Goleada: Ibovespa sobe pelo quarto dia e recupera os 104 mil pontos; dólar avança a R$ 4,12
Num dia de baixa liquidez, o Ibovespa aproveitou o tom relativamente tranquilo no exterior para continuar ganhando terreno. Já o dólar seguiu pressionado

O Ibovespa perdeu o jogo de ida contra a guerra comercial, na semana passada. O índice teve quedas firmes na segunda (7) e terça-feira (8), chegando inclusive a ficar abaixo do nível dos 100 mil pontos pela primeira vez em mais de um mês. Mas, na partida de volta, a bolsa brasileira virou o jogo.
E a virada foi em grande estilo: desde a última quarta-feira (9), o Ibovespa não para de subir — nesta segunda-feira (14), engatou a quarta alta consecutiva, fechando o dia com ganhos de 0,45%, aos 104.301,58 pontos. É a primeira vez desde primeiro de outubro que o índice termina acima dos 104 mil pontos.
O Ibovespa até mostrou certa hesitação no início do dia, chegando a cair 0,38% logo após a abertura, aos 103.438,47 pontos. No entanto, a melhora de humor vista nos mercados acionários globais ainda durante a manhã deu forças à bolsa brasileira, levando-a ao quarto pregão seguido de ganhos.
Com isso, o Ibovespa está cada vez mais perto de zerar as perdas acumuladas no mês: agora, o índice cai apenas 0,42% desde o início de outubro. Uma recuperação e tanto, considerando que, na semana passada, as perdas no mês superavam os 4,5%.
No entanto, vale ressaltar que essa nova sessão de ganhos para o Ibovespa ocorreu num dia de giro financeiro pouco expressivo: ao todo, o índice movimentou R$ 10,8 bilhões hoje, o menor volume diário desde 27 de maio — data em que os mercados dos Estados Unidos e do Reino Unido estiveram fechados por causa de feriados locais.
E, nesta segunda-feira, essa situação praticamente se repetiu: comemora-se hoje o feriado de Dia de Colombo nos Estados Unidos — e, apesar de as bolsas americanas terem funcionado normalmente, a liquidez das operações caiu bastante no mundo todo.
Leia Também
Em Nova York, o Dow Jones (-0,11%), o S&P 500 (-0,14%) e o Nasdaq (-0,10%) também começaram o dia mais cautelosos, mas passaram por uma ligeira melhora ao longo da sessão, embora tenham encerrado no campo negativo.
Na Europa, por outro lado, o tom foi mais pessimista: as principais bolsas terminaram a sessão em queda, com destaque para o índice FTSE 1000, do Reino Unido, que caiu 0,46% — no velho continente, as dúvidas e incertezas relacionadas ao Brexit acabaram pesando sobre os mercados acionários.
EUA x China ainda nos holofotes
Os agentes financeiros iniciaram o dia ligeiramente mais cautelosos, reagindo com prudência aos dados abaixo do esperado da balança comercial da China em setembro. Os números fortaleceram a percepção de que as disputas com os EUA já estão trazendo impactos negativos à economia do gigante asiático.
Nesse sentido, por mais que o acerto firmado entre Washington e Pequim na semana passada tenha sido comemorado pelo mercado — o Ibovespa, por exemplo, subiu quase 2% na última sexta-feira (11) — os agentes financeiros mostraram-se mais preocupados com o timing da conclusão desse acordo, de modo a interromper o quanto antes o movimento de desaceleração econômica global.
E o noticiário referente às negociações continuou desencontrado. Mais cedo, a Bloomberg noticiou que a China estaria querendo realizar mais conversas com os EUA antes de assinar os termos da trégua. Mas, no fim da manhã, surgiram relatos de que autoridades chinesas e americanas estariam conversando quanto a "um acordo final".
Assim, com informações desencontradas, o mercado passou por baixas e altas durante a manhã, passando a oscilar ao redor da neutralidade durante a tarde. "A guerra comercial deve se arrastar por mais tempo, EUA e China têm muita desconfiança um do outro e muita água ainda pode passar por debaixo dessa ponte", diz um operador.
Atividade fraca, Selic em queda
No cenário doméstico, destaque para a leve expansão de 0,07% no Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) em agosto — um resultado que mantem a percepção de que a economia local segue fraca e que, portanto, há espaço para que o BC promova novos cortes na Selic.
A equipe de macroeconomia do Itaú Unibanco, por exemplo, passou a trabalhar com um cenário de 4,5% para a Selic ao fim desse ano, e de 4% no término de 2020 — as estimativas anteriores estavam em 5% ao ano. O Banco Fibra vai no mesmo caminho: aposta numa Selic a 4% no ano que vem, não descartando patamares ainda menores.
Essa leitura trouxe duas consequências para os mercados brasileiros: por um lado, as curvas de juros continuaram recuando — os DIs para janeiro de 2021 fecharam em queda de 4,58% para 4,57%, os com vencimento em janeiro de 2023 recuaram de 5,59% para 5,55%, e os para janeiro de 2025 foram de 6,25% para 6,24%.
Mas, por outro, a perspectiva de Selic mais baixa acabou trazendo pressão ao dólar à vista: a moeda americana fechou em alta de 0,81%, a R$ 4,1280 — na máxima, chegou a bater os R$ 4,1374 (+1,04%). Com a Selic recuando num ritmo tão rápido, acaba sendo menos atrativo para investidores estrangeiros ingressarem com dólares no país.
No exterior, o dia foi de ganhos generalizados para o dólar: a divisa ganhou terreno em relação às moedas forte e a maior parte das emergentes, como o rublo russo, o peso chileno e o rand sul-africano — o peso mexicano foi a exceção.
Como declarar ETF no imposto de renda 2025, seja de ações, criptomoedas ou renda fixa
Os fundos de índice, conhecidos como ETFs, têm cotas negociadas em bolsa, e podem ser de renda fixa ou renda variável. Veja como informá-los na declaração em cada caso
Fim da linha para a Vale (VALE3)? Por que o BB BI deixou de recomendar a compra das ações e cortou o preço-alvo
O braço de investimentos do Banco do Brasil vai na contramão da maioria das indicações para o papel da mineradora
Por essa nem o Fed esperava: Powell diz pela primeira vez o que pode acontecer com os EUA após tarifas de Trump
O presidente do banco central norte-americano reconheceu que foi pego de surpresa com o tarifaço do republicano e admitiu que ninguém sabe lidar com uma guerra comercial desse calibre
Nas entrelinhas: por que a tarifa de 245% dos EUA sobre a China não assustou o mercado dessa vez
Ainda assim, as bolsas tanto em Nova York como por aqui operaram em baixa — com destaque para o Nasdaq, que recuou mais de 3% pressionado pela Nvidia
Ações da Brava Energia (BRAV3) sobem forte e lideram altas do Ibovespa — desta vez, o petróleo não é o único “culpado”
O desempenho forte acontece em uma sessão positiva para o setor de petróleo, mas a valorização da commodity no exterior não é o principal catalisador das ações BRAV3 hoje
Correr da Vale ou para a Vale? VALE3 surge entre as maiores baixas do Ibovespa após dado de produção do 1T25; saiba o que fazer com a ação agora
A mineradora divulgou queda na produção de minério de ferro entre janeiro e março deste ano e o mercado reage mal nesta quarta-feira (16); bancos e corretoras reavaliam recomendação para o papel antes do balanço
Acionistas da Petrobras (PETR4) votam hoje a eleição de novos conselheiros e pagamento de dividendos bilionários. Saiba o que está em jogo
