Fintech oferece aplicação direta em títulos de financeiras
Com investimento a partir de R$ 1 mil, PoupaBrasil Investimentos oferece RDB e Letra de Câmbio
A associação que representa as financeiras, a Acrefi, reuniu alguns de seus membros dentro de uma plataforma de captação de recursos para suas atividades. Para o investidor, a ferramenta representa mais uma alternativa de investimento em renda fixa, com proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).
Criada há quase 3 anos, a fintech PoupaBrasil Investimentos é uma facilitadora, segundo seu diretor-executivo, Cláudio Ferro, pois com um único cadastro feito pela internet o investidor tem acesso aos papéis das oito empresas cadastradas (Caruana, Dacasa, Lecca, Omni, Portocred, Santana, Santinvest e Viacerta).
Segundo Ferro, a captação está na casa dos R$ 220 milhões e há 20 mil investidores cadastrados, sendo que 15 mil atualmente estão com alguma aplicação em andamento.
A Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi) reúne mais de 60 instituições e tem grandes bancos, como Itaú, Banco do Brasil e Bradesco entre os associados. Mas como os grandes tem estruturas próprias de captação e marketing foram as pequenas que se interessaram pelo projeto.
Uma vez cadastrado, o investidor escolhe prazo, valor a ser aportado e taxa de rendimento e a plataforma indica o ativo mais apropriado. Se o aplicador quiser fazer o aporte diretamente para uma das financeiras, basta fazer essa solicitação. Não há custos nem taxa de administração. O site também traz um simulador de investimento que ajuda a fazer a escolha.
São ofertados três tipos de instrumentos de renda fixa. O RDB (que é um primo do CDB) com taxas de 106% a 123% do CDI dependendo do prazo e liquidez diária. A Letra de Câmbio (LC) pós-fixada, com taxas que vão de 111% a 125% do CDI. E a LC prefixada, com retornos de 8,75% a 12,5% ao ano (taxas podem variar). Como financeiras não podem emitir CDBs, elas utilizam esses instrumentos, que têm nome diferente, mas seguem a mesma lógica de um empréstimo com promessa de retorno acrescido de juros em determinado prazo. Há incidência de Imposto de Renda (IR) de acordo com o vencimento.
“Tentamos fazer uma coisa simples, fácil de entender e que se apresenta como alternativa para o investidor com vantagem absurda de rentabilidade, o dobro da poupança, e com segurança”, explica Ferro.
O executivo destaca a cobertura do FGC, até R$ 250 mil, como um fator que dá mais segurança ao investidor, justamente por se tratar de instituições menores e pouco conhecidas do público.
Segundo Ferro, são ofertadas as mesmas taxas para todas as instituições participantes e há uma espécie de fila virtual que ordena o recebimento dos recursos entre as financeiras.
Ferro afirma que é sempre cruel concorrer com as grandes corretoras e distribuidoras em termos de propaganda, mas ressalta que a empresa vem investindo em divulgação principalmente na internet.
“Nos sentíamos um patinho feio, mas começamos o trabalho de firmar a marca de sermos alguém especialista em renda fixa. E não importa o tamanho do investidor, ele sempre tem parte das aplicações em renda fixa.”
Segundo Ferro, a criação de uma plataforma própria é um caminho para as financeiras não precisarem fazer o pagamento de taxas aos distribuidores tradicionais, como XP e Órama. E o objetivo futuro é buscar essa independência. Por ora, no entanto, o executivo reconhece a importância dos grandes distribuidores por sua capacidade de oferta e estrutura de marketing.
Ferro explica, ainda, que o PoupaBrasil Investimentos não faz intermediação, ou seja, o dinheiro não passa pela plataforma. O investidor faz o aporte diretamente na financeira indicada ou escolhida por ele, diferentemente do que ocorre quando ele compra por uma corretora ou distribuidora. Os títulos comprados são registrados na B3, no CPF do investidor, que acompanha as notas de negociação e informes pela plataforma na internet ou no celular.