🔴 QUER INVESTIR NAS MELHORES CRIPTOMOEDAS DO MOMENTO? SAIBA COMO CLICANDO AQUI

Eduardo Campos

Eduardo Campos

Jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo e Master In Business Economics (Ceabe) pela FGV. Cobre mercado financeiro desde 2003, com passagens pelo InvestNews/Gazeta Mercantil e Valor Econômico cobrindo mercados de juros, câmbio e bolsa de valores. Há 6 anos em Brasília, cobre Banco Central e Ministério da Fazenda.

conta públicas

Novo governo terá de continuar ajuste fiscal, não há escolha

Para secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, reforma da Previdência pode gerar quatro anos fabulosos de crescimento com inflação e juro baixos

Eduardo Campos
Eduardo Campos
22 de novembro de 2018
13:21 - atualizado às 13:55
Mansueto Almeida, secretário do Tesouro Nacional
Imagem: Gustavo Raniere

Para o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, o governo que se inicia em 2019 terá de dar continuidade ao ajuste fiscal, caso contrário vai ter de enfrentar o desgaste de mudar leis para promover a expansão do gasto público.

Em evento promovido pelo BTG Pactual, Mansueto disse que apesar de a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) ser a mesma desde 2000, a sua aplicação (enforcement) mudou muito nos últimos anos, junto com entendimentos diferentes do Tribunal de Contas da União (TCU) e com a adoção do teto de gastos, que tornou o Orçamento da União uma peça crível.

“É a mesma lei, mas o enforcement mudou. A posição mais dura do TCU, a emenda do teto de gastos e outros mecanismos fazem com que o próximo governo já esteja na trajetória de ajuste por imposição legal. O marco legal e o TCU obrigam o próximo governo a seguir no ajuste fiscal”, disse Mansueto.

Para o secretário, que vai permanecer no Tesouro na gestão de Jair Bolsonaro, o novo governo não vai trocar um cenário relativamente positivo, que pode consolidar inflação e juro baixo com retomada do crescimento, por um desgaste de mudanças de lei que permitam aumento do gasto público.

Para Mansueto, a realização da reforma da Previdência, junto com outros ajustes microeconômicos, consolida um cenário de crescimento econômico de 3% ou mais ao longo dos próximos anos.

“Se nós, como sociedade, não aprovarmos a reforma da Previdência não haverá ajuste fiscal e ponto”, disse Mansueto.

Leia Também

Também presente no mesmo painel, a secretária-executiva do Ministério da Fazenda, Ana Paula Vescovi, também afirmou que a primeira reforma da agenda tem de ser a previdenciária, e que seria interessante usar o texto base que já está no Congresso, pois isso economizaria uns seis meses de negociação.

Para a secretária, todo o esforço do governo entrante deve estar centrado no Congresso Nacional para aprovação da reforma da Previdência.

Os dois representantes da Fazenda também atacaram a questão da rigidez do Orçamento, que permite pouca manobra para ajuste nas contas. Então, as reformas necessariamente terão de atacar os gastos obrigatórios.

Segundo Mansueto, a quantidade de regras e imposições para gastos tornam o dispêndio público ineficiente, algo que se observa em saúde e educação. Além disso, programas meritórios, com o financiamento estudantil (FIES), viram um problema pelo fato de terem sido mal desenhados, regando esqueletos fiscais de bilhões de reais por ano.

“O maior problema do Brasil não é corrupção é programa mal desenhado de política pública”, disse Mansueto.

Ainda de acordo com o secretário, o mercado aceita bem esse modelo de ajuste fiscal gradual, mas que ele será duro, pois significa cortar 2 pontos do Produto Interno Bruto (PIB) em quatro ano, ou 0,5% do PIB por ano em gastos.

Esse quadro de ajuste, disse Mansueto, também é importante para estabilizar o crescimento da dívida pública, que hoje está perto dos 80% do PIB. Esse seria um aceno crucial para os investimentos no país.

Ele lembrou, ainda, que quando o governo não conseguiu pagar as suas contas, o que se viu um brutal aumento da inflação e do endividamento.

Como não há espaço para aumento da carga tributária, a saída é pelo ajuste de gastos. Dando sua opinião pessoal sobre o tema, Mansueto disse que o reforma tributária deverá acontecer de forma gradual e que não há espaço para redução de impostos dentro dos próximos quatro anos.

