Ibovespa opera em leve alta após decisão do Fed; dólar cai a R$ 4,11
Fed e Copom anunciam hoje suas decisões de juros. Em meio à expectativa, o Ibovespa opera em ligeira alta, em linha com os mercados globais
A manutenção da taxa de juros dos Estados Unidos na faixa atual, de 1,50% a 1,75% ao ano, não trouxe grandes turbulências aos mercados globais. Tanto o Ibovespa quanto as bolsas americanas tiveram apenas ajustes modestos, uma vez que a decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) era amplamente esperada pelos analistas.
Por volta de 17h20, o Ibovespa operava em alta de 0,14%, aos 110.822,30 pontos — antes das 16h00, o índice exibia um leve viés negativo. Nos EUA, o Dow Jones (+0,04%), o S&P 500 (+0,28%) e o Nasdaq (+0,43%) também tiveram uma ligeira melhora, mas nada muito expressivo.
No mercado de câmbio, o panorama também teve pouca alteração: o dólar à vista manteve-se em terreno negativo, fechando em queda de 0,72%, a R$ 4,1190. Lá fora, a divisa americana também caiu em relação às demais moedas de países emergentes.
O Fed interrompeu a sequência de três cortes consecutivos nos juros americanos, optando por manter as taxas inalteradas na reunião de hoje. Em seu comunicado, a instituição diz ver um mercado de trabalho forte e uma expansão em ritmo moderado da atividade econômica no país.
Mais que isso: a maior parte dos membros do BC americano projeta a manutenção dos juros nos patamares atuais ao longo de 2020, o que também não surpreendeu os agentes financeiros — e, assim, provocou pouca alteração nos mercados globais.
Além disso, os mercados domésticos seguem no aguardo em relação à decisão do Copom, que definirá hoje, depois do fechamento, a nova Selic — há a expectativa quanto a mais um corte e 0,5 ponto, levando a taxa básica de juros a 4,5% ao ano.
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Dados econômicos
Enquanto ainda não há novidades no front da Selic, o mercado doméstico digere os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que reportou mais cedo a sexta alta consecutiva para as vendas no varejo.
Apesar desse dado, o desempenho das ações das varejistas não é homogêneo. Magazine Luiza ON (MGLU3) sobe 1,85% e Via Varejo ON (VVAR3) tem ganho de 0,92%, mas B2W ON (BTOW3) e Lojas Americanas PN (LAME4) caem 0,16% e 0,60%, respectivamente.
O destaque positivo da sessão fica com o setor educacional: Cogna ON (COGN3) opera em alta de 5,56%, enquanto Yduqs ON (YDUQ3) avança 3,90%, liderando os ganhos do Ibovespa. O mercado reage positivamente à portaria do MEC que permite que até 40% da carga horária dos cursos superiores seja ofertada na modalidade de ensino a distância — o limite anterior era de 20%.
Top 5
Confira abaixo os cinco papéis de melhor desempenho do Ibovespa nesta quarta-feira:
- Cogna ON (COGN3): +5,56%
- Yduqs ON (YDUQ3): +3,90%
- Ecorodovias ON (ECOR3): +2,97%
- Rumo ON (RAIL3): +2,95%
- Suzano ON (SUZB3): +2,36%
Veja também as ações com as maiores perdas do índice no momento:
- JBS ON (JBSS3): -2,31%
- BRF ON (BRFS3): -2,01%
- BTG Pactual units (BPAC11): -1,94%
- Telefônica Brasil PN (VIVT4): - 1,73%
- B3 ON (B3SA3): -1,62%
Disputa comercial
Também segue como foco de atenção do mercado o desenrolar da disputa entre Estados Unidos e China. Na reta final para o deadline de Washington, no próximo domingo (15), a falta de progresso em relação à primeira fase de um acordo comercial eleva a preocupação entre os investidores.
Apesar disso, na Europa as principais bolsas fecharam no campo positivo. Na Ásia, a maioria das bolsas subiram, em uma reação cautelosa, mas animada, à notícia de que o presidente do EUA, Donald Trump, pode adiar o aumento da tarifa em US$ 160 bilhões em produtos chineses populares, como smartphones e laptops.
Juros estáveis
As curvas de juros ignoraram a queda no dólar à vista e flutuaram ao redor da estabilidade, tanto na ponta curta quanto na longa, à espera da decisão do Copom. Veja como fecharam os principais DIs:
- Janeiro/21: de 4,61% para 4,62%;
- Janeiro/23: de 5,73% para 5,74%;
- Janeiro/25: estável em 6,35%;
- Janeiro/27: de 6,71% para 6,70%.
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As ações brasileiras estão negociando por múltiplos que não víamos há anos. Isso significa que elas estão baratas, e qualquer anúncio de corte de gastos minimamente satisfatório, que reduza um pouco os riscos, os juros e o dólar, deveria fazer a bolsa engatar um forte rali de fim de ano.
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