Swissport pede revisão de dívida da Avianca
Companhia admitiu dever R$ 2 bilhões, correspondente a 75% dos débitos, para a Elliott. Parte do montante é referente a ações da aérea que foram dadas como garantias em empréstimos para outros negócios dos irmãos Efromovich, donos da Avianca
A Avianca chega hoje à assembleia de credores com mais uma contestação na Justiça. A Swissport Brasil, empresa de serviços aeroportuários que tem R$ 16,8 milhões a receber da companhia, apresentou petição ontem questionando o valor da dívida da Avianca com a gestora americana Elliott Management (Manchester). No documento, a Swissport solicita alterações na lista de credores antes da realização da assembleia na qual o futuro da companhia aérea será decidido, marcada para as 14 horas.
Na semana passada, a Avianca admitiu dever R$ 2 bilhões para a Elliott, conhecida por investir em empresas em crise. O valor corresponde a quase 75% dos débitos da companhia. Parte desse montante, porém, é referente a ações da aérea que foram dadas como garantias em empréstimos para outros negócios dos irmãos José e Germán Efromovich, donos da Avianca, como o estaleiro Eisa, em recuperação judicial.
Por ser a maior credora da aérea, a Elliot pode ter influência maior na assembleia. O plano que será votado nesta sexta-feira, 29, prevê a criação de uma Unidade Produtiva Independente (UPI) que inclua os aviões e os slots (autorizações de pousos e decolagens) da Avianca, deixando as dívidas de fora. Essa UPI deve ir a leilão e a Azul já mostrou interesse em arrematá-la por US$ 105 milhões.
Uma das preocupações da Swissport é que o valor ofertado pela Azul é inferior à dívida da Avianca com a Elliott. Como a gestora é classificada como credora com garantia real, tem prioridade para receber, o que pode deixar outros credores sem ser pagos após a venda da UPI.
Volta ao início
Na petição, assinada por advogados do escritório Cascione Pulino Boulos, a Swissport pede que seja considerado como valor da dívida da Avianca com a Elliot apenas R$ 672,6 milhões, número apresentado no início do processo de recuperação judicial.
Outra dificuldade no plano de recuperação da Avianca é o impasse com os arrendadores dos aviões. Na quarta-feira, a Avianca não conseguiu fechar um acordo para devolver de forma amigável parte dos aviões que aluga. Os arrendadores querem a retomada imediata dos jatos.
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A expectativa da Avianca e da Azul é que os arrendadores voltem a se sentar à mesa, caso o plano de recuperação seja aprovado hoje. Caso os credores votem contra, porém, a Azul pode começar a ter problemas para tocar sua aquisição adiante, pois uma decisão da Justiça protegia a Avianca até hoje de eventuais pedidos de reintegração de posse.
Procurada, a Avianca não se pronunciou. A reportagem não conseguiu contatar a Swissport.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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