No centro da disputa pelas oito cadeiras disponíveis no conselho de administração está o governo federal, que tenta manter as posições do chairman Pietro Mendes e da CEO, Magda Chambriard
Deu ruim para Automob (AMOB3) e LWSA (LWSA3), e bom para SmartFit (SMFT3) e Direcional (DIRR3): quem entra e quem sai do Ibovespa na 2ª prévia
Antes da carteira definitiva entrar em vigor, a B3 divulga ainda mais uma prévia, em 1º de maio. A nova composição entra em vigor em 5 de maio e permanece até o fim de agosto
Até tu, Nvidia? “Queridinha” do mercado tomba sob Trump; o que esperar do mercado nesta quarta
Bolsas continuam de olho nas tarifas dos EUA e avaliam dados do PIB da China; por aqui, investidores reagem a relatório da Vale
Como declarar ações no imposto de renda 2025
Declarar ações no imposto de renda não é trivial, e não é na hora de declarar que você deve recolher o imposto sobre o investimento. Felizmente a pessoa física conta com um limite de isenção. Saiba todos os detalhes sobre como declarar a posse, compra, venda, lucros e prejuízos com ações no IR 2025
As empresas não querem mais saber da bolsa? Puxada por debêntures, renda fixa domina o mercado com apetite por títulos isentos de IR
Com Selic elevada e incertezas no horizonte, emissões de ações vão de mal a pior, e companhias preferem captar recursos via dívida — no Brasil e no exterior; CRIs e CRAs, no entanto, veem emissões caírem
Depois de derreter mais de 90% na bolsa, Espaçolaser (ESPA3) diz que virada chegou e aposta em mudança de fornecedor em nova estratégia
Em seu primeiro Investor Day no cargo, o CFO e diretor de RI Fabio Itikawa reforça resultados do 4T24 como ponto de virada e divulga plano de troca de fornecedor para reduzir custos
Dividendos da Petrobras (PETR4) podem cair junto com o preço do petróleo; é hora de trocar as ações pelos títulos de dívida da estatal?
Dívida da empresa emitida no exterior oferece juros na faixa dos 6%, em dólar, com opções que podem ser adquiridas em contas internacionais locais
Península de saída do Atacadão: Família Diniz deixa quadro de acionistas do Carrefour (CRFB3) dias antes de votação sobre OPA
Após reduzir a fatia que detinha na varejista alimentar ao longo dos últimos meses, a Península decidiu vender de vez toda a participação restante no Atacadão
Respira, mas não larga o salva-vidas: Trump continua mexendo com os humores do mercado nesta terça
Além da guerra comercial, investidores também acompanham balanços nos EUA, PIB da China e, por aqui, relatório de produção da Vale (VALE3) no 1T25
Temporada de balanços 1T25: Confira as datas e horários das divulgações e das teleconferências
De volta ao seu ritmo acelerado, a temporada de balanços do 1T25 começa em abril e revela como as empresas brasileiras têm desempenhado na nova era de Donald Trump
Vai dar para ir para a Argentina de novo? Peso desaba 12% ante o dólar no primeiro dia da liberação das amarras no câmbio
A suspensão parcial do cepo só foi possível depois que o governo de Javier Milei anunciou um novo acordo com o FMI no valor de US$ 20 bilhões
Bolsas perdem US$ 4 trilhões com Trump — e ninguém está a salvo
Presidente norte-americano insiste em dizer que não concedeu exceções na sexta-feira (11), quando “colocou em um balde diferente” as tarifas sobre produtos tecnológicos
Alívio na guerra comercial injeta ânimo em Wall Street e ações da Apple disparam; Ibovespa acompanha a alta
Bolsas globais reagem ao anúncio de isenção de tarifas recíprocas para smartphones, computadores e outros eletrônicos
Azul (AZUL4) busca até R$ 4 bilhões em oferta de ações e oferece “presente” para acionistas que entrarem no follow-on; ações sobem forte na B3
Com potencial de superar os R$ 4 bilhões com a oferta, a companhia aérea pretende usar recursos para melhorar estrutura de capital e quitar dívidas com credores