Ativos preparam-se para encerrar semana no azul
Confusão sobre fala de presidente do Fed de NY pode induzir a ajustes

Os ativos financeiros globais preparam-se para encerrar a semana no azul em meio a crescentes sinais de que o Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, iniciará em breve sua primeira rodada de afrouxamento monetário em uma década.
Por aqui, no entanto, os contratos de câmbio e de juros futuros da dívida talvez passem por algum ajuste no início de sessão de hoje depois de terem acentuado a queda no fim da tarde de ontem com base em declarações do presidente do Fed regional de Nova York, John Williams.
Em discurso feito durante evento da Associação de Pesquisa do Banco Central, Williams declarou que “é melhor adotar medidas preventivas do que esperar que um desastre aconteça”. E arrematou dizendo que banqueiros centrais precisam “agir rápido” quando a economia desacelera.
A menos de duas semanas da próxima reunião de política monetária do Fed e em meio a expectativas de que o alívio monetário é iminente, Wall Street interpretou a fala como prenúncio de uma ação agressiva da autoridade monetária sobre os juros e pôs abaixo os yields dos Treasuries, afetando por tabela ativos como o dólar e os contratos de DI. Até o Ibovespa tirou uma casquinha e acentuou a alta na reta final de um dia sem muito que justificasse o movimento.
Não é bem assim
Quando a situação estava posta, a direção do Fed de Nova York viu por bem ponderar sobre o assunto. De acordo com a autoridade monetária regional, o discurso de Williams teria sido interpretado fora de seu contexto. A saber, este seria uma explanação acadêmica sobre a atuação de banqueiros centrais.
Leia Também
Procurado pela CNBC, um porta-voz esclareceu: “tratava-se de uma fala acadêmica sobre 20 anos de pesquisas, e não de potenciais ações de política monetária na próxima reunião do comitê de política monetária do Fed”.
Ainda que alguma correção seja esperada no início da sessão, o início de uma ação de política monetária pelo Fed já em 31 de julho segue precificado, sendo que agentes dos mercados financeiros preveem pelo menos dois cortes na taxa de referência norte-americana até o fim do ano.
O otimismo em relação ao tema levou os principais índices de ações a fecharem em altas vigorosas na Ásia. As bolsas de valores europeias também abriram no azul e os índices futuros de Nova York sinalizam alta.
Carta branca para bagunçar?
Por aqui, o governo Jair Bolsonaro parece agir como se tivesse carta branca para bagunçar à vontade. Na quarta-feira, o governo criou a expectativa do iminente lançamento de medidas para reacender a economia no curto prazo. Todo mundo ficou atento, claro, ainda mais com o recesso parlamentar esvaziando o noticiário.
Chegou até a ser feito o anúncio de que seria feito um anúncio sobre a possível liberação dos saques de contas ativas do FGTS em um evento marcado para a tarde de ontem em Brasília. As ações de empresas varejistas subiam enquanto companhias do setor de construção amargavam perdas.
Até que o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, veio a público informar que não seria mais feito anúncio nenhum, adiando a revelação das medidas para algum momento da semana que vem, talvez quarta ou quinta-feira. Consta que o adiamento ocorreu em meio à pressão de empresas do setor de construção, uma vez que são os recursos do FGTS que irrigam grande parte das obras de moradia no país.
Com o adiamento, o governo ganha tempo para estudar a implementação de algo que não se limite a movimentar o varejo no curto prazo, provocando pouco mais do que um efeito marginal no PIB, e pensar em alguma forma de não abalar ainda mais um setor altamente impactado pela atual crise, como é o caso das empresas de construção.
Desta forma, o evento de ontem limitou-se a uma espécie de festa de 200 dias de governo, apesar de motivos questionáveis para comemorar. Quem parou para acompanhar o discurso de Bolsonaro acabou ouvindo suas justificativas para cancelar um concurso para acadêmicos transexuais e para indicar o próprio filho embaixador nos Estados Unidos. Nem Bruna Surfistinha escapou do repertório presidencial.
Enquanto isso, o governo calcula que, da maneira como passou em primeiro turno na Câmara, a reforma da previdência economizaria R$ 933,5 bilhões em dez anos. O cálculo é bem mais otimista do que o de observadores independentes, que gira entre R$ 700 bilhões e R$ 750 bilhões.
Seja como for, a reforma da previdência ainda tem que passar em segundo turno na Câmara antes de seguir para o Senado e muitas mudanças ainda podem acontecer no processo.
