De Foz à articulação política
Presidente se reúne como líderes partidários e governo parece entender as críticas feitas e refeitas por Rodrigo Maia
O presidente Jair Bolsonaro esteve em Foz do Iguaçu para posse da diretoria de Itaipu Binacional e de lá disse contar com o patriotismo e o entendimento do Parlamento para o andamento da reforma da Previdência. Mas como apenas "contar" com algo não adianta em política, de volta a Brasília, Bolsonaro está reunido com lideranças partidárias no Palácio do Planalto.
Não só Bolsonaro, mas outros membros do governo parecem ter dado ouvidos ao pedido e ao alerta feito presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de que a batalha da comunicação está sendo perdida. Nesta terça-feira, Maia voltou ao tema em evento em São Paulo e defendeu que as negociações sejam feitas com partidos e não com as chamadas bancadas temáticas. O presidente da Câmara foi direto ao ponto ao dizer: “As bancadas são construídas basicamente para defender uma agenda corporativa público ou privada”, afirmou.
Abordamos as incertezas dessa tentativa de fazer “nova política” sem partidos em outubro do ano passado. Maia também voltou falar que o governo deveria ter preparado as redes sociais, que foram essenciais na campanha, para essa guerrilha da comunicação.
Também no front da articulação política, o secretário especial da Previdência, Rogério Marinho, esteve com a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e com bancadas de outros partidos. As primeiras mudanças no texto da reforma devem envolver, mesmo, a previdência rural e o BPC, que atende aos idosos em situação de miserabilidade.
Estive na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado para a sabatina de Roberto Campos Neto para presidência do Banco Central (BC), mas o tema Previdência também esteve por lá. A proposta foi duramente atacada por um senador do PT, defendida por dois governistas, e relativizada por Kátia Abreu (PDT-TO), para quem "a reforma não é essa Coca-Cola toda" e o governo tem de sinalizar outros temas relevantes para o eleitorado, como tributação de lucros e dividendos. A fala dela ecoa o disse Maia: “Nós também temos os nossos eleitores, que nos demandam realizações nos nossos Estados”.
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