Juan Guaidó e uma bola fora
Bolsonaro recebe presidente interino da Venezuela e fala um pouco demais sobre reforma da Previdência
O presidente Jair Bolsonaro recebeu o presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, no Palácio do Planalto, e disse que “não pouparemos esforços” para que a democracia seja restabelecida no país vizinho. Em sua fala, Bolsonaro voltou a descartar a opção por intervenção militar, como já tinha dito o vice, Hamilton Mourão, falando em eleições limpas e confiáveis. O presidente também não perdeu a oportunidade de dar aquela cutucada no PT, ao falar que dois ex-presidentes “foram em parte responsáveis” pela crise venezuelana.
Na agenda da reforma da Previdência, o jogo político segue, e o presidente mandou uma “bola fora” ao admitir que pode rever a idade mínima de aposentadoria das mulheres, fixada em 62 anos, e outros pontos da reforma. Segundo o presidente, existem algumas “gorduras que a gente possa rever”.
Como disse aqui, eventuais modificações na proposta encaminhada ao Congresso não são problema, a questão é quem fala sobre elas, e as declarações de Bolsonaro destoam completamente dos acenos que vinham sendo dados por outros membros de seu governo, como Onyx Lorenzoni, Paulo Guedes, e Rogério Marinho, que estão defendendo o texto original. Quem deve cortar “gordura” ou impor uma “dieta” à reforma, são os parlamentares, notadamente os da oposição. Ainda bem que vem um feriadão pela frente e tomara que ele seja utilizado para um alinhamento de estratégia para defesa e promoção da reforma.
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