O que esperar para o lucro dos grandes bancos no segundo trimestre?
O resultado combinado de Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco ou Santander Brasil deve atingir R$ 20,9 bilhões no segundo trimestre, um avanço de 17,6%. Parece um filme repetido, mas a história pode reservar surpresas. Saiba o que esperar dos balanços

Aumento da concorrência com as fintechs, juros baixos, economia em ritmo lento... tudo parece conspirar contra o resultado dos grandes bancos brasileiros. Mas se você é acionista de Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco ou Santander Brasil, não se preocupe. Os lucros bilionários estão garantidos.
O resultado combinado dos quatro maiores bancos de capital aberto deve atingir R$ 20,9 bilhões no segundo trimestre, de acordo com a média das projeções dos analistas compiladas pela Bloomberg. Trata-se de um avanço de 17,6% na comparação com o mesmo período do ano passado.
As estimativas dos analistas também indicam que os grandes bancos privados – Itaú, Bradesco e Santander – fecharão mais um trimestre com rentabilidade acima dos 20%. Isso significa mais de três vezes o CDI – conhece aplicação melhor?
A temporada de divulgação dos resultados dos bancões começa na terça-feira, dia 23, com o Santander. O Bradesco publica o balanço dois dias depois. Na segunda-feira seguinte, dia 29, será a vez do Itaú. Quem fecha a temporada é o Banco do Brasil, que divulga os resultados no dia 8 de agosto.
De olho no crédito
Olhando apenas para o lucrão esperado pelos analistas, pode parecer mais um filme repetido como aqueles da sessão da tarde. Mas essa história pode reservar surpresas. Uma parte dos investidores segue desconfiada da capacidade de os grandes bancos navegarem em mares cada vez mais revoltos.
Embora os bancos tenham mostrado em mais de uma ocasião que são capazes de lucrar em qualquer cenário, a queda da taxa de juros para os menores níveis históricos representa um novo teste para as instituições.
Leia Também
Eu costumo dizer que, se quiserem sustentar os lucros em alta, os bancos precisam voltar a ser bancos. Isso quer dizer que dependem cada vez mais de sua atividade principal, ou seja, a concessão de financiamentos.
O problema é que abrir as torneiras do crédito remando contra a maré da economia é bem mais difícil. Mas essas preocupações diminuíram depois da divulgação dos dados mais recentes do mercado de crédito pelo Banco Central e que mostram uma retomada dos financiamentos.
Entre os bancões, o primeiro a perceber que tinha espaço para crescer e lucrar mais pisando no acelerador do crédito foi o Santander. Sob a gestão de Sérgio Rial, o banco espanhol saiu da lanterna para o segundo lugar em rentabilidade, atrás apenas do Itaú.
Quem sai na frente tem seus benefícios, mas a grande dúvida do mercado agora é saber se o banco espanhol conseguirá manter o ritmo agora que Itaú e Bradesco entraram para valer no páreo.
As pequenas que incomodam
Se a competição fosse restrita aos grandes bancos, provavelmente o mercado não veria muito problema. Mas o avanço da tecnologia permitiu a entrada na arena de uma série de novas empresas, as chamadas fintechs.
Uma amostra do poder de fogo das novas concorrentes está acontecendo neste momento no mercado de maquininhas de cartões. A Cielo, controlada por Banco do Brasil e Bradesco, já perdeu mais da metade do valor na bolsa depois do ataque de empresas como PagSeguro e Stone.
Em meio à guerra de preços que tomou conta desse setor, o Itaú deu um passo além ao zerar a taxa de juros cobrada dos lojistas para antecipar os recursos das vendas realizadas pela Rede, a sua empresa de maquininhas.
Essa estratégia, é claro, teve custos e levou o maior banco privado brasileiro a diminuir suas projeções de receita com tarifas e serviços e também de margem financeira, linha na qual os bancos contabilizam as receitas com crédito.
Apertem os cintos
O corte nas estimativas só não provocou estrago nas ações do Itaú na bolsa porque o banco anunciou em conjunto um plano de corte de custos para compensar a perda esperada nas receitas.
O controle de custos também foi o principal destaque nos números do Banco do Brasil nos três primeiros meses do ano. A expectativa dos analistas é que o BB mantenha a disciplina nos custos no balanço do segundo trimestre.
O Banco do Brasil segue bem atrás dos concorrentes privados no crédito. Mas como ainda contava com um estoque de financiamentos concedidos a taxas abaixo de mercado - da época da fatídica "cruzada" da ex-presidente Dilma Rousseff contra os juros altos - conseguiu melhorar seus resultados com a renovação dessas linhas em condições mais favoráveis (para o banco, é claro).
Ainda do lado das despesas, vale a pena ficar de olho em como vão ficar as provisões dos bancos para calotes. Nos anos de crise, essa foi a linha que mais drenou resultados das instituições, em meio ao aumento da inadimplência e da quebra de grandes empresas.
Depois da queda nos índices de atrasos com a recuperação da economia, os bancos enfrentam uma nova dor de cabeça com a recuperação judicial da Odebrecht. A conta do calote da empresa deve aparecer nos balanços que começam a ser divulgados a partir da semana que vem. Mas as projeções para os lucros no segundo trimestre mostram que os bancos conseguirão digerir bem as perdas esperadas com os empréstimos concedidos ao grupo.
Península de saída do Atacadão: Família Diniz deixa quadro de acionistas do Carrefour (CRFB3) dias antes de votação sobre OPA
Após reduzir a fatia que detinha na varejista alimentar ao longo dos últimos meses, a Península decidiu vender de vez toda a participação restante no Atacadão
Respira, mas não larga o salva-vidas: Trump continua mexendo com os humores do mercado nesta terça
Além da guerra comercial, investidores também acompanham balanços nos EUA, PIB da China e, por aqui, relatório de produção da Vale (VALE3) no 1T25
Temporada de balanços 1T25: Confira as datas e horários das divulgações e das teleconferências
De volta ao seu ritmo acelerado, a temporada de balanços do 1T25 começa em abril e revela como as empresas brasileiras têm desempenhado na nova era de Donald Trump
Azul (AZUL4) busca até R$ 4 bilhões em oferta de ações e oferece “presente” para acionistas que entrarem no follow-on; ações sobem forte na B3
Com potencial de superar os R$ 4 bilhões com a oferta, a companhia aérea pretende usar recursos para melhorar estrutura de capital e quitar dívidas com credores
Allos (ALOS3) entra na reta final da fusão e aposta em dividendos com data marcada (e no começo do mês) para atrair pequeno investidor
Em conversa com Seu Dinheiro, a CFO Daniella Guanabara fala sobre os planos da Allos para 2025 e a busca por diversificar receitas — por exemplo, com a empresa de mídia out of home Helloo
Após semana intensa, bolsas conseguem fechar no azul apesar de nova elevação tarifária pela China; ouro bate recorde a US$ 3.200
Clima ainda é de cautela nos mercados, mas dia foi de recuperação de perdas para o Ibovespa e os índices das bolsas de NY
Vítima da guerra comercial, ações da Braskem (BRKM5) são rebaixadas para venda pelo BB Investimentos
Nova recomendação reflete o temor de sobreoferta de commodities petroquímicas no cenário de troca de farpas entre Estados Unidos e o restante do mundo
Banco do Brasil (BBSA3) pode subir quase 50% e pagar bons dividendos — mesmo que a economia degringole e o agro sofra
A XP reiterou a compra das ações do Banco do Brasil, que se beneficia dos juros elevados no país
Cyrela (CYRE3): Lançamentos disparam mais de 180% (de novo) e dividendos extraordinários entram no radar — mas três bancões enxergam espaço para mais
Apesar da valorização de mais de 46% na bolsa, três bancos avaliam que Cyrela deve subir ainda mais
Gigantes da bolsa derretem com tarifas de Trump: pequenas empresas devem começar a chamar a atenção
Enquanto o mercado tenta entender como as tarifas de Trump ajudam ou atrapalham algumas empresas grandes, outras nanicas com atuação exclusivamente local continuam sua rotina como se (quase) nada tivesse acontecido
Dividendos e JCP: Santander (SANB11) anuncia o pagamento de R$ 1,5 bilhão em proventos; veja quem mais paga
Acionistas que estiverem inscritos nos registros do banco no dia 17 de abril terão direito ao JCP
Obrigado, Trump: China aumenta compra de soja brasileira e Santander vê uma empresa bem posicionada para se beneficiar da maior demanda
A guerra de tarifas entre China e Estados Unidos nem esfriou e as empresas asiáticas já começaram os pedidos de soja brasileira: 2,4 milhões de toneladas nesta primeira semana
BofA, Itaú BBA e Santander reforçam recomendação de investimento na Sabesp (SBSP3) após anúncio de precatório bilionário
Segundo os bancos, o acordo com a prefeitura de São Paulo pode resultar numa geração de valor presente líquido que pode representar até 2% do valor de mercado da Sabesp
Dia de ressaca na bolsa: Depois do rali com o recuo de Trump, Wall Street e Ibovespa se preparam para a inflação nos EUA
Passo atrás de Trump na guerra comercial animou os mercados na quarta-feira, mas investidores já começam a colocar os pés no chão
Ambev (ABEV3) vai do sonho grande de Lemann à “grande ressaca”: por que o mercado largou as ações da cervejaria — e o que esperar
Com queda de 30% nas ações nos últimos dez anos, cervejaria domina mercado totalmente maduro e não vê perspectiva de crescimento clara, diante de um momento de mudança nos hábitos de consumo
Não foi só o Banco Master: entre os CDBs mais rentáveis de março, prefixado do Santander paga 15,72%, e banco chinês oferece 9,4% + IPCA
Levantamento da Quantum Finance traz as emissões com taxas acima da média do mercado; no mês passado, estoque de CDBs no país chegou a R$ 2,57 trilhões, alta de 14,3% na base anual
Brava Energia (BRAV3) e petroleiras tombam em bloco na B3, mas analistas veem duas ações atraentes para investir agora
O empurrão nas ações de petroleiras segue o agravamento da guerra comercial mundial, com retaliações da China e Europa às tarifas de Donald Trump
Sem pílula de veneno: Casas Bahia (BHIA3) derruba barreira contra ofertas hostis; decisão segue recuo de Michael Klein na disputa por cadeira no conselho
Entre as medidas que seriam discutidas em AGE, que foi cancelada pela varejista, estava uma potencial alteração do estatuto para incluir disposições sobre uma poison pill; entenda
Inteligência artificial autônoma abala modelos de negócios das big techs; Google é a que tem mais a perder, mas não é a única, diz Itaú BBA
Diante do desenvolvimento acelerado de agentes autônomos de inteligência artificial, as big techs já se mexem para não perder o bonde
“Trump vai demorar um pouco mais para entrar em pânico”, prevê gestor — mas isso não é motivo para se desiludir com a bolsa brasileira agora
Para André Lion, sócio e gestor da estratégia de renda variável da Ibiuna Investimentos, não é porque as bolsas globais caíram que Trump voltará atrás na guerra comercial