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Vinícius Pinheiro
Vinícius Pinheiro
Diretor de redação do Seu Dinheiro. Formado em jornalismo, com MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela FIA, trabalhou nas principais publicações de economia do país, como Valor Econômico, Agência Estado e Gazeta Mercantil. É autor dos romances O Roteirista, Abandonado e Os Jogadores
Maquininhas de cartão

Ações da Cielo e Stone desabam com decisão da Rede de zerar taxa para antecipar recebíveis

Com queda de hoje, papéis da Cielo anulam ganho que tinham no ano na B3, enquanto a Stone perde 20% do valor de mercado na Nasdaq. Quem também sente o baque é a PagSeguro, que tem ações listadas na Nyse

Vinícius Pinheiro
Vinícius Pinheiro
18 de abril de 2019
11:20 - atualizado às 15:05
Maquininhas de cartão em guerra
Maquininhas de cartão de Stone, Rede, Cielo e PagSeguro - Imagem: Montagem Andrei Morais/Seu Dinheiro

O mais novo round da batalha das maquininhas de cartão acertou em cheio a Cielo e a Stone. As ações de ambas as companhias despencam hoje com a notícia de que a Rede, do Itaú Unibanco, zerou as taxas aos lojistas que anteciparem os recebíveis das vendas realizadas nas compras com cartão de crédito à vista. Os papéis da PagSeguro também sentem o baque.

Depois de um tombo de quase 60% no valor de mercado no ano passado, a empresa controlada por Banco do Brasil e Bradesco ensaiava uma recuperação com a visão de que a nova gestão da companhia, liderada pelo ex-presidente do BB Paulo Caffarelli, conseguiria estancar a sangria da perda de mercado para as novas concorrentes.

A Stone é uma das novatas que abocanharam parte do mercado da Cielo e da Rede, que dominavam o setor antes da abertura determinada pelo Banco Central. A empresa abriu o capital no ano passado em uma oferta badalada na Nasdaq que atraiu figurões do mercado como o bilionário Warren Buffett.

A estratégia das empresas para ganhar mercado que ainda é liderado pela Cielo tem sido derrubar as várias taxas cobradas dos lojistas. Além de uma taxa cobrada a cada venda realizada nos cartões de crédito ou débito, as maquininhas ganham ao antecipar o dinheiro que os lojistas só recebem em um prazo de 30 dias após a venda.

O negócio de antecipação é (ou era) uma mina de ouro para as maquininhas. Em uma operação com risco praticamente zero, já que o devedor da operação é o banco emissor do cartão, as taxas de juros cobradas dos lojistas nos tempos "áureos" chegavam a 5% ao mês.

A expectativa é que o movimento da Rede afete mais uma fonte de receita e, por consequência, os resultados de Cielo, Stone e PagSeguro.

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As ações da Cielo fecharam em forte queda de 7,3% e anularam o ganho que ainda acumulavam em 2019. Na Nasdaq, os papéis da Stone desabaram mais de 20%. Os papéis da PagSeguro, que são listados na Nyse, recuaram 10%. Confira a cobertura completa dos mercados hoje.

A redução das taxas pela Rede enfureceu os concorrentes e vai ser investigada pelo Cade. A grande questão é saber se o Itaú está se valendo do seu poder de fogo para prejudicar os competidores.

Os bancos têm uma vantagem natural contra as empresas que operam apenas com as maquininhas, como Stone e PagSeguro, porque operam em toda a cadeia de cartões. Ou seja, o Itaú, em tese, poderia "perder" dinheiro na operação de maquininhas, onde há maior competição, e compensar em outras áreas.

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