🔴 GANHOS DE ATÉ R$ 1.000 POR HORA? ESTE MÉTODO PODE GERAR RENDA DE 7 DÍGITOS POR MÊS – CONHEÇA

O problema dos rankings no mercado financeiro

Os homens (e as mulheres) de verdade são guiados(as) por uma força interna, pelas suas próprias motivações e convicções, pela vocação inexorável que lhes foi imposta ao nascimento, e não pela necessidade de reconhecimento externo

13 de dezembro de 2018
11:18 - atualizado às 11:19
Imagem: shutterstock

Em março de 2010, Grigori Perelman rasgou um cheque de um milhão de dólares. O matemático russo recusava naquele momento o prêmio concedido pelo Instituto Clay de Matemática por ter resolvido a chamada “conjectura de Poincaré”, um problema proposto por Henri Poincaré há mais de um século, relacionado no ano de 2000 entre os “problemas matemáticos do milênio”.

Não era propriamente uma grande surpresa. Perelman já havia se negado a receber a medalha Fields, espécie de prêmio Nobel da Matemática, em 2006. Preferiu continuar desempregado, morando com sua mãe em São Petersburgo. Ao ser interrogado por telefone por um jornalista interessado em sua genialidade, Perelman apenas respondeu: “Você está me incomodando. Estou colhendo cogumelos”.

Só pode haver um prêmio para a virtude, que é a própria virtude. Ela é essencialmente silenciosa. Como está escrito em Mateus 6:2-4: “Quando, pois, dás esmola, não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem louvados pelos homens. Em verdade eu vos digo: já receberam sua recompensa. Quando deres esmola, que tua mão esquerda não saiba o que fez a direita. Assim, a tua esmola se fará em segredo; e teu Pai, que vê o escondido, recompensar-te-á”.

Recebimento de prêmios

Há algo pior no recebimento de prêmios. Em alguma instância, o premiado se vê institucionalizado (prêmios são concedidos por instituições, não é mesmo?). Ele passa a prestar continência, domando-se, em maior ou menor grau, a diretrizes ditadas por terceiros. Como no filme “Cidadão Ilustre”, em que o protagonista se vê envergonhado por receber o Prêmio Nobel de Literatura. A arte precisa ser necessariamente transgressora, irrompendo contra o status quo e os limites impostos por reis e academias. Quando a Academia Real das Ciências da Suécia concede um Prêmio a um artista, é sinal de que ele foi domado.

A cena inicial de “Cidadão Ilustre” também não é propriamente original. Jean Paul-Sartre já havia recusado o Nobel de Literatura em 1964, alegando, entre outras coisas, essa espécie de institucionalização.

Comentário jogo-rápido-vapt-vupt: as opiniões cometidas pelo “Prêmio Nobel de Economia” Paul Krugman sobre o Brasil são escandalosas (dizem que ele está por aí); como disse certa vez o Prêmio Nobel da Grande Área Romário: “Calado, esse senhor é um poeta”.

Leia Também

Esclareça-se: a rigor, não há um Prêmio Nobel de Economia; o próprio Alfred Nobel desprezava “pessoas para quem os lucros são mais importantes do que o bem-estar da sociedade”. Oficialmente, essa condecoração é chamada de Prêmio do Banco da Suécia para as Ciências Econômicas, em Memória de Alfred Nobel, não sendo concedido pela Fundação Nobel, mas, sim, paga com dinheiro público.

Os homens (e as mulheres) de verdade são guiados(as) por uma força interna, pelas suas próprias motivações e convicções, pela vocação inexorável que lhes foi imposta ao nascimento, e não pela necessidade de reconhecimento externo.

Cheguei a me emocionar com a entrevista de Elon Musk para a CBS News – enquanto os autoproclamados pertencentes à nata do value investing brasileiro falam mal de Musk por ele ter fumado um baseado e aparecido no Twitter, servindo de motivo para shortear ainda mais Tesla, o genial empreendedor tenta salvar a humanidade a partir de planos para colonizar Marte e nos oferecer uma alternativa. É uma completa subversão de valores. Aspas para ele: “I wanna be clear. I do NOT respect the SEC, I do NOT respect them. I only respect the Justice system”. Go, Musk!

Melhores do ano

Retomo.

Chegamos àquele momento insuportável em que elegemos os “melhores do ano”. Somos bombardeados por rankings apontando os melhores investimentos de 2018 e as famosas listas de melhores gestores.

Essas coisas são o maior desserviço que se pode prestar ao investidor ao final de cada ano. Há uma indução, tácita ou explícita (não importa), à seleção de ativos ou gestores para o ano seguinte a partir daquela eleição passada. Isso está completamente errado. Não é apenas inócuo, mas é também um mapa errado. E como estamos cansados de saber: não ter mapa é melhor do que ter um mapa errado.

A proposta de hoje é simples: fuja de todos os fundos de investimento que apareceram no pódio de melhores gestores dos rankings de Exame, Valor, S&P e o que mais você vir por aí.

Racional

Explico o racional.

O primeiro argumento é bastante simples. Quem faz o ranking não entende nada de investimentos. Eles não são praticantes. É algum burocrata sentado numa sala com ar condicionado, sem qualquer exposição ou relação direta com as variações dos preços dos ativos financeiros. Você se guiaria pela opinião de um cozinheiro que nunca fez uma comida na vida?

Esse não é o maior dos problemas. Prossigo.

O ambiente do mercado financeiro é, por natureza, permeado por incerteza e aleatoriedade. Estamos no Quarto Quadrante de Nassim Taleb (Google em “Fourth Quadrant Taleb”). Qualquer resultado é apoiado, entre outras coisas, no empurrão dado por forças randômicas. O desempenho de um ano é fruto de uma decisão tomada ex-ante, prospectivamente, para um futuro incerto. Transcorridos 12 meses, o cenário pensado lá atrás converge (ou não) para as posições do gestor/investidor.

A História não narra o que poderia ter sido. Apenas o que foi. Entre as várias possibilidades de cenários, apenas um aconteceu. E se ele, por mera força do acaso, coincidiu com aquele pensado pelo gestor, esse se saiu extraordinariamente bem.

O sujeito que mais concentrou e/ou se alavancou numa determinada posição que se provou vencedora saiu como o campeão do ano. Esse cara, porém, fez um péssimo trabalho. Impôs um risco tremendo para seus cotistas. Ele foi um irresponsável, que fez uma aposta “all-in” num determinado cenário, que acabou se configurando, entre vários outros possíveis.

Exemplo

Recorro a um exemplo para deixar a coisa mais clara. Como muito bem resumiu o gênio Rogério Xavier na carta aos cotistas da SPX referente ao exercício passado, “o ano de 2017 foi das criptomoedas”. Num exercício hiperbólico de abstração, se o gestor tivesse, naquele momento, se alavancado e concentrado em bitcoins, ele teria, por larga folga, liderado qualquer ranking universal de investimentos. E o que aconteceria com ele em 2018? Teria simplesmente quebrado! Expulso do jogo, suspensão automática, cartão vermelho direto.

Se fossem apenas os jornalistas ou os leigos a se pautar pelos rankings, eu até entenderia. Ou melhor, talvez eu tentasse entender. O problema maior dessa coisa é que os próprios gestores, que supostamente são profissionais e deveriam compreender isso com facilidade, se posicionam pública e orgulhosamente em favor da posição favorável nos rankings. Publicam nas redes sociais e enviam para suas respectivas listas de e-mails. Por favor, poupem-me do spam. Todos eles iludidos pelo acaso.

A liderança no ranking é normalmente resultado de excesso de concentração e alavancagem. Isso representa caca em algum momento no tempo. Os fundos ou investidores de maior retorno no longo prazo não são aqueles do primeiro quartil de anos específicos, mas, sim, os que se situam consistentemente no segundo quartil. Performances momentâneas espetaculares devem ser entendidas como sinal de perigo.

Não se trata de opinião. Há “lote” de estudos provando a ocorrência de retorno à média dos gestores.

Essa história de se promover a partir de rankings denota excessiva vaidade. Ego e gestão de ativos não formam uma boa combinação. Encerro da mesma forma que comecei, recorrendo a Sartre, pois sempre podemos olhar as coisas sob uma nova perspectiva: “O pior mal é aquele ao qual nos acostumamos”.

Mercados

Mercados brasileiros amanhecem próximos à estabilidade, monitorando desempenho do exterior e reagindo à decisão do Copom na véspera. Muito embora o colegiado do BC tenha atendido às expectativas ao manter a Selic em 6,5 por cento, trouxe comentários mais brandos sobre a possibilidade de aperto monetário. Apontou um balanço de riscos mais favorável à inflação, sugerindo implicitamente espaço para Selic estável por todo 2019 – já se fala por aí, inclusive, em corte adicional.

No exterior, seguem as dúvidas em torno das questões comerciais entre EUA e China, o que impede variações mais contundentes. Reunião do BCE é talvez maior destaque lá fora, com expectativa de que Mario Draghi sugira política frouxa ainda por mais tempo.

Por aqui, o caso Coaf e barulhos no Congresso seguem na pauta. Entre indicadores econômicos, ênfase para vendas ao varejo do IBGE, com queda de 0,4 por cento em outubro, pior do que o esperado.

Ibovespa Futuro registra alta de 0,1 por cento, dólar está perto do zero a zero e juros futuros caem.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
RANKING DE PROVENTOS

Vale (VALE3) é a nova queridinha dos dividendos: mineradora supera Petrobras (PETR4) e se torna a maior vaca leiteira do Brasil no 3T24 — mas está longe do pódio mundial

21 de novembro de 2024 - 17:59

A mineradora brasileira depositou mais de R$ 10 bilhões para os acionistas entre julho e setembro deste ano, de acordo com o relatório da gestora Janus Henderson

MAS VOCÊ NÃO É TODO MUNDO...

Regulação do mercado de carbono avança no Brasil, mas deixa de lado um dos setores que mais emite gases estufa no país

21 de novembro de 2024 - 16:53

Projeto de Lei agora só precisa da sanção presidencial para começar a valer; entenda como vai funcionar

A FAVORITA DO BANCO

‘O rali ainda não acabou’: as ações desta construtora já saltam 35% no ano e podem subir ainda mais antes que 2024 termine, diz Itaú BBA

21 de novembro de 2024 - 15:10

A performance bate de longe a do Ibovespa, que recua cerca de 4% no acumulado anual, e também supera o desempenho de outras construtoras que atuam no mesmo segmento

PÉ NO CHÃO

“Minha promessa foi de transformar o banco, mas não disse quando”, diz CEO do Bradesco (BBDC4) — e revela o desafio que tem nas mãos daqui para frente

21 de novembro de 2024 - 13:19

Na agenda de Marcelo Noronha está um objetivo principal: fazer o ROE do bancão voltar a ultrapassar o custo de capital

GUERRA DOS MIL DIAS

A arma mais poderosa de Putin (até agora): Rússia cruza linha vermelha contra a Ucrânia e lança míssil com capacidade nuclear

21 de novembro de 2024 - 13:04

No início da semana, Kiev recebeu autorização dos EUA para o uso de mísseis supersônicos; agora foi a vez de Moscou dar uma resposta

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Do pouso forçado às piruetas: Ibovespa volta do feriado com bolsas internacionais em modo de aversão ao risco e expectativa com pacote

21 de novembro de 2024 - 8:23

Investidores locais aguardam mais detalhes do pacote fiscal agora que a contribuição do Ministério da Defesa para o ajuste é dada como certa

DE COADJUVANTE A PROTAGONISTA

Como a Embraer (EMBR3) passou de ameaçada pela Boeing a rival de peso — e o que esperar das ações daqui para frente

21 de novembro de 2024 - 6:09

Mesmo com a disparada dos papéis em 2024, a perspectiva majoritária do mercado ainda é positiva para a Embraer, diante das avenidas potenciais de crescimento de margens e rentabilidade

PAPEL ATRAENTE

É hora de colocar na carteira um novo papel: Irani (RANI3) pode saltar 45% na B3 — e aqui estão os 3 motivos para comprar a ação, segundo o Itaú BBA

19 de novembro de 2024 - 18:17

O banco iniciou a cobertura das ações RANI3 com recomendação “outperform”, equivalente a compra, e com preço-alvo de R$ 10,00 para o fim de 2025

EM ROTA DE COLISÃO?

Ações da Embraer (EMBR3) chegam a cair mais de 4% e lideram perdas do Ibovespa. UBS BB diz que é hora de desembarcar e Santander segue no voo

19 de novembro de 2024 - 14:28

O banco suíço rebaixou a recomendação para os papéis da Embraer de neutro para venda, enquanto o banco de origem espanhola seguiu com a indicação de compra; entenda por que cada um pegou uma rota diferente

O CÉU É O LIMITE?

Rali do Trump Trade acabou? Bitcoin (BTC) se estabiliza, mas analistas apontam eventos-chave para maior criptomoeda do mundo chegar aos US$ 200 mil

18 de novembro de 2024 - 17:16

Mercado de criptomoedas se aproxima de uma encruzilhada: rumo ao topo ou a resultados medianos? Governo Trump pode ter a chave para o desfecho.

PÉ NO ACELERADOR

Localiza: após balanço mais forte que o esperado no 3T24, BTG Pactual eleva preço-alvo para RENT3 e agora vê potencial de alta de 52% para a ação

18 de novembro de 2024 - 13:31

Além dos resultados trimestrais, o banco considerou as tendências recentes do mercado automotivo e novas projeções macroeconômicas; veja a nova estimativa

DESTAQUES DA BOLSA

Ações da Oi (OIBR3) saltam mais de 100% e Americanas (AMER3) dispara 41% na bolsa; veja o que impulsiona os papéis das companhias em recuperação judicial

18 de novembro de 2024 - 12:27

O desempenho robusto da Americanas vem na esteira de um balanço melhor que o esperado, enquanto a Oi recupera fortes perdas registradas na semana passada

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O fim da temporada — ou quase: balanço da Nvidia ainda movimenta semana, que conta com novo feriado no Brasil

18 de novembro de 2024 - 8:07

Enquanto isso, as bolsas internacionais operam sem um sinal único, sofrendo ajustes após o rali do Trump Trade dos últimos dias

ANTES DA CÚPULA

No G20 Social, Lula defende que governos rompam “dissonância” entre as vozes do mercado e das ruas e pede a países ricos que financiem preservação ambiental

16 de novembro de 2024 - 15:56

Comentários de Lula foram feitos no encerramento do G20 Social, derivação do evento criada pelo governo brasileiro e que antecede reunião de cúpula

NÃO TEVE B3, MAS OS GRINGOS OPERARAM

Nova York naufragou: ações que navegavam na vitória de Trump afundam e bolsas terminam com fortes perdas — Tesla (TSLA34) se salva

15 de novembro de 2024 - 18:10

Europa também fechou a sexta-feira (15) com perdas, enquanto as bolsas na Ásia terminaram a última sessão da semana sem uma direção comum, com dados da China e do Japão no radar dos investidores

DO ROXO AO VERMELHO

Warren Buffett não quer o Nubank? Megainvestidor corta aposta no banco digital em quase 20% — ação cai 8% em Wall Street 

15 de novembro de 2024 - 18:01

O desempenho negativo do banco digital nesta sexta-feira pode ser explicado por três fatores principais — e um deles está diretamente ligado ao bilionário

OS PLANOS DO BB

Banco do Brasil (BBAS3) de volta ao ataque: banco prevê virada de chave com cartão de crédito em 2025 

15 de novembro de 2024 - 17:02

Após fase ‘pé no chão’ depois da pandemia da covid-19, a instituição financeira quer expandir a carteira de cartão de crédito, que tem crescido pouco nos últimos dois anos

EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL

CEO da AgroGalaxy (AGXY3) entra para o conselho após debandada do alto escalão; empresa chama acionistas para assembleia no mês que vem

15 de novembro de 2024 - 16:16

Além do diretor-presidente, outros dois conselheiros foram nomeados; o trio terá mandato até a AGE marcada para meados de dezembro

BOLSA NA SEMANA

Ação da Americanas (AMER3) dispara 200% e lidera altas fora do Ibovespa  na semana, enquanto Oi (OIBR3) desaba 75%. O que está por trás das oscilações?

15 de novembro de 2024 - 13:21

A varejista e a empresa de telecomunicações foram destaque na B3 na semana mais curto por conta do feriado de 15 de novembro, mas por motivos exatamente opostos

VAI CORTAR A LINHA?

Oi (OIBR3) dá o passo final para desligar telefones fixos. Como ficam os seis milhões de clientes da operadora?

15 de novembro de 2024 - 10:04

Como a maior parte dos usuários da Oi também possui a banda larga da operadora, a empresa deve oferecer a migração da linha fixa para essa estrutura*

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar