IPCA e payroll dividem atenção com guerra comercial
Dados de inflação no Brasil e emprego nos EUA devem agitar o mercado financeiro hoje, que segue atento ao noticiário sobre a guerra comercial

A semana chega ao fim com o mercado financeiro ainda se movimentando ao sabor do noticiário sobre um acordo comercial entre Estados Unidos e China, alternando altas e baixas, diante da proximidade do prazo final para novas tarifas de importação norte-americanas contra produtos chineses, no dia 15. E os investidores apostam em um desfecho favorável.
Porém, a retórica de Washington de que as negociações estão “indo bem” não tem consonância com as declarações de Pequim, que reitera que as taxações devem ser reduzidas proporcionalmente como parte da fase um. Além disso, a China começa a responder às restrições dos EUA a diplomatas chineses, o que eleva o temor de retaliação diante da tensão envolvendo as regiões autônomas de Hong Kong e Xinjiang.
Mas hoje a agenda de indicadores econômicos pede passagem e pode ser capaz de agitar os ativos de risco pelo mundo. Isso porque os dados sobre a inflação no Brasil (IPCA) e emprego nos EUA (payroll) calibram as expectativas sobre as taxas de juros nesses países, às vésperas da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e do Federal Reserve (Fed) neste ano, na semana que vem.
As principais bolsas asiáticas encerraram a sessão de hoje em alta, reagindo às declarações do ministro do Comércio chinês, Gao Feng, de que as negociações com os EUA estão progredindo, mas aguardando os dados de emprego nos EUA. Xangai subiu 0,4% e Tóquio avançou 0,2%, sendo que Hong Kong liderou os ganhos, com +1%.
Em Nova York, os índices futuros das bolsas amanheceram em alta, em meio às especulações de que o governo Trump não irá taxar US$ 160 bilhões em produtos populares feitos na China, como smartphones e laptops. As principais bolsas europeias também devem abrir no positivo, à espera do payroll para firmar a direção do pregão.
Payroll define o dia
Após o Fed ter indicado uma pausa no “ciclo preventivo”, com uma linguagem menos suave (“dovish”) no comunicado em outubro, será difícil o payroll mudar a postura da autoridade monetária - apesar do clamor de Trump por mais cortes. Mas depois dos dados fracos da ADP sobre o emprego no setor privado norte-americano, o sinal de alerta pode ser aceso.
Leia Também
A previsão é de que os EUA tenham criado 179 mil vagas no mês passado, após a abertura de 128 mil postos em outubro e apesar da geração de apenas 67 mil vagas nas empresas privadas em novembro. Já a taxa de desemprego deve ficar estável em 3,6%, enquanto o ganho médio por hora deve subir 0,3% em base mensal, com +3% no confronto anual.
Aliás, o crescimento dos salários nos EUA é um ponto-chave na economia norte-americana, pois pode indicar sinais de pressão inflacionária, levando o Fed a uma guinada nos juros, apertando o custo do empréstimo no país. Por ora, a previsão é de que a autoridade monetária mantenha a taxa atual entre 1,50% e 1,75% ao menos até o fim de 2021.
Por isso, a depender dos números efetivos, o relatório oficial do mercado de trabalho nos EUA em novembro, a ser divulgado às 10h30, pode definir o rumo dos ativos de risco hoje.
IPCA calibra Selic
No Brasil, após os números surpreendentes da economia (PIB) no trimestre passado, que ainda devem ser modificados por causa da revisão das exportações em setembro, e também do avanço dentro do esperado da produção industrial em outubro; hoje é a vez dos dados da inflação oficial ao consumidor brasileiro.
A expectativa pelo IPCA é ainda maior, com os investidores atentos à possibilidade de uma postura mais cautelosa do Banco Central na condução da Selic, diante dos sinais de fortalecimento da atividade econômica. Não há dúvida de que o BC irá entregar o corte prometido de meio ponto no juro básico na semana que vem.
O principal debate é se o Copom irá deixar a porta aberta para cortes adicionais, de menor magnitude, no início de 2020, derrubando a taxa para até 4%. Há quem defenda o fim do ciclo de cortes neste mês, de modo a evitar uma pressão adicional sobre o real, que já é uma das moedas com o pior desempenho no mundo.
Além disso, o próprio IPCA deve ter vindo mais “salgado” no mês passado. Após passar boa parte do segundo semestre registrando taxas mensais próximas a zero, o índice deve subir 0,5% em relação a outubro, em meio à pressão nos preços das carnes diante da demanda chinesa e na conta de luz por causa da bandeira tarifária vermelha.
Com isso, a taxa acumulada em 12 meses deve ganhar força e avançar 3,25% - portanto voltando a ficar dentro do intervalo de tolerância do BC, após ter encerrado o período anterior abaixo do piso da meta de inflação, de 2,75%, pela primeira vez neste ano. Os números efetivos serão divulgados às 9h.
Tem mais
A agenda econômica desta sexta-feira traz também, às 12 horas, os estoques no atacado dos EUA em outubro e a leitura preliminar de dezembro do índice de confiança do consumidor norte-americano. À tarde, às 17 horas, saem os dados sobre o crédito ao consumidor em outubro.
Entre os eventos de relevo, termina hoje a reunião dos maiores exportadores de petróleo (Opep). A decisão do cartel sobre cortes adicionais na produção da commodity deve mexer com os preços do barril de petróleo e das ações de petrolíferas. Por ora, o petróleo tipo WTI e Brent está de lado, em meio à falta de direção definida do dólar, antes do payroll.
