Expectativa com Livro Bege deve manter ativos locais à deriva
Fed divulgará o documento às 15h
Os ativos financeiros locais devem passar grande parte da sessão de hoje à deriva enquanto investidores do mundo inteiro aguardam a divulgação do Livro Bege, relatório sobre a economia dos Estados Unidos que pode indicar os próximos passos do Federal Reserve Bank na condução da política monetária norte-americana.
Especialistas precificam pelo menos dois cortes de juros pelo banco central dos Estados Unidos até o fim de 2019. O que ainda não está claro é quando terá início a primeira rodada de corte de juros pelo Fed um uma década.
Há quem aposte em um corte de juros pelo Fed já na reunião de política monetária marcada para o fim deste mês. Nos últimos dias, porém, as sinalizações do presidente do Fed, Jerome Powell, foram tudo, menos claras.
Ontem, em declarações preparadas para um discurso em Paris, Powell repetiu que a autoridade monetária agirá “apropriadamente” para dar suporte à expansão da economia norte-americana
Apoio a corte entre diretores do Fed é crescente
O que se sabe é que cresce entre os diretores do Fed o apoio a uma rodada de corte de juros. E o que baseia essas discussões não é a situação atual da economia dos EUA, mas os efeitos potencialmente nocivos da política de guerra comercial do presidente Donald Trump para o país no futuro próximo.
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Em um momento de desaceleração econômica global, os principais bancos centrais do mundo preparam-se para começar a cortar juros em breve, e isto inclui o Banco Central Europeu (BCE), o Banco da Inglaterra (BoE) e o Banco do Japão (BoJ).
No caso do Brasil, a expectativa é de que o Copom reduza a taxa Selic em pelo menos 1 ponto porcentual até o fim do ano, baixando-a gradualmente do atual piso histórico de 6,50% - nível no qual se encontra há mais de um ano - para 5,50%.
No decorrer dos últimos dois meses, os agentes dos mercados financeiros transferiram a pressão por cortes na Selic para os juros projetados nos contratos futuros, que têm mantido o viés de queda, muitas vezes correndo na contramão do dólar, e achatando a curva.
Trump volta à carga contra a China
O alívio nas tensões comerciais durou pouco, como era de se esperar. Pouco mais de duas semanas depois dos sorrisos e comentários amigáveis trocados entre Trump e o presidente Xi Jinping na reunião de cúpula do G-20 em Osaka, o mandatário norte-americano voltou à carga ontem.
Diante de notícias de que as negociações comerciais entre Washington e Pequim seriam retomadas em breve, Trump tratou de jogar um balde de água fria ao afirmar que “ainda resta um longo caminho a ser trilhado” antes de um eventual acordo.
As bolsas de valores asiáticas refletiram os temores dos investidores e fecharam em queda generalizada hoje. Os mercados de ações europeus também abriram no vermelho, enquanto os indicadores futuros de Wall Street sinalizavam alta.
Por aqui, depois de quatro fechamentos em queda - ainda que discretas - do índice Ibovespa, analistas de mercado ainda divergem entre a continuidade de uma pequena realização de lucros e uma retomada das altas em um momento no qual, diante do recesso parlamentar, o noticiário sobre as reformas está adormecido.
O que insiste em permanecer no radar dos investidores, embora sem impacto nos preços dos ativos pelo momento, é o noticiário negativo envolvendo o governo Jair Bolsonaro, agora com o ministro Dias Toffoli atendendo ao pedido dos advogados de Flavio Bolsonaro para suspender uma investigação sobre movimentações financeiras suspeitas.
Enquanto isso, o presidente se reunirá com os demais líderes do Mercosul em reunião de cúpula na cidade argentina de Santa Fé em meio a loas ao acordo comercial com a União Europeia, cuja implementação deve demorar bem mais que o previsto, principalmente pelas reações negativas de França e Itália ao pacto.
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