Perto de ser vendida, Braskem amarga queda de 30% no lucro líquido em 2018
O resultado de R$ 2,9 bilhões da petroquímica ficou abaixo das expectativas dos analistas, que previam lucro líquido ajustado de R$ 3,276 bilhões em 2018
Em meio às expectativas de que pode ser vendida a qualquer momento, a Braskem divulgou nesta quarta-feira (13) resultados bem mais fracos do que no ano passado, com queda de 30% no lucro líquido, para R$ 2,907 bilhões em 2018. O resultado ficou abaixo da expectativa dos analistas – que previam lucro líquido de R$ 3,276 bilhões em 2018.
No quarto trimestre, a empresa teve prejuízo de R$ 179 milhões, ante um lucro líquido de R$ 313 milhões um ano antes. O prejuízo atribuível aos acionistas foi de R$ 78 milhões. O Ebitda recuou 35% para R$ 1,9 bilhão na mesma comparação, enquanto a receita líquida cresceu 17% para R$ 14,8 bilhões.
Segundo a Braskem, o resultado foi causado por uma série de “eventos extraordinários” ao longo do ano. A empresa citou a greve dos caminhoneiros, um incidente na planta de cloro soda de Alagoas, cortes de energia no Nordeste, um inverno rigoroso nos Estados Unidos, além da restrição logística no recebimento de propeno nas plantas da Europa, causada pelo baixo nível fluvial.
Além disso, a empresa destacou incertezas no cenário petroquímico global, como a desaceleração da economia chinesa e as políticas protecionistas adotadas pelos Estados Unidos e China.
Em 2018, a receita líquida da empresa, maior fabricante de resinas termoplásticas das Américas, avançou 18% para R$ 58 bilhões. O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) Ajustado foi de R$ 11,3 no ano, queda de 8% na comparação anual.
O resultado da companhia também foi impactado pela queda dos spreads (diferença de preço em relação à matéria-prima) de petroquímicos e vilínicos em praticamente todos os seus mercados de atuação, com exceção dos Estados Unidos, onde o spread aumentou 13%. No Brasil, a queda mais expressiva ocorreu no spread de vinílicos, que recuou 31% na variação anual.
Leia Também
E a demanda?
A demanda de resinas no mercado brasileiro – levando em conta polietileno (PE), polipropileno (PP) e PVC – foi de 5,187 milhões de toneladas no ano, avanço de 2,4% ante 2017. Segundo a Braskem, o aumento se explica pela melhora no nível de atividade econômica, impulsionada pela demanda dos setores agrícola, cosméticos, farmacêutico e de embalagens para alimentos.
No entanto, as vendas de resinas da Braskem no mercado brasileiro recuaram 2% na comparação anual, para 3,4 milhões de toneladas. Segundo a empresa, isso ocorreu devido à menor demanda no quarto trimestre, além da greve dos caminhoneiros e da interrupção de energia no Nordeste em março.
As exportações de resinas somaram 1,3 milhão de toneladas, queda de 14% na comparação anual. Os embarques dos principais químicos caíram 31% para 571 mil toneladas.
O aumento de preço de todas as matérias-primas provocou uma alta de 9% no Custo dos Produtos Vendidos (CPV) em 2018.
Outros mercados
Nos Estados Unidos e na Europa, as vendas de PP da Braskem caíram 9% em 2018 para 1,9 milhão de toneladas. A taxa de utilização das linhas de produção nestas regiões ficou em 87%, dez pontos porcentuais abaixo do ano anterior.
Segundo a empresa, a redução ocorreu devido a problemas operacionais nos Estados Unidos, por uma parada programada no Texas e pela restrição no recebimento de propeno na Europa devido ao baixo nível fluvial.
A taxa de utilização das linhas de PE no México, na Braskem Idesa, ficou em 77% no ano, 11 pontos porcentuais abaixo do ano anterior devido ao menor fornecimento de etano no período e da parada programada realizada em maio. Segundo o balanço, as vendas na operação do México somaram 798 mil toneladas, queda de 18%.
Dívida líquida caiu
No final do ano, a dívida líquida em dólares sem considerar Braskem Idesa somava US$ 5,12 bilhões, queda de 15% frente a um ano antes. Mesmo assim, a alavancagem financeira (relação entre a dívida líquida e o Ebitda) foi de 2,06 vezes, acima da 1,9 vez registrada um ano antes.
A Braskem investiu R$ 2,77 bilhões em 2018, 4% abaixo do previsto.
O mercado não esperava um resultado muito positivo para a Braskem no balanço divulgado hoje, mas os desafios apresentados hoje mostraram ter sido ainda maiores. Mesmo assim, as expectativas que rondam a Braskem são positivas, principalmente devido aos planos das suas principais acionistas – Odebrecht e Petrobras – de vender suas participações na empresa.
Localiza: após balanço mais forte que o esperado no 3T24, BTG Pactual eleva preço-alvo para RENT3 e agora vê potencial de alta de 52% para a ação
Além dos resultados trimestrais, o banco considerou as tendências recentes do mercado automotivo e novas projeções macroeconômicas; veja a nova estimativa
Lucro dos bancos avança no 3T24, mas Selic alta traz desafios para os próximos resultados; veja quem brilhou e decepcionou na temporada de balanços
Itaú mais uma vez foi o destaque entre os resultados; Bradesco avança em reestruturação e Nubank ameaça desacelerar, segundo analistas
CEO da AgroGalaxy (AGXY3) entra para o conselho após debandada do alto escalão; empresa chama acionistas para assembleia no mês que vem
Além do diretor-presidente, outros dois conselheiros foram nomeados; o trio terá mandato até a AGE marcada para meados de dezembro
Ações do Alibaba caem 2% em Nova York após melhora dos resultados trimestrais. Por que o mercado torce o nariz para a gigante chinesa?