Ainda dá para ganhar com as ações do Banco do Brasil (BBAS3) e BTG Pactual (BPAC11)? Não o suficiente para animar o JP Morgan
O banco norte-americano rebaixou a recomendação para os papéis BBAS3 e BPAC11, de “outperform” (equivalente à compra) para a atual classificação neutra
Casas Bahia (BHIA3) quer pílula de veneno para bloquear ofertas hostis de tomada de controle; ação quadruplica de valor em março
A varejista propôs uma alteração do estatuto para incluir disposições sobre uma poison pill dias após Rafael Ferri atingir uma participação de cerca de 5%
Tanure vai virar o alto escalão do Pão de Açúcar de ponta cabeça? Trustee propõe mudanças no conselho; ações PCAR3 disparam na B3
A gestora quer propor mudanças na administração em busca de uma “maior eficiência e redução de custos” — a começar pela destituição dos atuais conselheiros
Vale tudo na bolsa? Ibovespa chega ao último pregão de março com forte valorização no mês, mas de olho na guerra comercial de Trump
O presidente dos Estados Unidos pretende anunciar na quarta-feira a imposição do que chama de tarifas “recíprocas”
Agenda econômica: Payroll, balança comercial e PMIs globais marcam a semana de despedida da temporada de balanços
Com o fim de março, a temporada de balanços se despede, e o início de abril chama atenção do mercado brasileiro para o relatório de emprego dos EUA, além do IGP-DI, do IPC-Fipe e de diversos outros indicadores
O e-commerce das brasileiras começou a fraquejar? Mercado Livre ofusca rivais no 4T24, enquanto Americanas, Magazine Luiza e Casas Bahia apanham no digital
O setor de varejo doméstico divulgou resultados mistos no trimestre, com players brasileiros deixando a desejar quando o assunto são as vendas online
Nova York em queda livre: o dado que provoca estrago nas bolsas e faz o dólar valer mais antes das temidas tarifas de Trump
Por aqui, o Ibovespa operou com queda superior a 1% no início da tarde desta sexta-feira (28), enquanto o dólar teve valorização moderada em relação ao real
Não é a Vale (VALE3): BTG recomenda compra de ação de mineradora que pode subir quase 70% na B3 e está fora do radar do mercado
Para o BTG Pactual, essa mineradora conseguiu virar o jogo em suas finanças e agora oferece um retorno potencial atraente para os investidores; veja qual é o papel
Nem tudo é verdade: Ibovespa reage a balanços e dados de emprego em dia de PCE nos EUA
O PCE, como é conhecido o índice de gastos com consumo pessoal nos EUA, é o dado de inflação preferido do Fed para pautar sua política monetária
Não existe almoço grátis no mercado financeiro: verdades e mentiras que te contam sobre diversificação
A diversificação é uma arma importante para qualquer investidor: ajuda a diluir os riscos e aumenta as chances de você ter na carteira um ativo vencedor, mas essa estratégia não é gratuita
Tarifas de Trump derrubam montadoras mundo afora — Tesla se dá bem e ações sobem mais de 3%
O presidente norte-americano anunciou taxas de 25% sobre todos os carros importados pelos EUA; entenda os motivos que fazem os papéis de companhias na América do Norte, na Europa e na Ásia recuarem hoje
CEO da Americanas vê mais 5 trimestres de transformação e e-commerce menor, mas sem ‘anabolizantes’; ação AMER3 desaba 25% após balanço
Ao Seu Dinheiro, Leonardo Coelho revelou os planos para tirar a empresa da recuperação e reverter os números do quarto trimestre
Oncoclínicas (ONCO3) fecha parceria para atendimento oncológico em ambulatórios da rede da Hapvida (HAPV3)
Anunciado a um dia da divulgação do balanço do quarto trimestre, o acordo busca oferecer atendimento ambulatorial em oncologia na região metropolitana de São Paulo
Esporte radical na bolsa: Ibovespa sobe em dia de IPCA-15, relatório do Banco Central e coletiva de Galípolo
Galípolo concederá entrevista coletiva no fim da manhã, depois da apresentação do Relatório de Política Monetária do BC
Braskem (BRKM5) salta na bolsa com rumores de negociações entre credores e Petrobras (PETR4)
Os bancos credores da Novonor estão negociando com a Petrobras (PETR4) um novo acordo de acionistas para a petroquímica, diz jornal
JBS (JBSS3): Com lucro em expansão e novos dividendos bilionários, CEO ainda vê espaço para mais. É hora de comprar as ações?
Na visão de Gilberto Tomazoni, os resultados de 2024 confirmaram as perspectivas positivas para este ano e a proposta de dupla listagem das ações deve impulsionar a geração de valor aos acionistas
Não é só o short squeeze: Casas Bahia (BHIA3) triplica de valor em 2025. Veja três motivos que impulsionam as ações hoje
Além do movimento técnico, um aumento da pressão compradora na bolsa e o alívio no cenário macroeconômico ajudam a performance da varejista hoje; entenda o movimento
É hora de comprar a líder do Ibovespa hoje: Vamos (VAMO3) dispara mais de 17% após dados do 4T24 e banco diz que ação está barata
A companhia apresentou os primeiros resultados trimestrais após a cisão dos negócios de locação e concessionária e apresenta lucro acima das projeções
Hapvida (HAPV3) salta na B3 com Squadra reforçando o apetite pela ação. É o nascer de uma nova favorita no setor de saúde?
A Squadra Investimentos adquiriu 388.369.181 ações HAPV3, o equivalente a 5,15% da companhia de saúde
Sem sinal de leniência: Copom de Galípolo mantém tom duro na ata, anima a bolsa e enfraquece o dólar
Copom reitera compromisso com a convergência da inflação para a meta e adverte que os juros podem ficar mais altos por mais tempo