🔴 SAVE THE DATE – 25/11: MOEDA COM POTENCIAL DE 30.000% DE VALORIZAÇÃO SERÁ REVELADA – VEJA COMO ACESSAR

Uma ação para gerar energia (e valor) para a sua carteira

Uma das minhas empresas favoritas do setor de energia atuou durante anos quase que exclusivamente no segmento de geração e, recentemente, resolveu diversificar um pouco as operações

26 de dezembro de 2019
5:46 - atualizado às 9:29
Torre de transmissão de energia elétrica
Imagem: Shutterstock

Para que você aperte o interruptor do seu quarto e a luz se acenda, além de deixar a conta em dia mensalmente, uma série de processos ocorrem sem que a maioria das pessoas tenha muita ciência.

Primeiro, a energia tem que ser gerada – como o Brasil tem um monte de rios e costumava chover bastante, boa parte da nossa matriz elétrica é hidráulica (cerca de 65% de toda energia produzida). O problema é que as grandes usinas hidrelétricas estão bem longe dos centros de consumo – é preciso transmitir essa energia até as grandes cidades ou polos industriais.

Uma vez que a energia chegue até onde será efetivamente consumida, é preciso transformá-la (ninguém quer uma corrente de 15 kV entrando em casa) e distribuí-la até as unidades de consumo (casas, indústrias e comércio).

Assim, podemos dividir o sistema elétrico em três grandes segmentos: (i) Geração; (ii) Transmissão e (iii) Distribuição, ou GTD. Como a transmissão e a distribuição são monopólios naturais (não faz sentido ter duas redes elétricas na mesma região), são amplamente regulados – a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) define padrões de qualidade, níveis de preço e até mesmo de rentabilidade de cada companhia.

A geração é um mercado mais competitivo e os players, apesar de atuarem sob regime de concessão, são relativamente livres para tocar seus projetos da forma como bem entenderem – um bom operador é capaz de gerar grandes retornos se souber lidar com a realidade do mercado.

Dentre as empresas do setor, uma das que mais gosto chama-se Engie Brasil Energia (EGIE3), que atuou durante anos quase que exclusivamente no segmento de geração (é a maior geradora privada do país) e, recentemente, resolveu diversificar um pouco suas operações.

Leia Também

O primeiro ponto a se notar é que a companhia tem uma base ainda bastante concentrada em geração hídrica, mas tem colocado em execução um plano de diversificação, com destaque cada vez maior para as energias complementares (energia eólica e solar) e de redução das termelétricas, já pensando no longo prazo.

Há dois pontos positivos na composição da base da companhia – primeiro que o foco em fontes renováveis está absolutamente em linha com as tendências de longo prazo do mercado e segundo porque as fontes complementares oferecem um grande alívio quando a hidrologia está desfavorável (ou seja, quando não chove).

Além de diversificada, a capacidade tem crescido de forma acelerada nos últimos anos, como podemos ver no gráfico a seguir:

CAGR é a sigla em inglês que mostra o crescimento médio no período – no gráfico acima, quer dizer que a capacidade instalada da Engie cresceu, em média, 7,15% ao ano a partir de 2016.

É importante saber como funciona a comercialização de energia de uma geradora – a empresa pode participar dos leilões e se comprometer a fornecer uma quantidade de energia por um certo número de anos por um preço já determinado, pode vender diretamente a grandes consumidores (contratos bilaterais) ou pode vender energia no mercado à vista.

Quanto mais energia a companhia vender via contratos de longo prazo, mais segurança tem sobre volumes e receitas no longo prazo. Em compensação, tem menos espaço para aproveitar altas de preço ou se proteger contra a hidrologia menos favorável (se chove pouco, a hidrelétrica despacha menos e tem menos energia para entregar).

A Engie tem como estratégia manter uma parte de sua energia descontratada, sobretudo em períodos para os quais a previsão de chuva é menos favorável – a ideia é manter uma certa margem para tomar as decisões com o maior número de informações possível (quanto antes a empresa se compromete a fornecer energia, mais dependente fica das condições hidrológicas no futuro).

Como podemos ver, a empresa deixou bastante energia “sobrando” no fim de 2019, que se mostrou, de fato, um período mais seco e, ao longo dos próximos anos, vai trabalhando com um volume crescente de energia para comercializar de acordo com a melhor percepção de mercado e hidrologia.

Quando olhamos para o nível dos reservatórios e a quantidade de Energia Natural Afluente (ENA), que é a energia equivalente obtida quando a vazão natural de um afluente (um rio, por exemplo) passa pelas turbinas de uma usina, ao longo dos últimos anos, vemos que a situação é, de fato, bastante delicada.

Em linhas gerais, a hidrologia não tem sido favorável e as usinas hidrelétricas têm produzido menos energia do que sua capacidade assegurada (o volume mínimo de geração garantido de acordos com especificações técnicas).

Quando o conjunto das hidrelétricas do sistema geram menos energia do que a capacidade assegurada, é preciso que todas as hidrelétricas arquem com o custo extra da energia gerada pelas usinas termelétricas, que possuem maior custo de geração.

O déficit das hidrelétricas é medido pelo GSF (Generation Escaling Factor). Quanto menor o GSF, menos energia foi gerada e maior o custo para as hidrelétricas.

Com a situação desfavorável, a “sobra” de energia da Engie deve se mostrar um ativo valioso para o médio prazo. Além disso, a companhia está diversificando sua fonte de receitas. No ano passado, levou o contrato de concessão da linha de transmissão de Gralha Azul, um projeto com cerca de mil quilômetros de extensão e um investimento total de R$ 1,7 bilhão.

O projeto deve gerar receitas na casa de R$ 230 milhões e, como comentei lá no começo do texto, o segmento de transmissão é uma fonte muito previsível de receitas – a empresa é remunerada pela disponibilização dos ativos, independentemente da utilização das linhas.

Mais recentemente, a Engie fechou um consórcio com a matriz e um outro sócio canadense para levar 90% da TAG, empresa de transporte de gás (gasodutos) da Petrobras. São 4,5 mil quilômetros de gasodutos, com receita garantida por contratos de longo prazo na ordem de R$ 4,95 bilhões.

Como a compra foi alavancada (utilizaram dívida para pagar), o caixa que vai ser gerado para a Engie Brasil vai aumentando ao longo do tempo. É outro projeto que diversifica e traz mais estabilidade para a geração de caixa da companhia.

Com a gestão profissional, qualidade de ativos e foco na geração de valor, a companhia é um caso de sucesso no que diz respeito ao crescimento de lucros – o maior motor para apreciação de ações. De 2012 até os últimos doze meses reportados (LTM), o crescimento médio anual foi de 7,4%; uma máquina!

Junto com o crescimento, a empresa entregou retornos extraordinários para seus acionistas (ROE) e para todos os seus investidores, incluindo credores (ROIC).

Para se ter uma ideia, o ROE esperado para as empresas que compõem o índice de energia elétrica da B3 (IEE) é de 14,13% em 2019 e o ROIC fica em 12,93%.

Esse retorno, aliado ao ótimo crescimento de lucro, não poderia trazer outro resultado: as ações de Engie, desde o IPO em 1998, estão entre as melhores da Bolsa com valorização impressionante no período.

Além de tudo isso, a companhia é famosa por ser uma boa pagadora de dividendos e por fazer uma gestão responsável do caixa, de forma a reduzir o endividamento em momentos de alta dos juros e vice-versa, como a gente consegue ver no gráfico a seguir.

Quanto vale essa tal de Engie?

Apesar de ter passado por uma forte valorização recentemente (o papel sobe mais de 55% no ano), eu ainda vejo bastante valor ainda nos papéis. Minha visão é de que, na pior das hipóteses, o preço atual está justo – é sempre melhor comprar uma grande companhia a preço justo do que uma companhia ruim com desconto!

Sem entrar muito em detalhes de valuation, fiz um modelo com estimativas de dividendo me baseando na tabela que a própria Engie fornece, com os volumes de energia contratados para os próximos anos. Assumo que a energia descontratada será vendida ao preço à vista, chmado de PLD, e que nos próximos anos as margens cresçam com a previsão da normalização da hidrologia.

Não estimo nenhum crescimento de margem para a TAG e assumo que o projeto de transmissão só trará retornos a partir de 2023 (a companhia pretende concluir o projeto mais cedo, em 2022).

A partir de então, assumo distribuição de dividendos de 100% dos lucros até 2021. Em 2022 e 2023, assumo que a distribuição será de 75%, para reduzir um pouco o endividamento. A distribuição volta a ser de 100% de 2024 em diante. Em meu modelo, o crescimento de lucros anual entre 2020 e 2024 fica em torno de 5,5% (abaixo dos 7,4% dos últimos dez anos).

