A maldição de maio se concretiza

Existe uma lenda no mercado financeiro de que o mês de maio é amaldiçoado. É daí que vem a expressão em inglês “Sell in May and go away” - o Victor Aguiar já falou disso no início do mês. Maio não está nem na metade e um tsunami já varreu os mercados do mundo todo. Por aqui, o Ibovespa acumula queda de 4,8% em maio até ontem. Ao menos por enquanto, a profecia se concretiza.
A “previsão do tempo” é de mar agitado nas águas dos mercados. Lá fora Estados Unidos e China tiraram a guerra comercial do papel e dão sua contribuição para o mau tempo.
Aqui no Brasil sobram potenciais catástrofes políticas e econômicas. Escolha um tsunami para chamar de seu, como disse o repórter Eduardo Campos nesta reportagem: diferentes interpretações sobre a promessa de Bolsonaro de colocar Sérgio Moro no STF, a quebra do sigilo bancário e fiscal do filho do presidente, o nome de Rodrigo Maia na delação premiada dos donos da Gol...
Tudo isso vai mexer com os ânimos dos investidores e provocar muita volatilidade nos mercados. Temos muito trabalho hoje com todas essas notícias aqui no Seu Dinheiro!
Mas se eu tiver uma brecha entre uma confusão e outra aqui na redação, vou aproveitar a maré baixa para comprar um pouco de BOVA11. Se você ainda acredita no potencial da bolsa de valores e tiver estômago para aguentar os solavancos do mercado, talvez a maldição de maio seja uma “benção” e um bom ponto de entrada.
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Uma turbulência no voo de Rodrigo Maia
De todas as confusões no radar, uma vem com um aviso de “apertem os cintos”. As primeiras notícias sobre a delação premiada de Henrique Constantino, um dos donos da Gol Linhas Aéreas, envolvem o nome do presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Se o deputado perder força, aumenta a incerteza sobre a tramitação da reforma da Previdência, o tema mais importante da pauta econômica do país. Fique ligado!
Dá pra ganhar na briga de gigantes?
A guerra comercial entre China e Estados Unidos continua a esquentar. O Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos formalizou na noite de ontem a proposta de impor tarifas de 25% sobre produtos chineses importados pelo país. Na manhã de hoje, Donald Trump voltou a criticar a China no Twitter , mas disse que o país ainda está aberto a negociações.
No meio de toda a confusão, o porta-voz da Presidência da República, general Otávio Rêgo Barros, disse que o Brasil pode ganhar com a briga de gigantes. Saiba mais
Não posso ajudar...
O clima de pessimismo com a economia se intensificou nas últimas semanas. Com dados do mercado de trabalho praticamente estagnados, especialistas têm sido cada vez menos otimistas ao falar do PIB brasileiro deste ano. Pois hoje o Comitê de Política Monetária (Copom) divulgou a ata da última reunião e dedicou boa parte dela para explicar que está a par da situação, mas que não tem muito o que fazer. O Eduardo Campos “traduz” aqui as entrelinhas do documento.
Volta por cima da JBS
Quem pensava que as denúncias contra Joesley e Wesley Batista colocariam os negócios da JBS em maus lençóis mordeu a língua. A empresa lucrou R$ 1,09 bilhão no primeiro trimestre, alta de 116% ante o mesmo período de 2018. A companhia conseguiu elevar suas receitas em todas as operações, inclusive no Brasil. A Natalia Gómez traz os destaques do balanço.
Cosan e Itaúsa (holding de investimentos que controla o Itaú Unibanco) também divulgaram seus números ontem. Agora de manhã Eletrobras apresentou seus resultados do primeiro trimestre. Confira os detalhes dos balanços no Seu Dinheiro.
Um substituto para o Tesouro Direto
Foi-se o tempo em que taxa zero de administração no Tesouro Direto era um diferencial para alguma corretora. Na briga pelos clientes, nasceram os fundos que investem apenas em Tesouro Selic e com a vantagem de cobrar taxas menores que o investidor paga no Tesouro Direto (sim, há cobrança de taxa de custódia).
O BTG e a Órama já lançaram fundos do tipo. Agora foi a vez da corretora Pi, do Santander, colocar o seu na prateleira. A vantagem é a aplicação mínima - R$ 30, a mesma do Tesouro Direto. Em sua coluna, a Luciana Seabra avalia esse fundo e te conta se vale a pena entrar.
A Bula do Mercado: alerta laranja
O tsunami prometido pelo presidente Jair Bolsonaro já deixa sua marca e eleva o estado de alerta dos investidores. A guerra comercial continua sacudindo o mercado global. Por aqui, a tensão internacional une forças com a decisão da Justiça do Rio de Janeiro de quebrar o sigilo bancário e fiscal do senador Flávio Bolsonaro e seu ex-assessor, Fabrício Queiroz.
Mas o ambiente internacional pode ajudar os negócios brasileiros hoje. Mesmo com a escalada do duelo comercial entre Estados Unidos e China, os índices futuros das bolsas de Nova York ensaiam uma melhora. Na Ásia, as sessões tiveram um dia de perdas moderadas.
Ontem, o Ibovespa teve o menor nível de fechamento desde 7 de janeiro, com queda de 2,69%, aos 91.726,54 pontos. O dólar encerrou a sessão com alta de 0,84%, a R$ 3,975. Consulte a Bula do Mercado para saber o que esperar de bolsa e dólar hoje.
Agenda
Índices
- IBGE divulga dados sobre serviços em março
- Opep divulga dados mensais sobre o mercado de petróleo
- Alemanha divulga inflação do país em abril
- Zona do euro publica dados sobre a produção industrial em março
- China anuncia resultados de abril sobre comércio e indústria
Bancos Centrais
- Copom divulga ata de sua última reunião de política monetária
Balanços 1º trimestre
- No Brasil: Bradespar, Equatorial, Light e Taesa
- Teleconferência: JBS, Cosan, Oi, Sabesp e Eletrobras
Política
- Comissão especial da reforma da Previdência faz nova sessão e recebe o secretário adjunto da Previdência, Narlon Nogueira
- Paulo Guedes participa de audiência pública sobre a Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2020 na Comissão Mista de Orçamento do Congresso
Nas entrelinhas: por que a tarifa de 245% dos EUA sobre a China não assustou o mercado dessa vez
Ainda assim, as bolsas tanto em Nova York como por aqui operaram em baixa — com destaque para o Nasdaq, que recuou mais de 3% pressionado pela Nvidia
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