🔴 QUER INVESTIR NAS MELHORES CRIPTOMOEDAS DO MOMENTO? SAIBA COMO CLICANDO AQUI

Victor Aguiar

Victor Aguiar

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pelo Instituto Educacional BM&FBovespa. Trabalhou nas principais redações de economia do país, como Bloomberg, Agência Estado/Broadcast e Valor Econômico. Em 2020, foi eleito pela Jornalistas & Cia como um dos 10 profissionais de imprensa mais admirados no segmento de economia, negócios e finanças.

De volta a R$ 3,89

Guerra comercial e movimentos dos BCs fazem o dólar subir mais de 3% na semana

O dólar à vista subiu forte na semana, influenciado pela tensão dos mercados em relação aos cortes nos juros e à guerra comercial entre EUA e China

Victor Aguiar
Victor Aguiar
2 de agosto de 2019
10:31 - atualizado às 18:32
Dólar Forte
Dólar à vista se fortaleceu e chegou ao patamar de R$ 3,89 pela primeira vez desde junhoImagem: Shutterstock

O mercado abriu a semana estressado, com um único assunto em mente: a decisão de juros nos Estados Unidos e no Brasil — e a incerteza quanto às posturas a serem adotadas pelo Federal Reserve (Fed) e pelo Banco Central do Brasil (BCB) em relação aos próximos passos da política monetária.

O mercado passou o meio da semana estressado: os martelos dos BCs só foram batidos na quarta-feira (31), e nem tudo correu conforme os agentes financeiros gostariam. Afinal, apesar de ambas as instituições terem reduzido os juros dos países, o Fed deu a entender que o movimento nos EUA foi apenas pontual.

O mercado fechou a semana estressado: passado o turbilhão das decisões de juros, a guerra comercial entre Estados Unidos e China voltou aos holofotes — e gerou uma onda de aversão ao risco que atingiu em cheio as negociações globais, especialmente no câmbio.

O resumo dessa história pode ser visto no comportamento do dólar à vista: a moeda americana fechou em alta nas últimas cinco sessões — nesta sexta-feira (2), avançou 1,15%, a R$ 3,8915 — é o maior nível de encerramento desde 17 de junho. Com os ganhos de hoje, o dólar à vista acumulou alta de 3,15% na semana.

Já o Ibovespa conseguiu sustentar um desempenho melhor: teve alta de 0,54% nesta sexta-feira, a 102.673,68 pontos, embora tenha acumulado baixa de 0,14% desde segunda-feira. É a quarta semana consecutiva em que o principal índice da bolsa brasileira fica com saldo vermelho.

O Ibovespa foi menos afetado por todo esse contexto de tensão porque o índice contou com alguns fatores para amenizar tais efeitos. Por aqui, a temporada de balanços corporativos contribuiu para dar um ânimo às negociações no mercado de ações — e a própria postura do Copom serviu para impulsionar o índice.

Leia Também

No entanto, o dólar à vista não teve nenhum amortecedor — e, ao contrário do Ibovespa, a diferença na abordagem dos BCs desfavorece o real ante a moeda americana. Como resultado, o dólar teve um amplo fortalecimento na semana, se aproximando novamente do patamar de R$ 3,90.

O dólar à vista ganhou força nesta semana
O dólar à vista ganhou força nesta semana - Imagem: Seu Dinheiro

Juros, juros, juros

A questão das políticas monetárias concentrou a atenção dos mercados na primeira metade da semana — e, sem ter clareza quanto ao que poderia acontecer na "super quarta-feira", o mercado adotou uma postura mais cautelosa, especialmente no câmbio.

Essa abordagem mais defensiva disparou um movimento clássico dos períodos de aversão ao risco: os agentes financeiros se desfizeram dos ativos emergentes e correram para a segurança do dólar. Assim, a moeda americana se valorizou em relação às divisas com esse perfil, como o real, o peso mexicano e o rublo russo, entre outras.

E a "super quarta-feira" mostrou que essa postura estava correta, uma vez que o Fed quebrou as expectativas do mercado. A autoridade monetária americana reduziu os juros do país em 0,25 ponto — conforme esperado pelos agentes financeiros —, mas depois deu sinais considerados decepcionantes.