Dia de ressaca na bolsa: Depois do rali com o recuo de Trump, Wall Street e Ibovespa se preparam para a inflação nos EUA
Passo atrás de Trump na guerra comercial animou os mercados na quarta-feira, mas investidores já começam a colocar os pés no chão
A trégua que todo mundo espera vem aí? Trump diz que não vê mais aumento de tarifas sobre a China
Presidente norte-americano afasta também a possibilidade de a guerra sair do campo comercial e escalar ainda mais
Nem a China vai conseguir parar os EUA: bancão de Wall Street revê previsão de recessão após trégua de Trump nas tarifas
Goldman Sachs volta atrás na previsão para a maior economia do mundo depois que o presidente norte-americano deu um alívio aos países que não retaliaram os EUA
Bitcoin (BTC) dispara e recupera patamar de US$ 82 mil — alívio nas tarifas reacende o mercado cripto
Após o presidente Donald Trump anunciar uma pausa de 90 dias nas tarifas recíprocas, o bitcoin subiu 6,10% e puxou alta de todo o mercado de criptomoedas
Vale (VALE3) sente os efeitos das tarifas de Trump, mas ação da mineradora pode não sofrer tanto quanto parece
A companhia vem sentindo na pele efeitos da troca da guerra comercial entre EUA e China, mas o Itaú BBA ainda aposta no papel como opção para o investidor; entenda os motivos
Ivan Sant’Anna: Trumponomics e o impacto de um erro colossal
Tal como sempre acontece, o mercado percebeu imediatamente o tamanho da sandice e reagiu na mesma proporção
Países do Golfo Pérsico têm vantagens para lidar com o tarifaço de Trump — mas cotação do petróleo em queda pode ser uma pedra no caminho
As relações calorosas com Trump não protegeram os países da região de entrar na mira do tarifaço, mas, em conjunto com o petróleo, fortalecem possíveis negociações
Brava Energia (BRAV3) e petroleiras tombam em bloco na B3, mas analistas veem duas ações atraentes para investir agora
O empurrão nas ações de petroleiras segue o agravamento da guerra comercial mundial, com retaliações da China e Europa às tarifas de Donald Trump
Tarifaço de Trump é como uma “mini Covid” para o mercado, diz CIO da TAG; veja onde investir e como se proteger neste cenário
No episódio do podcast Touros e Ursos desta semana, o sócio e CIO da TAG Investimentos, André Leite, fala sobre o impacto da guerra comercial nas empresas e como os próprios parlamentares do país tentam reverter a situação
Sem pílula de veneno: Casas Bahia (BHIA3) derruba barreira contra ofertas hostis; decisão segue recuo de Michael Klein na disputa por cadeira no conselho
Entre as medidas que seriam discutidas em AGE, que foi cancelada pela varejista, estava uma potencial alteração do estatuto para incluir disposições sobre uma poison pill; entenda
“Trump vai demorar um pouco mais para entrar em pânico”, prevê gestor — mas isso não é motivo para se desiludir com a bolsa brasileira agora
Para André Lion, sócio e gestor da estratégia de renda variável da Ibiuna Investimentos, não é porque as bolsas globais caíram que Trump voltará atrás na guerra comercial
Taxa sobre taxa: Resposta da China a Trump aprofunda queda das bolsas internacionais em dia de ata do Fed
Xi Jinping reage às sobretaxas norte-americanas enquanto fica cada vez mais claro que o alvo principal de Donald Trump é a China
Olho por olho: como Trump escalou a guerra de tarifas com a China — e levou o troco de Xi Jinping
Os mais recentes capítulos dessa batalha são a tarifa total de 104% sobre produtos chineses importados pelos EUA e a resposta de Xi Jinping; o Seu Dinheiro conta como as duas maiores economias do mundo chegaram até aqui e o que pode acontecer agora
Amizade tem preço? Trump diz que arrecada US$ 2 bilhões por dia com tarifas, mas pode perder Elon Musk por isso
O bilionário não economizou críticas à política tarifária do presidente norte-americano — um teste de fogo para a sua influência na Casa Branca
Nem Elon Musk escapou da fúria de Donald Trump: dono da Tesla vê fortuna cair abaixo dos US$ 300 bilhões, o menor nível desde 2024
Desde o pico, o patrimônio de Elon Musk encolheu cerca de 31%, com uma perda de US$ 135 bilhões em poucos meses
Javier Milei no fogo cruzado: guerra entre China e EUA coloca US$ 38 bilhões da Argentina em risco
Enquanto o governo argentino busca um novo pacote de resgate de US$ 20 bilhões com o FMI, chineses e norte-americanos disputam a linha de swap cambial de US$ 18 bilhões entre China e Argentina
CEO da Embraer (EMBR3): tarifas de Trump não intimidam planos de US$ 10 bilhões em receita até 2030; empresa também quer listar BDRs da Eve na B3
A projeção da Embraer é de que, apenas neste ano, a receita líquida média atinja US$ 7,3 bilhões — sem considerar a performance da subsidiária Eve
Ação da Vale (VALE3) chega a cair mais de 5% e valor de mercado da mineradora vai ao menor nível em cinco anos
Temor de que a China cresça menos com as tarifas de 104% dos EUA e consuma menos minério de ferro afetou em cheio os papéis da companhia nesta terça-feira (8)
Trump dobra a aposta e anuncia tarifa de 104% sobre a China — mercados reagem à guerra comercial com dólar batendo em R$ 6
Mais cedo, as bolsas mundo afora alcançaram fortes ganhos com a sinalização de negociações entre os EUA e seus parceiros comerciais; mais de 70 países procuraram a Casa Branca, mas a China não é um deles
Wall Street sobe forte com negociações sobre tarifas de Trump no radar; Ibovespa tenta retornar aos 127 mil pontos
A recuperação das bolsas internacionais acompanha o início de conversas entre o presidente norte-americano e os países alvos do tarifaço