As apostas do Copom: Lance do Itaú é de corte de 0,5 ponto nesta quarta
Mario Mesquita, ex-BC e economista-chefe do Itaú, vê condições para corte da Selic em 1,50 ponto antes de dezembro
Pela primeira vez em quase 20 anos de vigência do regime de metas para a inflação no Brasil, um governo poderá cumprir objetivos cadentes em 0,25 ponto percentual ao ano estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), indica a Pesquisa Focus publicada pelo Banco Central (BC). As metas definidas para 2019, 2020, 2021 e 2022 são de, respectivamente, 4,25%, 4,0%, 3,75% e 3,50%. E as projeções medianas de mais de 100 contribuidores da Focus para o IPCA nesses períodos são de 3,80%, 3,90%, 3,75% e 3,50%, confirma a sondagem divulgada nesta segunda-feira. Metas centrais tão ambiciosas – inferior a 4,0% -- foram observadas em 2002, 2003 e 2004, no primeiro mandato do ex-presidente Lula, mas a realidade dos preços não permitiu que o BC fosse bem-sucedido na condução do seu único mandato que é manter a inflação sob controle.
Depois de tantos anos e crises, o BC de Roberto Campos Neto poderá alcançar as metas de inflação que o CMN considera adequadas e que reforçam os argumentos de quem espera que o Comitê de Política Monetária (Copom) seja mais agressivo no próximo ciclo de corte da taxa Selic que deve começar com a decisão a ser anunciada no início da noite da quarta-feira.
De olho no comportamento benigno da inflação, Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú prevê corte de 0,50 ponto na Selic nesta semana. Confirmada a projeção do ex-diretor de Política Econômica do BC, a taxa cai a 6,0% e deve encerrar 2019 a 5%. O Departamento de Pesquisa Macroeconômica do Itaú vê mais dois cortes idênticos à frente: 0,50 ponto na reunião do colegiado em setembro e mais 0,50 ponto em outubro.
“Acreditamos que a evolução do cenário passou a ser consistente com um início de ciclo mais intenso, com corte de 0,50 ponto na quarta-feira. Além da aprovação da reforma da Previdência com ampla margem de votos e impacto fiscal maior que o esperado, nas últimas semanas se consolidou a perspectiva de que o banco central americano deve fazer um corte de 0,25 ponto na sua taxa de juro poucas horas antes da decisão do Copom ser anunciada”, afirma Mesquita no relatório Cockpit do Copom distribuído aos clientes.
Copômetro
De 11 indicadores econômicos – com resultados ante consenso de mercado monitorados pelo Itaú a cada reunião do comitê – quatro sugerem resultados mais restritivos para a política monetária e sete têm resultados expansionistas.
Os indicadores que sugerem restrição são os seguintes: produção industrial de maio, IPCA de junho, volume real do setor de serviços e criação de empregos formais. Os indicadores expansionistas são: IPCA-15 de junho, criação de empregos formais em maio, resultado primário em maio, vendas no varejo restrito e IPCA de julho. A taxa de desemprego em maio e o IBC-Br, também de maio, são neutros para a execução da política monetária.
Leia Também
Tesouro IPCA+ é imbatível no longo prazo e supera a taxa Selic, diz Inter; título emitido há 20 anos rendeu 1.337%
Felipe Miranda: O Brasil (ainda não) voltou — mas isso vai acontecer
Paralelamente às indicações sugeridas por estimativas declinantes para inflação e taxa de câmbio – sobretudo a partir da publicação do Relatório Trimestral de Inflação de junho –, o Itaú considera em suas análises o Copômetro, um índice que mede o grau de restrição ou expansão implícita na comunicação do Banco Central do Brasil. E, aplicando a metodologia, a instituição entende que o tom adotado pela autoridade monetária desde sua última reunião, em maio, vem indicando uma comunicação implícita na direção mais expansionista, consistente com queda de 0,50 ponto percentual da taxa Selic, na próxima quarta-feira.
