De olho na inflação mais forte, Ibovespa opera em queda; dólar sobe a R$ 4,09
A aceleração mais firme do IPCA-15 em dezembro traz alguma cautela ao mercado e, nesse cenário, os investidores optam por realizar parte dos lucros recentes, derrubando o Ibovespa
Após três altas consecutivas — e três recordes de fechamento —, o Ibovespa finalmente cede a um movimento de realização de lucros e, com isso, retorna ao nível dos 114 mil pontos. De olho nos sinais de aceleração na inflação, os agentes financeiros preferem embolsar parte dos ganhos recentes obtidos na bolsa.
Por volta de 17h05, o principal índice acionário brasileiro recuava 0,19%, aos 114.909,19 pontos, destoando do exterior: lá fora, o Dow Jones (+0,48%), o S&P 500 (+0,58%) e o Nasdaq (+0,48%) seguem com o fôlego em dia, continuando a buscar novas máximas.
No mercado de câmbio, a cautela imperou com mais força: o dólar à vista fechou em alta de 0,80%, a R$ 4,0947 — o real, assim, foi na contramão das demais divisas de países emergentes, que se valorizam em relação à moeda americana. Na semana, contudo, o dólar ainda acumulou baixa de 0,31%.
Em destaque nesta sexta-feira, aparece a alta de 1,05% na inflação medida pelo IPCA-15 em dezembro — no mês passado, o indicador subiu 0,14%. Trata-se da maior elevação mensal desde junho de 2018.
Assim como já tinha sido verificado no IPCA de novembro, o setor de alimentos e bebidas foi o grande responsável pela aceleração na inflação, especialmente por causa da disparada nos preços das carnes — o valor das proteínas animais saltou 17,7% em dezembro.
Com a inflação ganhando força, diminuem as apostas num possível corte da Selic no início de 2020: o Banco Central (BC) até deixou a porta aberta para mais uma baixa de 0,25 ponto na taxa básica de juros no ano que vem, mas que estaria atento aos dados econômicos, sobretudo o comportamento dos preços.
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Considerando as pressões inflacionárias, o mercado promoveu ajustes positivos nas curvas de juros durante a manhã, precificando a menor chance de cortes na Selic. Mas, no início de tarde, ocorreu o movimento oposto: os DIs devolveram a alta do início do dia, numa correção após as fortes altas dos últimos dias.
Veja como ficaram as curvas mais líquidas nesta sexta-feira:
- Janeiro/2021: de 4,66% para 4,63%;
- Janeiro/2023: de 6,06% para 5,97%;
- Janeiro/2025: de 6,72% para 6,64%;
- Janeiro/2027: de 7,06% para 6,99%.
Tranquilidade nos EUA
Lá fora, os agentes financeiros mostram-se bastante tranquilos em relação ao estado da economia americana, o que dá suporte a mais uma rodada de ganhos nas bolsas do país.
Foi divulgada nesta manhã a terceira e última leitura do PIB dos EUA no terceiro trimestre, mostrando um crescimento de 2,1% da economia do país no período — um resultado em linha com as expectativas do mercado.
Top 5
Confira os cinco papéis de melhor desempenho do Ibovespa nesta sexta-feira:
- Gerdau PN (GGBR4): +4,76%
- Tim ON (TIMP3): +3,54%
- Metalúrgica Gerdau PN (GOAU4): +3,10%
- Natura ON (NTCO3): +2,19%
- Cosan ON (CSAN3): +2,15%
Veja também as maiores quedas do índice no momento:
- MRV ON (MRVE3): -3,77%
- Cogna ON (COGN3): -2,23%
- B2W ON (BTOW3): -2,15%
- Marfrig ON (MRFG3): -2,06%
- Fleury ON (FLRY3): -1,81%
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