A Azul fechou o trimestre no vermelho, mas seu balanço também trouxe dados positivos
Contrariando a tendência recente, a Azul reportou um prejuízo líquido de R$ 438 milhões no terceiro trimestre deste ano, negativamente impactada pela variação cambial
Ao abrir o balanço da Azul no terceiro trimestre deste ano, um número imediatamente chama a atenção: o prejuízo líquido de R$ 438 milhões, um salto em relação às perdas de R$ 47,8 milhões contabilizadas no mesmo período de 2018. Além disso, a companhia aérea vinha de dois trimestres com lucro — o que aconteceu?
Antes de cravar que os números da empresa foram decepcionantes, é preciso olhar com lupa cada uma das linhas do balanço. Em primeiro lugar, é preciso ressaltar que essa prejuízo se deve, em grande parte, às variações cambiais no trimestre — se esse efeito fosse desconsiderado, a Azul teria reportado um lucro líquido de R$ 441,4 milhões.
Mas, como o 'se' não tem espaço nos balanços financeiros e no mundo dos investimentos, é importante entender melhor os motivos que levaram a companhia a registrar perdas tão expressivas em função das oscilações do dólar — e se, de fato, o desempenho da Azul foi bom ou não, excluindo esse efeito.
Tomemos como referência o dólar à vista. Em primeiro de julho, a moeda americana aparecia na faixa de R$ 3,84, mas, em 30 de setembro, era cotada a R$ 4,15 — um salto de mais de 8%. E essa desvalorização do real impactou especialmente o resultado financeiro líquido da Azul.
A linha ficou negativa em R$ 1,028 bilhão entre julho e setembro, uma perda 88,7% maior que a reportada no mesmo período do ano passado — grande parte em função do aumento da dívida denominada em moeda estrangeira. Esse resultado não impacta o caixa e tem efeitos apenas contábeis, mas, mesmo assim, não deve ser desprezado.
Dito isso, vamos às demais informações financeiras da Azul. No terceiro trimestre, a companhia aérea reportou um crescimento de 25,5% em sua receita líquida, totalizando R$ 3,03 bilhões. Por outro lado, os custos e despesas operacionais também subiram num ritmo elevado: 24,2%, para R$ 2,47 bilhões.
Leia Também
Mas fato é que a receita ainda cresceu mais que os custos totais. Assim, o resultado operacional da Azul avançou 31,4% em um ano, chegando à cifra de R$ 559,3 milhões — a margem operacional subiu 0,8 ponto, para 18,5%. Tanto o resultado operacional quanto a margem são métricas muito acompanhadas pelos analistas do mercado aéreo, e a expansão mostrada no trimestre é um sinal de saúde da empresa.
E os dados operacionais?
Do ponto de vista das operações, a Azul reportou um crescimento de 26,1% na oferta de assentos no terceiro trimestre desse ano, enquanto a demanda cresceu 29,3%. Assim, a taxa de ocupação das aeronaves da companhia chegou a 84,3% entre julho e setembro — há um ano, estava em 83,7%.
A receita operacional por assento teve uma leve baixa de 0,5% em um ano, para 31,20 centavos, mas os custos por assento caíram num ritmo mais elevado, de 1,5%, para 25,44 centavos.
Dívida em alta
Do ponto de vista do endividamento, a Azul encerrou o mês de setembro com R$ 13,28 bilhões em dívida bruta, cifra 9,6% maior que a reportada ao fim de junho — desse montante, R$ 11,6 bilhões possuem vencimento apenas no longo prazo.
Considerando a posição de caixa atual da companhia aérea, de R$ 2,94 bilhões, a dívida líquida da empresa totalizava R$ 10,33 bilhões, um avanço de 11,1% na comparação com o trimestre anterior. A alavancagem, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda nos últimos 12 meses, chegou a 3,3 vezes — em junho, era de 3,1 vezes.
Ações em leve baixa
Considerando tudo isso, as ações PN da Azul (AZUL4) não se afastaram muito da estabilidade durante a manhã desta quinta-feira (7), mas ganharam força ao longo da tarde. No fim da sessão, os papéis eram cotados a R$ 52,49, uma alta de 1,47%.
Assim, as ações da Azul acompanharam o Ibovespa: o índice terminou o dia em alta de 1,13%, aos 109.580,57 pontos — um novo recorde intradiário. Confira aqui nossa cobertura completa de mercados nesta quinta-feira.
‘O rali ainda não acabou’: as ações desta construtora já saltam 35% no ano e podem subir ainda mais antes que 2024 termine, diz Itaú BBA
A performance bate de longe a do Ibovespa, que recua cerca de 4% no acumulado anual, e também supera o desempenho de outras construtoras que atuam no mesmo segmento
Rede D’Or (RDOR3), Odontoprev (ODPV3) ou Blau Farmacêutica (BLAU3)? Após resultados “sem brilho” do setor de saúde no 3T24, BTG elege a ação favorita
Embora as operadoras tenham apresentado resultados fracos ou em linha com as expectativas, as três empresas se destacaram no terceiro trimestre, segundo o banco
“Minha promessa foi de transformar o banco, mas não disse quando”, diz CEO do Bradesco (BBDC4) — e revela o desafio que tem nas mãos daqui para frente
Na agenda de Marcelo Noronha está um objetivo principal: fazer o ROE do bancão voltar a ultrapassar o custo de capital
O Google vai ser obrigado a vender o Chrome? Itaú BBA explica por que medida seria difícil — mas ações caem 5% na bolsa mesmo assim
Essa seria a segunda investida contra monopólios ilegais nos EUA, desde a tentativa fracassada de desmembrar a Microsoft, há 20 anos
Nvidia (NVDC34) vê lucro mais que dobrar no ano — então, por que as ações caem 5% hoje? Entenda o que investidores viram de ruim no balanço
Ainda que as receitas tenham chegado perto dos 100% de crescimento, este foi o primeiro trimestre com ganhos percentuais abaixo de três dígitos na comparação anual
Do pouso forçado às piruetas: Ibovespa volta do feriado com bolsas internacionais em modo de aversão ao risco e expectativa com pacote
Investidores locais aguardam mais detalhes do pacote fiscal agora que a contribuição do Ministério da Defesa para o ajuste é dada como certa
Que crise? Weg (WEGE3) quer investir US$ 62 milhões na China para aumentar capacidade de fábrica
O investimento será realizado nos próximos anos e envolve um plano que inclui a construção de um prédio de 30 mil m², com capacidade para fabricação de motores de alta tensão
Como a Embraer (EMBR3) passou de ameaçada pela Boeing a rival de peso — e o que esperar das ações daqui para frente
Mesmo com a disparada dos papéis em 2024, a perspectiva majoritária do mercado ainda é positiva para a Embraer, diante das avenidas potenciais de crescimento de margens e rentabilidade
Quais os planos da BRF com a compra da fábrica de alimentos na China por US$ 43 milhões
Empresa deve investir outros US$ 36 milhões para dobrar a capacidade da nova unidade, que abre caminho para expansão de oferta
É hora de colocar na carteira um novo papel: Irani (RANI3) pode saltar 45% na B3 — e aqui estão os 3 motivos para comprar a ação, segundo o Itaú BBA
O banco iniciou a cobertura das ações RANI3 com recomendação “outperform”, equivalente a compra, e com preço-alvo de R$ 10,00 para o fim de 2025
Em busca de dividendos? Curadoria seleciona os melhores FIIs e ações da bolsa para os ‘amantes’ de proventos (PETR4, BBAS3 e MXRF11 estão fora)
Money Times, portal parceiro do Seu Dinheiro, liberou acesso gratuito à carteira Double Income, que reúne os melhores FIIs, ações e títulos de renda fixa para quem busca “viver de renda”
R$ 4,1 bilhões em concessões renovadas: Copel (CPLE6) garante energia para o Paraná até 2054 — e esse banco explica por que você deve comprar as ações
Companhia paranaense fechou o contrato de 30 anos referente a concessão de geração das usinas hidrelétricas Foz do Areia, Segredo e Salto Caxias
Ações da Embraer (EMBR3) chegam a cair mais de 4% e lideram perdas do Ibovespa. UBS BB diz que é hora de desembarcar e Santander segue no voo
O banco suíço rebaixou a recomendação para os papéis da Embraer de neutro para venda, enquanto o banco de origem espanhola seguiu com a indicação de compra; entenda por que cada um pegou uma rota diferente
Equatorial (EQTL3) tem retorno de inflação +20% ao ano desde 2010 – a gigante de energia pode gerar mais frutos após o 3T24?
Ações da Equatorial saltaram na bolsa após resultados fortes do 3º tri; analistas do BTG calculam se papel pode subir mais após disparada nos últimos anos
‘Mãe de todos os ralis’ vem aí para a bolsa brasileira? Veja 3 razões para acreditar na disparada das ações, segundo analista
Analista vê três fatores que podem “mudar o jogo” para o Ibovespa e a bolsa como um todo após um ano negativo até aqui; saiba mais
Grupo Mateus: Santander estabelece novo preço-alvo para GMAT3 e prevê valorização de 33% para as ações em 2025; saiba se é hora de comprar
O banco reduziu o preço-alvo para os papéis da varejista de alimentos em relação à 2024, mas mantém otimismo com crescimento e parceria estratégica
Localiza: após balanço mais forte que o esperado no 3T24, BTG Pactual eleva preço-alvo para RENT3 e agora vê potencial de alta de 52% para a ação
Além dos resultados trimestrais, o banco considerou as tendências recentes do mercado automotivo e novas projeções macroeconômicas; veja a nova estimativa
Ações da Oi (OIBR3) saltam mais de 100% e Americanas (AMER3) dispara 41% na bolsa; veja o que impulsiona os papéis das companhias em recuperação judicial
O desempenho robusto da Americanas vem na esteira de um balanço melhor que o esperado, enquanto a Oi recupera fortes perdas registradas na semana passada
Cemig (CMIG4) e Copasa (CSMG3) voltam a ficar no radar das privatizações e analistas dizem qual das duas tem mais chance de brilhar
Ambas as empresas já possuem capital aberto na bolsa, mas o governo mineiro é quem detém o controle das empresas como acionista majoritário
Lucro dos bancos avança no 3T24, mas Selic alta traz desafios para os próximos resultados; veja quem brilhou e decepcionou na temporada de balanços
Itaú mais uma vez foi o destaque entre os resultados; Bradesco avança em reestruturação e Nubank ameaça desacelerar, segundo analistas