Com a águia americana acuada, o dólar acumulou uma queda de 2,38% na semana
Com uma série de dados mais fracos da economia dos EUA, o dólar passou por um alívio intenso e voltou ao nível de R$ 4,05. Já o Ibovespa até subiu mais de 1% nesta sexta-feira, mas ainda acumulou baixa de 2,4% na semana
A águia, símbolo da força e da liderança dos Estados Unidos, teve uma semana atípica. Acostumada ao topo da cadeia alimentar, a ave foi ferida pelos dados mais fracos da economia americana e se viu acuada pelo temor da recessão. E, com o predador hesitante, o dólar acabou se enfraquecendo no mundo todo — inclusive por aqui.
Afinal, se a economia dos EUA não está tão pujante assim, o dólar perde parte do apelo como ativo de segurança. Desta maneira, moedas de países emergentes e que costumam ser enxergadas como opções mais arriscadas — caso do real, do peso mexicano, do rublo russo e do peso chileno, entre outras — acabaram se dando bem.
Veja só o que aconteceu no mercado doméstico de câmbio: nesta sexta-feira (4), o dólar à vista caiu 0,80%, a R$ 4,0563 — o menor nível de fechamento desde 21 de agosto (R$ 4,0301). Com o desempenho de hoje, a divisa acumulou uma baixa de 2,38% na semana — o maior alívio semanal desde janeiro.
E o que aconteceu para que a águia passasse por esse momento de fraqueza nesta semana? A resposta está nos dados econômicos divulgados nos últimos dias, que mostraram que até mesmo os caçadores mais temidos estão sujeitos à desaceleração global.
Tudo começou na terça-feira (1), quando foi revelado o índice de atividade industrial dos Estados Unidos: uma baixa de 49,1 em agosto para 47,8 em setembro, o nível mais baixo desde junho de 2009 — analistas consultados pelo Wall Street Journal apostavam numa expansão no mês passado, para 50,1.
O sinal de alerta gerado pela indústria americana foi replicado pelo setor de serviços: na quinta (3), foi divulgada uma queda no índice de atividade do segmento, de 56,4 em agosto para 52,6 em setembro, resultado também abaixo das expectativas dos mercado.
Leia Também
O terceiro susto veio hoje, com informações mistas do mercado de trabalho americano: por um lado, foram criados 136 mil novos postos de trabalho em setembro, número inferior às projeções dos especialistas; por outro, a taxa de desemprego caiu para 3,5%, o menor índice desde 1969.
Esses dados, em conjunto, desenharam um cenário bastante claro para os mercados: a águia americana não está conseguindo mais voar tão alto. Vale lembrar que, nos últimos meses, a economia dos EUA estava destoando do resto do mundo e se mantinha relativamente sólida, enquanto China, Europa e Japão estavam patinando.
Assim, o dólar teve uma semana de alívio generalizado, voltando a se aproximar do nível dos R$ 4,00 — por aqui, a moeda americana no segmento à vista não consegue ficar abaixo desse patamar desde 15 de agosto.
Auxílio para o voo?
Mas, em meio a todos esses sinais de fraqueza da águia, o mercado começou a trabalhar com uma hipótese: o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) assumiria o protagonismo e daria uma ajudinha para que o predador continue confortável no topo da cadeia alimentar.
Ou seja: os agentes financeiros apostam que, com os sinais de desaquecimento da economia americana, o Fed será forçado a promover um corte de juros mais intenso, de modo a sustentar a atividade do país. E essa crença, paradoxalmente, acabou dando força às bolsas na reta final da semana.
"Com as notícias ruins, o pessoal acha que o médico vai aumentar a dosagem do remédio...", diz Glauco Legat, analista-chefe da Necton.
Nesta sexta-feira, o Dow Jones e o S&P 500 fecharam em alta de 1,42%, enquanto o Nasdaq avançou 1,40%. Os dois primeiros índices ainda fecharam a semana com uma leve queda acumulada, mas o terceiro obteve um saldo ligeiramente positivo desde segunda.
Essa tese do mercado ganhou ainda mais força nesta tarde, quando o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou em discurso que a instituição irá atuar para manter a economia americana num bom lugar pelo maior tempo possível — o que foi entendido como um sinal de que o BC está aberto a novos cortes de juro.
Além disso, vale ressaltar que, na próxima semana, ocorre o encontro formal entre autoridades de primeiro escalão dos EUA e da China, dando continuidade às negociações da guerra comercial. E, com a economia americana baqueada, aumenta a expectativa quanto ao estabelecimento de algum tipo de acerto entre as partes.
E o Ibovespa? Bem, o principal índice da bolsa brasileira fechou o pregão de hoje com alta firme de 1,02%, aos 102.551,32 pontos, pegando carona nos mercados acionários americanos. Mas, no acumulado da semana, a praça brasileira acumulou perdas firmes de 2,40%, destoando do alívio no dólar à vista.
Essa diferença de desempenho entre o Ibovespa e as bolsas dos EUA pode ser explicada, em grande parte, pelo noticiário doméstico — em especial, às novidades pouco animadoras no front da tramitação da reforma da Previdência.
Surpresas em Brasília
Por aqui, o cenário político voltou a trazer cautela às operações. O texto-base das novas regras da aposentadoria foi aprovado em primeiro turno pelo plenário do Senado, mas sofreu uma nova desidratação no processo — uma perda que não estava no radar dos mercados.
Além disso, a tramitação da proposta pode sofrer com novos atrasos: lideranças da Casa já sinalizaram que a votação no segundo turno não deve ocorrer antes do dia 21 — originalmente, o processo deveria ser concluído no dia 10.
Esses dois fatores fizeram com que a Previdência voltasse aos holofotes do mercado: o tema já era dado como página virada, e a etapa do Senado era vista como protocolar. No entanto, desentendimentos entre governo e Congresso criaram obstáculos à tramitação e elevaram a percepção de risco por parte dos agentes financeiros.
O cenário-base ainda é de aprovação do texto, mas os eventos dessa semana trouxeram dois desdobramentos negativos: em primeiro lugar, há o enfraquecimento da potência fiscal da proposta em si; em segundo, há um atraso maior para que as outras pautas econômicas do governo — como a reforma tributária — consigam avançar.
Angústia da espera: Ibovespa reage a plano estratégico e dividendos da Petrobras (PETR4) enquanto aguarda pacote de Haddad
Pacote fiscal é adiado para o início da semana que vem; ministro da Fazenda antecipa contingenciamento de mais de R$ 5 bilhões
Tesouro IPCA+ é imbatível no longo prazo e supera a taxa Selic, diz Inter; título emitido há 20 anos rendeu 1.337%
Apesar de volatilidade no curto prazo, em janelas de tempo maiores, título indexado à inflação é bem mais rentável que a taxa básica
Bolsa caindo à espera do pacote fiscal que nunca chega? Vale a pena manter ações na carteira, mas não qualquer uma
As ações brasileiras estão negociando por múltiplos que não víamos há anos. Isso significa que elas estão baratas, e qualquer anúncio de corte de gastos minimamente satisfatório, que reduza um pouco os riscos, os juros e o dólar, deveria fazer a bolsa engatar um forte rali de fim de ano.
Em recuperação judicial, AgroGalaxy (AGXY3) planeja grupamento de ações para deixar de ser ‘penny stock’; saiba como será a operação
Empresa divulgou um cronograma preliminar após questionamentos da B3 no início deste mês sobre o preço das ações ordinárias de emissão da varejista
Inter (INBR32) projeta Ibovespa a 143.200 mil pontos em 2025 e revela os setores que devem puxar a bolsa no ano que vem
Mesmo com índice pressionado por riscos econômicos e valuations baixos, o banco estima que o lucro por ação da bolsa deve crescer 18%
Vale (VALE3) é a nova queridinha dos dividendos: mineradora supera Petrobras (PETR4) e se torna a maior vaca leiteira do Brasil no 3T24 — mas está longe do pódio mundial
A mineradora brasileira depositou mais de R$ 10 bilhões para os acionistas entre julho e setembro deste ano, de acordo com o relatório da gestora Janus Henderson
Regulação do mercado de carbono avança no Brasil, mas deixa de lado um dos setores que mais emite gases estufa no país
Projeto de Lei agora só precisa da sanção presidencial para começar a valer; entenda como vai funcionar
‘O rali ainda não acabou’: as ações desta construtora já saltam 35% no ano e podem subir ainda mais antes que 2024 termine, diz Itaú BBA
A performance bate de longe a do Ibovespa, que recua cerca de 4% no acumulado anual, e também supera o desempenho de outras construtoras que atuam no mesmo segmento
“Minha promessa foi de transformar o banco, mas não disse quando”, diz CEO do Bradesco (BBDC4) — e revela o desafio que tem nas mãos daqui para frente
Na agenda de Marcelo Noronha está um objetivo principal: fazer o ROE do bancão voltar a ultrapassar o custo de capital
A arma mais poderosa de Putin (até agora): Rússia cruza linha vermelha contra a Ucrânia e lança míssil com capacidade nuclear
No início da semana, Kiev recebeu autorização dos EUA para o uso de mísseis supersônicos; agora foi a vez de Moscou dar uma resposta
O Google vai ser obrigado a vender o Chrome? Itaú BBA explica por que medida seria difícil — mas ações caem 5% na bolsa mesmo assim
Essa seria a segunda investida contra monopólios ilegais nos EUA, desde a tentativa fracassada de desmembrar a Microsoft, há 20 anos
Nvidia (NVDC34) vê lucro mais que dobrar no ano — então, por que as ações caem 5% hoje? Entenda o que investidores viram de ruim no balanço
Ainda que as receitas tenham chegado perto dos 100% de crescimento, este foi o primeiro trimestre com ganhos percentuais abaixo de três dígitos na comparação anual
Com dólar acima de R$ 5,80, Banco Central se diz preparado para atuar no câmbio, mas defende políticas para o equilíbrio fiscal
Ainda segundo o Relatório de Estabilidade Financeira do primeiro semestre, entidades do sistema podem ter de elevar provisões para perdas em 2025
Do pouso forçado às piruetas: Ibovespa volta do feriado com bolsas internacionais em modo de aversão ao risco e expectativa com pacote
Investidores locais aguardam mais detalhes do pacote fiscal agora que a contribuição do Ministério da Defesa para o ajuste é dada como certa
Que crise? Weg (WEGE3) quer investir US$ 62 milhões na China para aumentar capacidade de fábrica
O investimento será realizado nos próximos anos e envolve um plano que inclui a construção de um prédio de 30 mil m², com capacidade para fabricação de motores de alta tensão
Como a Embraer (EMBR3) passou de ameaçada pela Boeing a rival de peso — e o que esperar das ações daqui para frente
Mesmo com a disparada dos papéis em 2024, a perspectiva majoritária do mercado ainda é positiva para a Embraer, diante das avenidas potenciais de crescimento de margens e rentabilidade
É hora de colocar na carteira um novo papel: Irani (RANI3) pode saltar 45% na B3 — e aqui estão os 3 motivos para comprar a ação, segundo o Itaú BBA
O banco iniciou a cobertura das ações RANI3 com recomendação “outperform”, equivalente a compra, e com preço-alvo de R$ 10,00 para o fim de 2025
Em busca de dividendos? Curadoria seleciona os melhores FIIs e ações da bolsa para os ‘amantes’ de proventos (PETR4, BBAS3 e MXRF11 estão fora)
Money Times, portal parceiro do Seu Dinheiro, liberou acesso gratuito à carteira Double Income, que reúne os melhores FIIs, ações e títulos de renda fixa para quem busca “viver de renda”
R$ 4,1 bilhões em concessões renovadas: Copel (CPLE6) garante energia para o Paraná até 2054 — e esse banco explica por que você deve comprar as ações
Companhia paranaense fechou o contrato de 30 anos referente a concessão de geração das usinas hidrelétricas Foz do Areia, Segredo e Salto Caxias
Ações da Embraer (EMBR3) chegam a cair mais de 4% e lideram perdas do Ibovespa. UBS BB diz que é hora de desembarcar e Santander segue no voo
O banco suíço rebaixou a recomendação para os papéis da Embraer de neutro para venda, enquanto o banco de origem espanhola seguiu com a indicação de compra; entenda por que cada um pegou uma rota diferente