Centrais sindicais preparam greve geral contra reforma da Previdência no dia 14
Prioridade dos sindicatos é que os trabalhadores “cruzem os braços” a partir da madrugada de sexta-feira
Centrais sindicais de todo o País estão convocando trabalhadores de diversas categorias para uma greve geral na próxima sexta-feira, 14. Objetivo, de acordo com líderes das entidades, é protestar contra o projeto do governo de reforma da Previdência.
Também fazem parte das reivindicações temas como maior geração de empregos formais, retomada do crescimento da economia e contingenciamento na Educação.
Segundo os movimentos, a prioridade é que os trabalhadores "cruzem os braços" a partir da madrugada de sexta-feira, 14, com manifestações sendo utilizadas como complemento à paralisação.
"A imagem que queremos é a Paulista deserta, ruas desertas no dia, como se estivéssemos em 28 de abril de 2017 (quando houve greve geral no País)", afirma o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas. "As manifestações são apoio, mas o dia é de greve", completa.
O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves Juruna, disse que um dos pontos essenciais é adesão do setor de transportes, em todas as categorias, para a greve. "É essencial que parem porque, se eles não aderirem, a impressão é de que não houve paralisação. São categorias expressivas de demonstrações de poder dos trabalhadores", diz.
Segundo o Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo (SindMotoristas), em reunião realizada nesta segunda-feira, 10, em São Paulo, a categoria aderiu à paralisação para a partir da 0h.
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Diretor do sindicato, Francisco Xavier, o Chiquinho, disse que a adesão foi acolhida de maneira unânime na plenária. "Não é uma greve só pela greve, reivindicamos uma situação que atende a todos os brasileiros. As pessoas estão se sentindo incomodadas e prejudicadas (com a reforma da Previdência), e as centrais estão dando sua contribuição. A reforma traz prejuízos", afirma.
Os sindicatos dos ferroviário e dos metroviários de São Paulo concordaram em paralisar as atividades na sexta-feira.
No metrô todas as linhas devem parar, inclusive a 4-Amarela e 5-Lilás, da iniciativa privada, e os trens da CPTM não devem circular.
Os ferroviários da Sorocabana, 5 mil trabalhadores que atuam com trens de carga e de passageiros, de Santos a Campinas e de São Paulo a Presidente Epitácio, também aderiram.
Na área da educação, as atividades do dia no setor público devem ser canceladas. A vice-presidente do Sindicato dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), professora Qelli Rocha, afirmou que os atos de rua devem ocorrer entre o final da tarde e início da noite de sexta.
"Temos problemas conjunturais. Na área da educação, o contingenciamento, ou melhor, os cortes, nos impulsionou a paralisar. É a retirada de direitos sociais que conquistamos desde a constituição de 1988."
Segundo ela, também vão aderir à greve a Associação Nacional de Pós-graduandos (ANPG), a Nacional dos Estudantes em Ensino Técnico (Fenet), Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e a União Nacional dos Estudantes (UNE).
Em relação às escolas privadas, o presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep) afirmou que a orientação aos sindicatos é de não aderir à greve. "Em geral, deve funcionar normalmente. Entendemos que a escola não deve fazer greve e, caso o funcionário venha a aderir, que seja descontado o dia de trabalho", afirmou.
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