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Trabalho formal

Economia brasileira volta a gerar empregos em 2018 após 3 anos de demissões

Primeiro resultado positivo anual depois de três anos de retração no emprego também é o melhor desempenho desde 2013, segundo dados do Caged

Estadão Conteúdo
23 de janeiro de 2019
14:13 - atualizado às 10:40
Carteira de trabalho
Imagem: shutterstock

O mercado de trabalho brasileiro criou 529.554 empregos com carteira assinada em 2018, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta quarta-feira, 23, pelo Ministério da Economia.

O primeiro resultado positivo anual depois de três anos de retração no emprego também é o melhor desempenho desde 2013, quando foram gerados 1,138 milhão empregos na série com ajustes.

O resultado de 2018 ficou dentro do intervalo das estimativas de analistas do mercado financeiro consultados pelo Projeções Broadcast. As projeções eram de geração de 381.600 a 671.233 vagas, com mediana de 430 mil.

Em 2015, foram fechadas 1,534 milhão de vagas formais. Em 2016, a perda de empregos com carteira assinada foi de 1,326 milhão. Em 2017, houve retração de 11.964 postos de trabalho.

Dezembro apresenta perda de vagas

Em dezembro de 2018, porém, houve o fechamento líquido de 334.462 vagas com carteira assinada, como é comum para o último mês do ano.

O desempenho interrompeu uma sequência de 11 meses seguidos de criação de empregos formais, de acordo com a série histórica com ajuste sazonal.

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O saldo de dezembro decorre de 961.145 admissões e 1,295 milhão de demissões. Em dezembro de 2017, o fechamento de vagas havia chegado a 328.539, na série sem ajustes.

O resultado de dezembro ficou dentro do intervalo das projeções dos analistas, que esperavam fechamento de 373.900 a 29.127 vagas, com mediana negativa em 326.700 postos de trabalho.

Serviços em alta

O resultado anual foi puxado pelo setor de serviços, que gerou 398.603 postos formais em 2018, e pelo comércio, que abriu 102.007 novas vagas com carteira assinada. Em seguida, a construção civil abriu 17.957 vagas.

Também tiveram saldo positivo no ano serviços industriais de utilidade pública (7.849 postos), agropecuária (3.245 postos), indústria de transformação (2.610 postos) e extrativa mineral (1.473 posto).

Já a administração pública fechou 4.190 vagas no ano passado.

Por outro lado, apenas o comércio teve desempenho positivo em dezembro, com a abertura de 19.643 vagas.

O resultado negativo no mês foi influenciado pelo saldo da indústria de transformação, que fechou 118.053 postos no mês, seguido pelos serviços, que fecharam 117.411 vagas.

Na construção civil, a perda foi de 51.576 postos e, na agropecuária, a retração foi de 47.629 vagas.

Também tiveram saldo negativo em dezembro a administração pública (-16.999 postos), serviços industriais de utilidade pública, (-1.406 postos) e extrativa mineral (-1.031 postos).

 Governo comemora (e já pensa em novas reformas)

Ao comemorar o resultado positivo do Caged, o secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho, reforçou que o novo governo pretende aprofundar a reforma trabalhista neste ano.

"O governo atual vai acentuar as conquistas estabelecidas com a reforma trabalhista e retirar mais trabalhadores da informalidade. Acreditamos que há necessidade de retirarmos ainda mais a tutela do Estado na relação entre empregadores e empregados", afirmou o secretário.

Marinho também destacou que o modelo tradicional de emprego com carteira assinado será apoiado pelo governo, mas que a equipe econômica precisa olhar novas modalidades de emprego já adotadas pela sociedade como, por exemplo, os trabalhadores por aplicativos.

Simplificando estruturas

O secretário de Trabalho da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Dalcolmo, disse que o atual governo trabalha pela simplificação das estruturas tributárias e trabalhistas, com o objetivo de combater a informalidade no mercado de trabalho.

"Um nível de 40% de informalidade não pode ser atacado com uma iniciativa apenas, e não é causada somente pela falta de fiscalização. Essa informalidade está relacionada também com as estruturas tributária e trabalhista que precisam ser simplificadas, para que não haja essa diferença tão grande de custos entre o emprego formal e informal", comentou ele, sem entrar em detalhes sobre as medidas que o governo pretende adotar.

*Com Estadão Conteúdo.

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