O presidente da instituição, Jerome Powell, deu a entender que o movimento atual do Fed foi "pontual" e que não implicava no início de um ciclo prolongado de corte de juros — uma postura frontalmente diferente do que era aguardado pelos mercados. E isso se traduziu em mais aversão ao risco, dando mais força ao dólar.

Ainda na quarta-feira, o BC também cortou os juros do Brasil, mas numa intensidade maior: de 0,5 ponto, para o nível de 6% ao ano. Só que, diferentemente do Fed, a autoridade monetária brasileira deixou a porta aberta para mais reduções da Selic daqui para frente.

Essa diferença de postura entre os dois bancos centrais tem implicações diferentes para o Ibovespa e para o dólar. Juros mais baixos reduzem a rentabilidade das aplicações em renda fixa, o que acaba estimulando os investidores a buscarem ativos mais arriscados para conseguirem retornos mais atraentes — e, no caso, a bolsa é uma dessas opções.

Assim, o corte de juros e a postura firme do Copom provocaram uma corrida à bolsa na quinta-feira (1). No entanto, o mesmo não foi visto no dólar à vista.

A explicação é técnica: com os juros brasileiros caindo mais rápido que os americanos, diminui o diferencial entre as taxas dos dois países, e, assim, é menor o apelo do chamado carry trade — uma operação em que o investidor capta dinheiro “barato” lá fora, entra com ele no Brasil e ganha o diferencial de juros. Meu colega Eduardo Campos explica melhor essa questão nesta matéria especial.

Assim, apesar de a bolsa ter passado por um alívio, o dólar seguiu pressionado. E, na tarde de quinta-feira, a situação piorou ainda mais...

Guerra via Twitter

Enquanto os mercados globais ainda se ajustavam às sinalizações emitidas pelos bancos centrais, o presidente dos EUA, Donald Trump, foi ao Twitter para comentar sobre as negociações comerciais com a China. E os comentários não foram exatamente amigáveis.

O republicano anunciou que iria aplicar tarifas de 10% sobre mais US$ 300 bilhões em produtos importados chineses a partir de 1º de setembro — esse montante não inclui os US$ 250 bilhões em mercadorias da China que já sofrem com sobretaxas de 25%.

O reaquecimento da guerra comercial mexeu com a confiança dos mercados, que temem que a escalada nos atritos entre Washington e Pequim se traduzam num enfraquecimento maior da economia global. Como resultado, as bolsas americanas mergulharam ao campo negativo e o dólar disparou — o Ibovespa ainda sustentou leve alta, mas se afastou das máximas.

E, nesta sexta-feira, esse pessimismo e forte aversão ao risco continuaram dando as cartas para o mercado. "Ninguém quer ficar posicionado, sendo que temos o fim de semana pela frente e podemos ter outras notícias ruins nos próximos dias", diz um operador. "Na dúvida, é melhor vender".

Por mais que autoridades americanas tenham sinalizado que as novas tarifas podem ser suspensas caso a China se mostre aberta a negociar, porta-vozes do governo chinês afirmaram que será necessário adotar medidas "para defender os interesses do país". Com isso, o tom seguiu firmemente negativo nos mercados globais.

O Dow Jones fechou o pregão de hoje em queda de 0,37%, o S&P 500 recuou 0,73% e o Nasdaq teve baixa de 1,32% — na semana, os índices acumularam perdas de 2,71%, 3,10% e 3,92%, nesta ordem. Já o Ibovespa foi contra a maré e encerrou o dia no campo positivo, graças ao bom desempenho de duas ações

Alívio estatal

O desempenho do Ibovespa só não foi pior porque as ações da Petrobras tiveram altas firme. Os papéis PN da estatal (PETR4) avançaram 3,59%, enquanto as ONs (PETR3) subiram 3,03%, despontando entre os maiores ganhos do índice nesta sexta-feira.

Dois fatores ajudam a explicar essas altas das ações. Em primeiro lugar, há o balanço trimestral da companhia — a Petrobras reportou lucro líquido de R$ 18,9 bilhões, cifra impulsionada pela venda da Transportadora Associada de Gás (TAG). Sem esse efeito, o lucro teria sido de R$ 5,157 bilhões, uma queda de 53% na base anual.

Apesar disso, analistas destacam que a estatal conseguiu gerar caixa e reduzir o endividamento no trimestre, fatores que dão uma percepção positiva ao balanço. Além disso, as ações da empresa também são ajudadas pela recuperação do petróleo no exterior: o WTI subiu 3,17% e o Brent teve alta de 2,30%.

Ajuste positivo nos juros

A curva de juros resistiu à apreensão global e passou apenas por alguns ajustes positivos nesta sexta-feira. Os DIs seguem ancorados na expectativa de novos cortes na Selic ainda neste ano, conforme sinalizado pelo Copom na última quarta-feira — a autoridade monetária já promoveu uma redução de 0,5 ponto na taxa, para 6% ao ano.

Nesse contexto, as curvas com vencimento em janeiro de 2020 subiram de 5,501% para 5,505%, e as para janeiro de 2021 avançaram de 5,40% para 5,42%. Na ponta longa, os DIs para janeiro de 2023 tiveram alta de 6,35% para 6,37%, enquanto os para janeiro de 2025 ficaram estáveis em 6,91%.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Que telefone vai tocar primeiro: de Xi ou de Trump? Expectativa mexe com os mercados globais; veja o que esperar desta quinta

17 de abril de 2025 - 8:36

Depois do toma lá dá cá tarifário entre EUA e China, começam a crescer as expectativas de que Xi Jinping e Donald Trump possam iniciar negociações. Resta saber qual telefone irá tocar primeiro.

IR 2025

Como declarar ETF no imposto de renda 2025, seja de ações, criptomoedas ou renda fixa

17 de abril de 2025 - 7:03

Os fundos de índice, conhecidos como ETFs, têm cotas negociadas em bolsa, e podem ser de renda fixa ou renda variável. Veja como informá-los na declaração em cada caso

DRAGÃO À ESPREITA

É hora de aproveitar a sangria dos mercados para investir na China? Guerra tarifária contra os EUA é um risco, mas torneira de estímulos de Xi pode ir longe 

17 de abril de 2025 - 6:12

Parceria entre a B3 e bolsas da China pode estreitar o laço entre os investidores do dois países e permitir uma exposição direta às empresas chinesas que nem os EUA conseguem oferecer; veja quais são as opções para os investidores brasileiros investirem hoje no Gigante Asiático

BATEU TETO

Fim da linha para a Vale (VALE3)? Por que o BB BI deixou de recomendar a compra das ações e cortou o preço-alvo

16 de abril de 2025 - 20:31

O braço de investimentos do Banco do Brasil vai na contramão da maioria das indicações para o papel da mineradora

MOMENTO DESAFIADOR

EUA aprovam bolsa de valores focada em sustentabilidade, que pode começar a operar em 2026

16 de abril de 2025 - 13:14

A Green Impact Exchange pretende operar em um mercado estimado em US$ 35 trilhões

DESTAQUES DA BOLSA

Ações da Brava Energia (BRAV3) sobem forte e lideram altas do Ibovespa — desta vez, o petróleo não é o único “culpado”

16 de abril de 2025 - 12:40

O desempenho forte acontece em uma sessão positiva para o setor de petróleo, mas a valorização da commodity no exterior não é o principal catalisador das ações BRAV3 hoje

COMPRAR OU VENDER

Correr da Vale ou para a Vale? VALE3 surge entre as maiores baixas do Ibovespa após dado de produção do 1T25; saiba o que fazer com a ação agora

16 de abril de 2025 - 12:24

A mineradora divulgou queda na produção de minério de ferro entre janeiro e março deste ano e o mercado reage mal nesta quarta-feira (16); bancos e corretoras reavaliam recomendação para o papel antes do balanço

HORA DE BATER O MARTELO

Acionistas da Petrobras (PETR4) votam hoje a eleição de novos conselheiros e pagamento de dividendos bilionários. Saiba o que está em jogo

16 de abril de 2025 - 11:44

No centro da disputa pelas oito cadeiras disponíveis no conselho de administração está o governo federal, que tenta manter as posições do chairman Pietro Mendes e da CEO, Magda Chambriard

MEXENDO

Deu ruim para Automob (AMOB3) e LWSA (LWSA3), e bom para SmartFit (SMFT3) e Direcional (DIRR3): quem entra e quem sai do Ibovespa na 2ª prévia

16 de abril de 2025 - 11:05

Antes da carteira definitiva entrar em vigor, a B3 divulga ainda mais uma prévia, em 1º de maio. A nova composição entra em vigor em 5 de maio e permanece até o fim de agosto

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Até tu, Nvidia? “Queridinha” do mercado tomba sob Trump; o que esperar do mercado nesta quarta

16 de abril de 2025 - 8:37

Bolsas continuam de olho nas tarifas dos EUA e avaliam dados do PIB da China; por aqui, investidores reagem a relatório da Vale

IR 2025

Como declarar ações no imposto de renda 2025

16 de abril de 2025 - 7:37

Declarar ações no imposto de renda não é trivial, e não é na hora de declarar que você deve recolher o imposto sobre o investimento. Felizmente a pessoa física conta com um limite de isenção. Saiba todos os detalhes sobre como declarar a posse, compra, venda, lucros e prejuízos com ações no IR 2025

O PAÍS DA RENDA FIXA

As empresas não querem mais saber da bolsa? Puxada por debêntures, renda fixa domina o mercado com apetite por títulos isentos de IR

15 de abril de 2025 - 14:32

Com Selic elevada e incertezas no horizonte, emissões de ações vão de mal a pior, e companhias preferem captar recursos via dívida — no Brasil e no exterior; CRIs e CRAs, no entanto, veem emissões caírem

ENTREVISTA EXCLUSIVA

Depois de derreter mais de 90% na bolsa, Espaçolaser (ESPA3) diz que virada chegou e aposta em mudança de fornecedor em nova estratégia

15 de abril de 2025 - 13:40

Em seu primeiro Investor Day no cargo, o CFO e diretor de RI Fabio Itikawa reforça resultados do 4T24 como ponto de virada e divulga plano de troca de fornecedor para reduzir custos

JUROS X DIVIDENDOS

Dividendos da Petrobras (PETR4) podem cair junto com o preço do petróleo; é hora de trocar as ações pelos títulos de dívida da estatal?

15 de abril de 2025 - 12:52

Dívida da empresa emitida no exterior oferece juros na faixa dos 6%, em dólar, com opções que podem ser adquiridas em contas internacionais locais

ANTES DA OPA

Península de saída do Atacadão: Família Diniz deixa quadro de acionistas do Carrefour (CRFB3) dias antes de votação sobre OPA

15 de abril de 2025 - 9:29

Após reduzir a fatia que detinha na varejista alimentar ao longo dos últimos meses, a Península decidiu vender de vez toda a participação restante no Atacadão

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Respira, mas não larga o salva-vidas: Trump continua mexendo com os humores do mercado nesta terça

15 de abril de 2025 - 8:14

Além da guerra comercial, investidores também acompanham balanços nos EUA, PIB da China e, por aqui, relatório de produção da Vale (VALE3) no 1T25

AGENDA DE RESULTADOS

Temporada de balanços 1T25: Confira as datas e horários das divulgações e das teleconferências

15 de abril de 2025 - 6:47

De volta ao seu ritmo acelerado, a temporada de balanços do 1T25 começa em abril e revela como as empresas brasileiras têm desempenhado na nova era de Donald Trump

MILEI FAZENDO HISTÓRIA

Vai dar para ir para a Argentina de novo? Peso desaba 12% ante o dólar no primeiro dia da liberação das amarras no câmbio

14 de abril de 2025 - 18:22

A suspensão parcial do cepo só foi possível depois que o governo de Javier Milei anunciou um novo acordo com o FMI no valor de US$ 20 bilhões

MERCADOS HOJE

Alívio na guerra comercial injeta ânimo em Wall Street e ações da Apple disparam; Ibovespa acompanha a alta

14 de abril de 2025 - 11:27

Bolsas globais reagem ao anúncio de isenção de tarifas recíprocas para smartphones, computadores e outros eletrônicos

REESTRUTURAÇÃO DA AÉREA

Azul (AZUL4) busca até R$ 4 bilhões em oferta de ações e oferece “presente” para acionistas que entrarem no follow-on; ações sobem forte na B3

14 de abril de 2025 - 10:17

Com potencial de superar os R$ 4 bilhões com a oferta, a companhia aérea pretende usar recursos para melhorar estrutura de capital e quitar dívidas com credores

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar