O BC agiu para acalmar os ânimos no câmbio, mas o dólar fechou em novo recorde de R$ 4,2586
O mercado de câmbio seguiu bastante cauteloso nesta quarta-feira. Como resultado, o dólar renovou máxima histórica nominal pelo terceiro dia
O mercado de câmbio seguiu bastante pressionado nesta quarta-feira (27). E a sessão de hoje foi quase um repeteco do que aconteceu ontem: o dólar à vista teve uma alta expressiva durante a manhã, o que fez o Banco Central (BC) agir para acalmar os ânimos. Mas, depois de um curto período de alívio, a moeda voltou a subir.
Logo na abertura, a divisa americana até chegou a aparecer no campo negativo, recuando 0,30% na mínima, a R$ 4,2274. A alegria, no entanto, durou pouco: antes das 10h, o dólar à vista já estava ganhando terreno novamente e, por volta de 12h30, chegou a ser cotado a R$ 4,2711 (+0,73%).
Com a moeda em níveis tão elevados, a autoridade monetária promoveu mais um leilão surpresa para a venda de dólares no mercado à vista. O mercado reagiu imediatamente, fazendo a divisa virar para queda — apenas para, minutos depois, voltar a ganhar força e seguir assim até o fechamento, com alta de 0,44%, a R$ 4,2586, marcando o terceiro dia de fechamento em máxima histórica nominal.
A tensão vista no mercado de câmbio acaba extravasando para as curvas de juros: os DIs seguiram passando por ajustes positivos, tanto na ponta curta quanto na longa. O Ibovespa, por outro lado, consegue nadar contra a maré e tem um alívio nesta tarde: sobe 0,65%, aos 107.751 pontos. Interessante notar, também, que apesar dessa instabilidade no câmbio, o risco-país pedido pelo CDS segue em baixa.
Ponto de equilíbrio
As recentes declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, continuam trazendo apreensão aos investidores — o homem-forte do governo Bolsonaro afirmou que os agentes financeiros deveriam "se acostumar" com um nível de câmbio mais elevado, o que desencadeou uma corrida ao dólar.
Desde o início do dia, os agentes financeiros estavam de olho na postura do BC, aguardando eventuais novas atuações da autoridade monetária. O próprio presidente do banco, Roberto Campos Neto, disse que "movimentos atípicos" no mercado de câmbio fizeram a instituição atuar na sessão de ontem.
Leia Também
Essa linha de raciocínio também foi defendida pelo diretor de política monetária do Banco Central, Bruno Serra Fernandes. Mais cedo, ele frisou que a instituição irá atuar no dólar sempre que entender que o mercado está disfuncional, descolado dos fundamentos ou com problemas de liquidez.
E, de fato, o BC voltou a atuar no mercado de câmbio. Só que, como destaca Sabrina Cassiano, analista da Necton Investimentos, os agentes financeiros ainda têm dúvidas quanto à disposição da autoridade monetária para continuar promovendo esses leilões.
"Ainda não está claro qual patamar é visto pelo BC como ponto de equilíbrio", diz a analista. "Isso acaba gerando incerteza e provoca uma correlação com o mercado de juros, já que essa alta no dólar pode encurtar o ciclo de cortes na Selic".
Essa lógica fica bastante clara no comportamento das curvas de juros, que seguem em alta e dão a entender que, de fato, o mercado começa a trabalhar com um cenário em que os cortes da Selic terminarão mais cedo que o previamente imaginado.
Veja abaixo um resumo do comportamento dos principais DIs nesta quarta-feira:
- Janeiro/2021: alta de 4,72% para 4,75%;
- Janeiro/2023: estabilidade em 5,98%;
- Janeiro/2025: subida de 6,59% para 6,60%;
- Janeiro/2027: ganho de 6,92% para 6,94%.
Calmaria no exterior
Os ativos globais, por outro lado, têm uma sessão bastante tranquila, às vésperas do feriado do Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos — os mercados americanos estarão fechados amanhã e funcionarão em meio período na sexta-feira. Assim, a liquidez das operações já tende a diminuir drasticamente a partir de hoje.
Lá fora, a guerra comercial entre EUA e China continua ditando os rumos das negociações, com os investidores cada vez mais convictos de que as potências irão assinar a primeira fase de um acordo — o que, consequentemente, aliviaria as preocupações em relação à desaceleração econômica global.
Nesse cenário, o Dow Jones (+0,13%), o S&P 500 (+0,55%) e o Nasdaq (+0,40%) operam em alta, reagindo ao otimismo em relação às negociações entre americanos e chineses. Mas não é só isso: uma série de dados mais fortes referentes à economia dos EUA também ajuda a animar os investidores no exterior.
Em destaque, aparece o crescimento de 2,1% do PIB do país no terceiro trimestre deste ano, de acordo com a segunda estimativa do indicador — resultado que ficou acima da média das projeções de analistas ouvidos pelo Wall Street Journal, de expansão de 1,9%.
Além disso, os números referentes às encomendas de bens duráveis em outubro e de pedidos de auxílio-desemprego na semana também ficaram acima das expectativas do mercado. Assim, os índices acionários americanos encontram forças para continuar subindo, mesmo após renovarem as máximas nos últimos dias.
A nova rodada de ganhos nas bolsas de Nova York acabou dando forças ao Ibovespa. O índice brasileiro chegou a cair 0,70% durante a manhã, aos 106.312,21 pontos, mas, nesta tarde, já operava em alta de 0,21%, aos 107.283,79 pontos.
No mercado de moedas, o dólar se fortalece em escala global. O índice DXY, que mede o desempenho da divisa americana em relação a uma cesta com as principais moedas do mundo, sobe 0,12% no momento; em relação aos ativos de países emergentes, o dólar também se valoriza.
Magalu sobe, Vale cai
Ainda no Ibovespa, o noticiário corporativo é responsável por gerar algumas das principais movimentações de ativos. É o caso de Magazine Luiza ON (MGLU3), em alta de 2,25% após a varejista fechar um parceria estratégica com a Linx — fora do índice, os papéis ON da companhia (LINX3) avançam 5,91%.
Por outro lado, Vale ON (VALE3) cai 1,2%, em meio à notícia de que a mineradora terá que promover uma baixa contábil de cerca de US$ 3,2 bilhões. Você pode saber mais detalhes das principais altas e baixas da bolsa nesta quarta-feira nesta matéria.
Confira os cinco papéis de melhor desempenho do Ibovespa nesta tarde:
- Yduqs ON (YDUQ3): +4,38%
- Magazine Luiza ON (MGLU3): +2,25%
- B2W ON (BTOW3): +3,52%
- Via Varejo ON (VVAR3): +3,4%
- Lojas Americanas (LAME4): +3,22%
Veja também as ações que lideram a ponta negativa do índice:
“Minha promessa foi de transformar o banco, mas não disse quando”, diz CEO do Bradesco (BBDC4) — e revela o desafio que tem nas mãos daqui para frente
Na agenda de Marcelo Noronha está um objetivo principal: fazer o ROE do bancão voltar a ultrapassar o custo de capital
A arma mais poderosa de Putin (até agora): Rússia cruza linha vermelha contra a Ucrânia e lança míssil com capacidade nuclear
No início da semana, Kiev recebeu autorização dos EUA para o uso de mísseis supersônicos; agora foi a vez de Moscou dar uma resposta
O Google vai ser obrigado a vender o Chrome? Itaú BBA explica por que medida seria difícil — mas ações caem 5% na bolsa mesmo assim
Essa seria a segunda investida contra monopólios ilegais nos EUA, desde a tentativa fracassada de desmembrar a Microsoft, há 20 anos
Nvidia (NVDC34) vê lucro mais que dobrar no ano — então, por que as ações caem 5% hoje? Entenda o que investidores viram de ruim no balanço
Ainda que as receitas tenham chegado perto dos 100% de crescimento, este foi o primeiro trimestre com ganhos percentuais abaixo de três dígitos na comparação anual
Com dólar acima de R$ 5,80, Banco Central se diz preparado para atuar no câmbio, mas defende políticas para o equilíbrio fiscal
Ainda segundo o Relatório de Estabilidade Financeira do primeiro semestre, entidades do sistema podem ter de elevar provisões para perdas em 2025
Do pouso forçado às piruetas: Ibovespa volta do feriado com bolsas internacionais em modo de aversão ao risco e expectativa com pacote
Investidores locais aguardam mais detalhes do pacote fiscal agora que a contribuição do Ministério da Defesa para o ajuste é dada como certa
Que crise? Weg (WEGE3) quer investir US$ 62 milhões na China para aumentar capacidade de fábrica
O investimento será realizado nos próximos anos e envolve um plano que inclui a construção de um prédio de 30 mil m², com capacidade para fabricação de motores de alta tensão
Como a Embraer (EMBR3) passou de ameaçada pela Boeing a rival de peso — e o que esperar das ações daqui para frente
Mesmo com a disparada dos papéis em 2024, a perspectiva majoritária do mercado ainda é positiva para a Embraer, diante das avenidas potenciais de crescimento de margens e rentabilidade
É hora de colocar na carteira um novo papel: Irani (RANI3) pode saltar 45% na B3 — e aqui estão os 3 motivos para comprar a ação, segundo o Itaú BBA
O banco iniciou a cobertura das ações RANI3 com recomendação “outperform”, equivalente a compra, e com preço-alvo de R$ 10,00 para o fim de 2025
Em busca de dividendos? Curadoria seleciona os melhores FIIs e ações da bolsa para os ‘amantes’ de proventos (PETR4, BBAS3 e MXRF11 estão fora)
Money Times, portal parceiro do Seu Dinheiro, liberou acesso gratuito à carteira Double Income, que reúne os melhores FIIs, ações e títulos de renda fixa para quem busca “viver de renda”
R$ 4,1 bilhões em concessões renovadas: Copel (CPLE6) garante energia para o Paraná até 2054 — e esse banco explica por que você deve comprar as ações
Companhia paranaense fechou o contrato de 30 anos referente a concessão de geração das usinas hidrelétricas Foz do Areia, Segredo e Salto Caxias
Ações da Embraer (EMBR3) chegam a cair mais de 4% e lideram perdas do Ibovespa. UBS BB diz que é hora de desembarcar e Santander segue no voo
O banco suíço rebaixou a recomendação para os papéis da Embraer de neutro para venda, enquanto o banco de origem espanhola seguiu com a indicação de compra; entenda por que cada um pegou uma rota diferente
Equatorial (EQTL3) tem retorno de inflação +20% ao ano desde 2010 – a gigante de energia pode gerar mais frutos após o 3T24?
Ações da Equatorial saltaram na bolsa após resultados fortes do 3º tri; analistas do BTG calculam se papel pode subir mais após disparada nos últimos anos
‘Mãe de todos os ralis’ vem aí para a bolsa brasileira? Veja 3 razões para acreditar na disparada das ações, segundo analista
Analista vê três fatores que podem “mudar o jogo” para o Ibovespa e a bolsa como um todo após um ano negativo até aqui; saiba mais
Acaba logo, pô! Ibovespa aguarda o fim da cúpula do G20 para conhecer detalhes do pacote fiscal do governo
Detalhes do pacote já estão definidos, mas divulgação foi postergada para não rivalizar com as atenções à cúpula do G20 no Rio
A B3 vai abrir no dia da Consciência Negra? Confira o funcionamento da bolsa, bancos e Correios na estreia do novo feriado nacional
É a primeira vez que o Dia da Consciência Negra consta no calendário dos feriados nacionais. Como de costume, as comemorações devem alterar o funcionamento dos principais serviços públicos
Grupo Mateus: Santander estabelece novo preço-alvo para GMAT3 e prevê valorização de 33% para as ações em 2025; saiba se é hora de comprar
O banco reduziu o preço-alvo para os papéis da varejista de alimentos em relação à 2024, mas mantém otimismo com crescimento e parceria estratégica
Rali do Trump Trade acabou? Bitcoin (BTC) se estabiliza, mas analistas apontam eventos-chave para maior criptomoeda do mundo chegar aos US$ 200 mil
Mercado de criptomoedas se aproxima de uma encruzilhada: rumo ao topo ou a resultados medianos? Governo Trump pode ter a chave para o desfecho.
Localiza: após balanço mais forte que o esperado no 3T24, BTG Pactual eleva preço-alvo para RENT3 e agora vê potencial de alta de 52% para a ação
Além dos resultados trimestrais, o banco considerou as tendências recentes do mercado automotivo e novas projeções macroeconômicas; veja a nova estimativa
Ações da Oi (OIBR3) saltam mais de 100% e Americanas (AMER3) dispara 41% na bolsa; veja o que impulsiona os papéis das companhias em recuperação judicial
O desempenho robusto da Americanas vem na esteira de um balanço melhor que o esperado, enquanto a Oi recupera fortes perdas registradas na semana passada