O mercado financeiro parece estar se dando conta do impacto da guerra comercial e começa a olhar com maior preocupação para os indicadores econômicos dos Estados Unidos.
Após a indústria do país cair ao nível mais baixo desde a última recessão e a geração de vagas no setor privado reforçar os sinais de desaceleração, os investidores elevam a cautela hoje, à espera do payroll amanhã.
Além de aguardar o indicador, os mercados seguem atentos à décima terceira rodada de negociações entre os americanos e os chineses, que deve acontecer no fim da semana que vem. Por aqui, a Previdência é outro fator para a cautela.
Por ora, a ausência de maiores novidades castiga os mercados internacionais. Na Ásia, Tóquio recuou 2%, mas Hong Kong subiu. Já na Europa, as praças tentam acompanhar a recuperação ensaiada nesta manhã em Nova York.
Ontem, em meio ao pessimismo no exterior e os ruídos de Brasília, o Ibovespa desabou 2,90%, aos 101.031,44 pontos. O dólar fechou em queda de 0,68%, a R$ 4,1337. Consulte a Bula do Mercado para saber o que esperar de bolsa e dólar hoje.
Não satisfeito com a disputa com a China, o presidente dos EUA, Donald Trump, resolveu mirar outros estrangeiros. Dessa vez, o governo americano anunciou que irá sobretaxar US$ 7,5 bilhões em importações da União Europeia. Mas o contexto é diferente daquele que compõe a guerra comercial: Trump não está sozinho. O Victor Aguiar traz os detalhes
nesta matéria.
De olho na reta final
Após desidratar a reforma da Previdência e reduzir para R$ 800 bilhões a economia esperada com o projeto, o Senado aprovou ontem à noite o texto em primeiro turno. Agora, os parlamentares partem para a discussão em segundo turno - na qual o ministro da Economia, Paulo Guedes, já está de olho. Segundo reportagem do Estadão, a ordem do ministro é compensar “cada bilhão perdido” até agora. Mas o caminho pode não ser fácil: insatisfeitos com a divisão de recursos do megaleilão do pré-sal, há senadores ameaçando travar a votação prevista para o dia 10 desse mês.
2019 lá em cima
A quebra de expectativa sobre a economia do início do ano para cá pode ter trazido algumas dúvidas sobre a capacidade das empresas de apresentar resultados fortes em 2019. Mas, ao que tudo indica, foi um bom ano afinal. Os analistas do BTG se debruçaram sobre companhias que atuam no mercado doméstico e constataram que elas devem lucrar mais que o dobro do que em 2018 - mais especificamente 138%. Em relatório, os especialistas destacaram o desempenho dos bancos e chamaram a atenção para um ramo que está mais atento do que nunca ao que acontece do outro lado do planeta.