Mu Hak está perto de pedir água e já admite vender a Gafisa
Consultoria Alvarez & Marsal está reunindo investidores interessados em fazer uma oferta pela empresa. A intenção deles é agir rápido antes que seja necessário um pedido de recuperação judicial
Demorou quatro meses, mas Mu Hak You, dono da gestora de recursos GWI, parece admitir que não tem condições de tocar a Gafisa. O Seu Dinheiro apurou que ele já está disposto a vender sua participação de 49,9% na companhia e sinaliza que aceitará até mesmo um preço abaixo do que está na tela da B3 atualmente. As primeiras conversas com investidores interessados devem acontecer nas próximas semanas.
A GWI assumiu o comando da empresa em outubro passado e desde então a Gafisa enfrenta uma série de problemas. As medidas da nova administração depreciaram o operacional da empresa e trazem preocupações sobre a continuidade do negócio. Por outro lado, ações como a polêmica decisão de recomprar ações da companhia - e enxugar o caixa da Gafisa - sustentaram as cotações da ação. Ainda que não seja pelo valor de hoje na bolsa, Mu Hak deve sair dessa investida atabalhoada com lucro.
O Seu Dinheiro apurou que a consultoria Alvarez & Marsal, que costuma olhar atentamente empresas em situações de estresse, está acompanhando a evolução da Gafisa nos últimos meses. A consultoria chegou à conclusão que a marca Gafisa é muito sólida e tem muitas condições de voltar a crescer diante da expectativa de retomada do setor imobiliário no Brasil, após os últimos anos de crise. A avaliação é de que Mu Hak tomou o controle da empresa por interesse financeiro, de vender com lucro sua posição. Desde então, tomou mediadas desencontradas que prejudicaram o negocio.
"A percepção é que a empresa tem problema de caixa e de pessoal, diante das demissões que ele comandou. Mas, por outro lado, pelo que se tem notícia, o landbank (banco de terrenos) da Gafisa é muito valioso e continua por lá. Ele não mexeu nisso, que é vital para a empresa, e a credibilidade da marca também se mantém", disse um dos investidores que conversaram com a Alvarez & Marsal e tem interesse em investir na companhia.
Dá para salvar a Gafisa?
Chances de recuperação do negócio se mantém desde que haja uma solução rápida e ela necessariamente tem de incluir a saída de Mu Hak da Gafisa. "Ninguem topa ser sócio dele. Ele deve ter um preço que lhe garante um retorno e vai livra-los de problemas que poderá ter se acabar com o negocio", afirma o investidor. Procurada por Seu Dinheiro, a Alvarez & Marsal não deu entrevista.
Na próxima semana, as primeiras conversas entre os investidores e Mu Hak deverão acontecer, inclusive para que possam ter um diagnóstico mais preciso sobre a saúde atual da Gafisa e se a percepção sobre suas chances de recuperação se confirmam.
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“Tem gente olhando para entrar na empresa pelo preço correto. Só que tem que ser rápido, se não ele vai destruir a operação”, diz uma fonte que acompanha as negociações. "A proposta que vai ser leva a ele será basicamente dar a ele uma oportunidade de saída do negocio", diz.
O plano de Mu Hak para a tomada de controle da Gafisa foi desenvolvido ano passado e levou a ação, que estava abaixo de R$ 10 para a casa dos R$ 16 até o inicio do ano _ mas ele não encontrou um comprador a esse preço e aparentemente seu fôlego acabou. É difícil entender a mente de Mu Hak, mas é possível supor que desde o início o plano da GWI seria vender a participação para um investidor a preços elevados. Só que essa segunda parte, depois de tantas trapalhadas não será possível.
Uma eventual saída de Mu Hak é uma boa notícia para o acionista minoritário. A companhia caminha ladeira abaixo e corre o risco de entrar na fila da recuperação judicial se a GWI insistir em tocar o negócio do seu jeito.
Caminho difícil
A negociação deve ser delicada. Além do problema das cotações infladas, haverá a discussão sobre a necessidade ou não de uma oferta pública de ações para todos os acionistas (OPA) da Gafisa. Em tese, a companhia não teria um controlador definido e a chegada de alguém para exercer a função não dispararia a OPA. No entanto, com recompras e cancelamentos de ações, a GWI, involuntariamente, segundo alega, atingiu o percentual superior a 50% que torna a oferta obrigatória.
Segundo o Seu Dinheiro apurou, a ideia inicial não é levar a empresa para uma recuperação judicial. Só que essa medida depende da velocidade das negociações. A situação na Gafisa é alarmante. De acordo com fontes próxima à companhia, o caixa acabou. A atual presidente, Ana Recart, fiel escudeira das empreitadas de Mu Hak, anda abatida e já consultando advogados para saber a melhor forma de abandonar o barco: a renúncia da executiva não será uma surpresa para ninguém.
A prévia operacional da empresa para o quarto trimestre, quando a GWI assumiu o comando, decepcionou os investidores pela falta de lançamentos somado às fracas vendas de estoques. Mu Hak prega que vem fazendo uma reestruturação na empresa, mas tem destruído o negócio: mandou embora, de um dia para outro, toda a diretoria, assumiu a gestão sem nenhuma experiência no segmento imobiliário residencial e sugou o caixa da empresa na recompra.
Entre os funcionários, os comentários são de que os salários só não estão atrasados porque o dinheiro para o pagamento estaria vindo da controladora, a GWI. Os corretores que trabalhavam oferecendo imóveis da construtora estão em debandada _ nos últimos meses, o número foi reduzido a um terço. Fornecedores, sem receber, estão ajuizando ações pedindo bloqueio dos apartamentos.
Como estão as obras?
Os clientes que compraram imóveis com a Gafisa estão se organizando em grupos via redes sociais para cobrar satisfações da empresa sobre o andamento das obras. O que acendeu de vez o sinal amarelo para essas pessoas foi o fato de, em resposta a uma reportagem veiculada no jornal Estado de S. Paulo que informava que a empresas suspendera obras, a Gafisa escreveu em comunicado, encaminhado à CVM e também aos clientes, que “não tomou qualquer decisão relacionada à paralisação das obras”. Os clientes consideraram o posicionamento vago demais ou pouco convincente.
O problema, diz um funcionário, é que já há fornecedores deixando de prestar serviços para a Gafisa. “Se não houver concreto, não há como a obra continuar, em tese, nem precisa de uma decisão da empresa”, resumiu. Um dos compradores ouvidos pela reportagem revela que o grupo tem se revezado em visitas às obras e, embora não tenha identificado uma paralisação, é possível notar uma diminuição do número de funcionários trabalhando.
Outra questão que tem levado muita preocupação é a quantidade de clientes que não consegue pegar as chaves dos apartamentos já prontos. Uma explicação possível seria o fato de que para entregar as chaves a companhia precisa quitar parte dos valores em aberto principalmente das unidades não vendidas e os bancos têm de liberar as hipotecas.
Procurada pela reportagem para comentar essas questões, a Gafisa não respondeu ao pedido de entrevista.
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