🔴 GANHOS DE ATÉ R$ 1.000 POR HORA? ESTE MÉTODO PODE GERAR RENDA DE 7 DÍGITOS POR MÊS – CONHEÇA

Victor Aguiar
Victor Aguiar
Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pelo Instituto Educacional BM&FBovespa. Trabalhou nas principais redações de economia do país, como Bloomberg, Agência Estado/Broadcast e Valor Econômico. Em 2020, foi eleito pela Jornalistas & Cia como um dos 10 profissionais de imprensa mais admirados no segmento de economia, negócios e finanças.
Ponto de ebulição

A temperatura subiu rápido na guerra comercial — e o Ibovespa as bolsas globais derreteram

A escalada nas tensões comerciais entre EUA e China elevou a aversão ao risco nos mercados e pressionou fortemente o Ibovespa neste início de semana

Victor Aguiar
Victor Aguiar
5 de agosto de 2019
10:25 - atualizado às 14:34
Bitcoin (BTC) tem pior desempenho do semestre e derrete no período. Sorvete derretido
As bolsas globais derreteram neste início de semana, mas o Ibovespa ainda conseguiu sustentar os 100 mil pontos; o dólar à vista fechou em R$ 3,95Imagem: Shutterstock

Os mercados globais estão constantemente numa espécie de banho-maria, flutuando no contexto externo. É claro, fatores locais também interferem nas negociações, mas a cena internacional tem capacidade para mexer com as operações no mundo todo. E, nesta segunda-feira (5), a temperatura da água deu um salto.

E olha que as operações já estavam cozinhando lentamente desde a semana passada, quando a guerra comercial entre Estados Unidos e China voltou a esquentar. Mas, hoje, o líquido que aquece as negociações entrou subitamente em estado de fervura — e, como resultado, a receita dos mercados desandou.

As bolsas globais derreteram nesta segunda-feira: no Brasil, o Ibovespa fechou em baixa de 2,51%, aos 100.097,75 pontos; nos Estados Unidos, a coisa foi ainda mais feia: o Dow Jones despencou 2,90%, o S&P 500 recuo 2,98% e o Nasdaq desabou 3,47%. Na Europa e na Ásia, o tom foi igualmente negativo.

O Ibovespa até que pode se dar por feliz, já que conseguiu sustentar o nível dos 100 mil pontos. No pior momento do dia, o principal índice da bolsa brasileira chegou a cair 2,96%, batendo os 99.9630,09 pontos.

O dólar à vista também sentiu os efeitos da guerra comercial em ponto de ebulição: a moeda americana terminou a sessão de hoje em forte alta de 1,66%, a R$ 3,9561 —  o maior nível de fechamento desde 30 de maio.

Todo esse pessimismo se deve às posturas mais agressivas assumidas por Estados Unidos e China nos últimos dias, e que descambou para o temor de uma guerra cambial por parte das duas potências. Hoje, o dólar rompeu a marca de 7 yuans pela primeira vez em mais de 10 anos — o que despertou a ira do presidente americano, Donald Trump.

Leia Também

Via Twitter, ele acusou o governo de Pequim de estar manipulando artificialmente o câmbio. O yuan desvalorizado tende a fortalecer suas exportações, uma vez que seus produtos ficam mais baratos e competitivos, o que afeta diretamente a economia americana.

Esse novo desdobramento da guerra comercial ocorre após Trump anunciar, na última quinta-feira (1), a adoção de tarifas de 10% sobre outros US$ 300 bilhões em importações de produtos chineses, com início previsto para 1º de setembro.

O governo de Pequim, contudo, não dá indícios de que irá ceder às pressões de Washington: no fim de semana, a imprensa oficial da China afirmou que o país "nunca se curvará" ao "velho truque de bullying comercial" dos EUA, dizendo ainda que o gigante asiático não quer uma guerra comercial, mas que não tem medo de entrar numa, caso necessário.

"Foi um contra-ataque. O Trump elevou as tarifas, e para compensar, os chineses desvalorizaram o câmbio como moeda de troca", disse um analista que prefere não ser identificado, acrescentando ainda que, na China, o governo tem o poder de interferir diretamente no preço do yuan — por lá, o regime cambial não é tão flutuante.

As fortes perdas de 2,51% registradas hoje no Ibovespa marcam o pior pregão desde 13 de maio, quando o índice terminou em baixa de 2,69%. E, curiosamente, o mau desempenho daquele dia também foi desencadeado pela reação chinesa às tarifações do governo americano.

Na ocasião, o governo da China anunciou a imposição de uma sobretaxa em US$ 60 bilhões de produtos importados dos Estados Unidos, após Washington elevar as tarifas que incidiam sobre US$ 200 bilhões em importações chinesas, de 10% para 25%.

"É uma guerra, e cada um vai usar as armas que tem", conclui o analista.

Câmbio estremecido

Com medo das consequências que a escalada nas tensões comerciais e cambiais entre EUA e China poderão trazer à economia mundial, os agentes financeiros têm adotado uma postura bastante clara: estão reduzindo à exposição ao risco, o que mexe especialmente com o mercado de câmbio.

Há um movimento de fuga das moedas de países emergentes e exportadores de commodities, uma vez que tais ativos são considerados mais arriscados. E, como consequência, o dólar ganha força ante tais divisas.

É o caso do peso mexicano, do peso chileno, do rand sul-africano, do peso colombiano e do dólar neozelandês — e do real. Por aqui, o dólar à vista chegou a bater o nível de R$ 3,9666 na máxima (+1,93%).

"Há um movimento cada vez mais expressivo de enxugamento de risco", diz Cleber Alessie, operador da H. Commcor, ao comentar os recentes desdobramentos da guerra comercial. Ele pondera, ainda, que o dólar à vista também pode estar sendo pressionado pelos recentes movimentos dos Bancos Centrais, mas que é difícil quantificar essa influência.

Como a redução na Selic foi mais intensa que a dos juros americanos, o diferencial nas taxas se estreitou, o que tende a elevar a cotação do dólar — o meu colega Eduardo Campos explica a lógica por trás desse movimento nessa matéria especial. "Talvez essa questão do diferencial também mexa com o dólar, mas tudo está contaminado pela aversão ao risco", diz Alessie.

Ibovespa cai forte

Considerando todo esse contexto, o Ibovespa operou em forte queda desde o início do dia. Além do mau desempenho em si, um outro fator chamou a atenção: apenas dois papéis do índice, Marfrig ON (MRFG3) e IRB ON (IRBR3) terminaram o pregão em alta, com ganhos de 1,03% e 0,14%, respectivamente.

As perdas desta segunda-feira foram capitaneadas pelo setor de siderurgia e mineração, reagindo fortemente às perdas de 6,66% no minério de ferro no porto chinês de Qingdao — cotação que serve de referência para os mercados.

Em meio à desvalorização da commodity e aos temores de desaquecimento na economia chinesa em função da guerra comercial, os papéis ON da Vale (VALE3) caíram 3,85%, as ações ON da CSN (CSNA3) recuaram 5,99%, as ações PNA da Usiminas (USIM5) tiveram baixa de 3,29% e os papéis PN da Gerdau (GGBR4) fecharam em queda de 3,46%.

As ações da Petrobras também exerceram pressão negativa sobre o Ibovespa: os ativos PN (PETR4) da estatal caíram 3,66% e os ONs (PETR3) recuaram 4,14%, em meio às quedas do petróleo WTI (-1,74%) e Brent (-3,36%) no exterior.

O setor bancário caiu em bloco e afeta o desempenho do Ibovespa: Itaú Unibanco PN (ITUB4) recuou 1,37%, Bradesco ON (BBDC3) desvalorizou 2,08%, Bradesco PN (BBDC4) teve baixa de 1,81%, Banco do Brasil ON (BBAS3) fechou em queda de 1,87% e as units do Santander Brasil (SANB11) retraíram 1,14%.

Por fim, as ações de empresas do setor aéreo também apareceram entre os destaques negativos, uma vez que a valorização do dólar implica em maiores custos com combustível de aviação — o que pressiona diretamente o resultado financeiro de tais companhias. Como resultado, Gol PN (GOLL4) caiu 5,02% e Azul PN (AZUL4) recuou 3,64%.

Juros para o alto

Com o dólar à vista subindo forte e encostando no nível de R$ 3,94, as curvas de juros também foram pressionadas e fecharam em alta firme, tanto na ponta curta quanto na longa.

Os DIs para janeiro de 2021, por exemplo, avançaram de 5,41% na última sexta-feira para 5,57%; no vértice longo, as curvas com vencimento em janeiro de 2023 subiram de 6,37% para 6,54%, e as para janeiro de 2025 foram de 6,91% para 7,05%.

E o cenário local?

Por aqui, os mercados também acompanharam o noticiário político doméstico, uma vez que o Congresso retorna do recesso do meio de ano — e já há a expectativa de que a tramitação da reforma da Previdência volte a caminhar ainda nesta semana.

Lideranças políticas sinalizaram que pode começar amanhã a votação do texto em segundo turno pela Câmara dos Deputados — passada esta fase, o projeto segue para discussão no Senado. No entanto, apesar de a reforma parecer bem encaminhada, um operador destaca que há fatores de preocupação no front local.

"O mercado não sabe como a bancada do Nordeste vai reagir à postura do Bolsonaro após as declarações dos últimos dias", diz o operador, lembrando que o presidente usou termos pejorativos ao se referir aos governadores da região. "Há um movimento de proteção aos dois cenários, interno e externo".

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
DESTAQUES DA BOLSA

Ações da Petrobras (PETR4) saltam até 6% na bolsa e lideram altas do Ibovespa; analistas enxergam espaço para dividendos ainda maiores em novo plano estratégico

22 de novembro de 2024 - 13:46

O detalhamento do plano estratégico 2025-2029 e um anúncio complementar de R$ 20 bilhões em dividendos extraordinários impulsionam os papéis da petroleira hoje

NOVA AVENIDA DE CRESCIMENTO

Por que a JBS (JBSS3) anunciou um plano de investimento de US$ 2,5 bilhões em acordo com a Nigéria — e o que esperar das ações 

22 de novembro de 2024 - 11:50

O objetivo é desenvolver um plano de investimento de pouco mais de R$ 14,5 bilhões em cinco anos para a construção de seis fábricas no país africano

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Angústia da espera: Ibovespa reage a plano estratégico e dividendos da Petrobras (PETR4) enquanto aguarda pacote de Haddad

22 de novembro de 2024 - 8:41

Pacote fiscal é adiado para o início da semana que vem; ministro da Fazenda antecipa contingenciamento de mais de R$ 5 bilhões

O ASTRO DO TESOURO DIRETO

Tesouro IPCA+ é imbatível no longo prazo e supera a taxa Selic, diz Inter; título emitido há 20 anos rendeu 1.337%

22 de novembro de 2024 - 7:07

Apesar de volatilidade no curto prazo, em janelas de tempo maiores, título indexado à inflação é bem mais rentável que a taxa básica

SEXTOU COM O RUY

Bolsa caindo à espera do pacote fiscal que nunca chega? Vale a pena manter ações na carteira, mas não qualquer uma

22 de novembro de 2024 - 5:59

As ações brasileiras estão negociando por múltiplos que não víamos há anos. Isso significa que elas estão baratas, e qualquer anúncio de corte de gastos minimamente satisfatório, que reduza um pouco os riscos, os juros e o dólar, deveria fazer a bolsa engatar um forte rali de fim de ano.

EM BUSCA DE SALVAÇÃO

Em recuperação judicial, AgroGalaxy (AGXY3) planeja grupamento de ações para deixar de ser ‘penny stock’; saiba como será a operação

21 de novembro de 2024 - 19:24

Empresa divulgou um cronograma preliminar após questionamentos da B3 no início deste mês sobre o preço das ações ordinárias de emissão da varejista

PREÇO JUSTO?

Inter (INBR32) projeta Ibovespa a 143.200 mil pontos em 2025 e revela os setores que devem puxar a bolsa no ano que vem

21 de novembro de 2024 - 18:45

Mesmo com índice pressionado por riscos econômicos e valuations baixos, o banco estima que o lucro por ação da bolsa deve crescer 18%

RANKING DE PROVENTOS

Vale (VALE3) é a nova queridinha dos dividendos: mineradora supera Petrobras (PETR4) e se torna a maior vaca leiteira do Brasil no 3T24 — mas está longe do pódio mundial

21 de novembro de 2024 - 17:59

A mineradora brasileira depositou mais de R$ 10 bilhões para os acionistas entre julho e setembro deste ano, de acordo com o relatório da gestora Janus Henderson

A FAVORITA DO BANCO

‘O rali ainda não acabou’: as ações desta construtora já saltam 35% no ano e podem subir ainda mais antes que 2024 termine, diz Itaú BBA

21 de novembro de 2024 - 15:10

A performance bate de longe a do Ibovespa, que recua cerca de 4% no acumulado anual, e também supera o desempenho de outras construtoras que atuam no mesmo segmento

PÉ NO CHÃO

“Minha promessa foi de transformar o banco, mas não disse quando”, diz CEO do Bradesco (BBDC4) — e revela o desafio que tem nas mãos daqui para frente

21 de novembro de 2024 - 13:19

Na agenda de Marcelo Noronha está um objetivo principal: fazer o ROE do bancão voltar a ultrapassar o custo de capital

GUERRA DOS MIL DIAS

A arma mais poderosa de Putin (até agora): Rússia cruza linha vermelha contra a Ucrânia e lança míssil com capacidade nuclear

21 de novembro de 2024 - 13:04

No início da semana, Kiev recebeu autorização dos EUA para o uso de mísseis supersônicos; agora foi a vez de Moscou dar uma resposta

FACA NA TECNOLOGIA

O Google vai ser obrigado a vender o Chrome? Itaú BBA explica por que medida seria difícil — mas ações caem 5% na bolsa mesmo assim

21 de novembro de 2024 - 12:48

Essa seria a segunda investida contra monopólios ilegais nos EUA, desde a tentativa fracassada de desmembrar a Microsoft, há 20 anos

BOM, PORÉM…

Nvidia (NVDC34) vê lucro mais que dobrar  no ano — então, por que as ações caem 5% hoje? Entenda o que investidores viram de ruim no balanço

21 de novembro de 2024 - 11:22

Ainda que as receitas tenham chegado perto dos 100% de crescimento, este foi o primeiro trimestre com ganhos percentuais abaixo de três dígitos na comparação anual

RELATÓRIO DO BC

Com dólar acima de R$ 5,80, Banco Central se diz preparado para atuar no câmbio, mas defende políticas para o equilíbrio fiscal

21 de novembro de 2024 - 11:10

Ainda segundo o Relatório de Estabilidade Financeira do primeiro semestre, entidades do sistema podem ter de elevar provisões para perdas em 2025

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Do pouso forçado às piruetas: Ibovespa volta do feriado com bolsas internacionais em modo de aversão ao risco e expectativa com pacote

21 de novembro de 2024 - 8:23

Investidores locais aguardam mais detalhes do pacote fiscal agora que a contribuição do Ministério da Defesa para o ajuste é dada como certa

FÁBRICA DE BILIONÁRIOS

Que crise? Weg (WEGE3) quer investir US$ 62 milhões na China para aumentar capacidade de fábrica

21 de novembro de 2024 - 8:22

O investimento será realizado nos próximos anos e envolve um plano que inclui a construção de um prédio de 30 mil m², com capacidade para fabricação de motores de alta tensão

DE COADJUVANTE A PROTAGONISTA

Como a Embraer (EMBR3) passou de ameaçada pela Boeing a rival de peso — e o que esperar das ações daqui para frente

21 de novembro de 2024 - 6:09

Mesmo com a disparada dos papéis em 2024, a perspectiva majoritária do mercado ainda é positiva para a Embraer, diante das avenidas potenciais de crescimento de margens e rentabilidade

PAPEL ATRAENTE

É hora de colocar na carteira um novo papel: Irani (RANI3) pode saltar 45% na B3 — e aqui estão os 3 motivos para comprar a ação, segundo o Itaú BBA

19 de novembro de 2024 - 18:17

O banco iniciou a cobertura das ações RANI3 com recomendação “outperform”, equivalente a compra, e com preço-alvo de R$ 10,00 para o fim de 2025

SD Select

Em busca de dividendos? Curadoria seleciona os melhores FIIs e ações da bolsa para os ‘amantes’ de proventos (PETR4, BBAS3 e MXRF11 estão fora)

19 de novembro de 2024 - 15:47

Money Times, portal parceiro do Seu Dinheiro, liberou acesso gratuito à carteira Double Income, que reúne os melhores FIIs, ações e títulos de renda fixa para quem busca “viver de renda”

HIDRELÉTRICAS

R$ 4,1 bilhões em concessões renovadas: Copel (CPLE6) garante energia para o Paraná até 2054 — e esse banco explica por que você deve comprar as ações 

19 de novembro de 2024 - 15:12

Companhia paranaense fechou o contrato de 30 anos referente a concessão de geração das usinas hidrelétricas Foz do Areia, Segredo e Salto Caxias

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar