Não bastasse o vizinho, o filho
General Hamilton Mourão disse que só vê confronto se Brasil for atacado, mas que “Maduro não é louco a esse ponto”
A relação com a Venezuela segue firme no noticiário e mobilizando Jair Bolsonaro e o Palácio do Planalto. O porta-voz da Presidência, general Rêgo Barros, disse que a atuação do Brasil é exclusivamente humanitária, sem uso “de outras frentes neste momento” e que não "estamos avaliando qualquer possibilidade de ataque". Sobre as notícias de posicionamento de mísseis pela Venezuela na fronteira, Barros disse que “não está confirmado” e que "não conjecturamos poder de combate", ao ser questionado o que o governo faria se tal informação se confirme. Em entrevista à “BBC News Brasil”, o vice, general Hamilton Mourão, disse que só vê confronto se Brasil for atacado, mas que “Maduro não é louco a esse ponto”. O dia também trouxe de volta notícias pouco abonadoras envolvendo o filho Flávio Bolsonaro, o PSL e o tal “laranjal” do partido, que já derrubou Gustavo Bebianno.
No lado da reforma da Previdência, notícias de insatisfação com a falta de um projeto sobre os militares, otimismo de Paulo Guedes, que acredita em aprovação no primeiro semestre, e um alerta do Ministério da Economia, sobre os possíveis impacto adversos sobre a economia da não aprovação da reforma. Essa alerta pode ser visto como um movimento dentro da batalha de convencimento da população e contra as “fake news” envolvendo o tema. As reações das “corporações de privilegiados”, como diz o ministro, já começaram. Na “Folha de S.Paulo”, associações de servidores públicos ameaçaram ir à Justiça contra o aumento para até 22% da contribuição previdenciária sobre salários elevados. Os servidores chamam a medida de “confisco” e nas redes sociais, um deles falou que a reforma é “comunista”.
Pedir um sacrifício maior do funcionalismo é justo e faz sentido. Eles são imunes ao ciclo econômico, não sabem o que é demissão e algumas categorias garantem reajustes independentemente da situação do país. No entanto, por ser um grupo bastante organizado e com recursos para mobilização, pode e vai gritar bastante contra a reforma. Historicamente sempre prevaleceu a lógica dos benefícios concentrados e custos difusos no trato da coisa pública. Será que finalmente isso pode mudar?
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