“Essa avaliação é corroborada pela evolução da comunicação sob as óticas do setor externo, capacidade ociosa da economia, e reformas fiscais. Particularmente sobre política fiscal, o comitê apresentou sinalização clara de que a flexibilização monetária seria retomada em breve caso houvesse avanço concreto na agenda de reformas.”
Sem parcimônia
O economista Mario Mesquita lembra que há o argumento de que um movimento mais parcimonioso do Copom, de apenas 0,25 ponto percentual, na reunião deste mês, seria mais consistente com a comunicação das autoridades, em especial no que se refere à menção, em documentos oficiais, da importância de se observar a evolução da economia ao longo do tempo, “com redução do grau de incerteza a que continua exposta”.
Ele avalia, porém, que um movimento de 0,50 ponto, que está longe de exaurir o orçamento de cortes estimado (dado pela diferença esperada entre a projeção e as metas no horizonte relevante), também é consistente com tal objetivo, e estaria mais alinhado ao comportamento do balanço de riscos observado desde a última reunião do comitê. Este comportamento, ressalta Mesquita, ficou evidenciado, entre outros desenvolvimentos, pela trajetória do prêmio de risco (CDS) e da taxa de câmbio, bem como das inflações implícitas mais longas.
O Cockpit do Copom sintetiza: o comunicado e a ata do Copom de maio descreveram nova piora na tendência de recuperação da atividade econômica, reconhecendo que esse processo sofreu interrupção. O cenário externo foi apontado como adverso, em decorrência de mudanças nas perspectivas para a política monetária das principais economias do mundo. Como resultado, a evolução do balanço de riscos para a inflação foi considerada favorável. No entanto, o Copom afirmou que o fator preponderante em sua avaliação era, naquele momento, o risco de uma eventual frustração das expectativas sobre a continuidade das reformas e ajustes necessários na economia brasileira.
O comitê sinalizou, ao mesmo tempo, que a flexibilização monetária seria retomada em breve em caso de avanço concreto na agenda de reformas, lembra Mario Mesquita, para quem esse “avanço concreto” ocorreu com a aprovação da reforma das aposentadorias, por maioria expressiva, em primeiro turno, pela Câmara dos Deputados.
Pacote fiscal do governo vira novela mexicana e ameaça provocar um efeito colateral indesejado
Uma alta ainda maior dos juros seria um efeito colateral da demora para a divulgação dos detalhes do pacote fiscal pelo governo
Agenda econômica: Prévia do PIB é destaque em semana com feriado no Brasil e inflação nos EUA
A agenda econômica da semana ainda conta com divulgação da ata da última reunião do Copom e do relatório da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP)
Renda fixa apimentada: “Têm nomes que nem pagando CDI + 15% a gente quer”; gestora da Ibiuna comenta sobre risco de bolha em debêntures
No episódio da semana do podcast Touros e Ursos, Vivian Lee comenta sobre o mercado de crédito e onde estão os principais riscos e oportunidades
Selic sobe para 11,25% ao ano e analista aponta 8 ações para buscar lucros de até 87,5% ‘sem bancar o herói’
Analista aponta ações de qualidade, com resultados robustos e baixo nível de endividamento que ainda podem surpreender investidores com valorizações de até 87,5% mais dividendos
Carne com tomate no forno elétrico: o que levou o IPCA estourar a meta de inflação às vésperas da saída de Campos Neto
Inflação acelera tanto na leitura mensal quanto no acumulado em 12 meses até outubro e mantém pressão sobre o BC por mais juros
Você quer 0 a 0 ou 1 a 1? Ibovespa repercute balanço da Petrobras enquanto investidores aguardam anúncio sobre cortes
Depois de cair 0,51% ontem, o Ibovespa voltou ao zero a zero em novembro; índice segue patinando em torno dos 130 mil pontos
