CVM multa ex-controladores do Banco Cruzeiro do Sul e mais dois em R$ 1,8 milhão
Eles foram condenados por crime de manipulação de preços a partir de operações irregulares com ações preferenciais do Banco Cruzeiro do Sul (CZRS4) entre setembro e outubro de 2010

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aplicou R$ 1,8 milhão em multas por crime de manipulação de preços a partir de operações irregulares com ações preferenciais do Banco Cruzeiro do Sul (CZRS4) entre setembro e outubro de 2010. De um total de oito acusados no processo, quatro foram condenados. Na lista estão os controladores do Banco Cruzeiro do Sul, Luis Felippe e Luis Octavio Índio da Costa, que receberam pena de R$ 500 mil cada um, agravadas por condenações anteriores.
Além deles, Paulo Eduardo de Mingo e André Rotta, responsável pela mesa de operações da Corretora Cruzeiro do Sul, receberam multa individual de R$ 400 mil. O grupo pode recorrer ao Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional, o Conselhinho. Acusados de realizar negócios irregulares no período de 27 de outubro de 2010 a 4 de junho de 2012, Afonso Burlamaqui, Armando Burlamaqui, Álvaro Otero e Guilherme Otero foram absolvidos.
O Cruzeiro do Sul abriu seu capital em 2007, aderindo ao Nível 1 da BM&FBovespa, atual B3, cujo regulamento exige a manutenção de 25% de ações dispersas no mercado (free-float mínimo). Após a crise financeira de 2008, o banco decidiu recomprar e cancelar ações de sua emissão, e obteve sucessivos prazos de prorrogação para se readequar à regra de free-float mínimo.
Em março de 2009, o banco fechou um contrato de swap com o Banco UBS Pactual (atual BTG), com vencimento em 26 de março de 2010. O contrato tinha como valor-base R$ 28,9 milhões e foi divulgado ao mercado em fato relevante em 23 de março de 2009, indicando que a operação "manteria o percentual de ações da companhia em circulação existente, não acarretando desembolso de caixa imediato e procurando demonstrar a confiança da administração da companhia no potencial de apreciação das ações preferenciais".
No contrato de swap, o Cruzeiro do Sul estava ativo na variação de preço da ação CZRS4 e passivo na variação do CDI, enquanto o Pactual estava na posição inversa. Assim, uma alta nos preços das ações durante a vigência do contrato aumentaria a remuneração a ser recebida pelo banco e paga pelo Pactual.
A área técnica da CVM acusou os controladores do banco de terem orquestrado o esquema de manipulação para aumentar a liquidez dos papéis CZRS4, maximizar a remuneração recebida no contrato de swap celebrado com o Pactual e estabilizar os preços do papel. Segundo a acusação, aumentar a liquidez das ações era um objetivo estratégico para o banco, mantendo sua listagem no Nível 1 e garantindo recursos para financiar suas operações crescentes no mercado de crédito consignado.
Leia Também
Entre 29 de setembro e 14 de outubro de 2010, houve uma valorização de 40% das ações preferenciais do banco, acompanhada de um expressivo aumento do volume negociado. O movimento, segundo a área técnica da CVM, foi provocado por operações de André Rotta, Paulo de Mingo e Afonso Burlamaqui, que atuaram juntos para elevar a cotação do papel.
Burlamaqui e Mingo representaram, respectivamente, 44% e 9% do volume de compras do papel e 22% e 9% do volume de vendas naquele período. O primeiro acabou sendo absolvido porque não ficou comprovado que ele autorizou as operações, realizadas por meio da Cruzeiro do Sul Corretora e transmitidas a Luis Felippe Índio da Costa.
O relator do caso, diretor Carlos Rebello, destacou, entre os pontos que o levaram à condenar o grupo, a elevação abrupta e desproporcional das cotações de CRZS4; os vínculos profissionais e pessoais envolvendo os acusados; e o interesse do Cruzeiro do Sul - e de seus controladores - no aumento das cotações das ações de sua emissão e no aumento da liquidez do papel.
Rebello apontou a prorrogação do contrato de swap entre o BCS e o Pactual, com redução do prazo de apuração do preço do papel para aferir a remuneração do banco, deixando-a mais suscetível à volatilidade do papel no curto prazo, como indício da premeditação da manipulação. Seu voto foi acompanhado pelos demais membros do colegiado.
O resultado do julgamento será comunicado à Procuradoria da República de São Paulo, por envolver crime contra o mercado de capitais.
A compra do Banco Master pelo BRB é um bom negócio? Depois da Moody’s, S&P questiona a operação
De acordo com a S&P, pairam dúvidas sobre os aspectos da transação e a estrutura de capital do novo conglomerado, o que torna incerto o impacto que a compra terá para o banco público
Token de Eike Batista ($EIKE) cai na malha fina da CVM, que tira o site do ar por ter operadores não autorizados no Brasil
O empresário pretendia levantar US$ 100 milhões com sua cripto $EIKE para investir na produção da “supercana” até 2028
Lucro do Banco Master, alvo de compra do BRB, dobra e passa de R$ 1 bilhão em 2024
O banco de Daniel Vorcaro divulgou os resultados após o término do prazo oficial para a apresentação de balanços e em meio a um negócio polêmico com o BRB
Banco Master: Compra é ‘operação resgate’? CDBs serão honrados? BC vai barrar? CEO do BRB responde principais dúvidas do mercado
O CEO do BRB, Paulo Henrique Costa, nega pressão política pela compra do Master e endereça principais dúvidas do mercado
Ainda dá para ganhar com as ações do Banco do Brasil (BBAS3) e BTG Pactual (BPAC11)? Não o suficiente para animar o JP Morgan
O banco norte-americano rebaixou a recomendação para os papéis BBAS3 e BPAC11, de “outperform” (equivalente à compra) para a atual classificação neutra
Impasse no setor bancário: Banco Central deve barrar compra do Banco Master pelo BRB
Negócio avaliado em R$ 2 bilhões é visto como ‘salvação’ do Banco Master. Ativos problemáticos, no entanto, são entraves para a venda.
Nubank (ROXO34): Safra aponta alta da inadimplência no roxinho neste ano; entenda o que pode estar por trás disso
Uma possível explicação, segundo o Safra, é uma nova regra do Banco Central que entrou em vigor em 1º de janeiro deste ano.
Banco de Brasília (BRB) acerta a compra do Banco Master em negócio avaliado em R$ 2 bilhões
Se o valor for confirmado, essa é uma das maiores aquisições dos últimos tempos no Brasil; a compra deve ser formalizada nos próximos dias
110% do CDI e liquidez imediata — Nubank lança nova Caixinha Turbo para todos os clientes, mas com algumas condições; veja quais
Nubank lança novo investimento acessível a todos os usuários e notificará clientes gradualmente sobre a novidade
Mercado Bitcoin: CVM volta atrás em decisão e libera tokens de consórcio na plataforma cripto
Duas semanas após suspender a oferta de 11 tokens de consórcio do Mercado Bitcoin, CVM recua sem dar detalhes sobre decisão
Eles perderam a fofura? Ibovespa luta contra agenda movimentada para continuar renovando as máximas do ano
Ata do Copom, balanços e prévia da inflação disputam espaço com números sobre a economia dos EUA nos próximos dias
Empréstimo consignado para CLT passa de 35 milhões de simulações em apenas 3 dias. Confira tudo o que você precisa saber sobre o crédito
Nova modalidade de empréstimo consignado para trabalhadores CLT registrou 35,9 milhões de simulações de empréstimo
Sem OPA na Oncoclínicas (ONCO3): Empresa descarta necessidade de oferta pelas ações dos minoritários após reestruturação societária
Minoritários pediram esclarecimentos sobre a falta de convocação de uma OPA após o Fundo Centaurus passar a deter uma fatia de 16,05% na empresa em novembro de 2024
Fundador do Nubank (ROXO34) volta ao comando da liderança. Entenda as mudanças do alto escalão do banco digital
Segundo o banco digital, os ajustes na estrutura buscam “aumentar ainda mais o foco no cliente, a eficiência e a colaboração entre países”
Ambipar (AMBP3): CVM manda gestora lançar oferta por ações após disparada sem precedentes na B3
CVM entendeu que fundos que têm como cotista o empresário Nelson Tanure atuaram em conjunto com o controlador da Ambipar na compra em massa que resultou na disparada das ações na B3
Natura (NTCO3): a proposta de incorporação que pode dar um pontapé para uma nova fase
Operação ainda precisa ser aprovada em assembleia e passar pelo aval da Comissão de Valores Mobiliários (CVM)
Frenetic trading days: Com guerra comercial no radar, Ibovespa tenta manter bom momento em dia de vendas no varejo e resultado fiscal
Bolsa vem de alta de mais de 1% na esteira da recuperação da Petrobras, da Vale, da B3 e dos bancos
Contradições na bolsa: Ibovespa busca reação em dia de indicadores de atividade no Brasil e nos EUA
Investidores também reagem ao andamento da temporada de balanços, com destaque para o resultado da Casas Bahia
O cavalo de Tróia está de volta: golpes bancários com o malware disparam no mundo em 2024; saiba como se proteger
No Brasil, os fraudadores utilizam programas maliciosos, os chamados malwares, para simular transações de pagamentos
Consignado para quem é CLT: o passo a passo do programa que promete baratear o crédito com garantia do FGTS
A estratégia do governo é direta: ampliar o acesso a empréstimos mais baratos e tirar os trabalhadores das armadilhas do superendividamento