Trump tem outra bomba-relógio – e ela não está no Twitter
Guerra comercial entre EUA e China pode comprometer as relações internacionais e também dificultar o combate a outros riscos potenciais porque a capacidade do mundo de promover ações coletivas atingiu níveis críticos, diz o Fórum Econômico Mundial

Você tem um amigo sincero? Com certeza tem! Não estou falando de “milhões” de amigos do Face, Twitter, Instagram ou LinkedIn... mas de um amigo do peito. Em algum momento da vida todos temos um amigo com quem trocamos segredo.
Se bem que manter um segredo (segredo mesmo!) tornou-se um compromisso frágil com o surgimento das redes sociais, onde tudo é público e publicável. Tenho um amigo que não acredita sequer em “segredo de Estado”... e diz que o desembaraço com que Donald Trump governa (em cliques) a maior economia do mundo prova que ele tem razão.
Os Estados Unidos são uma potência armamentista que se torna ainda mais poderosa com o Twitter usado como instrumento a ameaçar concorrentes.... até porque, cumpridas ou não, as ameaças de Trump têm custos. E globais!
A cada tuitada, Trump é capaz de promover transferências gigantescas de renda entre mercados e países em função de mudanças súbitas de preços de ativos ao sabor de cliques e, com frequência, a despeito de fundamentos – favoráveis ou não – aos ativos negociados.
Na boca do povo há algum tempo, até a guerra comercial entre EUA e China ganha um novo contorno quanto à avaliação dos riscos que oferece. A “trade war” pode comprometer as relações internacionais e também dificultar o combate a outros riscos potenciais porque a capacidade do mundo de promover ações coletivas atingiu níveis críticos, diz o Fórum Econômico Mundial.
Pesquisa realizada pela instituição com 1.000 especialistas e tomadores de decisões aponta para uma deterioração das condições econômicas e geopolíticas. Para 85% dos entrevistados, 2019 envolve riscos maiores de “confrontos políticos entre grandes potências”, informa o Relatório Global de Riscos 2019, publicado em janeiro.
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Ricos e pobres
O documento, de 140 páginas, alerta para a necessidade “mais urgente” do que nunca de renovar a arquitetura de cooperação internacional. E destaca riscos de conflitos políticos e ameaças cibernéticas e tecnológicas, além de riscos ambientais.
Enquanto a tecnologia impõe “pontos cegos” significativos que impedem uma visão plena da vulnerabilidade das sociedades conectadas em rede, os riscos ambientais têm a capacidade de frear a expansão da atividade econômica, avalia o Fórum.
A pesquisa, incorporada ao Relatório Global de Riscos, lista cinco riscos ambientais mais preocupantes no curto prazo, inclusive, porque são considerados de alto impacto e alta probabilidade de ocorrência: perda da biodiversidade; eventos climáticos extremos; falhas na mitigação e adaptação às mudanças climáticas; desastres provocados pelo homem; e desastres naturais.
Para Alison Martin, diretora de risco da Zurich Insurance Group, não é surpresa que, em 2019, os riscos ambientais dominem mais uma vez a lista das principais preocupações. Para responder eficazmente às mudanças climáticas, é necessário um aumento significativo da infraestrutura para se adaptar a esse novo ambiente e passar para uma economia de baixo carbono.
Ela prevê que, até 2040, o déficit de investimento na infraestrutura global atingirá US$ 18 trilhões. A necessidade [projetada] de investimentos será de US$ 97 trilhões. “Nesse contexto, continuamos a exigir uma maior colaboração entre todas as partes interessadas e também recomendamos fortemente que as empresas desenvolvam uma estratégia de adaptação para resiliência climática e ajam sob ela agora.”
Uma questão de nível
Os riscos ambientais também apresentam problemas para a infraestrutura urbana e seu desenvolvimento. Com o aumento do nível do mar, muitas cidades enfrentam soluções extremamente caras para problemas que vão desde a extração de água subterrânea limpa até barreiras contra tempestades.
A escassez de investimentos em infraestruturas críticas, como o transporte, pode levar a avarias em todo o sistema, bem como exacerbar os riscos associados - sociais, ambientais e relacionados à saúde.
O relatório informa que dois terços da população mundial viverão em cidades até 2050, sendo que 800 milhões estarão em 570 cidades costeiras vulneráveis à elevação do nível do mar em meio metro até 2050.
John Drzik, presidente de Riscos Globais e Digitais da Marsh, alerta que o subfinanciamento persistente da infraestrutura em todo o mundo está dificultando o progresso econômico, deixando as empresas e as comunidades mais vulneráveis aos ataques cibernéticos, às catástrofes naturais e ao não aproveitamento máximo das inovações tecnológicas.
Individualmente, o declínio do bem-estar psicológico e emocional é tanto uma causa quanto uma consequência dentro do panorama global de riscos, afetando, por exemplo, a coesão social e a cooperação política, diz o Relatório Global de Riscos 2019.
Onde mora o perigo...
O documento elaborado pelo Fórum Econômico Mundial aponta 10 principais riscos globais: 5 são classificados por probabilidade e os outros 5 por impacto.
Os principais riscos por probabilidade são eventos climáticos extremos, como inundações e tempestades; falha na mitigação e adaptação às mudanças climáticas; grandes desastres naturais como terremoto, tsunami, erupção vulcânica, tempestades eletromagnéticas; incidente maciço de fraude e roubo de dados; e ataques cibernéticos em grande escala.
Os principais riscos por impacto são armas de destruição em massa; falha na mitigação e adaptação às mudanças climáticas; eventos climáticos extremos; crises hídricas; e grandes acidentes naturais.
As principais interconexões de risco, segundo o Relatório Global de Riscos 2019 são eventos climáticos extremos associados a falhas na mitigação e adaptação às mudanças climáticas; ataques cibernéticos em larga escala mais quebra de infraestrutura e redes de informações críticas; desemprego ou subemprego estrutural elevado mais consequências adversas dos avanços tecnológicos; desemprego ou subemprego estrutural elevado mais instabilidade social profunda; incidente maciço e roubo de dados mais ataques cibernéticos em larga escala; e falha de governança regional ou global mais conflito interestadual com consequências regionais.
As cinco principais tendências apontadas na pesquisa sobre risco global são: mudança climática, crescente dependência cibernética, aumento da polarização das sociedades, aumento da desigualdade de renda e riqueza e aumento do sentimento nacional.
Fica a dica, Trump.
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