Investidor premia empresa que já tem resultado com novas tecnologias
Após divulgação de balanços, ações do Magazine Luiza fecham em alta de quase 4% e do Banco Inter sobem 6,25%

Os investidores premiaram nesta terça-feira, 13, duas empresas que, aparentemente, não têm qualquer conexão entre si: Magazine Luiza e Banco Inter. A rede varejista fechou em alta de quase 4% e o banco digital de 6,25%.
Os números divulgados no balanço trimestral atiçaram o apetite dos investidores, mas há um tempero mais forte do que apenas resultados pontuais para a demanda.
“Os investidores da Bolsa estão entendendo que o futuro perpassa por quatro palavras: serviços, conectividade, digitalização e inovação”, diz Hugo Tadeu, professor do núcleo de Inovação e Empreendedorismo da Fundação Dom Cabral.
Essas empresas, diz ele, têm mostrado na prática que trabalhar com serviços tem maior potencial de crescimento e menor necessidade de investimentos do que apenas vender produtos. Sempre baseado em uma plataforma tecnológica parruda, que capta, otimiza e - é claro, lucra - com uso dos milhões de dados digitais fornecidos pelos cliente, a cada compra, transação financeira, reclamação ou pós-venda.
“As empresas que não entenderem e não surfarem na tendência que junta inteligência artificial e negócios estão fora”, diz Tadeu. “Elas criam mercados novos e descobrem formas mais inteligentes de prover serviços com a captura e a interpretação de dados.”
Em números
Foi o que aconteceu com o Luiza. Nas mesmas lojas físicas, as vendas subiram meros 0,3% no trimestre, na comparação com o mesmo período do ano anterior. No comércio eletrônico, porém, a situação foi bem diferente. “As vendas em lojas físicas chamaram a atenção porque não foram boas”, diz Bruno Madruga, sócio e chefe de renda variável da assessoria de investimentos Monte Bravo. “Mas o resultado veio bem positivo, principalmente pelas vendas online”.
Leia Também
Isso porque as vendas no comércio eletrônico do Luiza subiram 56,2% no segundo trimestre ante o mesmo período do ano passado, e se tornaram 41,5% das vendas totais da companhia.
De acordo com a empresa, o desempenho foi impulsionado pelo aplicativo, que alcançou a marca de 12 milhões de usuários ativos mensais. Esse número inclui, além do superapp Magalu, os aplicativos da Netshoes, Zattini e Época Cosméticos.
As vendas do marketplace, plataforma na qual são vendidos produtos de terceiros, dispararam quase 300% no segundo trimestre e representaram 10% das vendas da companhia no período. Segundo a empresa, foram adicionados, em média, mil novos ‘lojistas’ por mês na plataforma.
Tamanho crescimento ficou acima das expectativas da própria varejista. “São mais de 8.100 ‘lojistas’ formais que jogam dentro das regras do jogo”, afirmou Frederico Trajano, presidente da empresa, em conferência com analistas. “A gente quer estimular os que operam na informalidade a entrar na formalidade.”
A expectativa é que, até o fim do ano, a varejista tenha cerca de 15 mil vendedores em seu marketplace. “A longo prazo, o potencial é muito maior do que esse”, disse Roberto Bellissimo, diretor financeiro do Magazine Luiza. A estratégia é digitalizar o varejo, com a expectativa de chegar a dezenas ou centenas de milhares de vendedores.
Emergente
Como as premissas desse novo mundo dos negócios valem para todas as áreas, o Inter foi outro a ser premiado pelos investidores e analistas ontem. “O resultado do Banco Inter foi o grande resultado do dia”, afirma Madruga. “Acreditamos que eles sejam uma tendência nas fintechs e provavelmente a lucratividade deste setor será positiva no futuro.”
Isso porque o lucro do Inter no segundo trimestre foi o maior já registrado pela instituição. Foram R$ 33 milhões, crescimento de 91% em relação ao mesmo período do ano passado.
Além dos resultados passados, as perspectivas animaram os investidores. Segundo João Victor Menin, presidente do Inter, o banco vai lançar em breve seu superapp, uma plataforma de serviços não financeiros. “Será usado para o consumo de produtos e serviços e os clientes poderão receber dinheiro de volta das compras feitas no aplicativo, no modelo cashback”, afirmou Menin.
Além disso, o banco deve lançar entre o fim deste ano e início de 2020, produtos para os pequenos comerciantes, sem a necessidade de aquisição das maquininhas. “Conseguimos embarcar uma tecnologia que dispensará o uso de maquininhas e o serviço poderá ser utilizado pelo celular”, disse.
Talvez o anúncio mais importante feito por Menin durante a conferência com analistas, porém, tenha sido o fato de o banco ter convidado o grupo empresarial Softbank para ocupar um assento em seu conselho de administração. Semana passada, o grupo japonês comprou 8,1% das ações do Inter por R$ 760 milhões. “O banco vem em movimento de trazer pessoas com pegada disruptiva e, quando convidamos o Softbank, foi com esse objetivo”, afirmou ele.
Os analistas concordaram. “Com o Softbank a bordo, achamos que o Inter encontrou o que procurava: um investidor estratégico com bolsos recheado, que, ao mesmo tempo em que reduz o custo de capital, traz novas ideias graças a sua expertise”, escreveram analistas do banco BTG, em relatório.
Em março, o Softbank anunciou um fundo de US$ 5 bilhões para investimentos na América Latina. “Do ponto de vista fiscal, investir em startups e empresas de base tecnológica e receber dividendos é muito mais interessante para esses fundos do que pagar imposto”, diz Tadeu, da FDC. É mais um alimento desse novo ciclo de negócios.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Até tu, Nvidia? “Queridinha” do mercado tomba sob Trump; o que esperar do mercado nesta quarta
Bolsas continuam de olho nas tarifas dos EUA e avaliam dados do PIB da China; por aqui, investidores reagem a relatório da Vale
Como declarar ações no imposto de renda 2025
Declarar ações no imposto de renda não é trivial, e não é na hora de declarar que você deve recolher o imposto sobre o investimento. Felizmente a pessoa física conta com um limite de isenção. Saiba todos os detalhes sobre como declarar a posse, compra, venda, lucros e prejuízos com ações no IR 2025
Por que o Mercado Livre (MELI34) vai investir R$ 34 bilhões no Brasil em 2025? Aporte só não é maior que o de Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3)
Com o valor anunciado pela varejista online, seria possível comprar quatro vezes Magalu, Americanas e Casas Bahia juntos; conversamos com o vice-presidente e líder do Meli no Brasil para entender o que a empresa quer fazer com essa bolada
Mercado Livre (MELI34) vai aniquilar a concorrência com investimento de R$ 34 bilhões no Brasil? O que será de Casas Bahia (BHIA3) e Magalu (MGLU3)?
Aposta bilionária deve ser usada para dobrar a logística no país e consolidar vantagem sobre concorrentes locais e globais. Como fica o setor de e-commerce como um todo?
As empresas não querem mais saber da bolsa? Puxada por debêntures, renda fixa domina o mercado com apetite por títulos isentos de IR
Com Selic elevada e incertezas no horizonte, emissões de ações vão de mal a pior, e companhias preferem captar recursos via dívida — no Brasil e no exterior; CRIs e CRAs, no entanto, veem emissões caírem
Depois de derreter mais de 90% na bolsa, Espaçolaser (ESPA3) diz que virada chegou e aposta em mudança de fornecedor em nova estratégia
Em seu primeiro Investor Day no cargo, o CFO e diretor de RI Fabio Itikawa reforça resultados do 4T24 como ponto de virada e divulga plano de troca de fornecedor para reduzir custos
Península de saída do Atacadão: Família Diniz deixa quadro de acionistas do Carrefour (CRFB3) dias antes de votação sobre OPA
Após reduzir a fatia que detinha na varejista alimentar ao longo dos últimos meses, a Península decidiu vender de vez toda a participação restante no Atacadão
Temporada de balanços 1T25: Confira as datas e horários das divulgações e das teleconferências
De volta ao seu ritmo acelerado, a temporada de balanços do 1T25 começa em abril e revela como as empresas brasileiras têm desempenhado na nova era de Donald Trump
Azul (AZUL4) busca até R$ 4 bilhões em oferta de ações e oferece “presente” para acionistas que entrarem no follow-on; ações sobem forte na B3
Com potencial de superar os R$ 4 bilhões com a oferta, a companhia aérea pretende usar recursos para melhorar estrutura de capital e quitar dívidas com credores
Allos (ALOS3) entra na reta final da fusão e aposta em dividendos com data marcada (e no começo do mês) para atrair pequeno investidor
Em conversa com Seu Dinheiro, a CFO Daniella Guanabara fala sobre os planos da Allos para 2025 e a busca por diversificar receitas — por exemplo, com a empresa de mídia out of home Helloo
Após semana intensa, bolsas conseguem fechar no azul apesar de nova elevação tarifária pela China; ouro bate recorde a US$ 3.200
Clima ainda é de cautela nos mercados, mas dia foi de recuperação de perdas para o Ibovespa e os índices das bolsas de NY
Senta que lá vem mais tarifa: China retalia (de novo) e mercados reagem, em meio ao fogo cruzado
Por aqui, os investidores devem ficar com um olho no peixe e outro no gato, acompanhando os dados do IPCA e do IBC-Br, considerado a prévia do PIB nacional
Gigantes da bolsa derretem com tarifas de Trump: pequenas empresas devem começar a chamar a atenção
Enquanto o mercado tenta entender como as tarifas de Trump ajudam ou atrapalham algumas empresas grandes, outras nanicas com atuação exclusivamente local continuam sua rotina como se (quase) nada tivesse acontecido
Ambev (ABEV3) vai do sonho grande de Lemann à “grande ressaca”: por que o mercado largou as ações da cervejaria — e o que esperar
Com queda de 30% nas ações nos últimos dez anos, cervejaria domina mercado totalmente maduro e não vê perspectiva de crescimento clara, diante de um momento de mudança nos hábitos de consumo
Brava Energia (BRAV3) e petroleiras tombam em bloco na B3, mas analistas veem duas ações atraentes para investir agora
O empurrão nas ações de petroleiras segue o agravamento da guerra comercial mundial, com retaliações da China e Europa às tarifas de Donald Trump
Sem pílula de veneno: Casas Bahia (BHIA3) derruba barreira contra ofertas hostis; decisão segue recuo de Michael Klein na disputa por cadeira no conselho
Entre as medidas que seriam discutidas em AGE, que foi cancelada pela varejista, estava uma potencial alteração do estatuto para incluir disposições sobre uma poison pill; entenda
“Trump vai demorar um pouco mais para entrar em pânico”, prevê gestor — mas isso não é motivo para se desiludir com a bolsa brasileira agora
Para André Lion, sócio e gestor da estratégia de renda variável da Ibiuna Investimentos, não é porque as bolsas globais caíram que Trump voltará atrás na guerra comercial
Taxa sobre taxa: Resposta da China a Trump aprofunda queda das bolsas internacionais em dia de ata do Fed
Xi Jinping reage às sobretaxas norte-americanas enquanto fica cada vez mais claro que o alvo principal de Donald Trump é a China
CEO da Embraer (EMBR3): tarifas de Trump não intimidam planos de US$ 10 bilhões em receita até 2030; empresa também quer listar BDRs da Eve na B3
A projeção da Embraer é de que, apenas neste ano, a receita líquida média atinja US$ 7,3 bilhões — sem considerar a performance da subsidiária Eve
Mercado Livre (MELI34) anuncia investimento de R$ 34 bi no Brasil e mostra que não tem medo das varejistas asiáticas — e nem das tarifas de Trump
Gigante do e-commerce fará o maior investimento da história da companhia no Brasil — e CEO explica por que não se assusta com Trump ou concorrência asiática