Para chegar ao valor justo por ação, utilizo um modelo de dividendos em dois estágios, com taxa de desconto de 9% (ainda parto de um CDI de 5%, para ser conservador) e crescimento na perpetuidade de 3%. Com isso, o valor justo para as ações é de R$ 60,20 (potencial de valorização de 21% para o preço de tela).

Com isso, chego à conclusão de que faz sentido comprar as ações, dada a qualidade da empresa, o potencial de crescimento no médio prazo e o bom carrego, já que a expectativa é de que a companhia distribua dividendos na casa de 6% ao ano.

O que pode dar errado?

Por se tratar de investimento em renda variável, as ações de Engie estão sujeitas às flutuações do mercado (risco sistêmico) e, portanto, podem apresentar movimentações significativas em momentos de maior aversão ao risco. Além disso, enxergamos alguns contratempos específicos para o papel:

• A companhia tem pendente um processo de incorporação da Usina Hidrelétrica de Jirau, que hoje está nas mãos da matriz. O processo envolve um claro conflito de interesses e não há garantias de que os interesses dos minoritários (acionistas no Brasil) serão respeitados;
• A hidrologia ainda é bastante desfavorável e pode ser pior do que prevejo em meu modelo;
• O risco regulatório está sempre presente quando falamos do setor elétrico e não pode ser descartado;
• A companhia está entrando em novos segmentos, com execução de projetos complexos. Não há garantias de que serão bem executados e
• Não há previsão de gatilhos no curto prazo que provoquem uma grande valorização das ações. Esse risco é bastante mitigado pelo yield de 6% proveniente dos dividendos

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
A FAVORITA DO BANCO

‘O rali ainda não acabou’: as ações desta construtora já saltam 35% no ano e podem subir ainda mais antes que 2024 termine, diz Itaú BBA

21 de novembro de 2024 - 15:10

A performance bate de longe a do Ibovespa, que recua cerca de 4% no acumulado anual, e também supera o desempenho de outras construtoras que atuam no mesmo segmento

PÉ NO CHÃO

“Minha promessa foi de transformar o banco, mas não disse quando”, diz CEO do Bradesco (BBDC4) — e revela o desafio que tem nas mãos daqui para frente

21 de novembro de 2024 - 13:19

Na agenda de Marcelo Noronha está um objetivo principal: fazer o ROE do bancão voltar a ultrapassar o custo de capital

FACA NA TECNOLOGIA

O Google vai ser obrigado a vender o Chrome? Itaú BBA explica por que medida seria difícil — mas ações caem 5% na bolsa mesmo assim

21 de novembro de 2024 - 12:48

Essa seria a segunda investida contra monopólios ilegais nos EUA, desde a tentativa fracassada de desmembrar a Microsoft, há 20 anos

BOM, PORÉM…

Nvidia (NVDC34) vê lucro mais que dobrar  no ano — então, por que as ações caem 5% hoje? Entenda o que investidores viram de ruim no balanço

21 de novembro de 2024 - 11:22

Ainda que as receitas tenham chegado perto dos 100% de crescimento, este foi o primeiro trimestre com ganhos percentuais abaixo de três dígitos na comparação anual

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Do pouso forçado às piruetas: Ibovespa volta do feriado com bolsas internacionais em modo de aversão ao risco e expectativa com pacote

21 de novembro de 2024 - 8:23

Investidores locais aguardam mais detalhes do pacote fiscal agora que a contribuição do Ministério da Defesa para o ajuste é dada como certa

FÁBRICA DE BILIONÁRIOS

Que crise? Weg (WEGE3) quer investir US$ 62 milhões na China para aumentar capacidade de fábrica

21 de novembro de 2024 - 8:22

O investimento será realizado nos próximos anos e envolve um plano que inclui a construção de um prédio de 30 mil m², com capacidade para fabricação de motores de alta tensão

DE COADJUVANTE A PROTAGONISTA

Como a Embraer (EMBR3) passou de ameaçada pela Boeing a rival de peso — e o que esperar das ações daqui para frente

21 de novembro de 2024 - 6:09

Mesmo com a disparada dos papéis em 2024, a perspectiva majoritária do mercado ainda é positiva para a Embraer, diante das avenidas potenciais de crescimento de margens e rentabilidade

LAÇOS FORTALECIDOS

De agricultura e tecnologia nuclear à saúde e cultura: Brasil e China assinam 37 acordos bilaterais em várias áreas; confira quais

20 de novembro de 2024 - 14:32

Acordo assinado hoje por Xi Jinping e Lula abrange 15 áreas estratégicas e fortalece relação comercial entre países

PAPEL ATRAENTE

É hora de colocar na carteira um novo papel: Irani (RANI3) pode saltar 45% na B3 — e aqui estão os 3 motivos para comprar a ação, segundo o Itaú BBA

19 de novembro de 2024 - 18:17

O banco iniciou a cobertura das ações RANI3 com recomendação “outperform”, equivalente a compra, e com preço-alvo de R$ 10,00 para o fim de 2025

NA ESPERANÇA DE QUITAR DÍVIDAS

Devendo e apostando: 29% dos inadimplentes jogaram em bets para ganhar dinheiro rápido, diz Serasa

19 de novembro de 2024 - 17:09

Estudo mostra que 46% dos inadimplentes na base da Serasa já apostaram pelo menos uma vez na vida

SD Select

Em busca de dividendos? Curadoria seleciona os melhores FIIs e ações da bolsa para os ‘amantes’ de proventos (PETR4, BBAS3 e MXRF11 estão fora)

19 de novembro de 2024 - 15:47

Money Times, portal parceiro do Seu Dinheiro, liberou acesso gratuito à carteira Double Income, que reúne os melhores FIIs, ações e títulos de renda fixa para quem busca “viver de renda”

HIDRELÉTRICAS

R$ 4,1 bilhões em concessões renovadas: Copel (CPLE6) garante energia para o Paraná até 2054 — e esse banco explica por que você deve comprar as ações 

19 de novembro de 2024 - 15:12

Companhia paranaense fechou o contrato de 30 anos referente a concessão de geração das usinas hidrelétricas Foz do Areia, Segredo e Salto Caxias

EM ROTA DE COLISÃO?

Ações da Embraer (EMBR3) chegam a cair mais de 4% e lideram perdas do Ibovespa. UBS BB diz que é hora de desembarcar e Santander segue no voo

19 de novembro de 2024 - 14:28

O banco suíço rebaixou a recomendação para os papéis da Embraer de neutro para venda, enquanto o banco de origem espanhola seguiu com a indicação de compra; entenda por que cada um pegou uma rota diferente

Conteúdo BTG Pactual

Equatorial (EQTL3) tem retorno de inflação +20% ao ano desde 2010 – a gigante de energia pode gerar mais frutos após o 3T24?

19 de novembro de 2024 - 14:00

Ações da Equatorial saltaram na bolsa após resultados fortes do 3º tri; analistas do BTG calculam se papel pode subir mais após disparada nos últimos anos

SD Select

‘Mãe de todos os ralis’ vem aí para a bolsa brasileira? Veja 3 razões para acreditar na disparada das ações, segundo analista

19 de novembro de 2024 - 10:29

Analista vê três fatores que podem “mudar o jogo” para o Ibovespa e a bolsa como um todo após um ano negativo até aqui; saiba mais

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Acaba logo, pô! Ibovespa aguarda o fim da cúpula do G20 para conhecer detalhes do pacote fiscal do governo

19 de novembro de 2024 - 8:02

Detalhes do pacote já estão definidos, mas divulgação foi postergada para não rivalizar com as atenções à cúpula do G20 no Rio

ANOTE NO CALENDÁRIO

A B3 vai abrir no dia da Consciência Negra? Confira o funcionamento da bolsa, bancos e Correios na estreia do novo feriado nacional

19 de novembro de 2024 - 7:02

É a primeira vez que o Dia da Consciência Negra consta no calendário dos feriados nacionais. Como de costume, as comemorações devem alterar o funcionamento dos principais serviços públicos

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: O Brasil (ainda não) voltou — mas isso vai acontecer

18 de novembro de 2024 - 20:00

Depois de anos alijados do interesse da comunidade internacional, voltamos a ser destaque na imprensa especializada. Para o lado negativo, claro

COMPRAR OU VENDER

Grupo Mateus: Santander estabelece novo preço-alvo para GMAT3 e prevê valorização de 33% para as ações em 2025; saiba se é hora de comprar

18 de novembro de 2024 - 17:42

O banco reduziu o preço-alvo para os papéis da varejista de alimentos em relação à 2024, mas mantém otimismo com crescimento e parceria estratégica

PÉ NO ACELERADOR

Localiza: após balanço mais forte que o esperado no 3T24, BTG Pactual eleva preço-alvo para RENT3 e agora vê potencial de alta de 52% para a ação

18 de novembro de 2024 - 13:31

Além dos resultados trimestrais, o banco considerou as tendências recentes do mercado automotivo e novas projeções macroeconômicas; veja a nova estimativa

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar