Mercado monitora as várias frentes da guerra EUA-China
BC chinês fixa a taxa de referência do yuan no nível mais fraco desde 2008, mas dados mais fortes que o esperado da balança comercial embalam os mercados
A China continua no centro das atenções do mercado financeiro. Apesar de o Banco Central chinês (PBoC) ter fixado a taxa de referência do yuan (renminbi) em 7,0039 contra um dólar, no nível mais fraco desde 2008, os números melhores que o esperado da balança comercial chinesa em julho embalam os ativo de risco no exterior. E os negócios no Brasil podem, por si só, serem beneficiados pela melhora do humor global, agora que a reforma da Previdência foi encaminhada ao Senado, com a Câmara rejeitando todos os destaques.
Os investidores não mostraram reação significativa à decisão do PBoC, uma vez que o nível acima de 7 yuans por dólar não foi tão fraco quanto o esperado (7,0156), dando indícios de que Pequim não está tentando iniciar, agora, uma guerra cambial. Os investidores se sentiram encorajados pelo BC chinês, que prometeu que a desvalorização da moeda local não irá continuar, mantendo a taxa de câmbio estável.
Por ora, a China parece disposta em enfrentar apenas a guerra comercial em curso com os Estados Unidos, concentrando-se em uma batalha por vez - sendo que ainda tem a frente da Tech War e a disputa pela hegemonia mundial do 5G, além do próprio enfrentamento bélico, com a instalação de mísseis na região Ásia/Pacífico pelos EUA. Em disputa, está a soberania na economia global bem como pela influência geopolítica.
E os dados da balança comercial no mês passado mostram a resiliência da economia chinesa, apesar da disputa tarifária. As exportações chinesas subiram 3,3% em julho, em base anual, enquanto as importações caíram 5,6%, gerando um superávit comercial de US$ 45 bilhões. As estimativas eram de queda das vendas ao exterior, em -2%, e de recuo ainda maior das compras feitas no estrangeiro (-9%), gerando um saldo de US$ 38,7 bilhões.
Em reação, as bolsas asiáticas fecharam em alta, com os ganhos liderados pela Bolsa de Xangai (+0,8%). Esse sinal positivo embalou a abertura do pregão europeu, beneficiado ainda pela alta sinalizada pelos índices futuros das bolsas de Nova York para a sessão em Wall Street. Nos demais mercados, o petróleo recupera boa parte das perdas da véspera e sobe quase 3%, ao passo que o dólar se enfraquece em relação às moedas rivais.
Yield negativo
Apesar da melhora ensaiada pelos ativos mais arriscados no exterior, os investidores continuam avaliando o cenário, após a escalada da tensão comercial entre EUA e China nesta semana elevar o temor quanto a uma recessão global. O rali nos negócios com bônus já indica que o rendimento (yield) dos títulos norte-americanos (Treasuries) de prazo mais longo pode passar a ficar negativo, nos moldes do que acontece hoje com os papéis da Alemanha e do Japão.
Leia Também
Esse movimento sinaliza a chance de um ciclo maior de flexibilização monetária pelo Federal Reserve, que poderia voltar aos tempos de juro zero no país, visto pela última vez em 2015. O problema é que tal fenômeno aconteceria em meio a um crescimento global já fraco, sem pressão inflacionária, o que poderia ampliar os riscos de uma recessão (“japonificação”?) nos EUA, levando consigo o mundo.
Nesse caso, então, nem mesmo o Fed teria poder de fogo para impulsionar o crescimento econômico. Além disso, as ameaças tarifárias entre Washington e Pequim também estão criando incerteza entre as empresas, preocupadas com uma queda no lucro e aumento dos custos, o que respingaria nos preços ao consumidor - ou nos salários e no emprego.
Seja como for, a expectativa consensual de que as relações sino-americanas melhorariam deu errado...e o mercado financeiro global refaz suas contas. A piora no conflito entre as duas maiores economias do mundo está empurrando o mundo para a primeira recessão em uma década e os investidores estão exigindo que políticos e bancos centrais ajam rápido para mudar de rumo. E o BC brasileiro (Copom) não está de fora dessa pressão.
Dia de agenda cheia
A quinta-feira reserva uma agenda econômica carregada, no Brasil e no exterior. Por aqui, serão conhecidos dados da inflação em julho, medida pelo IGP-DI (8h) e pelo IPCA (9h). Espera-se que ambos os resultados confirmem o cenário benigno sobre o comportamento dos preços, no varejo e no atacado.
O calendário doméstico traz também os números atualizados da safra agrícola (9h). Já nos EUA, serão conhecidos os pedidos semanais de auxílio-desemprego (9h30) e os estoques no atacado em junho (11h). No fim do dia, a China volta à cena para anunciar os índices de preços ao consumidor (CPI) e ao produtor (PPI) no mês passado.
Bolsa caindo à espera do pacote fiscal que nunca chega? Vale a pena manter ações na carteira, mas não qualquer uma
As ações brasileiras estão negociando por múltiplos que não víamos há anos. Isso significa que elas estão baratas, e qualquer anúncio de corte de gastos minimamente satisfatório, que reduza um pouco os riscos, os juros e o dólar, deveria fazer a bolsa engatar um forte rali de fim de ano.
Vale (VALE3) é a nova queridinha dos dividendos: mineradora supera Petrobras (PETR4) e se torna a maior vaca leiteira do Brasil no 3T24 — mas está longe do pódio mundial
A mineradora brasileira depositou mais de R$ 10 bilhões para os acionistas entre julho e setembro deste ano, de acordo com o relatório da gestora Janus Henderson
Regulação do mercado de carbono avança no Brasil, mas deixa de lado um dos setores que mais emite gases estufa no país
Projeto de Lei agora só precisa da sanção presidencial para começar a valer; entenda como vai funcionar
‘O rali ainda não acabou’: as ações desta construtora já saltam 35% no ano e podem subir ainda mais antes que 2024 termine, diz Itaú BBA
A performance bate de longe a do Ibovespa, que recua cerca de 4% no acumulado anual, e também supera o desempenho de outras construtoras que atuam no mesmo segmento
“Minha promessa foi de transformar o banco, mas não disse quando”, diz CEO do Bradesco (BBDC4) — e revela o desafio que tem nas mãos daqui para frente
Na agenda de Marcelo Noronha está um objetivo principal: fazer o ROE do bancão voltar a ultrapassar o custo de capital
A arma mais poderosa de Putin (até agora): Rússia cruza linha vermelha contra a Ucrânia e lança míssil com capacidade nuclear
No início da semana, Kiev recebeu autorização dos EUA para o uso de mísseis supersônicos; agora foi a vez de Moscou dar uma resposta
Com dólar acima de R$ 5,80, Banco Central se diz preparado para atuar no câmbio, mas defende políticas para o equilíbrio fiscal
Ainda segundo o Relatório de Estabilidade Financeira do primeiro semestre, entidades do sistema podem ter de elevar provisões para perdas em 2025
Do pouso forçado às piruetas: Ibovespa volta do feriado com bolsas internacionais em modo de aversão ao risco e expectativa com pacote
Investidores locais aguardam mais detalhes do pacote fiscal agora que a contribuição do Ministério da Defesa para o ajuste é dada como certa
Como a Embraer (EMBR3) passou de ameaçada pela Boeing a rival de peso — e o que esperar das ações daqui para frente
Mesmo com a disparada dos papéis em 2024, a perspectiva majoritária do mercado ainda é positiva para a Embraer, diante das avenidas potenciais de crescimento de margens e rentabilidade
É hora de colocar na carteira um novo papel: Irani (RANI3) pode saltar 45% na B3 — e aqui estão os 3 motivos para comprar a ação, segundo o Itaú BBA
O banco iniciou a cobertura das ações RANI3 com recomendação “outperform”, equivalente a compra, e com preço-alvo de R$ 10,00 para o fim de 2025
Ações da Embraer (EMBR3) chegam a cair mais de 4% e lideram perdas do Ibovespa. UBS BB diz que é hora de desembarcar e Santander segue no voo
O banco suíço rebaixou a recomendação para os papéis da Embraer de neutro para venda, enquanto o banco de origem espanhola seguiu com a indicação de compra; entenda por que cada um pegou uma rota diferente
A B3 vai abrir no dia da Consciência Negra? Confira o funcionamento da bolsa, bancos e Correios na estreia do novo feriado nacional
É a primeira vez que o Dia da Consciência Negra consta no calendário dos feriados nacionais. Como de costume, as comemorações devem alterar o funcionamento dos principais serviços públicos
Rali do Trump Trade acabou? Bitcoin (BTC) se estabiliza, mas analistas apontam eventos-chave para maior criptomoeda do mundo chegar aos US$ 200 mil
Mercado de criptomoedas se aproxima de uma encruzilhada: rumo ao topo ou a resultados medianos? Governo Trump pode ter a chave para o desfecho.
Localiza: após balanço mais forte que o esperado no 3T24, BTG Pactual eleva preço-alvo para RENT3 e agora vê potencial de alta de 52% para a ação
Além dos resultados trimestrais, o banco considerou as tendências recentes do mercado automotivo e novas projeções macroeconômicas; veja a nova estimativa
Ações da Oi (OIBR3) saltam mais de 100% e Americanas (AMER3) dispara 41% na bolsa; veja o que impulsiona os papéis das companhias em recuperação judicial
O desempenho robusto da Americanas vem na esteira de um balanço melhor que o esperado, enquanto a Oi recupera fortes perdas registradas na semana passada
O fim da temporada — ou quase: balanço da Nvidia ainda movimenta semana, que conta com novo feriado no Brasil
Enquanto isso, as bolsas internacionais operam sem um sinal único, sofrendo ajustes após o rali do Trump Trade dos últimos dias
No G20 Social, Lula defende que governos rompam “dissonância” entre as vozes do mercado e das ruas e pede a países ricos que financiem preservação ambiental
Comentários de Lula foram feitos no encerramento do G20 Social, derivação do evento criada pelo governo brasileiro e que antecede reunião de cúpula
Nova York naufragou: ações que navegavam na vitória de Trump afundam e bolsas terminam com fortes perdas — Tesla (TSLA34) se salva
Europa também fechou a sexta-feira (15) com perdas, enquanto as bolsas na Ásia terminaram a última sessão da semana sem uma direção comum, com dados da China e do Japão no radar dos investidores
Warren Buffett não quer o Nubank? Megainvestidor corta aposta no banco digital em quase 20% — ação cai 8% em Wall Street
O desempenho negativo do banco digital nesta sexta-feira pode ser explicado por três fatores principais — e um deles está diretamente ligado ao bilionário
Banco do Brasil (BBAS3) de volta ao ataque: banco prevê virada de chave com cartão de crédito em 2025
Após fase ‘pé no chão’ depois da pandemia da covid-19, a instituição financeira quer expandir a carteira de cartão de crédito, que tem crescido pouco nos últimos dois anos