Matou a reforma e foi ao cinema?
Bolsonaro faz agenda social e governo manobra para Guedes escapar de convocação na CCJ
O noticiário de parte do dia foi dominado por duas informações. O presidente Jair Bolsonaro foi ao cinema, no que seria um gesto de desprendimento diante das dificuldades da articulação política, enquanto seu ministro da Economia, Paulo Guedes, desistiu de ir à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara debater a reforma da Previdência. A justificativa oficial é que Guedes acha mais proveitoso ir ter com os deputados quando o relator for escolhido, mas na CCJ a visão que transpareceu foi de que ele temia apanhar da oposição e mesmo da base.
Começando pelo presidente, sua ida ao cinema teve caráter de ação social, ou se preferir, de contato com as bases, que é algo que ele tem feito muito bem. A produção atende a surdos e mudos e foi sugestão da primeira-dama Michelle Bolsonaro, que atuou com tradutora de libras na campanha e também fez discurso nessa linguagem na posse presidencial.
Já a manobra evasiva de Guedes terminou sem maiores consequências, mesmo que ele e o projeto tenham sido fustigados pela oposição, algo natural. Seja por habilidade do governo ou fraqueza da oposição (o que é um fato), o ministro não será convocado, algo que é sempre uma afronta ao governo. Ficou acertado que Guedes vai à CCJ na quarta-feira da próxima semana.
Vitória na Câmara, tropeço no Senado, já que o líder da oposição, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) conseguiu as assinaturas necessárias para encampar um projeto que busca derrubar o decreto de Bolsonaro que isenta de visto os viajantes dos EUA, Japão, Canadá e Austrália.
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