Embora o resultado do grupo tenha crescido em algumas métricas no trimestre encerrado em setembro, ficaram abaixo das projeções do mercado — mas não é só isso que explica a baixa dos ativos
“A bandeira amarela ficou laranja”: Balanço do Banco do Brasil (BBAS3) faz ações caírem mais de 2% na bolsa hoje; entenda o motivo
Os analistas destacaram que o aumento das provisões chamou a atenção, ainda que os resultados tenham sido majoritariamente positivos
Streaming e sucessos de bilheteria salvam o ‘cofre do Tio Patinhas’ e garantem lucro no balanço da Disney
Para CFO da empresa, investidores precisam entender “não apenas os resultados atuais do negócio, mas também o retorno dos investimentos”
Acendeu a luz roxa? Ações do Nubank caem forte mesmo depois do bom balanço no 3T24; Itaú BBA rebaixa recomendação
Relatório aponta potencial piora do mercado de crédito em 2025, o que pode impactar o custo dos empréstimos feitos pelo banco
Agro é pop, mas também é risco para o Banco do Brasil (BBAS3)? CEO fala de inadimplência, provisões e do futuro do banco
Redução no preço das commodities, margens apertadas e os fenômenos climáticos extremos afetam em cheio o principal segmento do BB
A surpresa de um dividendo bilionário: ações da Marfrig (MRFG3) chegam a saltar 8% após lucro acompanhado de distribuição farta ao acionista. Vale a compra?
Os papéis lideram a ponta positiva do Ibovespa nesta quinta-feira (14), mas tem bancão cauteloso com o desempenho financeiro da companhia; entenda os motivos
Depois de chegar a valer menos de R$ 0,10 na bolsa, ação da Americanas (AMER3) dispara 175% após balanço do 3T24 — o jogo virou para a varejista?
Nos últimos meses, a companhia vinha enfrentando uma sequência de perdas, conforme os balanços de 2023 e do primeiro semestre de 2024, publicados após diversos adiamentos
Menin diz que resultado do grupo MRV no 3T24 deve ser comemorado, mas ações liberam baixas do Ibovespa. Por que MRVE3 cai após o balanço?
Os ativos já chegaram a recuar mais de 7% na manhã desta quinta-feira (14); entenda os motivos e saiba o que fazer com os papéis agora
Prejuízo menor já é ‘lucro’? Azul (AZUL4) reduz perdas no 3T24 e mostra recuperação de enchentes no RS; ação sobe 2% na bolsa hoje
Companhia aérea espera alcançar EBITDA de R$ 6 bilhões este ano, após registrar recorde histórico no terceiro trimestre
Depois de lucro ‘milagroso’ no 2T24, Casas Bahia (BHIA3) volta ao prejuízo no 3T24 — e não foi por causa das lojas físicas
O retorno a uma era de ouro de lucratividade da Casas Bahia parece ainda distante, mesmo depois do breve milagre do trimestre anterior
Americanas (AMER3) registra lucro líquido de R$ 10,279 bilhões no 3T24 e reverte prejuízo de R$ 1,6 bilhão; veja os destaques do balanço
A CFO da varejista em recuperação judicial, Camille Faria, explicou que o lucro está relacionado ao processo de novação da dívida
Banco do Brasil (BBAS3) lucra R$ 9,5 bilhões no 3T24, mas provisões aumentam 34% e instituição ajusta projeções para 2024
A linha que contabiliza as projeções de créditos e o guidance para o crescimento de despesas foram alteradas, enquanto as demais perspectivas foram mantidas
Nubank (ROXO34) supera estimativas e reporta lucro líquido de US$ 553 milhões no 3T24; rentabilidade (ROE) chega aos 30%
Inadimplência de curto prazo caiu 0,1 ponto percentual na base trimestral, mas atrasos acima de 90 dias subiram 0,2 p.p. Banco diz que indicador está dentro das estimativas
CVC sai da rota do prejuízo com lucro trimestral de R$ 14,4 milhões; Itaú BBA e BTG comentam
Despesas operacionais recorrentes da empresa no terceiro trimestre somaram R$ 239 milhões, valor 30% abaixo do registrado no ano anterior
Porto (PSSA3) desbanca BB Seguridade (BBSE3) e Caixa Seguridade (CXSE3) para se tornar a seguradora ‘queridinha’ do mercado em 2024; veja os motivos
Porto tem lucro líquido 9% acima da projeção média dos analistas no 3T24 e ações PSSA3 decolam cada vez mais – alta em 2024 é de quase 40%
Hapvida (HAPV3) divulga balanço do 3T24 e ação fica entre as maiores quedas do Ibovespa após conferência de resultados; o que desagradou o mercado?
A operadora de saúde anunciou um lucro líquido ajustado de R$ 324,5 milhões, uma alta de 24,3% ante um ano antes; saiba o que fazer com os papéis
Por que a Oncoclínicas (ONCO3) cai na B3 mesmo depois de finalmente voltar a gerar caixa no 3T24
Com lucro em queda, receitas em desaceleração e despesas em alta, nem mesmo a geração de caixa foi capaz de diminuir o peso sobre as ações hoje