“Pacote de maldades” na Câmara mantém pressão sobre governo Bolsonaro
A ideia é tirar “esqueletos do armário” e diminuir o poder de Bolsonaro para editar medidas provisórias, além de impor ao governo limites mais rígidos sobre o bloqueio de verbas orçamentárias
Quatro dias após aprovarem uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que engessa o Orçamento, deputados ameaçam lançar novo capítulo do "pacote de maldades" para emparedar o governo. Descrentes do discurso de "pacificação" feito pelo presidente Jair Bolsonaro, líderes de partidos querem dar mais um susto no Palácio do Planalto, caso voltem a ser atacados.
A ideia é tirar "esqueletos do armário" e diminuir o poder de Bolsonaro para editar medidas provisórias, além de impor ao governo limites mais rígidos sobre o bloqueio de verbas orçamentárias.
Embora Bolsonaro tenha prometido se reunir a partir da próxima quinta-feira, quando retornar da viagem a Israel, com presidentes de partidos que apoiaram sua eleição, deputados não esperam muito dessas conversas.
Nos bastidores, muitos dizem que ele jogou a opinião pública contra o Congresso ao criar uma disputa entre a "velha política" e a "nova política" e não acreditam na retórica da "página virada".
Além da nova ofensiva na direção do Planalto, a depender do "comportamento" do presidente, o plano de siglas como DEM, PP, PR, PRB e Solidariedade - que formam o Centrão - também prevê uma defesa mais enfática do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para mostrar que suas ações têm o respaldo dos parlamentares.
Uma das PECs que os deputados querem ressuscitar é de 2011. Foi apresentada pelo então senador José Sarney (MDB-AP) e já passou por todas as comissões, estando pronta para ir ao plenário da Câmara.
Leia Também
O texto fixa novos prazos de apreciação pelo Congresso das medidas provisórias, que hoje têm 120 dias para serem aprovadas nas duas Casas Legislativas. As MPS são instrumentos com força de lei. Em tese, devem ser adotadas pelo presidente apenas em casos de relevância e urgência, mas, na prática, viraram rotina na administração.
Deputados pedem que Maia ponha a proposta na pauta porque querem reduzir a margem de manobra de Bolsonaro na edição de MPs - em menos de cem dias de governo, ele já enviou nove. O presidente da Câmara, porém, resiste à pressão. "Isso não está na minha agenda", disse ele ao jornal O Estado de S. Paulo. Na quinta-feira, depois de várias dias de embate público por causa da votação da proposta de reforma da Previdência, Bolsonaro e Maia anunciaram uma trégua.
Mesmo assim, líderes de partidos também pretendem desengavetar uma PEC de 2000, apresentada pelo senador Antonio Carlos Magalhães, morto em 2007, que exige explicações do presidente ao Congresso em caso de contingenciamento de despesas. O pente fino nos projetos foi feito por interlocutores de Maia, dentro e fora da Câmara.
As ameaças de votação servem como recado de que o Congresso tem munição suficiente para fazer o contra-ataque a Bolsonaro, mas somente devem ser levadas ao plenário caso ele volte a tumultuar o ambiente político, atrapalhando a aprovação da reforma da Previdência.
"O momento é de ter serenidade e boa fé. Antes de mais nada, vamos aguardar o bom senso do presidente, que tem a delegação do povo para conduzir o País", afirmou o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), líder da Maioria na Câmara.
"O governo nos procurou, escutou as nossas preces, passou a dialogar e assumiu os erros em relação à reforma da Previdência. Tinham de nos dar a faca para cortar esse abacaxi e deram. Agora, não acreditamos que Maia permitirá qualquer retaliação", disse o deputado Delegado Waldir (GO), líder da bancada do PSL, partido de Bolsonaro.
Senado
Em uma estratégia para se contrapor à Câmara, que tem imposto derrotas ao governo, um grupo de senadores experientes combinou de segurar "pautas bombas" aprovadas por deputados e trabalhar por mudanças na aposentadoria.
Na quinta-feira, por exemplo, em um encontro que reuniu o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e seus colegas Tasso Jereissati (PSDB-CE), Simone Tebet (MDB-MS), José Serra (PSDB-SP) e Antonio Anastasia (PSDB-MG), a avaliação foi a de que a articulação política do governo é "caótica".
Alcolumbre foi alertado de que a defesa feita por alguns senadores em relação à proposta de impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e também de uma CPI da Lava Toga - já enterrada duas vezes - cria um conflito desnecessário.
"Os ânimos estão acirrados, mas não podemos cometer erros. O Senado é a Casa da moderação e temos de atuar sempre como bombeiros", argumentou Simone Tebet.
Ibovespa segue com a roda presa no fiscal e cai 0,51%, dólar fecha estável a R$ 5,6753; Wall Street comemora pelo 2° dia
Por lá, o presidente do BC dos EUA alimenta incertezas sobre a continuidade do ciclo de corte de juros em dezembro. Por aqui, as notícias de um pacote de corte de gastos mais modesto desanima os investidores.
Lula fala em aceitar cortes nos investimentos, critica mercado e exige que Congresso reduza emendas para ajuda fazer ajuste fiscal
O presidente ainda criticou o que chamou de “hipocrisia especulativa” do mercado, que tem o aval da imprensa brasileira
Eleições EUA: Por que a votação é sempre na terça? Trump e Kamala podem empatar? Saiba a resposta para essas e mais 8 perguntas
O intrincado funcionamento do Colégio Eleitoral é apenas uma das muitas peculiaridades das eleições presidenciais nos EUA; confira este guia rápido com tudo o que você precisa saber
Ganhou (n)a Loteria: por R$ 600 milhões e valorização de 130%, governo de São Paulo leiloa loteria estadual
Segundo o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), o valor será convertido para a construção de dois novos hospitais, em Birigui e em Itapetininga
“A esquerda morreu”: o que Lula precisa fazer para se reeleger em 2026 e onde o discurso se perdeu, segundo Felipe Miranda
O segundo turno das eleições municipais consolidou o que já vinha sendo desenhado desde antes do primeiro turno: a força da centro-direita no país. Não dá para esquecer que o resultado das urnas em 2024 é um indicativo de como deve ser a corrida para a presidência em 2026 — e as notícias não são […]
Eleições Goiânia 2024: Sandro Mabel (União) confirma favoritismo e vence Fred Rodrigues (PL); veja o resultado
Apoiado por Ronaldo Caiado, Mabel venceu candidato de Jair Bolsonaro em eleição bem dividida na capital de Goiás
Vale (VALE3) em tempos de crise na China e preço baixo do minério: os planos do novo CEO Gustavo Pimenta após o resultado que agradou o mercado
Novo CEO fala em transformar Vale em líder no segmento de metais da transição energética, como cobre e níquel; ações sobem após balanço do 3T24
Vale virar a chavinha? Em dia de agenda fraca, Ibovespa repercute PIB da China, balanços nos EUA e dirigentes do Fed
PIB da China veio melhor do que se esperava, assim como dados de vendas no varejo e produção industrial da segunda maior economia do mundo
Governo envia ao Congresso proposta bilionária para socorrer companhias aéreas — mas valor é bem menor do que se esperava
A previsão é de que os empréstimos sejam operacionalizados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
Greve volta a paralisar venda de títulos públicos do Tesouro Direto nesta terça-feira (15); resgates serão mantidos?
Esta é a terceira vez que a greve dos servidores do Tesouro Nacional paralisa as operações do Tesouro Direto em menos de um mês
Risco fiscal nas alturas: como a situação dos gastos públicos pode se deteriorar de forma acelerada e levar a Selic aos 13%
Se o governo não adotar medidas para controlar o crescimento das despesas obrigatórias, enfrentaremos o risco de desancoragem da inflação, levando os juros para 13% ou mais
Felipe Miranda: Não estamos no México, nem no Dilma 2
Embora algumas analogias de fato possam ser feitas, sobretudo porque a direção guarda alguma semelhança, a comparação parece bastante imprecisa
Eleições municipais 2024: Bolsonarismo e centro-direita mostram força nas prefeituras e elegem sete dos dez vereadores mais votados do país
Líder na votação para vereador, Lucas Pavanato apoiou Marçal em São Paulo; Na disputa para a prefeitura, Boulos vira maior trunfo da esquerda
Eleições municipais 2024: Veja o resultado da apuração para prefeito; 15 capitais terão segundo turno
A votação de segundo turno acontece no dia 27 de outubro, das 8h às 17h
Regulação das bets deve sair na semana que vem, diz Lula — enquanto mais sete casas de apostas são proibidas de atuar no Brasil
O presidente afirmou que não aceita que os recursos do Bolsa Família sejam usados para apostas e disse que, se a regulamentação não der certo, ele não terá dúvidas de “acabar definitivamente com isso”
Quem ganhou, quem perdeu e quem se destacou no último debate para prefeitura de São Paulo em meio triplo empate técnico entre candidatos
Na mais recente pesquisa do Datafolha, Boulos estava à frente com 26% das intenções de voto, seguido por Nunes e Marçal, ambos com 24% das intenções
Último confronto em SP: debate de hoje na Globo terá direita dividida entre Nunes e Marçal, em empate triplo com Boulos; veja o que esperar
Marcado para às 22h, o evento poderá ser acompanhado em cobertura ao vivo realizada pelo Estadão, bem como pelos canais da emissora e o portal de notícias G1
Cuidado com o celular: golpes digitais atingiram 24% da população brasileira no último ano, revela DataSenado
De acordo com o estudo “Panorama Político 2024: apostas esportivas, golpes digitais e endividamento”, a distribuição dos golpes é uniforme em todas as regiões do país
Confira as mudanças que o Congresso quer fazer na Lei das Bets para limitar as apostas
Inadimplência das famílias e problemas com vícios em apostas online levaram deputados e senadores a reverem a lei das bets – veja o que muda
França anuncia novo gabinete de centro-direita após vitória da esquerda nas eleições parlamentares; conheça os membros
Novo premiê, Michel Barnier, montou gabinete já aprovado e anunciado pela presidência neste sábado