o índice DXY, que mede o desempenho do dólar ante uma cesta com as principais moedas do mundo, como o euro, a libra e o iene, operou em alta desde o início do dia.

Na comparação com as moedas emergentes, o dólar teve um desempenho misto, ganhando força em relação ao real, ao peso chileno e ao peso mexicano, mas recuando na comparação com o rublo russo e o rand sul-africano.

E a agenda doméstica?

Por aqui, o noticiário local foi mais fraco nesta segunda-feira. Contudo, o restante da semana trará diversos fatores que poderão mexer com as negociações: na terça-feira (24), será divulgada a ata da última reunião do Copom — a autoridade monetária cortou novamente a taxa Selic em 0,5 ponto, atingindo o novo piso histórico de 5,5% ao ano.

O documento é importante porque poderá trazer novas pistas quanto à postura do Banco Central em relação à taxa de juros, ratificando ou não mais um corte na Selic na próxima reunião. Na quinta-feira (26), será conhecido o Relatório Trimestral de Inflação (RTI), outro documento capaz de dar pistas a respeito da política monetária.

Ainda amanhã, destaque para o discurso do presidente Jair Bolsonaro na abertura da Assembleia Geral da ONU. Por fim, atenção também para a tramitação da reforma da Previdência no Senado. A votação do texto em primeiro turno pelo plenário da casa estava prevista para terça-feira, mas foi adiada.

No meio da tarde, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, foi ao Twitter para informar que a continuidade da tramitação da reforma ocorrerá apenas na quarta-feira (25), a partir das 16h.

Juros avançam

Antes da divulgação desses novos elementos que podem dar maior clareza quanto à visão do BC a respeito da Selic, a curva de juros acompanhou o dólar à vista e fechou em alta, tanto na ponta curta quanto na longa.

Os DIs com vencimento em janeiro de 2021 subiram de 4,97% para 5,01%, e os para janeiro de 2023 avançaram de 6,08% para 6,13%. No vértice mais extenso, as curvas para janeiro de 2025 foram de 6,70% para 6,74%.

Bancos caem, Petrobras sobe

A principal contribuição negativa para o Ibovespa veio do setor bancário: as ações dos grandes bancos caíram em bloco e trouxeram pressão ao índice como um todo. Bradesco ON (BBDC3), Itaú Unibanco PN (ITUB4) e as units do Santander Brasil (SANB11) tiveram perdas de 0,82%, 0,32% e 0,39%, nesta ordem. Banco do Brasil ON (BBAS3) fechou em baixa de 0,48%.

Por outro lado, as ações da Petrobras ganharam terreno e ajudaram a limitar as perdas do Ibovespa. Os papéis PN (PETR4) subiram 1,78% e os ONs (PETR3) tiveram alta de 0,43%, impulsionados pelo tom positivo do petróleo no exterior.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
PITACO

Não foi só a queda do preço do petróleo que fez a Petrobras (PETR4) tombar ontem na bolsa; saiba o que mais pode ter contribuído

8 de abril de 2025 - 10:39

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, teria pedido à estatal para rever novamente o preço do diesel, segundo notícias que circularam nesta segunda-feira (7)

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Prazo de validade: Ibovespa tenta acompanhar correção das bolsas internacionais, mas ainda há um Trump no meio do caminho

8 de abril de 2025 - 8:15

Bolsas recuperam-se parcialmente das perdas dos últimos dias, mas ameaça de Trump à China coloca em risco a continuidade desse movimento

MULTIPLICANDO A CARNE

Minerva prepara aumento de capital de R$ 2 bilhões de olho na redução da alavancagem. O que muda para quem tem ações BEEF3?

7 de abril de 2025 - 19:29

Com a empresa valendo R$ 3,9 bilhões, o aumento de capital vai gerar uma diluição de 65% para os acionistas que ficarem de fora da operação

ENGORDOU A FORTUNA

Sem medo do efeito Trump: Warren Buffett é o único entre os 10 maiores bilionários do mundo a ganhar dinheiro em 2025

7 de abril de 2025 - 16:03

O bilionário engordou seu patrimônio em US$ 12,7 bilhões neste ano, na contramão do desempenho das fortunas dos homens mais ricos do planeta

BILIONÁRIO COM APETITE RENOVADO

Sem aversão ao risco? Luiz Barsi aumenta aposta em ação de companhia em recuperação judicial — e papéis sobem forte na B3

7 de abril de 2025 - 12:14

Desde o início do ano, essa empresa praticamente dobrou de valor na bolsa, com uma valorização acumulada de 97% no período. Veja qual é o papel

MAIS PROVENTOS NO FUTURO?