Momento de descontração

Falando sobre a redução de gastos discricionário, Mansueto arrancou gargalhadas da plateia ao falar que o pessoal do Tesouro “não pode usar bicicleta porque a gente não pode pedalar”. Ele falava que não tinha carro oficial desde o começo do ano e que isso tem o obrigado a andar mais e até a emagrecer, mas que bicicleta ele não pode usar. Foi uma sutil referência às pedaladas fiscais do governo Dilma Rousseff.

Estados e municípios

Ana Paula ressaltou que o problema fiscal dos entes subnacionais é mais crítico, pois o gasto com pessoal cresce de forma mais acelerada. O ponto positivo é que muitas das medidas de ajustes podem ser feitas por medidas infraconstitucionais e mesmo localmente nos Estados.

O ponto ressaltado pela secretária é que sem dinheiro, não pode ter aumento de salários, progressão de carreira e realização de concursos públicos. “Temos de ter realismo neste momento”, disse Ana Paula, após explicar que a questão da dívida dos Estados com a União já foi equalizada via alongamento de prazos e troca de indexadores.

Cessão Onerosa

Ainda sobre tema, ao responder sobre uma questão da cessão onerosa da Petrobras, Ana Paula disse que a discussão sobre a divisão de recursos com os entes subnacionais “pode gerar incentivos inadequados” dentro na necessária percepção de ajuste fiscal.

A secretária também lembrou do desafio da “regra de ouro”, que impede o governo de emitir dívida em mercado para pagamento de despesas de custeio. Essa insuficiência de recursos chega a R$ 258 bilhões em 2019 e vai a R$ 350 bilhões em outros anos. “Não adianta fazer distribuição de recursos com esse desafio da regra de ouro”, disse.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
PRESIDENTE DO BC NO TIMÃO

‘O barco vai balançar’: Galípolo prevê mercado mais agitado com fim do guidance do BC e indica inflação fora da meta

12 de fevereiro de 2025 - 16:24

Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, participou do primeiro evento desde a posse no cargo e comentou sobre a rota dos juros no Brasil

SEM “BRAVATA”

Alta da Selic, autonomia do BC e novo comando da Vale (VALE3): as falas de Lula que ajudam o Ibovespa e as ações da mineradora hoje

30 de janeiro de 2025 - 15:00

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizou a primeira coletiva de imprensa do ano nesta quinta-feira (30) e falou também sobre a questão fiscal e a alta do preço dos alimentos

POLÍTICA MONETÁRIA

Até quando Galípolo conseguirá segurar os juros elevados sem que Lula interfira? Teste de fogo do chefe do BC pode estar mais próximo do que você imagina 

29 de janeiro de 2025 - 10:12

Para Rodrigo Azevedo, Carlos Viana de Carvalho e Bruno Serra, uma das grandes dúvidas é se Galípolo conseguirá manter a política monetária restritiva por tempo suficiente para domar a inflação sem uma interferência do governo

MERCADOS HOJE

Dólar abaixo de R$ 6: moeda americana renova série de mínimas graças a Trump — mas outro motivo também ajuda na queda

22 de janeiro de 2025 - 13:08

Enquanto isso, o Ibovespa vira e passa a operar em baixa, mas consegue se manter acima dos 123 mil pontos

TOUROS E URSOS #207

Com governo ‘perdido’ e sem perspectiva de melhora, ambiente para investir no Brasil está hostil, diz Felipe Guerra, da Legacy 

18 de janeiro de 2025 - 10:17

No episódio do Touros e Ursos da semana, gestor responsável por mais de R$ 20 bilhões discute situação ‘vulnerável’ do Brasil e a volta de Trump à presidência

VISÃO DO GESTOR

BC terá de elevar Selic a níveis “extremamente elevados” ou admitir dominância fiscal, diz SPX

13 de janeiro de 2025 - 9:12

Caso o governo não adote novas medidas fiscais, o ajuste virá pela inflação, que vai aumentar “até que o estoque de dívida perca relevância”, diz a SPX

TOUROS E URSOS #206

Nem Selic a 15% vai conseguir conter a inflação se a política fiscal não melhorar, diz economista-sênior da gestora de fortunas Julius Baer

11 de janeiro de 2025 - 8:01

No episódio da semana do Touros e Ursos, Gabriel Fongaro fala sobre as perspectivas para 2025

DOSE DE OTIMISMO

Por que o Brasil vai surpreender se evitar uma crise fiscal em 2025, segundo a consultoria global Gavekal – e o que ela diz sobre outros desafios 

8 de janeiro de 2025 - 17:08

Estudo aponta os principais fatores do Brasil e mundo que podem ajudar (ou atrapalhar) os investidores globais neste ano 

SD ENTREVISTA

Lula ‘não deu a menor bola’ para o dólar a R$ 6 — mas vai ser ‘esperto o suficiente para reagir’ e acabará cedendo, diz ex-BC Fabio Kanczuk

8 de janeiro de 2025 - 6:43

Para diretor de macroeconomia do ASA e ex-diretor do Banco Central, Fabio Kanczuk, cenário do mercado para 2025 é de crise

PASSANDO O ANO A LIMPO

Picanha ou filé mignon? Haddad confia em economia forte até 2026 e fala sobre o que pode acontecer com o Brasil até lá

7 de janeiro de 2025 - 19:29

Em entrevista à GloboNews, o ministro da Fazenda demonstrou confiança e otimismo apesar do cenário econômico brasileiro não ser tão favorável

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Dança das cadeiras: Ibovespa começa 2025 em marcha lenta na tentativa de reverter queda de mais de 10% em 2024

2 de janeiro de 2025 - 8:03

Das prefeituras às grandes empresas, ações do passado recente influenciam a busca pelo atingimento de novas metas

AJUSTA MAIS

Os novos gatilhos do arcabouço fiscal: Lula sanciona regras mais duras para congelamento de gastos

31 de dezembro de 2024 - 16:53

Além de sancionar os novos gatilhos do arcabouço fiscal, Lula vetou regras referentes a emendas parlamentares

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Para fechar 2024 e abrir 2025: Ibovespa vai ao último pregão do ano de olho em liberação parcial de emendas de comissão

30 de dezembro de 2024 - 7:54

Ministro Flávio Dino, do STF, liberou execução de parte de emendas parlamentares sob suspeita, mas não sem duras críticas ao Congresso

MAIS CORTES A CAMINHO?

Equipe de Haddad já tem quadro de novas medidas de contenção de gastos para aplacar mau humor do mercado, diz colunista

29 de dezembro de 2024 - 10:26

Segundo coluna do jornalista Lauro Jardim, no jornal O Globo, falta apenas o ok de Lula para novas medidas do Ministério da Fazenda

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Quando a ficha cai: Ibovespa reage a pacote fiscal, leilões de dólar e risco de paralisação do governo dos EUA

20 de dezembro de 2024 - 8:07

Pacote fiscal apresentado pelo governo deve encerrar seu trâmite pelo Congresso Nacional ainda nesta sexta-feira

AGORA VAI

PEC do pacote fiscal é aprovada pela Câmara dos Deputados e segue para aprovação do Senado ainda hoje; confira o texto aprovado

19 de dezembro de 2024 - 16:44

Texto-base da PEC do pacote fiscal traz alterações no Fundeb e supersalários

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Um quarto sem janela: Ibovespa busca recuperação de banho de sangue de olho no PIB dos EUA e no RTI

19 de dezembro de 2024 - 8:16

Roberto Campos Neto e Gabriel Galípolo concedem entrevista coletiva conjunta depois da apresentação do Relatório Trimestral de Inflação

MOEDA EM DISPARADA

O céu é o limite para o dólar: Banco Central despeja US$ 12,7 bilhões no mercado em 4 dias. Por que a moeda americana não baixa? 

18 de dezembro de 2024 - 15:55

A sazonalidade de dezembro, somada com uma tentativa de escapar de uma possível taxação, ajudaram a sustentar o câmbio elevado — mas essa não é a única explicação

CÂMBIO

Dólar a R$ 6,26: o choque de credibilidade que faz a moeda americana disparar por aqui, segundo o Itaú

18 de dezembro de 2024 - 15:20

A política monetária norte-americana e o retorno de Donald Trump à Casa Branca explicam parte da valorização do dólar no mundo, mas há muito mais por trás desse movimento

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Hora de rever as prioridades: Ibovespa reage à ata do Copom e ao andamento da reforma tributária e do ajuste fiscal no Congresso

17 de dezembro de 2024 - 8:03

Congresso corre contra o tempo para aprovar ajuste fiscal proposto pelo governo antes do recesso parlamentar

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar