Mercado de olho na agenda política
Agenda de votações no Congresso e encontro entre os Três Poderes no radar dos investidores, em busca de sinais de avanço da reforma da Previdência
O mercado financeiro volta a funcionar a pleno vapor hoje e o quadro mais favorável exibido pelos ativos locais ontem - quando a Bolsa brasileira subiu e os juros futuros retiraram prêmio de risco - será testado. O radar dos investidores continua no cenário político, em meio à confiança de que o apoio popular ao presidente Jair Bolsonaro visto no último domingo irá agilizar a tramitação das propostas do governo no Congresso.
A ordem do dia dos parlamentares é focar na agenda das medidas provisórias (MP) que estão prestes a expirar nos próximos dias. As mais delicadas são a 871, que faz um pente-fino nos benefícios do INSS, e a 868, que altera o marco legal do saneamento. Já a 863, que permite empresas aéreas estrangeiras, têm impacto econômico relevante e também é importante.
Mas na lista de prioridades do governo, está a MP 870, que trata da estrutura dos ministérios, reduzindo de 29 para 22 o total de pastas. O projeto já está no Senado, que estuda a viabilidade de manter o Coaf nas mãos do ministro Sérgio Moro (Justiça), após o clamor nas ruas. Na Câmara, o órgão de fiscalização foi para a Economia. O problema é que, se sofrer alteração, a MP volta para os deputados sob o risco de caducar, no dia 3.
Em busca de harmonia
De um modo geral, por mais que tenha sido positiva a leitura do mercado doméstico em relação às manifestações em todo o país a favor do governo e de apoio às reformas, pouca coisa mudou. A dificuldade de diálogo entre o Executivo e o Legislativo continua, sendo que o Congresso foi novamente tachado pelo presidente de praticante da “velha política”, o que pode quebrar a paz que estava selada entre os dois poderes na semana passada.
Os eventos do domingo não contribuíram para a construção de uma base aliada sólida, mas tampouco foram suficientes para emparedar os parlamentares nem o poder Judiciário, que também foi alvo de críticas. Talvez por isso, o presidente Bolsonaro recebe para um café da manhã os presidentes dos demais poderes no Palácio da Alvorada. Estarão presente, Dias Toffoli (STF), Rodrigo Maia (Câmara) e Davi Alcolumbre (Senado).
Segundo o governo, o objetivo do encontro é mostrar harmonia entre os poderes, reafirmando que as manifestações não tiveram tentativa de “melindrar as instituições”. Entre os deputados, é crescente a percepção de que o governo não tem os 308 votos necessários para aprovar a reforma da Previdência neste semestre e cabe ao Executivo conquistar esse apoio para que o texto seja votado.
Leia Também
No mercado financeiro, a dúvida ainda gira em torno sobre quando as novas regras para aposentadoria serão aprovada e o quanto do texto original apresentado pela equipe econômica do ministro Paulo Guedes será diluída. Aos olhos dos investidores, uma economia fiscal de R$ 600 bilhões seria gastar muito capital político para pouco, o que tende a manter o Ibovespa próximo à faixa dos 100 mil pontos e o dólar colado aos R$ 3,90.
Para ir mais longe, a potência fiscal da reforma teria de ficar acima de R$ 800 bilhões e ficar mais perto do R$ 1,2 trilhão almejado por Guedes. Se isso acontecer, há espaço para o Ibovespa chegar aos 120 mil pontos e o dólar cair a R$ 3,60 até o fim deste ano. Já se a reforma ficar pelo caminho, o risco de desvalorização é bem maior, com o dólar buscando máximas históricas, acima de R$ 4,20, e a Bolsa indo buscar o nível dos 70 mil pontos.
Assim, os investidores estão em compasso de espera, do sucesso ou do fracasso do governo em relação à agenda de reformas, para, então, tomar a decisão de investimento. Tudo vai depender da tática do presidente, que se manter a estratégia “morde e assopra”, gerando um ambiente de desconfiança entre os poderes, trará volatilidade ao mercado.
Exterior sem brilho
No exterior, também é grande a cautela em torno do desfecho da guerra comercial entre Estados Unidos e China, que pode definir o cenário sobre o crescimento econômico global nos próximos anos. Mas o presidente norte-americano, Donald Trump, disse não “estar pronto” para um acordo e que as tarifas de produtos chineses podem subir “facilmente”.
A ausência de um acordo entre as duas maiores economias do mundo reduz a exposição ao risco entre os investidores, deixando os negócios no exterior sem brilho. Os índices futuros das bolsas de Nova York voltam do fim de semana prolongado oscilando na linha d’água, após uma sessão com leves ganhos na Ásia, o que deixa a Europa sem rumo.
Nos demais mercados, destaque para o rendimento (yield) do título norte-americano de 10 anos (T-note) que está no nível mais baixo desde outubro de 2017, em meio à busca por proteção em ativos seguros. O dólar acompanha o movimento dos bônus e avança, sendo que a libra esterlina monitora a corrida pela escolha do próximo primeiro-ministro britânico.
Entre as commodities, o barril do petróleo tipo WTI avança, mas segue cotado abaixo de US$ 60. De um modo geral, esse movimento nos mercados globais deve continuar, enquanto o foco dos investidores continua nos movimentos do governo Trump para cortar os negócios dos EUA com as empresas chineses de tecnologia, na disputa pelo 5G.
Agenda econômica fraca
O calendário econômico desta terça-feira não traz divulgações relevantes. Por aqui, a agenda do dia está esvaziada. Lá fora, saem indicadores de confiança do consumidor e de empresários na zona do euro e nos EUA, além de números sobre o setor imobiliário norte-americano.
Governo da China expulsa ex-chefe do projeto do yuan digital sob alegações de corrupção
Yao Qian é acusado de receber subornos em criptomoedas, bens de luxo e propriedades, além de realizar empréstimos ilegais enquanto ocupava cargo público
A arma mais poderosa de Putin (até agora): Rússia cruza linha vermelha contra a Ucrânia e lança míssil com capacidade nuclear
No início da semana, Kiev recebeu autorização dos EUA para o uso de mísseis supersônicos; agora foi a vez de Moscou dar uma resposta
Com dólar acima de R$ 5,80, Banco Central se diz preparado para atuar no câmbio, mas defende políticas para o equilíbrio fiscal
Ainda segundo o Relatório de Estabilidade Financeira do primeiro semestre, entidades do sistema podem ter de elevar provisões para perdas em 2025
Do pouso forçado às piruetas: Ibovespa volta do feriado com bolsas internacionais em modo de aversão ao risco e expectativa com pacote
Investidores locais aguardam mais detalhes do pacote fiscal agora que a contribuição do Ministério da Defesa para o ajuste é dada como certa
Que crise? Weg (WEGE3) quer investir US$ 62 milhões na China para aumentar capacidade de fábrica
O investimento será realizado nos próximos anos e envolve um plano que inclui a construção de um prédio de 30 mil m², com capacidade para fabricação de motores de alta tensão
Quais os planos da BRF com a compra da fábrica de alimentos na China por US$ 43 milhões
Empresa deve investir outros US$ 36 milhões para dobrar a capacidade da nova unidade, que abre caminho para expansão de oferta
De agricultura e tecnologia nuclear à saúde e cultura: Brasil e China assinam 37 acordos bilaterais em várias áreas; confira quais
Acordo assinado hoje por Xi Jinping e Lula abrange 15 áreas estratégicas e fortalece relação comercial entre países
Brasil e China: em 20 anos, comércio entre países cresceu mais de 20x e atingiu US$ 157,5 bilhões em 2023
Em um intervalo de 20 anos, a corrente do comércio bilateral entre o Brasil e a China passou de US$ 6,6 bilhões em 2003 para US$ 157,5 bilhões
Acaba logo, pô! Ibovespa aguarda o fim da cúpula do G20 para conhecer detalhes do pacote fiscal do governo
Detalhes do pacote já estão definidos, mas divulgação foi postergada para não rivalizar com as atenções à cúpula do G20 no Rio
A B3 vai abrir no dia da Consciência Negra? Confira o funcionamento da bolsa, bancos e Correios na estreia do novo feriado nacional
É a primeira vez que o Dia da Consciência Negra consta no calendário dos feriados nacionais. Como de costume, as comemorações devem alterar o funcionamento dos principais serviços públicos
Mais barato? Novo Nordisk lança injeção de emagrecimento estilo Ozempic na China com ‘novidade’
Em um país onde mais de 180 milhões de pessoas têm obesidade, o lançamento do remédio é uma oportunidade massiva para a empresa europeia
2025 será o ano de ‘acerto de contas’ para o mercado de moda: veja o que as marcas precisarão fazer para sobreviver ao próximo ano
Estudo do Business of Fashion com a McKinsey mostra desafios e oportunidades para a indústria fashion no ano que vem
O fim da temporada — ou quase: balanço da Nvidia ainda movimenta semana, que conta com novo feriado no Brasil
Enquanto isso, as bolsas internacionais operam sem um sinal único, sofrendo ajustes após o rali do Trump Trade dos últimos dias
Agenda econômica: balanço da Nvidia (NVDC34) e reunião do CMN são destaques em semana com feriado no Brasil
A agenda econômica também conta com divulgação da balança comercial na Zona do Euro e no Japão; confira o que mexe com os mercados nos próximos dias
G20: Ministério de Minas e Energia assina acordo com a chinesa State Grid para transferência de tecnologia
A intenção é modernizar o parque elétrico brasileiro e beneficiar instituições de ensino e órgãos governamentais
Seu Dinheiro abre carteira de 17 ações que já rendeu 203% do Ibovespa e 295% do CDI desde a criação; confira
Portfólio faz parte da série Palavra do Estrategista e foi montado pelo CIO da Empiricus, Felipe Miranda
Nova York naufragou: ações que navegavam na vitória de Trump afundam e bolsas terminam com fortes perdas — Tesla (TSLA34) se salva
Europa também fechou a sexta-feira (15) com perdas, enquanto as bolsas na Ásia terminaram a última sessão da semana sem uma direção comum, com dados da China e do Japão no radar dos investidores
A arte de negociar: Ação desta microcap pode subir na B3 após balanço forte no 3T24 — e a maior parte dos investidores não tem ela na mira
Há uma empresa fora do radar do mercado com potencial de proporcionar uma boa valorização para as ações
Um passeio no Hotel California: Ibovespa tenta escapar do pesadelo após notícia sobre tamanho do pacote fiscal de Haddad
Mercado repercute pacote fiscal maior que o esperado enquanto mundo político reage a atentado suicida em Brasília
A B3 vai abrir nos dias da Proclamação da República e da Consciência Negra? Confira o funcionamento da bolsa, bancos e Correios durante os feriados
Os feriados nacionais de novembro são as primeiras folgas em cinco meses que caem em dias úteis. O Seu Dinheiro foi atrás do que abre e fecha durante as comemorações