O Ibovespa caiu e perdeu os 100 mil pontos pela primeira vez em mais de um mês
Numa sessão marcada pela tensão do mercado em relação à guerra comercial, o Ibovespa perdeu força na reta final do pregão e terminou abaixo do nível dos três dígitos

O Ibovespa passou os últimos 24 pregões acima dos 100 mil pontos. Mas, nesta terça-feira (8), essa sequência foi interrompida: ao registrar uma baixa de 0,59% na sessão de hoje, o principal índice da bolsa brasileira fechou aos 99.981,40 pontos — o menor nível de encerramento desde 3 de setembro (99.680,83 pontos).
O desempenho do Ibovespa nesta terça-feira não foi tão ruim assim, já que, nos Estados Unidos, as bolsas tiveram perdas de mais de 1%. No entanto, o mercado acionário brasileiro tem um início de mês bastante negativo, amargado uma queda súbita de 4,55% apenas em outubro — em 30 de setembro, o índice estava na faixa de 104 mil pontos.
E, por mais que fatores internos tenham influenciado essa derrocada, especialmente os atrasos e enfraquecimentos da reforma da Previdência no Senado, boa parte desse movimento descendente se deve ao exterior. Lá fora, os sinais de desaquecimento da economia global, somados à instabilidade na guerra comercial entre EUA e China, desencadearam uma onda de aversão ao risco.
E, hoje, não foi diferente: às vésperas do encontro entre autoridades de alto escalão de Washington e Pequim, numa nova rodada formal de negociações entre os países, o noticiário referente ao estado das relações entre americanos e chineses deu as cartas para os mercados globais.
O único detalhe: desde ontem, as notícias não têm sido exatamente animadoras, trazendo volatilidade às operações e inspirando cautela aos agentes financeiros.
Nesta terça-feira, novos ruídos no front das negociações acabaram trazendo pessimismo aos mercados. Ontem, o governo americano colocou 28 empresas chinesas do setor de tecnologia numa "lista negra", alegando que tais companhias estariam usando serviços de reconhecimento facial para ajudar o governo do país asiático a oprimir minorias muçulmanas na região de Xinjiang.
Leia Também
E, de acordo com a Bloomberg, autoridades de Pequim estariam considerando a possibilidade de retaliar a medida — o que fez as bolsas de Nova York reagirem negativamente nesta terça-feira. Após passarem o dia todo no vermelho, o Dow Jones (-1,19%), o S&P 500 (-1,56%) e o Nasdaq (-1,67%) fechara em queda firme.
"É claro que, às vésperas da negociação, cutucar o oponente é negativo", pondera um operador. E, neste fim de tarde, um novo desdobramento trouxe ainda mais cautela às negociações: o governo americano impôs restrições de visto a alguns oficiais que estariam envolvidos com abusos às minorias muçulmanas no norte do país.
Essa última camada de pessimismo acabou fazendo com que o Ibovespa cedesse de vez à aversão global ao risco: o índice brasileiro até tentou se sustentar no campo positivo — na máxima, subiu 0,72%, aos 101.296,28 pontos —, mas não conseguiu resistir às baixas intensas dos mercados de Nova York, virando para queda e perdendo os 100 mil pontos.
Nesse cenário, as declarações do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, foram pouco repercutidas pelos agentes financeiros — ele voltou a sinalizar que a instituição vai agir para sustentar a expansão da economia, acenando com a compra e títulos do Tesouro e outras medidas para garantir a liquidez.
Preocupações domésticas
Por aqui, o noticiário político continuou sendo acompanhado de perto pelos agentes financeiros, que aguardavam eventuais avanços nas negociações no Congresso a respeito da partilha dos recursos do leilão do pré-sal — fator considerado fundamental para destravar a pauta e permitir o avanço da tramitação da reforma da Previdência.
Mas a falta de avanços mais concretos na resolução desse imbróglio acabou deixando os mercados locais mais cautelosos, sem mostrar grande disposição para assumir riscos desnecessários. Assim, por mais que o Ibovespa já tivesse recuado quase 2% ontem, as incertezas domésticas e externas continuaram pressionando o índice.
Dólar em baixa
O dólar à vista teve uma sessão mais tranquila: a moeda americana fechou em queda de 0,31%, a R$ 4,0916, destoando do mercado de câmbio no exterior — na mínima, chegou a cair a R$ 4,0741 (-0,74%).
Lá fora, o dólar ganhou terreno em escala global, tanto em relação às divisas fortes quanto as de países emergentes, como o peso mexicano, o rublo russo, o peso chileno e o rand sul-africano. Vale lembrar, no entanto, que o dólar à vista subiu mais de 1% na sessão de ontem, o que abriu espaço para um movimento de alívio hoje.
Esse tom mais calmo do dólar acabou contagiando as curvas de juros, que fecharam em baixa nesta terça-feira. Na ponta curta, os DIs para janeiro de 2021 caíram de 4,87% para 4,82%; na longa, as curvas com vencimento em janeiro de 2023 recuaram de 6,02% para 5,97%, e as para janeiro de 2025 foram de 6,64% para 6,61%.
