Decolar lança programa de pontos para tentar fisgar clientes que só vão ‘espiar’ os preços no site
À frente de uma das maiores operadoras de turismo online do Brasil, Alexandre Moshe traz uma experiência em Multiplus e Livelo para dar valor às vendas da Decolar
Sair de férias é sem dúvidas um dos momentos mais aguardados do ano para qualquer pessoa. Em geral, os viajantes de plantão costumam se dividir em dois perfis bem distintos. Tem aquele que não gosta de perder tempo se planejando e embarca ao estilo “deixa a vida me levar”, e tem o perfil preocupado, que organiza milimetricamente cada detalhe da viagem.
Se você faz parte do segundo grupo, sem dúvidas já deu uma passada pelos grandes sites de viagens. Em geral, as pessoas enxergam essas plataformas como grandes aliadas na hora de encontrar os melhores preços e pacotes promocionais.
Mas nem sempre essa aliança se transforma em compra efetiva. Muita gente utiliza sites de viagens como uma ponte para a promoção e acabam fechando negócio com a própria companhia aérea. Eu mesmo já me peguei nessa situação quando morava em Brasília e dava minhas escapadas para São Paulo.
É justamente esse “chove não molha” dos viajantes que a Decolar, uma das maiores empresas de viagens do Brasil, quer transformar. Em entrevista exclusiva para o Seu Dinheiro, o diretor-geral da companhia no Brasil, Alexandre Moshe, anunciou um novo trunfo para tentar convencer os visitantes do site a de fato virarem clientes da empresa: o Passaporte Decolar.
Com seis anos de experiência como diretor das empresas de fidelidade Livelo e Multiplus, Moshe criou um sistema de pontuação para a Decolar. Na prática, a empresa vai conceder benefícios aos clientes que adquirirem pacotes e produtos no site.
O projeto faz parte de um conjunto de ações para reverter o momento difícil que a companhia tem vivido. No segundo trimestre de 2019, a Despegar, nome que a Decolar usa nos países hispânicos, viu o volume bruto de reservas recuar 6% na comparação com o mesmo período do ano passado. Grande parte desse resultado se deve ao fraco desempenho em países-chave para o negócio, como a Argentina (que registrou um volume de reservas 31% menor no trimestre) e o Brasil (que apresentou queda de 14% nas transações do trimestre, em grande medida pelo fim das operações da Avianca).
Leia Também
A Despegar também teve que lidar com o impacto financeiro causado pelo seu mais novo plano de recolocação de marca, focado em investimentos em tecnologia. O projeto ampliou as despesas da companhia com marketing e vendas em US$ 8,6 milhões.
A ação da companhia vem sendo penalizada pelo mercado. Desde que abriu o capital na bolsa de Nova York em 2017, a Despegar perdeu quase 70% de seu valor. Em caminho contrário, a concorrente CVC acumula valorização de mais de 22% no período.
Confira os detalhes da conversa que tive com Moshe, que além do Passaporte Decolar falou sobre a crise na Argentina, a saída da Avianca Brasil e a alta recente do dólar frente às moedas emergentes.
Como nasceu o programa de benefícios?
Quando criamos o Passaporte Decolar, focamos na experiência de viagem completa. Fomos responsáveis por levar o turismo para internet, por ampliar as formas de pagamento e por criar os pacotes de viagens. Agora queremos ser vistos como um local onde as pessoas compram passagem aérea, hotel, aluguel de carro, entradas de parques, tudo o que elas quiserem. Além disso, queremos fazer com que nossos clientes viajem mais vezes por ano para destinos próximos, no final de semana.
E de que forma poderíamos incentivar os consumidores a fazerem essas duas coisas? Dando benefícios. Não tem melhor benefício do que você ser recompensado para poder viajar mais.
Como ele vai funcionar?
O programa contará com três categorias conforme o nível de consumo de cada cliente: viajante, explorador e global. Eles vão ganhar pontos para cada compra que fizerem em todos os produtos que oferecemos, do hotel ao parque de diversões. O acúmulo de benefícios vai depender da categoria que o cliente estiver e ele vai poder usar esses pontos para trocar qualquer produto nosso. Abrimos para testes no começo de setembro e a ideia é lançar para 100% dos clientes até o fim de outubro.
Quais os objetivos por trás desse lançamento?
Atualmente, 60% das vendas na Decolar são produtos que não são passagens aéreas. Queremos que o cliente visite o site e compre todos os produtos para a viagem dele. Uma das métricas do Passaporte é justamente aumentar o percentual de vendas de produtos não-aéreos. Além disso, queremos que os clientes voltem mais vezes ao site e comprem mais produtos conosco. Sabemos que tem muita gente gastando dinheiro no final de semana nas suas cidades, quando poderiam ter feito uma pequena viagem para um destino próximo. Tudo isso faz parte de uma estratégia maior de ser o principal player na América Latina e se tornar um player global.
Além do programa, vocês também anunciaram uma parceria com o Santander. Como o banco entra nessa jogada?
A parceria com o Santander vai ser um cartão de crédito co-branded, a ser lançado ainda este ano. Ele vai permitir que o cliente acumule pontos no Passaporte Decolar ao utilizar esse cartão. Será uma outra fonte de acúmulo de pontos.
As ações da Despegar (DESP) perderam mais de 65% do seu valor desde o IPO em 2017, enquanto os concorrentes tiveram comportamentos positivos. A que você atribui isso?
Acredito que exista uma questão da volatilidade dos mercados em atuamos, não tem jeito. Nosso negócio é de médio a médio-longo prazo. Nosso projeto é pautado em continuar investindo em tecnologia para estarmos muito na frente dos nossos competidores, aliado a uma forte presença local. Dos 3.500 funcionários que a Despegar possui, cerca de mil são desenvolvedores. Seguimos com o foco de ser um local onde as pessoas compram sua experiência completa de viagem na facilidade da internet e na facilidade do celular.
Como a crise na Argentina afeta os negócios da Decolar?
A Argentina hoje não é o nosso principal mercado de atuação, apesar de ser bastante relevante. Pensando no cenário por lá, sabemos que qualquer momento pré-eleitoral é bastante movimentado em qualquer país e os argentinos vivem isso nesse momento.
Temos que sempre olhar o copo meio cheio. Quando no deparamos com uma situação como essa, a postura da Decolar é olhar que oportunidades na mesa. Atualmente, Buenos Aires virou um dos principais destinos para povos como o chileno e o brasileiro por conta do poder de compra.
De qualquer maneira, operamos em 21 países e conseguimos diversificar bastante a nossa atuação de maneira que, durante eventos como o que está acontecendo na Argentina, nós possamos ter tranquilidade de negócios. Temos capacidade de seguir olhando o médio e o longo prazo.
E a aquisição da Viajes Falabella (em abril deste ano) entra nessa visão?
A Falabella é uma empresa com uma operação muito forte no Chile, no Peru e na Colômbia e entrou no nosso modelo com o objetivo de diversificar nossa atuação. A aquisição vem de encontro com a ideia de se tornar cada vez mais relevante em todos os mercados que atuamos.
O que significa para você dólar a 4 reais?
Esse é um fator importante na decisão de consumo das pessoas e também na decisão de precificação dos nossos parceiros. O que a gente percebe é que o consumidor é mais cauteloso quando ocorre uma oscilação brusca no câmbio, mas depois que o novo patamar se estabelece, normalmente o consumo retorna. Mas dentro desse processo pode acabar acontecendo de termos clientes diversificando os destinos que eles viajam, e aí está nosso desafio de vender pacotes para todos os lugares.
Se olharmos o plano nacional, a região Nordeste vai muito bem e é possível que agora seja um destino mais aquecido. Mas ao mesmo tempo temos opções com boas promoções, como é o caso de Portugal, que acaba se tornando uma opção em meio à alta do dólar.
Além disso, criamos produtos para tentar minimizar esse efeito, como por exemplo os pacotes. Se você fizer esse tipo de compra na Decolar vai conseguir uma boa porcentagem de desconto. A partir daí o cliente começa a entender que comprando um pacote nosso ele economiza dilui o efeito do câmbio.
Como vocês lidaram com o fim das operações da Avianca Brasil?
Obviamente tivemos impacto já que a empresa detinha 13% da participação no mercado. Mas isso foi bem gerenciado porque é algo que quem estava no mercado já conseguia antever um pouco o que poderia estar acontecendo. Nosso foco nesse processo foi o atendimento aos clientes e o resultado disso foi um índice altíssimo de reprogramação das viagens. (De acordo com o balanço da Despegar no segundo trimestre deste ano, a empresa reduziu sua exposição aos negócios da Avianca Brasil para US$ 8,3 milhões e deixou em aberto para a possibilidade de realizar novas reduções nos trimestres seguintes).
A arte de negociar: Ação desta microcap pode subir na B3 após balanço forte no 3T24 — e a maior parte dos investidores não tem ela na mira
Há uma empresa fora do radar do mercado com potencial de proporcionar uma boa valorização para as ações
Um passeio no Hotel California: Ibovespa tenta escapar do pesadelo após notícia sobre tamanho do pacote fiscal de Haddad
Mercado repercute pacote fiscal maior que o esperado enquanto mundo político reage a atentado suicida em Brasília
Você precisa fazer alguma coisa? Ibovespa acumula queda de 1,5% em novembro enquanto mercado aguarda números da inflação nos EUA
Enquanto Ibovespa tenta sair do vermelho, Banco Central programa leilão de linha para segurar a alta do dólar
A Argentina dos sonhos está (ainda) mais perto? Dólar dá uma trégua e inflação de outubro é a menor em três anos
Por lá, a taxa seguiu em desaceleração em outubro, chegando a 2,7% em base mensal — essa não é apenas a variação mais baixa até agora em 2024, mas também é o menor patamar desde novembro de 2021
Arte de milionária: primeira pintura feita por robô humanoide é vendida por mais de US$ 1 milhão
A obra em homenagem ao matemático Alan Turing tem valor próximo ao do quadro “Navio Negreiro”, de Cândido Portinari, que foi leiloado em 2012 por US$ 1,14 milhão e é considerado um dos mais caros entre artistas brasileiros até então
Pacote fiscal do governo vira novela mexicana e ameaça provocar um efeito colateral indesejado
Uma alta ainda maior dos juros seria um efeito colateral da demora para a divulgação dos detalhes do pacote fiscal pelo governo
Adeus, Porto Seguro (PSSA3), olá Lojas Renner (LREN3) e Vivara (VIVA3): em novembro, o BTG Pactual decidiu ‘mergulhar’ no varejo de moda; entenda o motivo
Na carteira de 10 ações para novembro, o BTG decidiu aumentar a exposição em ações do setor de varejo de moda com múltiplos atraentes e potencial de valorização interessante
Trump, Milei e Musk juntos: o encontro do trio está mais próximo do que você pensa
O presidente argentino será o primeiro líder a ser recebido pelo republicano; saiba quando eles vão se reunir e onde
Melhor que Magazine Luiza (MGLU3)? Apesar do resultado forte no 3T24, Empiricus prefere ação de varejista barata e com potencial de valorizar até 87,5%
Na última quinta-feira (8), após o fechamento do pregão, foi a vez do Magazine Luiza (MGLU3) divulgar seus resultados referentes ao terceiro trimestre de 2024, que agradaram o mercado, com números bem acima das expectativas. Entre julho e setembro deste ano, o Magalu registrou um lucro líquido de R$ 102,4 milhões, revertendo o prejuízo de […]
Ibovespa segue com a roda presa no fiscal e cai 0,51%, dólar fecha estável a R$ 5,6753; Wall Street comemora pelo 2° dia
Por lá, o presidente do BC dos EUA alimenta incertezas sobre a continuidade do ciclo de corte de juros em dezembro. Por aqui, as notícias de um pacote de corte de gastos mais modesto desanima os investidores.
Jogando nas onze: Depois da vitória de Trump, Ibovespa reage a Copom, Fed e balanços, com destaque para a Petrobras
Investidores estão de olho não apenas no resultado trimestral da Petrobras, mas também em informações sobre os dividendos da empresa
Rodolfo Amstalden: Lula terá uma única e última chance para as eleições de 2026
Se Lula está realmente interessado em se reeleger em 2026, ou em se aposentar com louvor e construir Haddad como sucessor, suspeito que sua única chance seja a de recuperar nossa âncora fiscal
Recado de Lula para Trump, Europa de cabelo em pé e China de poucas palavras: a reação internacional à vitória do republicano nos EUA
Embora a maioria dos líderes estejam preocupados com o segundo mandato de Trump, há quem tenha comemorado a vitória do republicano
Qual empresa brasileira ganha com a vitória de Trump? Gerdau (GGBR4) é aposta de bancão e sobe mais de 7% hoje
Também contribui para o bom desempenho da Gerdau a aprovação para distribuição de R$ 619,4 milhões em dividendos aos acionistas
O Ibovespa não gosta de Trump? Por que a vitória do republicano desceu amarga para a bolsa brasileira enquanto Nova York bateu sequência de recordes
Em Wall Street, as ações da Tesla — cujo dono, Elon Musk, é um grande apoiador de Trump — deram um salto de 15%; outros ativos também tiram vantagem da vitória do republicano. Por aqui, o Ibovespa não celebra o resultado das eleições nos EUA e afunda
Como lucrar com o Trump Trade: 4 investimentos que ganham com a volta do republicano à Casa Branca — e o dilema do dólar
De modo geral, os investidores se preparam para um mundo com dólar forte com Trump, além de mais inflação e juros
Mais rápido do que se imaginava: Trump assegura vitória no Colégio Eleitoral e vai voltar à Casa Branca; Copom se prepara para subir os juros
Das bolsas ao bitcoin, ativos de risco sobem com confirmação da vitória de Trump nos EUA, que coloca pressão sobre o dólar e os juros
Selic deve subir nas próximas reuniões e ficar acima de 12% por um bom tempo, mostra pesquisa do BTG Pactual
Taxa básica de juros deve atingir os 12,25% ao ano no início de 2025, de acordo com o levantamento realizado com gestores, traders e economistas
Anote na agenda: bolsa terá novo horário a partir de segunda-feira (4); veja como fica a negociação de FIIs, ETFs e renda fixa
A mudança ocorre todos os anos para se adequar ao fim do horário de verão nos Estados Unidos, que vai de março a novembro e se encerra esta semana
Permanência de Haddad no Brasil deve aliviar abertura da bolsa na segunda-feira, avaliam especialistas
Segundo nota divulgada pela Fazenda nesta manhã, o ministro permanecerá em Brasília para tratar de “temas domésticos” a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva