Vaivém na política confunde mercados
Estratégia “morde e assopra” do presidente dos EUA, Donald Trump, provoca idas e vindas no mercado, em um movimento constante de avaliação do cenário econômico
O mercado financeiro já está acostumado com a estratégia “morde e assopra” do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. E o vaivém dos ativos de risco reflete essas idas e vindas da Casa Branca em relação à guerra comercial contra a China, em um movimento constante de avaliação e reavalição do cenário econômico - qualquer semelhança dessa percepção em relação ao governo Bolsonaro não é mera coincidência.
No exterior, hoje é a vez de alívio nos negócios, após o tom mais suave de Trump em relação à Huawei. A fabricante chinesa faria parte do acordo comercial que Washington ainda tenta costurar com Pequim. Há especulações de que o presidente dos EUA teria endurecido as regras, de modo usar tais restrições como barganha em negociações futuras.
Até por isso, Trump se disse “esperançoso” com o encontro que terá com o líder chinês Xi Jinping, durante a reunião do G-20, no Japão, no fim do mês que vem. Ele previu um “rápido final” para a guerra comercial, que já dura um ano, embora novas rodadas de negociações não estejam programadas.
Ainda assim, o tom mais suave de Trump serviu para amenizar o temor de que um acordo comercial entre as duas maiores economias do mundo poderia levar mais tempo do que o inicialmente previsto. Com isso, os índices futuros das bolsas de Nova York amanheceram em alta firme, após uma sessão mista na Ásia, onde Hong Kong e Xangai ficaram de lado.
Na Europa, as bolsas pegam carona no sinal positivo vindo de Wall Street. Já nos demais mercados, o petróleo se recupera da maior queda diária do ano, registrada ontem, ao passo que o dólar está de lado. De alguma maneira, a cautela ainda prevalece nos negócios, com os investidores evitando ficar muito expostos ao risco.
Afinal, ao mesmo tempo em que Trump sinalizou que poderia facilitar as restrições contra a Huawei, ele afirmou que a empresa chinesa é “muito perigosa”, do ponto de vista da segurança nacional. Além disso, o Departamento do Comércio dos EUA estaria considerando taxar os países que desvalorizam suas moedas - em um claro movimento contra a China, acusada pela Casa Branca de manipular o renminbi. A administração também estaria discutindo com empresas e grupos da indústria como atualizar e redefinir os produtos na lista de controle de exportação.
Leia Também
Agora é domingo
A aparente calmaria no front político em Brasília nesta semana, após o tsunami da semana passada, ajudou na melhora do mercado doméstico, apesar da maior aversão ao risco no exterior. Os investidores até estavam propensos a seguir no oba-oba desse alívio, mas às vésperas das manifestações de domingo, podem assumir alguma cautela hoje.
O fato é que o lado técnico do mercado ficou mais “limpo”, após a forte desvalorização do Ibovespa e do real na semana passada, quando o índice acionário perdeu os 90 mil pontos e o dólar superou os R$ 4,10. Esse movimento foi seguido de uma correção nos preços dos ativos, em meio à saída de investidores estrangeiros e à caça por pechinchas dos locais.
E não foi só o posicionamento técnico que melhorou. A disposição dos parlamentares em destravar a pauta de votações, avançando com várias medidas que corriam o risco de caducar, deixou a sensação de que pode haver disposição para aprovar a reforma da Previdência. Segundo Paulo Guedes, a aprovação no Congresso será em até 90 dias.
Apesar da “queda de braço” entre Executivo e Legislativo pela “paternidade” da agenda econômica e o protagonismo na condução das novas regras para aposentadoria, para o mercado doméstico pouco importa quem irá liderar este processo - desde que ele avance. Por isso, é grande a expectativa por novidades capazes de confirmar esse prognóstico.
IPCA-15 é o destaque do dia
A agenda econômica, enfim, ganha relevância e traz como destaque nesta sexta-feira a prévia da inflação oficial ao consumidor brasileiro (IPCA-15) em maio. Apesar da esperada desaceleração do índice em base mensal, a 0,40%, a taxa acumulada em 12 meses deve ganhar força e atingir 5%, seguindo no maior nível para o período desde o início de 2017.
Os números efetivos serão divulgados às 9h e tendem a calibrar as apostas em relação ao rumo da taxa básica de juros neste ano. Apesar do anseio de boa parte do mercado financeiro pela retomada do ciclo de cortes na Selic, por causa do ritmo mais lento da atividade econômica, os preços mais salgados - sobretudo do lado da oferta (alimentos, combustíveis, energia elétrica) - e a valorização do dólar não autorizam o Banco Central.
Além disso, há dúvidas sobre a eficácia de eventuais novos pisos históricos dos juros básicos na economia, que vem sendo afetada pelas incertezas no lado fiscal e político do país. Com isso, os agentes econômicos vêm adiando decisões de investimentos, contratações e produção/estoque. O índice de confiança do setor do comércio neste mês, que sai às 8h, deve corroborar tal cenário.
Já no exterior, o calendário do dia segue mais fraco, trazendo números de abril sobre as vendas no varejo britânico e sobre os pedidos de bens duráveis nos EUA (9h30).