Dividendos e JCP: Santander (SANB11) anuncia o pagamento de R$ 1,5 bilhão em proventos; veja quem mais paga
Acionistas que estiverem inscritos nos registros do banco no dia 17 de abril terão direito ao JCP
Tarifa total de 145% dos EUA sobre a China volta a derrubar bolsas — Dow perde mais de 1 mil pontos e Ibovespa cai 1,13%; dólar sobe a R$ 5,8988
A euforia da sessão anterior deu lugar às incertezas provocadas pela guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo; Wall Street e B3 devolvem ganhos nesta quinta-feira (10)
Dia de ressaca na bolsa: Depois do rali com o recuo de Trump, Wall Street e Ibovespa se preparam para a inflação nos EUA
Passo atrás de Trump na guerra comercial animou os mercados na quarta-feira, mas investidores já começam a colocar os pés no chão
Ambev (ABEV3) vai do sonho grande de Lemann à “grande ressaca”: por que o mercado largou as ações da cervejaria — e o que esperar
Com queda de 30% nas ações nos últimos dez anos, cervejaria domina mercado totalmente maduro e não vê perspectiva de crescimento clara, diante de um momento de mudança nos hábitos de consumo
Não foi só o Banco Master: entre os CDBs mais rentáveis de março, prefixado do Santander paga 15,72%, e banco chinês oferece 9,4% + IPCA
Levantamento da Quantum Finance traz as emissões com taxas acima da média do mercado; no mês passado, estoque de CDBs no país chegou a R$ 2,57 trilhões, alta de 14,3% na base anual
Bank of America projeta recuperação das empresas de educação e tem uma ação preferida do setor; saiba qual é
Para o BofA, a tendência é que a valorização continue, especialmente após desempenho que superou o Ibovespa em 35 pontos percentuais
Mercados disparam e dólar cai a R$ 5,84 com anúncio de Trump: presidente irá pausar por 90 dias tarifas de países que não retaliaram
Em sua conta na Truth Social, o presidente também anunciou que irá aumentar as tarifas contra China para 125%
Brava Energia (BRAV3) e petroleiras tombam em bloco na B3, mas analistas veem duas ações atraentes para investir agora
O empurrão nas ações de petroleiras segue o agravamento da guerra comercial mundial, com retaliações da China e Europa às tarifas de Donald Trump
Outro dia de pânico: dólar passa dos R$ 6 com escalada da guerra comercial entre EUA e China
Com temor de recessão global, petróleo desaba e ações da Europa caem 4%
Sem pílula de veneno: Casas Bahia (BHIA3) derruba barreira contra ofertas hostis; decisão segue recuo de Michael Klein na disputa por cadeira no conselho
Entre as medidas que seriam discutidas em AGE, que foi cancelada pela varejista, estava uma potencial alteração do estatuto para incluir disposições sobre uma poison pill; entenda
“Trump vai demorar um pouco mais para entrar em pânico”, prevê gestor — mas isso não é motivo para se desiludir com a bolsa brasileira agora
Para André Lion, sócio e gestor da estratégia de renda variável da Ibiuna Investimentos, não é porque as bolsas globais caíram que Trump voltará atrás na guerra comercial
Taxa sobre taxa: Resposta da China a Trump aprofunda queda das bolsas internacionais em dia de ata do Fed
Xi Jinping reage às sobretaxas norte-americanas enquanto fica cada vez mais claro que o alvo principal de Donald Trump é a China
CEO da Embraer (EMBR3): tarifas de Trump não intimidam planos de US$ 10 bilhões em receita até 2030; empresa também quer listar BDRs da Eve na B3
A projeção da Embraer é de que, apenas neste ano, a receita líquida média atinja US$ 7,3 bilhões — sem considerar a performance da subsidiária Eve
Ação da Vale (VALE3) chega a cair mais de 5% e valor de mercado da mineradora vai ao menor nível em cinco anos
Temor de que a China cresça menos com as tarifas de 104% dos EUA e consuma menos minério de ferro afetou em cheio os papéis da companhia nesta terça-feira (8)
Trump dobra a aposta e anuncia tarifa de 104% sobre a China — mercados reagem à guerra comercial com dólar batendo em R$ 6
Mais cedo, as bolsas mundo afora alcançaram fortes ganhos com a sinalização de negociações entre os EUA e seus parceiros comerciais; mais de 70 países procuraram a Casa Branca, mas a China não é um deles
Wall Street sobe forte com negociações sobre tarifas de Trump no radar; Ibovespa tenta retornar aos 127 mil pontos
A recuperação das bolsas internacionais acompanha o início de conversas entre o presidente norte-americano e os países alvos do tarifaço
Minerva (BEEF3): ações caem na bolsa após anúncio de aumento de capital. O que fazer com os papéis?
Ações chegaram a cair mais de 5% no começo do pregão, depois do anúncio de aumento de capital de R$ 2 bilhões na véspera. O que fazer com BEEF3?
Não foi só a queda do preço do petróleo que fez a Petrobras (PETR4) tombar ontem na bolsa; saiba o que mais pode ter contribuído
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, teria pedido à estatal para rever novamente o preço do diesel, segundo notícias que circularam nesta segunda-feira (7)
Prazo de validade: Ibovespa tenta acompanhar correção das bolsas internacionais, mas ainda há um Trump no meio do caminho
Bolsas recuperam-se parcialmente das perdas dos últimos dias, mas ameaça de Trump à China coloca em risco a continuidade desse movimento
Minerva prepara aumento de capital de R$ 2 bilhões de olho na redução da alavancagem. O que muda para quem tem ações BEEF3?
Com a empresa valendo R$ 3,9 bilhões, o aumento de capital vai gerar uma diluição de 65% para os acionistas que ficarem de fora da operação