Governo deveria apresentar agenda de reformas para 2 anos, diz Pastore, ex-presidente do BC
Affonso Pastore defende que o governo apresente uma agenda de reformas capaz de reduzir as incertezas em torno da política econômica

O economista Affonso Celso Pastore, ex-presidente do Banco Central (BC), criticou nesta segunda-feira, 20, a falta de uma estratégia do governo para enfrentar a estagnação econômica, classificada por ele como "depressão" em relatório divulgado recentemente.
Para Pastore, o governo deveria apresentar uma agenda de reformas para os próximos dois anos, capaz de reduzir as incertezas em torno da política econômica.
"O que eu gostaria de ver era que o governo, em vez de discutir se o Olavo tem razão, se quem tem razão é o 01 ou o 02, mostrasse a estratégia para tirar o País dessa situação", afirmou Pastore, em seminário promovido pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) e pelo jornal Valor Econômico, no Rio, se referindo ao escritor Olavo de Carvalho e aos filhos do presidente Jair Bolsonaro.
Para Pastore, se os economistas ficarem "discutindo se dá pra cortar 0,25 ponto da Selic ou não, vamos ficar patinando no mesmo lugar".
PIBinho no radar
Pastore também fez a avaliação de que a economia brasileira crescerá em torno de 1,0% neste ano, com uma probabilidade maior de ficar abaixo disso.
Chamando atenção para a lentidão da recuperação da economia, Pastore ressaltou que a taxa básica de juros (Selic, hoje em 6,5% ao ano) está em nível de produzir estímulos e até pode ser baixada, mas apenas com "respaldo fiscal".
Leia Também
"Estamos vendo uma recuperação da renda per capita a passo de cágado manco andando de muleta", afirmou Pastore, em palestra durante seminário promovido pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) e pelo jornal Valor Econômico, no Rio.
No quadro traçado por Pastore, a economia seguirá se arrastando nesse ritmo, porque não há fontes de impulso para a demanda agregada. Esse impulso não pode vir dos gastos do governo, nem do consumo das famílias, nem das exportações e, mesmo no caso dos investimentos em infraestrutura, o impulso só viria de 2021. "Nem os investimentos são uma força indutora da recuperação. O melhor quadro é uma economia que vai se arrastar na recuperação", afirmou Pastore.
Nesse quadro, o ex-presidente do BC recomendou cautela na discussão sobre novas rodadas de redução na Selic. Em primeiro lugar, Pastore mostrou quatro estimativas diferentes sobre a taxa de juro neutro da economia, todas na casa de 4,0% ao ano e destacou que a taxa de juro real ex-ante em um ano hoje está entre 2,5% e 2,7% ao ano.
"Está abaixo da taxa neutra, então é estimulante. Mas se você tem uma economia que não reage, pode reduzir", disse Pastore.
Para o economista, uma eventual redução deve levar em conta dois fatores. Um é o risco externo. O outro, mais importante, é fazer reduções num contexto em que o BC não tenha a argumentação a favor de novos cortes não tenha credibilidade.
"Com bom respaldo fiscal, não vejo problema de usar uma dose monetária adicional", disse Pastore, citando que o BC poderia fazer dois cortes de 0,25 ponto porcentual caso uma boa reforma da Previdência seja aprovada. "Agora, se for pro outro lado, o mais provável é que tenha inclinação da curva (de juros). Se tiver, em vez de produzir estímulo, vai gerar desestímulo", completou o ex-presidente do BC.
*Com Estadão Conteúdo.
Acionistas da Petrobras (PETR4) votam hoje a eleição de novos conselheiros e pagamento de dividendos bilionários. Saiba o que está em jogo
No centro da disputa pelas oito cadeiras disponíveis no conselho de administração está o governo federal, que tenta manter as posições do chairman Pietro Mendes e da CEO, Magda Chambriard
O mundo vai pagar um preço pela guerra de Trump — a bolsa já dá sinais de quando e como isso pode acontecer
Cálculos feitos pela equipe do Bradesco mostram o tamanho do tombo da economia global caso o presidente norte-americano não recue em definitivo das tarifas
Respira, mas não larga o salva-vidas: Trump continua mexendo com os humores do mercado nesta terça
Além da guerra comercial, investidores também acompanham balanços nos EUA, PIB da China e, por aqui, relatório de produção da Vale (VALE3) no 1T25
Tabela progressiva do IR é atualizada para manter isento quem ganha até 2 salários mínimos; veja como fica e quando passa a valer
Governo editou Medida Provisória que aumenta limite de isenção para R$ 2.428,80 a partir de maio deste ano
Smartphones e chips na berlinda de Trump: o que esperar dos mercados para hoje
Com indefinição sobre tarifas para smartphones, chips e eletrônicos, bolsas esboçam reação positiva nesta segunda-feira; veja outros destaques
Agenda econômica: PIB da China, política monetária na Europa e IGP-10 são destaques em semana de balanços nos EUA
Após dias marcados pelo aumento das tensões entre China e Estados Unidos, indicadores econômicos e os balanços do 1T25 de gigantes como Goldman Sachs, Citigroup e Netflix devem movimentar a agenda desta semana
Eletrobras (ELET3) convoca acionistas para aprovar acordo com governo federal e encerrar disputa
A União ingressou em 2023 com ação questionando dispositivo do estatuto da Eletrobras que limitou a 10% o poder de voto de qualquer acionista
JP Morgan reduz projeção para o PIB brasileiro e vê leve recessão no segundo semestre; cortes de juros devem começar no fim do ano
Diante dos riscos externos com a guerra tarifária de Trump, economia brasileira deve retrair na segunda metade do ano; JP agora vê Selic em 1 dígito no fim de 2026
Dividendos e JCP: Santander (SANB11) anuncia o pagamento de R$ 1,5 bilhão em proventos; veja quem mais paga
Acionistas que estiverem inscritos nos registros do banco no dia 17 de abril terão direito ao JCP
Não foi só o Banco Master: entre os CDBs mais rentáveis de março, prefixado do Santander paga 15,72%, e banco chinês oferece 9,4% + IPCA
Levantamento da Quantum Finance traz as emissões com taxas acima da média do mercado; no mês passado, estoque de CDBs no país chegou a R$ 2,57 trilhões, alta de 14,3% na base anual
Sai Durigan, entra Anelize: Banco do Brasil (BBAS3) convoca assembleia de acionistas para trocar 5 dos 8 membros do conselho; veja as indicações
Colegiado passará por mudanças depois de governo Lula ter manifestado a intenção de trocar liderança do conselho; reunião está marcada para 30 de abril do Banco do Brasil
Prazo de validade: Ibovespa tenta acompanhar correção das bolsas internacionais, mas ainda há um Trump no meio do caminho
Bolsas recuperam-se parcialmente das perdas dos últimos dias, mas ameaça de Trump à China coloca em risco a continuidade desse movimento
Retaliação da China ao tarifaço de Trump derrete bolsas ao redor do mundo; Hong Kong tem maior queda diária desde 1997
Enquanto as bolsas de valores caem ao redor do mundo, investidores especulam sobre possíveis cortes emergenciais de juros pelo Fed
Agenda econômica: IPCA, ata do Fomc e temporada de balanços nos EUA agitam semana pós-tarifaço de Trump
Além de lidar com o novo cenário macroeconômico, investidores devem acompanhar uma série de novos indicadores, incluindo o balanço orçamentário brasileiro, o IBC-Br e o PIB do Reino Unido
Banco Master: Reunião do Banco Central indica soluções para a compra pelo BRB — propostas envolvem o BTG
Apesar do Banco Central ter afirmado que a reunião tratou de “temas atuais”, fontes afirmam que o encontro foi realizado para discutir soluções para o Banco Master
O agente do caos retruca: Trump diz que China joga errado e que a hora de ficar rico é agora
O presidente norte-americano também comentou sobre dados de emprego, juros, um possível acordo para zerar tarifas do Vietnã e a manutenção do Tik Tok por mais 75 dias nos EUA
A pressão vem de todos os lados: Trump ordena corte de juros, Powell responde e bolsas seguem ladeira abaixo
O presidente do banco central norte-americano enfrenta o republicano e manda recado aos investidores, mas sangria nas bolsas mundo afora continua e dólar dispara
Um café e um pão na chapa na bolsa: Ibovespa tenta continuar escapando de Trump em dia de payroll e Powell
Mercados internacionais continuam reagindo negativamente a Trump; Ibovespa passou incólume ontem
Pix parcelado já tem data marcada: Banco Central deve disponibilizar atualização em setembro e mecanismo de devolução em outubro
Banco Central planeja lançar o Pix parcelado, aprimorar o Mecanismo Especial de Devolução e expandir o pagamento por aproximação ainda em 2025; em 2026, chega o Pix garantido
O ativo que Luis Stuhlberger gosta em meio às tensões globais e à perda de popularidade de Lula — e que está mais barato que a bolsa
Para o gestor do fundo Verde, Brasil não aguenta mais quatro anos de PT sem haver uma “argentinização”