Ibovespa sobe e busca mais recordes, impulsionado pela Petrobras; dólar cai a R$ 4,18
Aproveitando o tom positivo no exterior, o Ibovespa opera em ligeira alta nesta quinta-feira e busca novos recordes

O Ibovespa até começou o pregão desta quinta-feira (5) com um leve viés negativo, dando pinta de que os investidores optariam por embolsar parte dos lucros recentes. Mas, em meio ao bom desempenho das ações da Petrobras, o índice brasileiro ganhou força e virou para alta, buscando novos recordes.
Por volta de 17h05, o Ibovespa avançava 0,33%, aos 110.660,42 pontos — na máxima do dia, chegou aos 111.072,80 pontos (+0,70%), um novo recorde intradiário. Com isso, o índice descola das bolsas americanas: o Dow Jones (+0,07%), o S&P 500 (+0,12%) e o Nasdaq (+0,01%) ficam perto da estabilidade.
O dólar à vista fez um caminho parecido com o do Ibovespa: no início do dia, a moeda americana chegou a subir 0,50%, a R$ 4,2235, mas, ao fim da sessão, estava cotado a R$ 4,1882, em baixa de 0,34%. O real, assim, juntou-se às demais divisas de países emergentes, que também se valorizaram nesta quinta-feira.
Em linhas gerais, o pano de fundo para os mercados continua o mesmo dos últimos dias: lá fora, há certo "otimismo cauteloso" em relação às negociações comerciais entre Estados Unidos e China; aqui dentro, segue a perspectiva de recuperação da economia do Brasil, após os dados animadores do PIB no terceiro trimestre e da produção industrial em outubro.
Lá fora, autoridades de Pequim disseram que as conversas entre as potências continuam em andamento, apesar dos recentes atritos entre os países nos assuntos ligados aos protestos sociais em Hong Kong.
Essa sinalização traz algum sentimento positivo aos agentes financeiros, mas o front da guerra comercial ainda inspira cuidados. Afinal, os Estados Unidos começarão a implantar uma nova rodada de tarifas às importações da China no próximo dia 15 — e, ao menos por enquanto, não há avanços concretos nas negociações para barrar essas sobretaxas.
Leia Também
Nesse cenário, as bolsas americanas exibem um ligeiro viés negativo, com os investidores evitando se expor a riscos desnecessários, apesar da indicação animadora do governo chinês. Por aqui, contudo, há fatores domésticos que ajudam a dar forças ao Ibovespa.
Otimismo com a Petrobras
Um dos motores por trás da nova sessão de ganhos do Ibovespa é o bom desempenho dos papéis da Petrobras: no momento, as ações PN da estatal (PETR4) sobem 1,72%, enquanto as ONs (PETR3) têm ganho de 1,88%.
Ontem, a companhia realizou um evento dedicado a analistas e investidores nos Estados Unidos, transmitindo uma mensagem positiva acerca do futuro. Casas como o BTG Pactual e o Credit Suisse mostraram-se otimistas quanto às perspectivas para a estatal, o que dá forças aos papéis da companhia.
Além disso, o petróleo não cedeu a um movimento de realização de lucros, mesmo após os ganhos expressivos da sessão passada. O WTI com vencimento em janeiro ficou estável, enquanto o Brent para fevereiro subiu 0,61%.
Vale lembrar que a reunião semanal da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados — grupo conhecido como Opep+ — está em andamento, e há a expectativa quanto a um anúncio de manutenção no corte de produção da commodity, o que elevaria os preços do produto.
Bancos avançam
O clima de otimismo em relação à economia doméstica também dá forças às ações do setor bancário. Bradesco ON (BBDC3) lidera o grupo, com alta de 0,56%, enquanto Bradesco PN (BBDC4) sobe 0,17%, Itaú Unibanco PN (ITUB4) avança 0,19% e as units do Santander Brasil (SANB11) têm ganho de 0,64% — a exceção é Banco do Brasil ON (BBAS3), em baixa de 1,28%.
Top 5
Confira as cinco ações de melhor desempenho do Ibovespa no momento:
- Cielo ON (CIEL3): +4,82%
- Bradespar PN (BRAP4): +3,1%
- Weg ON (WEGE3): +2,61%
- Petrobras ON (PETR3): +2,00%
- BB Seguridade ON (BBSE3): +1,99%
Veja também as cinco maiores quedas do índice:
- Ultrapar ON (UGPA3): -2,35%
- Banco do Brasil ON (BBAS3): -1,45%
- Ecorodovias ON (ECOR3): -1,43%
- Raia Drogasil ON (RADL3): -1,41%
- MRV ON (MRVE3): -1,34%
Dólar vira para queda
O dólar à vista iniciou o dia sob pressão e chegou a tocar o nível de R$ 4,22 na máxima do dia, em meio ao cenário estrutural para a moeda: diferencial de juros em queda, menor apelo do carry trade e remessas mais volumosas de divisas ao exterior — um fator comum no encerramento do ano.
Mas, segundo o operador de câmbio da corretora Correparti, Ricardo Gomes Filho, esse patamar mais elevado da divisa provocou um movimento de venda no mercado futuro — o que, consequentemente, puxou a cotação da moeda para baixo no segmento à vista.
"É uma faixa de flutuação absolutamente normal", diz Gomes Filho, referindo-se ao intervalo entre R$ 4,18 e R$ 4,22. "Não há nenhum fator macroeconômico mais relevante, tudo segue sob controle".
O operador da Correparti ainda lembra que, no fim de ano, o volume de negociações do mercado de câmbio tende a cair bastante, o que deixa as operações mais sujeitas à volatilidade. Ele ainda ressalta que, ao mudar de tendência, o real ficou em linha com os pares no exterior, que também se valorizaram em relação ao dólar.
Divisas como o peso mexicano, o rublo russo, o peso chileno, o rand sul-africano e o peso colombiano, entre outras, ganharam terreno pelo segundo dia seguido. E mesmo as moedas fortes também conseguiram passar por uma onda de alívio: o índice DXY, que mede o desempenho do dólar ante uma cesta com as principais divisas do mundo, caiu 0,23%.
"O investidor sai da proteção, da segurança, e se expõe mais ao risco. O ambiente externo está melhor, em meio às negociações EUA-China", diz Gomes Filho. "Não tem nenhum vento ruim lá fora, e, por aqui, o ambiente também é bom".
Juros em alta
As curvas de juros não acompanharam o alívio do dólar nesta tarde e fecharam em leve alta. Veja como ficaram os principais DIs nesta quinta-feira:
- Janeiro/2021: de 4,67% para 4,70%;
- Janeiro/2023: de 5,82% para 5,85%;
- Janeiro/2025: de 6,42% para 6,44%;
- Janeiro/2027: de 6,73% para 6,77%
A coisa está feia: poucas vezes nas últimas décadas os gestores estiveram com tanto medo pelo futuro da economia, segundo o BofA
Segundo um relatório do Bank of America (BofA), 42% dos gestores globais enxergam a possibilidade de uma recessão global
Ainda há espaço no rali das incorporadoras? Esta ação de construtora tem sido subestimada e deve pagar bons dividendos em 2025
Esta empresa beneficiada pelo Minha Casa Minha Vida deve ter um dividend yield de 13% em 2025, podendo chegar a 20%
Hypera (HYPE3): empresário Lírio Parisotto muda de ideia (de novo) e desiste de concorrer a vaga no conselho da farmacêutica
O acionista Geração L. PAR – fundo de investimento do próprio empresário – já havia comunicado que o executivo não iria mais concorrer ao posto no início de abril
Os cinco bilionários que mais perderam dinheiro neste ano em meio ao novo governo Trump – e o que mais aumentou sua fortuna
O ano não tem sido fácil nem para os ricaços; a oscilação do mercado tem sido fortemente influenciada pelas decisões do novo governo Trump, em especial o tarifaço global proposto por ele
Powell na mira de Trump: ameaça de demissão preocupa analistas, mas saída do presidente do Fed pode ser mais difícil do que o republicano imagina
As ameaças de Donald Trump contra Jerome Powell adicionam pressão ao mercado, mas a demissão do presidente do Fed pode levar a uma longa batalha judicial
Ações x títulos da Petrobras, follow-on da Azul e 25 ações para comprar após o caos: o que bombou no Seu Dinheiro esta semana
Outra forma de investir em Petrobras além das ações em bolsa e oferta subsequente de ações da Azul estão entre as matérias mais lidas da última semana em SD
Você está demitido: Donald Trump segue empenhado na justa causa de Jerome Powell
Diferente do reality “O Aprendiz”, o republicano vai precisar de um esforço adicional para remover o presidente do Fed do cargo antes do fim do mandato
Com ou sem feriado, Trump continua sendo o ‘maestro’ dos mercados: veja como ficaram o Ibovespa, o dólar e as bolsas de NY durante a semana
Possível negociação com a China pode trazer alívio para o mercado; recuperação das commodities, especialmente do petróleo, ajudaram a bolsa brasileira, mas VALE3 decepcionou
‘Indústria de entretenimento sempre foi resiliente’: Netflix não está preocupada com o impacto das tarifas de Trump; empresa reporta 1T25 forte
Plataforma de streaming quer apostar cada vez mais na publicidade para mitigar os efeitos do crescimento mais lento de assinantes
Lições da Páscoa: a ação que se valorizou mais de 100% e tem bons motivos para seguir subindo
O caso que diferencia a compra de uma ação baseada apenas em uma euforia de curto prazo das teses realmente fundamentadas em valuation e qualidade das empresas
Como declarar opções de ações no imposto de renda 2025
O jeito de declarar opções é bem parecido com o de declarar ações em diversos pontos; as diferenças maiores recaem na forma de calcular o custo de aquisição e os ganhos e prejuízos
Show de ofensas: a pressão total de Donald Trump sobre o Fed e Jerome Powell
“Terrível”, “devagar” e “muito político” foram algumas das críticas que o presidente norte-americano fez ao chefe do banco central, que ele mesmo escolheu, em defesa do corte de juros imediato
Sobrevivendo a Trump: gestores estão mais otimistas com a Brasil e enxergam Ibovespa em 140 mil pontos no fim do ano
Em pesquisa realizada pelo BTG, gestores aparecem mais animados com o país, mesmo em cenário “perde-perde” com guerra comercial
Dólar volta a recuar com guerra comercial entre Estados Unidos e China, mas ainda é possível buscar lucros com a moeda americana; veja como
Uma oportunidade ‘garimpada’ pela EQI Investimentos pode ser caminho para diversificar o patrimônio em meio ao cenário desafiador e buscar lucros de até dólar +10% ao ano
Mobly (MBLY3) expõe gasto ‘oculto’ da Tok&Stok: R$ 5,2 milhões para bancar plano de saúde da família fundadora — que agora tem cinco dias para devolver o dinheiro
Em comunicado, a Mobly destaca que os pagamentos representam mau uso de recursos da companhia, conflito de interesses e violação da governança corporativa
Que telefone vai tocar primeiro: de Xi ou de Trump? Expectativa mexe com os mercados globais; veja o que esperar desta quinta
Depois do toma lá dá cá tarifário entre EUA e China, começam a crescer as expectativas de que Xi Jinping e Donald Trump possam iniciar negociações. Resta saber qual telefone irá tocar primeiro.
Como declarar ETF no imposto de renda 2025, seja de ações, criptomoedas ou renda fixa
Os fundos de índice, conhecidos como ETFs, têm cotas negociadas em bolsa, e podem ser de renda fixa ou renda variável. Veja como informá-los na declaração em cada caso
Fim da linha para a Vale (VALE3)? Por que o BB BI deixou de recomendar a compra das ações e cortou o preço-alvo
O braço de investimentos do Banco do Brasil vai na contramão da maioria das indicações para o papel da mineradora
Por essa nem o Fed esperava: Powell diz pela primeira vez o que pode acontecer com os EUA após tarifas de Trump
O presidente do banco central norte-americano reconheceu que foi pego de surpresa com o tarifaço do republicano e admitiu que ninguém sabe lidar com uma guerra comercial desse calibre
Nas entrelinhas: por que a tarifa de 245% dos EUA sobre a China não assustou o mercado dessa vez
Ainda assim, as bolsas tanto em Nova York como por aqui operaram em baixa — com destaque para o Nasdaq, que recuou mais de 3% pressionado pela Nvidia