O que comprar no Tesouro Direto agora? Inter indica títulos públicos para investir e destaca ‘a grande oportunidade’ nesse mercado hoje
Para o banco, taxas como as que estamos vendo atualmente só ocorrem em cenários de estresse, que não ocorrem a todo momento
Jogando nas onze: Depois da vitória de Trump, Ibovespa reage a Copom, Fed e balanços, com destaque para a Petrobras
Investidores estão de olho não apenas no resultado trimestral da Petrobras, mas também em informações sobre os dividendos da empresa
Com Selic em 11,25%, renda fixa conservadora brilha: veja quanto passa a render R$ 100 mil na sua reserva de emergência
Copom aumentou a taxa básica em mais 0,50 ponto percentual nesta quarta (06), elevando ainda mais o retorno das aplicações pós-fixadas
Campos Neto acelerou: Copom aumenta o ritmo de alta da Selic e eleva os juros para 11,25% ao ano
A decisão pelo novo patamar da taxa, que foi unânime, já era amplamente esperada pelo mercado
Mais rápido do que se imaginava: Trump assegura vitória no Colégio Eleitoral e vai voltar à Casa Branca; Copom se prepara para subir os juros
Das bolsas ao bitcoin, ativos de risco sobem com confirmação da vitória de Trump nos EUA, que coloca pressão sobre o dólar e os juros
“O Banco Central tem poucas opções na mesa”: Luciano Sobral, da Neo, diz que Copom deve acelerar alta da Selic, mas mercado teme que BC perca o controle da inflação
Na visão de Sobral, o Copom deve elevar a Selic em 0,5 ponto percentual hoje, para 11,25% ano
Um rigoroso empate: Americanos vão às urnas para escolher entre Kamala Harris e Donald Trump antes de decisões de juros no Brasil e nos EUA
Dixville Notch é uma comunidade de apenas dez habitantes situada no interior de New Hampshire, quase na fronteira dos Estados Unidos com o Canadá. A cada quatro anos, o povoado ganha holofotes por ser o primeiro a votar nas eleições presidenciais norte-americanas. Os moradores se reúnem à meia-noite, a urna é aberta, os eleitores votam […]
Caminhos opostos: Fed se prepara para cortar juros nos EUA depois das eleições; no Brasil, a alta da taxa Selic continua
Eleições americanas e reuniões de política monetária do Fed e do Copom movimentam a semana mais importante do ano nos mercados
“Campos Neto está certo”: André Esteves, do BTG Pactual, diz que mercado está mais pessimista com o fiscal do que fundamentos sugerem
Para o chairman do banco de investimentos, o mercado está “ressabiado” após a perda de credibilidade do governo quanto à questão fiscal
Selic deve subir nas próximas reuniões e ficar acima de 12% por um bom tempo, mostra pesquisa do BTG Pactual
Taxa básica de juros deve atingir os 12,25% ao ano no início de 2025, de acordo com o levantamento realizado com gestores, traders e economistas
Começa a semana mais importante do ano: Investidores se preparam para eleições nos EUA com Fed e Copom no radar
Eleitores norte-americanos irão às urnas na terça-feira para escolher entre Kamala Harris e Donald Trump, mas resultado pode demorar
Agenda econômica: Eleições nos EUA dividem espaço com decisão de juros no país; Copom e IPCA são destaque no Brasil
A agenda econômica desta semana também conta com dados da balança comercial do Brasil, EUA e China, além da divulgação de resultados do terceiro trimestre de empresas gigantes no mercado
Selic: Copom pode subir juros em 0,5% na próxima reunião; como ficam seus investimentos?
Decisão acontecerá no dia 6 de novembro; saiba como ajustar sua carteira para se beneficiar do ciclo de alta de juros
“Fundo do poço tem alçapão”. Mercado perde a paciência com Lula e governo só tem uma saída
Com dólar nas alturas e alta de juros no radar, investidor deveria fazer o “básico bem feito”, disse Rafael Fedalto, da Libra Investimentos, ao podcast Touros e Ursos