Presidente do BTG Pactual vê investidor cautelosamente otimista com Brasil
Roberto Sallouti diz que haveria espaço para uma valorização dos ativos brasileiros se medidas como a independência do Banco Central ou a reforma tributária fossem aprovados ainda neste ano
Você já deve ter ouvido a expressão "otimismo cauteloso". Foi assim que boa parte dos investidores e empresários classificou a expectativa para a economia brasileira nos últimos anos. Algo que reflete uma direção correta, mas ainda com uma longa trajetória pela frente.
É da mesma forma que o presidente do BTG Pactual, Roberto Sallouti, avalia o sentimento dos investidores, em particular os estrangeiros, em relação ao país no governo do presidente eleito Jair Bolsonaro.
Para ele, um sinal desse otimismo com cautela foi o fato de o Brasil ter sofrido menos que os demais mercados com a forte queda recente das bolsas internacionais.
"Um indicador que a gente acompanha muito é a curva longa de juros, que é um bom indicador de confiança e se comportou bem", disse Sallouti aos jornalistas que cobrem o evento que o banco promove hoje em São Paulo sobre perspectivas e cenário macroeconômico.
Ele credita parte desse bom desempenho relativo ao anúncio da equipe econômica do governo Bolsonaro, em particular a escolha de Roberto Campos Neto para a presidência do Banco Central.
Apesar dos bons sinais e a da intenção já manifestada da equipe do governo eleito de atacar os problemas da economia, a implementação das medidas ainda é fonte de dúvida no mercado. Ele ainda vê um movimento "tímido" de investimentos estrangeiros no país, mas ainda em estágio inicial.
"Ninguém tem dúvida de que o diagnóstico está traçado. E cada etapa vencida deve trazer mais confiança", disse.
Sallouti diz que haveria espaço para uma valorização dos ativos brasileiros se medidas como a independência do Banco Central ou a reforma tributária fossem aprovados ainda neste ano.
IPOs em 2019
Sallouti espera uma retomada com mais vigor das ofertas públicas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês) em 2019.
"As empresas têm projetos engavetados e vão querer capital para fazer investimentos", afirmou.