Não existe crescimento sustentado sem estabilidade de preços, diz indicada à diretoria do BC
Fernanda Feitosa Nechio também defendeu manutenção do atual nível de reservas internacionais. Indicação foi aprovada por unanimidade na CAE e por 64 votos a 2 no plenário do Senado

Indicada para ocupar a diretoria de Assuntos Internacionais do Banco Central (BC), Fernanda Feitosa Nechio, defendeu a manutenção de mandato único para o BC em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.
“Não existe crescimento sustentado sem estabilidade de preços”, disse ao responder questionamentos dos senadores.
Fernanda disse não conseguir apontar um país no mundo que tenha se desenvolvido de forma sustentada sem atender à precondição de preços controlados.
A indicação foi aprovada por unanimidade dos senadores da comissão (17 votos a zero). No plenário, ele teve 64 votos contra 2. Assim, formalizadas sua nomeação e posse, Fernanda já deve participar da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), no dia 31 de julho.
Com a chegada de Fernanda, a diretoria colegiada passa a ter duas mulheres, algo inédito até então. Em março de 2018, Ilan Goldfajn indicou Carolina de Assis Barros para a diretoria de Administração. Até sua indicação, a última mulher a participar do Copom tinha sido Maria Celina Arraes, que ficou até 2010.
São recorrentes no Congresso as perguntas e até os projetos de lei que tentam instituir duplo mandato ao BC, somando crescimento econômico ou nível de emprego ao controle de preços e estabilidade financeira.
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“O sistema atual é adequado. O país tem histórico recente de hiperinflação e nível de indexação bastante alto. Temos de levar isso em consideração sobre mudança de mandato. É arriscada qualquer mudança no mandato. Mudanças podem ser mal interpretadas e aumentar a incerteza quando à condução da política monetária no Brasil”, afirmou.
Fernanda também explicou que o BC já leva em consideração não só a situação atual da economia, mas também as perspectivas futuras nas suas decisões de política monetária.
Reservas internacionais
Segundo Fernanda, as reservas internacionais são muito importantes como um colchão de segurança contra crises externas. Em momentos de estresse internacional, ela lembrou que o Brasil sofreu menos que outros pares emergentes por ter reservas.
“Vejo a manutenção do nível de reservas como fator muito positivo”, disse, depois de explicar que o custo de carregamento está no menor nível da história.
Sobre o uso de reservas para pagamento de dívida ou para outros fins, Fernanda foi taxativa ao dizer que usar reservas de forma voluntarista para estimular a economia é uma discussão muito arriscada.
“Acho muito arriscado usar reservas de forma voluntarista. Isso abre precedentes para outros possíveis usos no futuro”, disse.
Segundo Fernanda, o uso de reservas pode elevar o nível de incerteza com relação à capacidade de o país honrar seus compromissos. Esse aumento de incerteza dificultaria a tomada de decisões de investimento, reduzindo o crescimento e, por fim, aumentando o endividamento em relação ao PIB.
“Pode ser contraproducente usar reservas para cobrir situações específicas”, explicou.
Ainda sobre o tema, Fernanda disse que não há consenso na literatura econômica sobre o que seria um nível ótimo de reservas. Para ela, dado o tamanho da economia brasileira a relação reservas sobre PIB não é muito diferente de outros países.
Reformas
Fernanda explicou aos senadores que a recuperação da atividade tem sido gradual e a tendência é de que esse movimento continue. Mas ressaltou a importância das reformas micro e macroeconômicas que estão em discussão no Congresso.
“As reformas têm o potencial grande de mudar expectativas. Elas diminuem riscos e incertezas. Os efeitos das reformas podem não ser imediatos, mas as mudanças na percepção com relação ao país e ao futuro da economia afetam decisões de investimento”, explicou.
Compulsórios
Fernanda também disse aos senadores que a manutenção de um nível adequado de compulsório serve como uma medida de segurança para que o sistema financeiro consiga enfrentar crises.
“Dito isso, o BC já anunciou que está em tendência de redução do nível de compulsórios. Ele é elevado, mas não há pronunciamento de prazo ou nível ótimo que vai se alcançar. O BC tem atuado em um esforço de liberalização e simplificação no custo de observação de compulsórios. Tendência é de redução, mas não tem informação sobre objetivos e prazos”, explicou.
Fernanda foi perguntada, mais de uma vez, sobre declaração do ministro Paulo Guedes de que seriam liberados mais R$ 100 bilhões em compulsórios.
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