O ‘Waze’ dos bancos
Todos os dias quando eu saio do trabalho ligo o Waze para decidir o melhor caminho para voltar para casa. Sei que o trajeto mais curto é seguir pela avenida Faria Lima, mas, dependendo da situação do trânsito, não é o mais rápido. O Waze se transformou em uma daquelas tecnologias que você nem sonhava pouco tempo atrás, mas hoje não consegue mais ficar sem.
O Waze provavelmente tem mais dados sobre o comportamento dos motoristas das cidades do que o Detran ou qualquer secretaria de transportes. Tudo isso porque usuários compartilham sua localização em tempo real. Participei de um evento do Google na quinta passada e vi a apresentação do case da cidade de Joinville, em Santa Catarina. A prefeitura fechou uma parceria com o Waze para implementar soluções para melhorar o trânsito. A partir dos insights do aplicativo a cidade vai repensar o sentido de vias e localização de semáforos, por exemplo. Que dados serão usados? Os que os próprios motoristas compartilham pelos seus celulares...
É só um exemplo do que vem pela frente no mundo dos negócios. Já falamos aqui que “dados são o novo petróleo”. Saber usar essas informações vai pautar o futuro de todas as indústrias, de ração animal a calçados. Essa tendência também trará mudanças no segmento financeiro.
Um dos temas mais quentes em discussão é o open banking. É uma tecnologia que deve ser implementada em breve no Brasil e prevê o compartilhamento de dados financeiros entre as instituições. Imagino que agora você ficou de cabelo em pé só de pensar no seu extrato bancário rolando solto por aí… Calma lá! Open banking não significa quebra de sigilo bancário.
As instituições financeiras vão compartilhar informações entre si, como produtos e serviços financeiros contratados por cada cliente, seus dados cadastrais e histórico das operações de crédito, por exemplo. A segurança, de fato, é um desafio tecnológico. Mas a ideia é que o Bradesco saiba que você tem um financiamento de veículos no Itaú e que você nunca atrasou o pagamento. Com isso, ele pode entender que você é um cliente bacana, algo que antes só o Itaú sabia (e guardava a informação a sete chaves) e pode te oferecer uma taxa melhor. Com a competição, pode ser que o seu banco melhore a oferta para tentar impedir que você vá para a concorrência. Ou seja, isso pode ser muito bom para você.
A repórter Luciana Del Caro investigou a situação a fundo e te explica nesta reportagem como ela pode mudar a sua relação com os bancos.
Leia Também
O que junho nos reserva?
Maio foi um mês de altos e baixos na bolsa e terminou com uma “maldição” quebrada: o Ibovespa avançou 0,7%. É difícil prever se em junho teremos emoções parecidas. Mas para ajudar você a se preparar, perguntamos para as principais corretoras quais as suas maiores apostas no mês. Além da sempre preferida Petrobras, temos uma nova liderança e mais uma novata entre as recomendações. A Jasmine Olga mostra quais são as 3 ações preferidas de 11 corretoras para o mês de junho.
Mais uma para a Hapvida
Com ações na bolsa de valores desde 2018, a operadora de planos de saúde Hapvida anunciou um acordo de R$ 426 milhões para comprar empresas do Grupo América. O movimento acontece um mês após a empresa adquirir o Grupo São Francisco. Se com a operação anterior, a Hapvida pretendia expandir sua atuação para o interior de São Paulo e região Centro-Oeste, o acordo anunciado ontem deve intensificar ainda mais os esforços da companhia para atender o público do Centro-Oeste. Confira os detalhes da operação.
O Telegram de Moro e Dallagnol
É do poder Judiciário a notícia que deve mexer com o cenário político e, consequentemente, com o mercado financeiro nesta semana. Na noite de ontem, o site The Intercept publicou uma série de reportagens que mostram uma troca de mensagens entre o então juiz federal, Sergio Moro, e o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato. Segundo a publicação, o atual ministro da Justiça sugeriu ao Ministério Público trocar a ordem das fases da investigação, deu conselhos e pistas informais e antecipou suas decisões. A denúncia coloca nos holofotes um dos principais ministros do governo Bolsonaro e promete esquentar o clima em Brasília.
Dois dias a mais
A névoa sobre Brasília nunca cai bem para um governo que precisa emplacar a reforma da Previdência. O relator do texto na Câmara, o deputado Samuel Moreira, disse que trabalha para que não haja qualquer fato que contamine a reforma. Mas ele afirmou que deve ficar para a quinta-feira, 13, o parecer sobre o projeto. Inicialmente, a expectativa era de que o documento pudesse ser apresentado amanhã. Esse adiamento, segundo Moreira, não deve impactar no calendário da votação na comissão especial, prevista até o dia 15.
O truco de Trump
A estratégia de Donald Trump para lidar com os demais países tem um padrão. Ele começa com uma ameaça e só depois parte para as negociações. É um teste de nervos para os mercados, que não gostam nem um pouco da ideia de guerra comercial ou conflitos diversos. Trump grita “truco” e espera que o adversário não pague para ver até onde ele vai e aceite um acordo em termos mais favoráveis para os EUA.
Parece que deu certo com o México. Após o anúncio no dia 30 de que taxaria as importações do vizinho, Trump disse ontem no Twitter que chegou a um acordo com os mexicanos. Pode ser um alívio para os mercados.
Não para… de cair
Caiu pela 15ª semana consecutiva a projeção para o PIB de 2019. A expectativa atual é de um crescimento de 1% na economia em 2019, contra 1,13% na semana passada. O Focus é uma publicação do Banco Central que reúne projeções do mercado.
A Bula do Mercado: política dita o rumo
Com o acordo firmado entre Estados Unidos e México, o foco agora se volta para as negociações com a China. No Brasil, a expectativa fica sobre o crédito extra de R$ 250 bilhões ao governo, que deve ser votado até sexta-feira. Bolsonaro já joga pressão no Legislativo: sem a aprovação do projeto de lei, o BPC, um benefício pago a idosos de baixa renda e pessoas com deficiência, seria suspenso já no próximo dia 25.
No Congresso e no STF devem ocorrer manifestações a favor e contra o ministro Sergio Moro, enquanto Bolsonaro terá de ser cuidadoso com suas declarações. O noticiário político deve continuar ditando o rumo dos mercados domésticos no curto prazo.
Na sexta-feira, o Ibovespa avançou 0,63%, aos 97.821,26 pontos, um ganho de 0,82% na semana. O dólar encerrou o pregão com queda de 0,16%, a R$ 3,8770, acumulando baixa de 1,24% na semana. Consulte a Bula do Mercado para saber o que esperar de bolsa e dólar hoje.
Um grande abraço e ótima segunda-feira!
Agenda
Índices
- Reino Unido: ONS: Balança comercial e produção industrial de abril
- FGV divulga Indicador Antecedente de Emprego de maio e IPC-S (semanal)
- EUA: divulgação de dados sobre o mercado de trabalho
- Austrália: Feriado mantém mercados fechados
Bancos Centrais
- BC divulga o Boletim Focus
Política
- Espanha: Vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Luis de Guindos, faz discurso no Fórum de Liderança de Negócios do Instituto Empresa (IE), em Madri, às 09h15
Pix já responde por 24% dos pagamentos no varejo, mas sistema financeiro precisa de atenção aos incidentes cibernéticos, diz Banco Central
Relatório de Estabilidade Financeira do BC destaca funcionamento seguro e avanço tecnológico do sistema financeiro brasileiro, mas destaca desafios na área de segurança cibernética
A B3 vai abrir no dia da Consciência Negra? Confira o funcionamento da bolsa, bancos e Correios na estreia do novo feriado nacional
É a primeira vez que o Dia da Consciência Negra consta no calendário dos feriados nacionais. Como de costume, as comemorações devem alterar o funcionamento dos principais serviços públicos
O fim da temporada — ou quase: balanço da Nvidia ainda movimenta semana, que conta com novo feriado no Brasil
Enquanto isso, as bolsas internacionais operam sem um sinal único, sofrendo ajustes após o rali do Trump Trade dos últimos dias
Lucro dos bancos avança no 3T24, mas Selic alta traz desafios para os próximos resultados; veja quem brilhou e decepcionou na temporada de balanços
Itaú mais uma vez foi o destaque entre os resultados; Bradesco avança em reestruturação e Nubank ameaça desacelerar, segundo analistas
Warren Buffett não quer o Nubank? Megainvestidor corta aposta no banco digital em quase 20% — ação cai 8% em Wall Street
O desempenho negativo do banco digital nesta sexta-feira pode ser explicado por três fatores principais — e um deles está diretamente ligado ao bilionário
Banco do Brasil (BBAS3) de volta ao ataque: banco prevê virada de chave com cartão de crédito em 2025
Após fase ‘pé no chão’ depois da pandemia da covid-19, a instituição financeira quer expandir a carteira de cartão de crédito, que tem crescido pouco nos últimos dois anos
“A bandeira amarela ficou laranja”: Balanço do Banco do Brasil (BBAS3) faz ações caírem mais de 2% na bolsa hoje; entenda o motivo
Os analistas destacaram que o aumento das provisões chamou a atenção, ainda que os resultados tenham sido majoritariamente positivos
Acendeu a luz roxa? Ações do Nubank caem forte mesmo depois do bom balanço no 3T24; Itaú BBA rebaixa recomendação
Relatório aponta potencial piora do mercado de crédito em 2025, o que pode impactar o custo dos empréstimos feitos pelo banco
Agro é pop, mas também é risco para o Banco do Brasil (BBAS3)? CEO fala de inadimplência, provisões e do futuro do banco
Redução no preço das commodities, margens apertadas e os fenômenos climáticos extremos afetam em cheio o principal segmento do BB
A B3 vai abrir nos dias da Proclamação da República e da Consciência Negra? Confira o funcionamento da bolsa, bancos e Correios durante os feriados
Os feriados nacionais de novembro são as primeiras folgas em cinco meses que caem em dias úteis. O Seu Dinheiro foi atrás do que abre e fecha durante as comemorações
A China presa no “Hotel California”: o que Xi Jinping precisa fazer para tirar o país da armadilha — e como fica a bolsa até lá
Em carta aos investidores, à qual o Seu Dinheiro teve acesso em primeira mão, a gestora Kinea diz o que esperar da segunda maior economia do mundo
Banco do Brasil (BBAS3) lucra R$ 9,5 bilhões no 3T24, mas provisões aumentam 34% e instituição ajusta projeções para 2024
A linha que contabiliza as projeções de créditos e o guidance para o crescimento de despesas foram alteradas, enquanto as demais perspectivas foram mantidas
Nubank (ROXO34) supera estimativas e reporta lucro líquido de US$ 553 milhões no 3T24; rentabilidade (ROE) chega aos 30%
Inadimplência de curto prazo caiu 0,1 ponto percentual na base trimestral, mas atrasos acima de 90 dias subiram 0,2 p.p. Banco diz que indicador está dentro das estimativas
Por que o Warren Buffett de Londrina não para de comprar ações da MRV (MRVE3)? Gestor com mais de R$ 8 bilhões revela 15 apostas na bolsa brasileira
CEO da Real Investor, Cesar Paiva ficou conhecido por sua filosofia simples na bolsa: comprar bons negócios a preços atrativos; veja as ações no portfólio do gestor
Voltado para a aposentadoria, Tesouro RendA+ chega a cair 30% em 2024; investidor deve fazer algo a respeito?
Quem comprou esses títulos públicos no Tesouro Direto pode até estar pensando no longo prazo, mas deve estar incomodado com o desempenho vermelho da carteira
Bradespar (BRAP4) aprova pagamento de R$ 342 milhões em proventos; saiba como receber
Terão direito aos proventos os acionistas que estiverem registrados na companhia até o final do dia 12 de novembro de 2024
BTG Pactual (BPAC11): lucro bate novo recorde no 3T24 e banco anuncia recompra bilionária de ações; veja os números
Lucro líquido do BTG foi de R$ 3,207 bilhões, alta de 17,3% em relação ao terceiro trimestre de 2023; ROE atinge 23,5%
“Estamos absolutamente prontos para abrir capital”, diz CEO do BV após banco registrar lucro recorde no 3T24
O BV reportou um lucro líquido de R$ 496 milhões no terceiro trimestre de 2024, um recorde para a instituição em apenas três meses
Onda roxa: Nubank atinge 100 milhões de clientes no Brasil e quer ir além do banco digital; entenda a estratégia
Em maio deste ano, o Nubank tinha atingido o marco de 100 milhões de clientes globalmente, contando com as operações no México e na Colômbia
Como um acordo entre o Brasil e a Suécia deve impulsionar as vendas da Embraer (EMBR3)
De acordo com a carta de intenções, a FAB irá comprar caças suecos Gripen, enquanto os europeus irão adquirir as aeronaves C-390 Millennium da Embraer