Conhecido pela cautela, Fundo Verde fala em excesso de pessimismo local
Casa comandada por Luis Stuhlberger também enxerga aumento na probabilidade de uma reforma da Previdência robusta, algo que tranquiliza os mercados
A carta de gestão do Fundo Verde, de Luis Stuhlberger, traz uma avaliação pouco comum para uma casa que é conhecida pela cautela e até mesmo certo ceticismo. A gestora vê um “excesso de pessimismo com crescimento econômico” no mercado local e um aumento na probabilidade de uma reforma da Previdência robusta.
Segundo a carta referente ao mês de maio, obviamente o país não está imune à incerteza global, mas dada a volatilidade dos últimos meses e o posicionamento menor dos investidores, a dinâmica local ainda deve ser dominante.
Em função dessa avaliação de excesso de pessimismo, a casa se diz confortável com as posições que carrega no mercado de ações, apesar da alta recente. “O fundo aproveitou a volatilidade da primeira metade do mês para voltar a aumentar sua posição em ações brasileiras”, diz o documento.
Outra gestora conhecida pela postura mais cautelosa, a SPX, de Rogério Xavier, também reconheceu melhora no ambiente político e na chance de aprovação da reforma, mas o fundo mantém posição neutra no mercado de ações.
O ganho de 1,28% no mês, contra 0,54% do CDI, veio justamente das posições em ações e juro real. Já as perdas ocorreram nas posições com juros americanos e na posição libra contra euro.
A carta afirma que houve redução substancial da posição em bolsa americana. A posição aplicada em juro real no meio da curva segue estável, assim como a posição tomada em inclinação de juros nos EUA. E a posição em libra esterlina foi aumentada, dada a volatilidade política que impactou os preços.
Incerteza externa
Na avaliação da gestora, a incerteza sobre crescimento global é hoje a variável mais difícil na formação de preço dos ativos.
O período mostrou um recrudescimento da guerra comercial liderada pelo presidente Donald Trump, com “redução substancial” da probabilidade de um acordo com a China, e inesperada ameaça de tarifas ao México. Além disso, os indicadores mais recentes de crescimento industrial pelo mundo indicam contínua desaceleração.
Com esse conjunto de notícias negativas, os mercados de juros, especialmente nos Estados Unidos, passaram a precificar uma série de cortes de juros, e ativos de risco tiveram correções importantes.
“Não vemos sinais no curto prazo de melhora, e tememos que os cortes de juros não sejam suficientes para amortecer o choque tarifário. Isso nos leva a manter exposição a ativos de risco globais reduzida”, diz a carta.
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