Tensão comercial mantém mercados em suspense
Escalada da guerra comercial assusta investidores, que ficam com a sensação de que as tarifas podem continuar subindo
A última semana do mês começa com o mercado financeiro ainda sob impacto dos acontecimentos da sexta-feira passada, quando a guerra comercial ofuscou Jackson Hole. A decisão de Pequim de elevar a tarifa sobre US$ 75 bilhões em bens importados dos Estados Unidos combinada com a mensagem vaga de Jerome Powell enfureceu Donald Trump, que ordenou às empresas norte-americanas buscar uma “alternativa à China”.
Ma Wall Street já estava fechado quando Trump anunciou que vai elevar de 10% para 15% a tarifa de importação sobre US$ 300 bilhões em produtos chineses, que entra em vigor já neste domingo. Em outubro, outros US$ 250 bilhões de produtos chineses terão uma tarifa adicional de 30%, ao invés dos 25% já em curso. Trump disse estar arrependido de não ter elevado as tarifas ainda mais, enquanto a China avisou que irá retaliar novamente.
E essa escalada da guerra comercial assusta os investidores, que ficam com a sensação de que as tarifas podem continuar subindo. A reação a todo esse noticiário ficou, então, com a Ásia. E as principais bolsas da região amargaram fortes perdas nesta segunda-feira, prejudicadas ainda pelo tombo dos índices acionários em Nova York na sessão anterior, quando Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq acumularam queda pela quarta semana seguida.
Tóquio e Hong Kong recuaram mai de 2%, enquanto Xangai cedeu pouco mais de 1%. Os mercados na Coreia do Sul, Taiwan, Cingapura e Indonésia também caíram na mesma proporção, enquanto na Oceania, Sydney teve queda de 1,3%. Mas os índices futuros das bolsas de Nova York tentam construir um cenário otimista para o dia e exibem ganhos, apagando as fortes perdas registradas durante a madrugada.
China ligou duas vezes
A melhora em Wall Street se dá pela notícia dada pelo próprio Trump, ainda na França, de que o governo chinês entrou em contato com Washington no domingo à noite para tentar retomar as negociações sobre o comércio. “A China disse para voltarmos à mesa”, disse. “Eles entendem como a vida funciona”, emendou. Segundo o presidente, o convite foi aceito e as conversas serão retomadas, sendo que uma nova rodada está prevista para setembro.
Trump afirmou que os EUA “vão começar a falar muito a sério” e garantiu que os chineses querem fazer um acordo, que ele acha que será finalmente alcançado. Novas declarações do presidente sobre a China devem ser feitas ainda hoje, mas o Ministério das Relações Exteriores chinês disse não estar ciente de tais ligações. Já o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, disse que o país está disposto em resolver a disputa com “calma” e diálogo.
Leia Também
O relato de retomada das conversas entre EUA e China alivia a pressão sobre as bolsas europeias, que tentam migrar para o campo positivo, após uma abertura no vermelho. O volume na região é penalizado por um feriado em Londres. Com a aparente diminuição da tensão comercial, os investidores se recompõem, mas mantêm a busca por proteção no dólar e nos títulos norte-americanos, que avançam. Já o petróleo recua e o minério de ferro afunda.
Durante o encontro do G7, no litoral francês, os líderes das sete economias mais industrializadas do mundo concordaram em ajudar “o mais rápido possível” a crise causada pelos incêndios na Amazônia. As queimadas foram destaque do encontro na cidade de Biarritz, que termina hoje, e a notícia de que o acordo entre União Europeia (UE) e Mercosul não será suspenso é uma boa notícia ao mercado doméstico e ao governo Bolsonaro.
Ativos locais sob pressão
Esse comportamento no exterior deve influenciar a sessão no Brasil, após o Ibovespa encerrar a semana passada no menor nível desde meados de junho, já na casa dos 97 mil pontos, enquanto o dólar completou uma semana acima de R$ 4,00. A moeda norte-americana encerrou a sexta-feira no maior valor em quase um ano, cotada a R$ 4,12.
Tal valorização acionou uma posição mais dura do Banco Central, que irá vender US$ 11,6 bilhões das reservas internacionais através de leilão de venda de dólares no mercado à vista. A operação será casada com a oferta de contratos de swaps cambiais reversos (232.340 contratos). Os leilões serão realizados de 2 a 27 de setembro.
A ver, então, como ficam as previsões do mercado financeiro para a taxa de câmbio e de juros ao final deste ano, na pesquisa Focus (8h30), em meio à piora do cenário externo e à saída de recursos estrangeiros do país. Aliás, o cenário benigno da inflação consolida a aposta de cortes na Selic, já que a retomada do crescimento (PIB) foi adiada para 2020.
Aliás, os números do PIB brasileiro no segundo trimestre deste ano serão conhecidos na sexta-feira e são o destaque da agenda econômica nesta semana. Hoje, o relatório do BC é a principal divulgação do dia, que traz também o índice de confiança da indústria (8h), a nota do BC sobre o setor externo (10h30) e os dados semanais da balança comercial (15h).
No exterior, o calendário de indicadores e eventos econômicos está esvaziado nesta segunda-feira, o que concentra a atenção e do mercado financeiro na guerra comercial sino-americana, elevando o nervosismo nos negócios e mantendo a tensão entre os investidores.
Vale (VALE3) é a nova queridinha dos dividendos: mineradora supera Petrobras (PETR4) e se torna a maior vaca leiteira do Brasil no 3T24 — mas está longe do pódio mundial
A mineradora brasileira depositou mais de R$ 10 bilhões para os acionistas entre julho e setembro deste ano, de acordo com o relatório da gestora Janus Henderson
Regulação do mercado de carbono avança no Brasil, mas deixa de lado um dos setores que mais emite gases estufa no país
Projeto de Lei agora só precisa da sanção presidencial para começar a valer; entenda como vai funcionar
‘O rali ainda não acabou’: as ações desta construtora já saltam 35% no ano e podem subir ainda mais antes que 2024 termine, diz Itaú BBA
A performance bate de longe a do Ibovespa, que recua cerca de 4% no acumulado anual, e também supera o desempenho de outras construtoras que atuam no mesmo segmento
“Minha promessa foi de transformar o banco, mas não disse quando”, diz CEO do Bradesco (BBDC4) — e revela o desafio que tem nas mãos daqui para frente
Na agenda de Marcelo Noronha está um objetivo principal: fazer o ROE do bancão voltar a ultrapassar o custo de capital
A arma mais poderosa de Putin (até agora): Rússia cruza linha vermelha contra a Ucrânia e lança míssil com capacidade nuclear
No início da semana, Kiev recebeu autorização dos EUA para o uso de mísseis supersônicos; agora foi a vez de Moscou dar uma resposta
Com dólar acima de R$ 5,80, Banco Central se diz preparado para atuar no câmbio, mas defende políticas para o equilíbrio fiscal
Ainda segundo o Relatório de Estabilidade Financeira do primeiro semestre, entidades do sistema podem ter de elevar provisões para perdas em 2025
Do pouso forçado às piruetas: Ibovespa volta do feriado com bolsas internacionais em modo de aversão ao risco e expectativa com pacote
Investidores locais aguardam mais detalhes do pacote fiscal agora que a contribuição do Ministério da Defesa para o ajuste é dada como certa
Como a Embraer (EMBR3) passou de ameaçada pela Boeing a rival de peso — e o que esperar das ações daqui para frente
Mesmo com a disparada dos papéis em 2024, a perspectiva majoritária do mercado ainda é positiva para a Embraer, diante das avenidas potenciais de crescimento de margens e rentabilidade
É hora de colocar na carteira um novo papel: Irani (RANI3) pode saltar 45% na B3 — e aqui estão os 3 motivos para comprar a ação, segundo o Itaú BBA
O banco iniciou a cobertura das ações RANI3 com recomendação “outperform”, equivalente a compra, e com preço-alvo de R$ 10,00 para o fim de 2025
Ações da Embraer (EMBR3) chegam a cair mais de 4% e lideram perdas do Ibovespa. UBS BB diz que é hora de desembarcar e Santander segue no voo
O banco suíço rebaixou a recomendação para os papéis da Embraer de neutro para venda, enquanto o banco de origem espanhola seguiu com a indicação de compra; entenda por que cada um pegou uma rota diferente
A B3 vai abrir no dia da Consciência Negra? Confira o funcionamento da bolsa, bancos e Correios na estreia do novo feriado nacional
É a primeira vez que o Dia da Consciência Negra consta no calendário dos feriados nacionais. Como de costume, as comemorações devem alterar o funcionamento dos principais serviços públicos
Rali do Trump Trade acabou? Bitcoin (BTC) se estabiliza, mas analistas apontam eventos-chave para maior criptomoeda do mundo chegar aos US$ 200 mil
Mercado de criptomoedas se aproxima de uma encruzilhada: rumo ao topo ou a resultados medianos? Governo Trump pode ter a chave para o desfecho.
Localiza: após balanço mais forte que o esperado no 3T24, BTG Pactual eleva preço-alvo para RENT3 e agora vê potencial de alta de 52% para a ação
Além dos resultados trimestrais, o banco considerou as tendências recentes do mercado automotivo e novas projeções macroeconômicas; veja a nova estimativa
Ações da Oi (OIBR3) saltam mais de 100% e Americanas (AMER3) dispara 41% na bolsa; veja o que impulsiona os papéis das companhias em recuperação judicial
O desempenho robusto da Americanas vem na esteira de um balanço melhor que o esperado, enquanto a Oi recupera fortes perdas registradas na semana passada
O fim da temporada — ou quase: balanço da Nvidia ainda movimenta semana, que conta com novo feriado no Brasil
Enquanto isso, as bolsas internacionais operam sem um sinal único, sofrendo ajustes após o rali do Trump Trade dos últimos dias
No G20 Social, Lula defende que governos rompam “dissonância” entre as vozes do mercado e das ruas e pede a países ricos que financiem preservação ambiental
Comentários de Lula foram feitos no encerramento do G20 Social, derivação do evento criada pelo governo brasileiro e que antecede reunião de cúpula
Nova York naufragou: ações que navegavam na vitória de Trump afundam e bolsas terminam com fortes perdas — Tesla (TSLA34) se salva
Europa também fechou a sexta-feira (15) com perdas, enquanto as bolsas na Ásia terminaram a última sessão da semana sem uma direção comum, com dados da China e do Japão no radar dos investidores
Warren Buffett não quer o Nubank? Megainvestidor corta aposta no banco digital em quase 20% — ação cai 8% em Wall Street
O desempenho negativo do banco digital nesta sexta-feira pode ser explicado por três fatores principais — e um deles está diretamente ligado ao bilionário
Banco do Brasil (BBAS3) de volta ao ataque: banco prevê virada de chave com cartão de crédito em 2025
Após fase ‘pé no chão’ depois da pandemia da covid-19, a instituição financeira quer expandir a carteira de cartão de crédito, que tem crescido pouco nos últimos dois anos
CEO da AgroGalaxy (AGXY3) entra para o conselho após debandada do alto escalão; empresa chama acionistas para assembleia no mês que vem
Além do diretor-presidente, outros dois conselheiros foram nomeados; o trio terá mandato até a AGE marcada para meados de dezembro