Inter (INBR32) projeta Ibovespa a 143.200 mil pontos em 2025 e revela os setores que devem puxar a bolsa no ano que vem
Mesmo com índice pressionado por riscos econômicos e valuations baixos, o banco estima que o lucro por ação da bolsa deve crescer 18%
Vale (VALE3) é a nova queridinha dos dividendos: mineradora supera Petrobras (PETR4) e se torna a maior vaca leiteira do Brasil no 3T24 — mas está longe do pódio mundial
A mineradora brasileira depositou mais de R$ 10 bilhões para os acionistas entre julho e setembro deste ano, de acordo com o relatório da gestora Janus Henderson
Regulação do mercado de carbono avança no Brasil, mas deixa de lado um dos setores que mais emite gases estufa no país
Projeto de Lei agora só precisa da sanção presidencial para começar a valer; entenda como vai funcionar
‘O rali ainda não acabou’: as ações desta construtora já saltam 35% no ano e podem subir ainda mais antes que 2024 termine, diz Itaú BBA
A performance bate de longe a do Ibovespa, que recua cerca de 4% no acumulado anual, e também supera o desempenho de outras construtoras que atuam no mesmo segmento
“Minha promessa foi de transformar o banco, mas não disse quando”, diz CEO do Bradesco (BBDC4) — e revela o desafio que tem nas mãos daqui para frente
Na agenda de Marcelo Noronha está um objetivo principal: fazer o ROE do bancão voltar a ultrapassar o custo de capital
A arma mais poderosa de Putin (até agora): Rússia cruza linha vermelha contra a Ucrânia e lança míssil com capacidade nuclear
No início da semana, Kiev recebeu autorização dos EUA para o uso de mísseis supersônicos; agora foi a vez de Moscou dar uma resposta
Com dólar acima de R$ 5,80, Banco Central se diz preparado para atuar no câmbio, mas defende políticas para o equilíbrio fiscal
Ainda segundo o Relatório de Estabilidade Financeira do primeiro semestre, entidades do sistema podem ter de elevar provisões para perdas em 2025
Do pouso forçado às piruetas: Ibovespa volta do feriado com bolsas internacionais em modo de aversão ao risco e expectativa com pacote
Investidores locais aguardam mais detalhes do pacote fiscal agora que a contribuição do Ministério da Defesa para o ajuste é dada como certa
Como a Embraer (EMBR3) passou de ameaçada pela Boeing a rival de peso — e o que esperar das ações daqui para frente
Mesmo com a disparada dos papéis em 2024, a perspectiva majoritária do mercado ainda é positiva para a Embraer, diante das avenidas potenciais de crescimento de margens e rentabilidade
É hora de colocar na carteira um novo papel: Irani (RANI3) pode saltar 45% na B3 — e aqui estão os 3 motivos para comprar a ação, segundo o Itaú BBA
O banco iniciou a cobertura das ações RANI3 com recomendação “outperform”, equivalente a compra, e com preço-alvo de R$ 10,00 para o fim de 2025
Ações da Embraer (EMBR3) chegam a cair mais de 4% e lideram perdas do Ibovespa. UBS BB diz que é hora de desembarcar e Santander segue no voo
O banco suíço rebaixou a recomendação para os papéis da Embraer de neutro para venda, enquanto o banco de origem espanhola seguiu com a indicação de compra; entenda por que cada um pegou uma rota diferente
Acaba logo, pô! Ibovespa aguarda o fim da cúpula do G20 para conhecer detalhes do pacote fiscal do governo
Detalhes do pacote já estão definidos, mas divulgação foi postergada para não rivalizar com as atenções à cúpula do G20 no Rio
A B3 vai abrir no dia da Consciência Negra? Confira o funcionamento da bolsa, bancos e Correios na estreia do novo feriado nacional
É a primeira vez que o Dia da Consciência Negra consta no calendário dos feriados nacionais. Como de costume, as comemorações devem alterar o funcionamento dos principais serviços públicos
Rali do Trump Trade acabou? Bitcoin (BTC) se estabiliza, mas analistas apontam eventos-chave para maior criptomoeda do mundo chegar aos US$ 200 mil
Mercado de criptomoedas se aproxima de uma encruzilhada: rumo ao topo ou a resultados medianos? Governo Trump pode ter a chave para o desfecho.
Localiza: após balanço mais forte que o esperado no 3T24, BTG Pactual eleva preço-alvo para RENT3 e agora vê potencial de alta de 52% para a ação
Além dos resultados trimestrais, o banco considerou as tendências recentes do mercado automotivo e novas projeções macroeconômicas; veja a nova estimativa
Ações da Oi (OIBR3) saltam mais de 100% e Americanas (AMER3) dispara 41% na bolsa; veja o que impulsiona os papéis das companhias em recuperação judicial
O desempenho robusto da Americanas vem na esteira de um balanço melhor que o esperado, enquanto a Oi recupera fortes perdas registradas na semana passada
O fim da temporada — ou quase: balanço da Nvidia ainda movimenta semana, que conta com novo feriado no Brasil
Enquanto isso, as bolsas internacionais operam sem um sinal único, sofrendo ajustes após o rali do Trump Trade dos últimos dias
Agenda econômica: balanço da Nvidia (NVDC34) e reunião do CMN são destaques em semana com feriado no Brasil
A agenda econômica também conta com divulgação da balança comercial na Zona do Euro e no Japão; confira o que mexe com os mercados nos próximos dias
Seu Dinheiro abre carteira de 17 ações que já rendeu 203% do Ibovespa e 295% do CDI desde a criação; confira
Portfólio faz parte da série Palavra do Estrategista e foi montado pelo CIO da Empiricus, Felipe Miranda
No G20 Social, Lula defende que governos rompam “dissonância” entre as vozes do mercado e das ruas e pede a países ricos que financiem preservação ambiental
Comentários de Lula foram feitos no encerramento do G20 Social, derivação do evento criada pelo governo brasileiro e que antecede reunião de cúpula