FMI reduz previsão de crescimento do PIB do Brasil em 2020 para 2%
Projeção anterior era de 2,4%; fundo alterou também a previsão para este ano: de 0,8% para 0,9%; dados constam em relatório divulgado hoje, também trazendo expectativas para a economia global

O Fundo Monetário Internacional (FMI) elevou a projeção do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2019, de 0,8% estimado em julho para 0,9% agora, informou o órgão.
Para 2020, no entanto, a previsão de crescimento passou de 2,4% para 2,0%. Os dados constam no relatório 'Desaceleração global da manufatura, barreiras comerciais em elevação', divulgado nesta terça-feira (15) pelo Fundo.
De acordo com o FMI, os crescimentos do Brasil e de outros países emergentes ao redor de 1% neste ano estão relacionado a fatores externos, como a desaceleração da China, que ocorre na esteira da adoção de medidas regulatórias do setor financeiro pelo governo de Pequim e de disputas comerciais com os EUA.
O FMI apontou que "fatores idiossincráticos" também foram negativos para o crescimento do Brasil no começo deste ano, mas não detalhou quais eram.
Em abril, o FMI estimava expansão de 2,1% este ano, mas houve uma forte revisão para baixo - ainda em julho - por causa da queda de produção mineral depois da tragédia de Brumadinho (MG). Para 2020, no quarto mês do ano, era esperada expansão de 2,5%.
Para 2024, último ano do horizonte de projeções do FMI, a estimativa para o PIB brasileiro é de 2,3%.
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Cenário
O FMI destacou que as projeções refletem a previsão de política monetária acomodatícia do Banco Central, que ocorre em um contexto de inflação sob controle. O Fundo prevê que o IPCA fechará este ano com alta de 3,8% que chegará a 3,5% ao final de 2020 e também registrará uma 3,5% em 2024.
Já a taxa de desemprego deve encerrar 2019 em 11,8% e terminar 2020 em 10,8%.
Em relação às transações correntes, o Fundo prevê que o indicador deve atingir déficit de 1,2% como proporção do PIB neste ano, deve baixar para 1,0% em 2020 e deve chegar a 1,6% em 2024.
Reformas
O FMI ressaltou que a reforma da Previdência é "um passo essencial para assegurar a viabilidade" do sistema nacional de pensões para aposentados e da dívida pública. O Fundo destacou que os spreads de ativos financeiros diminuíram no País com "otimismo de que a tão aguardada reforma da Previdência" seria aprovada pelo Congresso. "Consolidação fiscal adicional será necessária para cumprir o teto constitucional de gastos nos próximos anos", destacou o texto.
O Fundo também apontou que a política monetária no Brasil "deve continuar acomodatícia para apoiar o crescimento econômico" dado que as expectativas de inflação continuam ancoradas. "Para elevar o potencial de crescimento, o governo precisará buscar uma ambiciosa agenda de reformas, incluindo a tributária, abertura comercial e investimentos em infraestrutura", acrescentou.
O FMI expressou que suas projeções fiscais para 2019 relacionadas ao Brasil consideram a meta de déficit primário aprovada pela lei orçamentária.
Lá fora, guerra comercial pesa
O FMI diminuiu a sua projeção para o crescimento da economia global este ano de 3,2%, na estimativa de julho, para 3,0%, a taxa mais baixa de expansão desde 2009. Em relação a 2020, o FMI também reduziu levemente a previsão para a expansão do PIB global, de 3,5% para 3,4%.
Já na comparação das estimativas apresentadas nesta terça no documento com as de abril, ocorreu uma redução de 0,3 ponto porcentual para 2019, quando estimava uma alta de 3,3%, e de 0,2 ponto porcentual para o próximo ano, pois a projeção era de 3,6%.
A guerra comercial entre os Estados Unidos e a China é o destaque entre os principais fatores que levaram o FMI a reduzir suas projeções, pois prejudicou a produção industrial pelo mundo, inclusive no setor automotivo da Alemanha, e reduziu investimentos de empresas em economias avançadas, sobretudo com incertezas sobre o futuro de cadeias internacionais de manufaturados.
Essa disputa foi também o elemento preponderante que levou o Fundo a diminuir de forma substancial as previsões para o crescimento do comércio mundial em volumes de mercadorias e serviços, pois baixou de 2,5% para 1,1% em 2019 e, em 2020, a previsão recuou de 3,7% para 3,2%.
Em abril, a projeção do Fundo era de expansão de 3,4% para este ano e de 3,9% em 2020.
De acordo com o FMI, a previsão para o crescimento do PIB das economias avançadas foi reduzida de 1,9% para 1,7% em 2019. O organismo manteve a projeção para 2020 em 1,7%.
A economista-chefe do FMI, Gita Gopinath, destacou que em 2019 o mundo deve registrar o nível mais baixo de expansão desde a Grande Recessão, em uma conjuntura internacional de baixa inflação e que permitiu movimentos quase sincronizados de reduções de juros por diversos bancos centrais de economias avançadas e emergentes.
"Na ausência de tais estímulos monetários, o crescimento global poderia ser menor em 0,5 ponto porcentual em 2019 e 2020", apontou.
Tal ajuda dos bancos centrais, ressaltou a economista-chefe do Fundo, colaborou para contrabalançar em parte os efeitos negativos das tensões comerciais entre os EUA e a China, pois tais disputas devem tirar 0,8 ponto porcentual da expansão do PIB global no próximo ano.
"Como os bancos centrais tiveram de gastar a limitada munição para compensar erros de políticas, eles terão pouco à disposição quando a economia estiver numa posição mais difícil", comentou Gita Gopinath. Para ela, a perspectiva da economia global continua precária, com ampla desaceleração e incerta recuperação.
Para o Fundo, as incertezas globais, que envolvem a guerra comercial entre EUA e China, desaceleração na Europa e também um eventual processo conturbado de saída do Reino Unido da União Europeia, fazem com que os riscos à trajetória da economia global pendam mais para o lado negativo.
*Com Estadão Conteúdo
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