Equatorial (EQTL3): Por que a venda da divisão de transmissão pode representar uma virada de jogo em termos de dividendos — e o que fazer com as ações

7 de abril de 2025 - 12:09

Bancões enxergam a redução do endividamento como principal ponto positivo da venda; veja o que fazer com as ações EQTL3

MERCADOS HOJE

Ibovespa chega a tombar 2% com pressão de Petrobras (PETR4), enquanto dólar sobe a R$ 5,91, seguindo tendência global

7 de abril de 2025 - 10:58

O principal motivo da queda generalizada das bolsas de valores mundiais é a retaliação da China ao tarifaço imposto por Donald Trump na semana passada

conteúdo EQI

Após o ‘dia D’ das tarifas de Trump, ativo que rende dólar +10% pode proteger o patrimônio e gerar lucros ‘gordos’ em moeda forte

7 de abril de 2025 - 8:47

Investidores podem acessar ativo exclusivo para buscar rentabilidade de até dólar +10% ao ano

Todo mundo em pânico

Retaliação da China ao tarifaço de Trump derrete bolsas ao redor do mundo; Hong Kong tem maior queda diária desde 1997

7 de abril de 2025 - 6:52

Enquanto as bolsas de valores caem ao redor do mundo, investidores especulam sobre possíveis cortes emergenciais de juros pelo Fed

BALANÇO DA SEMANA

Ibovespa acumula queda de mais de 3% em meio à guerra comercial de Trump; veja as ações que escaparam da derrocada da bolsa

5 de abril de 2025 - 14:46

A agenda esvaziada abriu espaço para o Ibovespa acompanhar o declínio dos ativos internacionais, mas teve quem conseguiu escapar

conteúdo BTG Pactual

Brasil x Argentina na bolsa: rivalidade dos gramados vira ‘parceria campeã’ na carteira de 10 ações do BTG Pactual em abril; entenda

5 de abril de 2025 - 12:00

BTG Pactual faz “reformulação no elenco” na carteira de ações recomendadas em abril e tira papéis que já marcaram gol para apostar em quem pode virar o placar

DIA 75

“Não vou recuar”, diz Trump depois do caos nos mercados globais

4 de abril de 2025 - 19:45

Trump defende que sua guerra tarifária trará empregos de volta para a indústria norte-americana e arrecadará trilhões de dólares para o governo federal

ATENÇÃO, ACIONISTAS

Disputa aquecida na Mobly (MBLY3): Fundadores da Tok&Stok propõem injetar R$ 100 milhões se OPA avançar, mas empresa não está lá animada

4 de abril de 2025 - 17:01

Os acionistas Régis, Ghislaine e Paul Dubrule, fundadores da Tok&Stok, se comprometeram a injetar R$ 100 milhões na Mobly, caso a OPA seja bem-sucedida

ELE NÃO PARA

O agente do caos retruca: Trump diz que China joga errado e que a hora de ficar rico é agora

4 de abril de 2025 - 16:35

O presidente norte-americano também comentou sobre dados de emprego, juros, um possível acordo para zerar tarifas do Vietnã e a manutenção do Tik Tok por mais 75 dias nos EUA

SALVE-SE QUEM PUDER (E ELAS PUDERAM)

As únicas ações que se salvaram do banho de sangue no Ibovespa hoje — e o que está por trás disso

4 de abril de 2025 - 15:30

O que está por trás das únicas altas no Ibovespa hoje? Carrefour sobe mais de 10%, na liderança do índice

ESPERAR PARA VER

A pressão vem de todos os lados: Trump ordena corte de juros, Powell responde e bolsas seguem ladeira abaixo

4 de abril de 2025 - 14:00

O presidente do banco central norte-americano enfrenta o republicano e manda recado aos investidores, mas sangria nas bolsas mundo afora continua e dólar dispara

CÂMBIO

O combo do mal: dólar dispara mais de 3% com guerra comercial e juros nos EUA no radar

4 de abril de 2025 - 12:25

Investidores correm para ativos considerados mais seguros e recaculam as apostas de corte de juros nos EUA neste ano

PESOU NO BOLSO

Mark Zuckerberg e Elon Musk no vermelho: Os bilionários que mais perdem com as novas tarifas de Trump

4 de abril de 2025 - 11:31

Só no último pregão, os 10 homens mais ricos do mundo perderam, juntos, em torno de US$ 74,1 bilhões em patrimônio, de acordo com a Bloomberg

OLHO POR OLHO

China não deixa barato: Xi Jinping interrompe feriado para anunciar retaliação a tarifas de Trump — e mercados derretem em resposta

4 de abril de 2025 - 9:32

O Ministério das Finanças da China disse nesta sexta-feira (4) que irá impor uma tarifa de 34% sobre todos os produtos importados dos EUA

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Um café e um pão na chapa na bolsa: Ibovespa tenta continuar escapando de Trump em dia de payroll e Powell

4 de abril de 2025 - 8:16

Mercados internacionais continuam reagindo negativamente a Trump; Ibovespa passou incólume ontem

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar