Não há ‘plano B’ e, se não fizer a reforma da Previdência, País quebra em dois anos, diz Bolsonaro
Presidente não falou, no entanto, sobre o destaque aprovado na noite de terça-feira que retirou recursos da reforma.
O presidente da República, Jair Bolsonaro, disse, na saída do Palácio da Alvorada, na manhã desta quarta-feira, 2, que a reforma da Previdência é necessária e que, se ela não for feita, o Brasil "quebra em dois anos". "Não tem ano B, nem pra mim, nem pra ninguém", disse,
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A declaração do presidente é a primeira após o Senado aprovar a proposta de reforma da Previdência em primeiro turno, mas eliminar R$ 76,4 bilhões da economia esperada em dez anos. Em meio às pressões contra o governo por mais recursos aos Estados, a Casa retirou todas as mudanças que seriam feitas nas regras do abono salarial, o que baixou a economia.
O mercado sentiu os efeitos negativos de Brasília. Por volta de 11h30, o principal índice da bolsa brasileira recuava 2,13%, aos 101.841,80 pontos. Também contribuía para o desempenho o tom negativo visto no exterior. Acompanhe nossa cobertura de mercados.
Entenda
A proposta aprovada na Câmara dos Deputados restringia o pagamento do benefício, no valor de um salário mínimo (R$ 998), a quem recebe até R$ 1.364,43 por mês. Com a derrota no Senado, ficam valendo as regras atuais, que garantem o repasse a quem ganha até dois salários mínimos.
A votação em separado desse dispositivo foi solicitada pela bancada do Cidadania. O governo precisava garantir 49 votos favoráveis ao trecho, mas só teve 42 apoiadores. Pela derrubada da alteração, foram 30 senadores.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), negou que a derrota imposta aos senadores seja um recado ao governo sobre a necessidade de negociar os recursos do megaleilão e o chamado Pacto Federativo, que reúne outras pautas de descentralização de verbas para governadores e prefeitos.
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Mais cedo, senadores avisaram que podem atrasar a votação da Previdência em segundo turno se a equipe econômica não garantir o repasse de parte do bônus de assinatura aos Estados.
Segundo o presidente do Senado, contribuiu o fato de que alguns senadores estão fora do Brasil, em viagem oficial. De acordo com Alcolumbre, foi "fundamental" a votação do texto-base, com placar de 56 a 19 - um quórum de 76 votos. Mas a presença em plenário foi caindo minuto a minuto.
Para ele, era preciso ter um controle mais próximo do governo sobre os senadores da base. O Senado ainda pode promover alterações no texto da reforma da Previdência que drenariam mais de R$ 200 bilhões adicionais da economia esperada com a proposta em uma década.
Com a derrota, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), encerrou a sessão e prometeu retomá-la nesta quarta-feira.
*Com Estadão Conteúdo
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