O dragão chinês sobrevoa Brasília
No fim de maio de 2016, embarquei para Nova York para participar de um seminário na Universidade de Columbia para um grupo de 20 jornalistas especializados em economia do mundo todo. Vinha do turbilhão da cobertura do impeachment de Dilma Rousseff e esperava que o assunto fosse tema de debate no grupo.
O programa incluía uma palestra sobre risco político no mundo com a líder global do Citi para relações governamentais. Para minha surpresa, o Brasil sequer foi mencionado na apresentação. Os temas que estavam no radar dos gringos naquela época eram as eleições americanas, o Brexit, a onda de imigração na Europa e a desaceleração da China. Foi aí que me dei conta do tamanho da nossa insignificância.
Brasília faz muito barulho, sem dúvidas, e mexe com os ânimos por aqui. Mas será que isso importa na conjuntura global?
O economista-chefe do banco suíço UBS no Brasil, Tony Volpon, apresenta uma tese sobre isso no seu livro "Pragmatismo Sob Coação: Petismo e Economia em um Mundo de Crises". Ele avalia que o sucesso ou fracasso da nossa economia são consequências de decisões políticas e econômicas de um agente externo: a China.
Quer saber mais sobre essa tese? O Eduardo Campos fez uma entrevista exclusiva com Volpon e traz mais detalhes nesta reportagem.
Leia Também
Petróleo e juros no radar
Os ataques ocorridos no fim de semana contra as instalações sauditas de petróleo ainda repercutem pelo mercado. A queda na produção global supera 5%. Enquanto os analistas tentam determinar os efeitos da ação, a tendência é que a volatilidade persista.
Com o incidente, alguns investidores recalibram as expectativas para as reuniões do Fed. Parte do mercado acredita que, diante da situação, e com o avanço das negociações entre Estados Unidos e China, o banco central norte-americano pode adiar a redução na taxa básica de juros. Ainda assim, a maior aposta segue em um corte de 0,25 ponto percentual. No Brasil, o mercado espera uma queda de 0,50 pp para a Selic.
Ontem, o Ibovespa encerrou o dia com alta de 0,17%, aos 103.680,41 pontos. O dólar fechou a sessão com alta de 0,07%, a R$ 4,0893. Consulte a Bula do Mercado para saber o que esperar de bolsa e dólar hoje.
Reajusta ou não, Petrobras?
Por conta dos ataques na Arábia Saudita, ontem o preço do petróleo chegou a subir mais de 20% no mercado internacional. Na bolsa de valores daqui, a Petrobras se beneficiou de imediato. Mas os investidores seguem atentos à reação da estatal - em especial a sua política de preços. Desde o governo Temer, a petroleira assumiu uma política de preços em linha com o mercado e, ao menos em tese, deveria repassar ao consumidor as altas na cotação do dólar e do barril de petróleo.
Então o preço sobe, certo? Mais ou menos… Ontem o presidente Jair Bolsonaro disse em entrevista à Record que conversou com o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco. E, segundo o relato de Bolsonaro, a estatal não deve mexer nos preços agora. Fique de olho nas ações da estatal, pois elas devem apanhar se aparecer qualquer sinal de que a política de preços de mercado foi para o brejo. Saiba mais.
Plano B
A ideia de criação de uma nova CPMF parece ter sido enterrada de vez com a saída de Marcos Cintra do governo. E o relator da reforma tributária no Senado, Roberto Rocha, já estuda uma alternativa para compensar a perda de arrecadação com a desoneração da folha de salários que não envolva o polêmico imposto. Para Rocha, uma das soluções pode ser o aumento da alíquota do IVA, o Imposto sobre Valor Agregado que a reforma pode criar. O relator, que deve apresentar o seu parecer amanhã, já avisou a equipe econômica que não irá esperar o envio de uma proposta do governo federal para seguir com a pauta. Confira.
De olho nas criptos
O bitcoin pode ser a criptomoeda mais famosa, mas há muitas outras estrelas no universo das moedas digitais. Diante de tantas opções, fica até difícil acompanhar o assunto e saber o que esperar desses ativos. Mas nosso colunista Fausto Botelho, um dos maiores especialistas em análise gráfica do país, sabe. Neste vídeo, ele traz uma análise quente de sete criptos.
Um grande abraço e ótima terça-feira!
Agenda
Indicadores
- Estados Unidos divulgam produção industrial de agosto e dados semanais de petróleo
- Japão anuncia resultado de sua balança comercial em agosto
Bancos Centrais
- Copom inicia reunião de política monetária para decidir a Selic
- Fed realiza o primeiro encontro de sua reunião de política monetária
Deu ruim pra OpenAI: xAI, inteligência artificial de Elon Musk, arrecada US$ 6 bilhões de grandes investidores, incluindo BlackRock e Sequoia
Em maio, a startup xAI, de Elon Musk, levantou outros US$ 6 bilhões em uma rodada de financiamento da Série B
O que esperar dos fundos imobiliários (FIIs) em 2025? Pesquisa da Empiricus revela cenário pouco animador
FIIs em 2025: endividamento dos fundos foi destacado como a principal preocupação, seguido por riscos relacionados à inadimplência e à regulação no mercado
Que tal investir em empresas fechadas? Fundos de Investimento em Participações (FIPs) podem ser liberados para o público geral
Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu, nesta segunda-feira (23), consulta pública sobre os fundos que investem em participações em empresas fechadas, geralmente pequenas e médias, com vistas a ampliar o acesso desses negócios ao mercado de capitais
Dólar a R$ 6,26: o choque de credibilidade que faz a moeda americana disparar por aqui, segundo o Itaú
A política monetária norte-americana e o retorno de Donald Trump à Casa Branca explicam parte da valorização do dólar no mundo, mas há muito mais por trás desse movimento
Nem tudo está perdido na bolsa: Ibovespa monitora andamento da pauta econômica em Brasília enquanto o resto do mercado aguarda o Fed
Depois de aprovar a reforma tributária, Congresso dá andamento ao trâmite do pacote fiscal apresentado pelo governo
As Quatro Estações da economia: com “primavera” nos EUA e “outono” no Brasil, Kinea projeta oportunidades e riscos para o mercado em 2025
Em nova carta aos investidores, gestora ainda vê “inverno” para a China e Europa e destaca os ativos e setores que podem ser mais promissores ou desafiadores
Bolsa em tempos de turbulência: BTG Pactual recomenda 5 ações e 3 fundos imobiliários defensivos para investir em 2025
Risco fiscal e alta da taxa básica de juros devem continuar afligindo os mercados domésticos no próximo ano, exigindo uma estratégia mais conservadora até na bolsa
Quase metade dos brasileiros encara investir em moedas digitais como diversificação, diz pesquisa; Nordeste lidera adoção de criptos no país
Pesquisa da Consensys revela o apetite dos brasileiros pelo mercado cripto e a insatisfação com o sistema financeiro tradicional e as ‘Big Techs’
Ibovespa aguarda IPCA de novembro enquanto mercado se prepara para a última reunião do Copom em 2024; Lula é internado às pressas
Lula passa por cirurgia de emergência para drenar hematoma decorrente de acidente doméstico ocorrido em outubro
Ibovespa em baixa, juros e dólar em alta: o que fazer com seus investimentos diante do pessimismo no mercado brasileiro?
Decepção com o pacote fiscal e o anúncio de isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil por mês vem pesando sobre os ativos e deve obrigar o Banco Central a elevar ainda mais a Selic; o que fazer com a carteira de investimentos diante deste cenário?
Retorno de até 25% ao ano: como os escritórios de gestão de fortunas dos super-ricos investem em imóveis
Esses escritórios podem se tornar uma espécie de sócios dos empreendimentos logo que estão sendo criados, uma prática conhecida do ramo imobiliário
Rodolfo Amstalden: Precisamos sobre viver o “modo sobrevivência”
Não me parece que o modo sobrevivência seja a melhor postura a se adotar agora, já que ela pode assumir contornos excessivamente conservadores
Décimo terceiro cai na conta hoje — veja como investi-lo em títulos com retornos expressivos ou turbinar a restituição do Imposto de Renda
Quem já está com as contas em dia e o pé de meia devidamente reservado pode aproveitar a oportunidade rara de investir em títulos seguros com retornos expressivos
A economia depende 100% da natureza, mas menos de 1% do PIB global é investido em iniciativas voltadas à conservação – e a Fundação Grupo Boticário quer mudar isso
No episódio da semana do Touros e Ursos, o gerente de economia da biodiversidade Guilherme Karam fala sobre os impactos do investimento em sustentabilidade e conservação e o que falta para a agenda ambiental avançar
Oi (OIBR3) disparou 19% na bolsa após mudanças no regime de telefonia, mas não é hora de comprar a ação; veja motivo
Casa de análise prefere ação de concorrente com potencial para se tornar uma das maiores pagadoras de dividendos da bolsa; conheça a recomendação
Restrições a LCIs, LCAs, CRIs e CRAs não intimidaram investidor, e apetite para renda fixa isenta de IR continuou a crescer em 2024
Mesmo com novas regras de emissão e liquidez, ativos isentos de IR chegaram a ver altas de dois dígitos no ano, na busca do investidor por segurança e rentabilidade
Questão fiscal não é o único problema: esses são os 6 motivos que inibem retorno dos investidores gringos para o Brasil, segundo o BTG Pactual
Nos últimos meses, o cenário internacional continuou a se deteriorar para a América Latina, o que prejudica o panorama para investir na região, de acordo com os analistas
Mistério detalhado: Petrobras (PETR4) vai investir 11,9% a menos em 2025 e abre janela de até US$ 55 bilhões para dividendos; confira os números do Plano Estratégico 2025-2029
Já era sabido que a petroleira investiria US$ 111 bilhões nos próximos cinco anos, um aumento de 8,8% sobre a proposta anterior; mercado queria saber se o foco seria em E&P — confira a resposta da companhia
Bitcoin (BTC) se aproxima dos US$ 90 mil, mas ainda é possível chegar aos US$ 100 mil? Veja o que dizem especialistas
A maior criptomoeda do mundo voltou a registrar alta de mais de três dígitos no acumulado de 2024 — com as profecias do meio do ano se realizando uma a uma
Adeus, Porto Seguro (PSSA3), olá Lojas Renner (LREN3) e Vivara (VIVA3): em novembro, o BTG Pactual decidiu ‘mergulhar’ no varejo de moda; entenda o motivo
Na carteira de 10 ações para novembro, o BTG decidiu aumentar a exposição em ações do setor de varejo de moda com múltiplos atraentes e potencial de valorização interessante