Mercados terão menos tensões externas hoje
O que inspira cautela agora é a política interna, com resistências no Congresso no final da legislatura e o caso do Coaf
Bom dia, investidor! A vitória da primeira-ministra do reino Unido, Theresa May no Parlamento britânico esvazia a crise do Brexit e soma‐se às expectativas de um acordo que reduza as tensões entre EUA e China, que já garantiram um dia positivo aos mercados, ontem. Os bons ventos do exterior devem continuar hoje, com Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu sinalizando que o juro por lá ainda demorará a subir. Aqui, a política inspira cautela, com resistências no Congresso no final da legislatura e o caso do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
O relatório do Coaf cita que a conta de Queiroz recebeu depósitos de oito funcionários e ex‐funcionários do gabinete de Flávio, em um indicativo de que os comissionados estariam repassando parte dos salários. O Coaf listou outros funcionários de gabinetes da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro que tiveram movimentação atípica, neste padrão.
Os ruídos políticos causam desconforto pelo impacto que poderão ter na governabilidade de Bolsonaro e no andamento da agenda reformista, que é muito cara ao mercado, mas não chegam a “fazer preço”.
Incomoda mais, neste final do ano legislativo, a atitude do presidente do Senado, Eunício Oliveira, que não se reelegeu e está querendo aproveitar a última raspinha do tacho, enquanto ainda é presidente do Senado. Para defender o projeto de lei que prorrogou benefícios fiscais a empresas das superintendências do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), do Nordeste (Sudene) e do Centro-Oeste (Sudeco) com impacto fiscal estimado em R$ 3,5 bilhões/ano, ele ameaçou não votar o Orçamento de 2019.
Desse modo, manteria o Congresso funcionando para derrubar eventual veto presidencial à pauta‐bomba. O presidente do Senado, Eunício Oliveira, está inconformado por não ter conseguido o acordo de partilha dos recursos do leilão do pré‐sal com estados e municípios. E ameaça recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF), se o Tribunal de Contas da União (TCU) der o aval sem consultar o Congresso Nacional.
Vagarosa
Ontem, o Tribunal de Contas da União pediu documentação adicional ao governo para a revisão do contrato da cessão onerosa, adiando um desfecho por mais 45 dias. Mas o leilão poderá ser marcado pelo Conselho Nacional de Politica Energética. O CNPE poderá agendar a data do leilão em sua próxima reunião do dia 17.
Os ruídos sobre o tema, com trocas de farpas entre o Congresso e a Fazenda, nivelam os papéis por baixo. Depois de subir 2% mais cedo e chegar a R$ 23,90, PN zerou tudo, para terminar cotada a R$ 23,30 (+0,04%). Petrobras ON, que na máxima operou a R$ 26,94, desacelerou para R$ 26,39 (+0,34%).
Leia Também
O petróleo entrou como fator adicional para a perda de fôlego, virando para o negativo na reta final, com os receios de oferta maior na Arábia Saudita, onde a produção saltou em novembro para a máxima recorde. O Brent fechou estável (‐0,08%) e o WTI caiu 0,96%.
Natal antecipado
A Câmara realizou ontem praticamente o último dia de trabalho no plenário, embora o recesso só comece oficialmente no dia 23. Na próxima semana, já não deve haver quórum.
Agenda
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará, às 9h, as vendas no varejo em outubro, com previsões no Broadcast de uma expansão de 0,55% na mediana pelo conceito ampliado (‐1,5% em setembro) e estável pelo conceito restrito (‐1,3%).
Mais tarde, será a vez da decisão do BCE (10h45). O presidente, Mario Draghi, concederá entrevista coletiva em seguida (11h30). A expectativa é de que o BCE encerrará os estímulos do terceiro trimestre, mas projetando alta do juro só no final de 2019. O Banco Central Europeu divulgará um pouco depois (12h30) as projeções econômicas para a zona do euro.
Nos EUA, os pedidos de auxílio‐desemprego na semana até 8/12 (11h30) devem crescer 225 mil, de 231 mil na semana anterior. Também às 11h30, sai o índice de preços das importações em novembro.
Brexit
Em Bruxelas, começa a cúpula do Conselho Europeu sobre o Brexit, após a grande vitória de May, que escapou de uma moção de censura no Parlamento britânico, ganhando sobrevida de, pelo menos, um ano. O resultado da votação no Parlamento britânico coincidiu com o fechamento das bolsas em Nova York, mas foi antecipado pela alta da libra esterlina, que já realizava na sessão asiática.
Por 200 votos x 117, a premiê do Reino Unido passou com folga no teste de fogo a que foi submetida e seguirá liderando o processo do Brexit. Só poderá ter a confiança contestada novamente no prazo de 12 meses.
Câmbio
O dólar teve queda generalizada ontem. O real foi o que mais subiu contra uma cesta de 24 moedas. A divisa americana fechou em baixa firme de 1,42%, cotada a R$ 3,8582. Na mínima, operou a R$ 3,8379. Mas as remessas de fim de ano ainda podem dar trabalho para o Banco Central matar a sede por liquidez.
Nas mesas de operação, a expectativa é de que, pelo menos até o dia 20, persista a pressão de saída dos recursos. Na primeira semana deste mês, o fluxo pela via financeira ficou negativo em US$ 2 bilhões.
Para 2019, a agenda reformista em xeque desperta avaliações de que a tendência do dólar possa assumir rota de alta. Ontem, relatório do Commerzbank (segundo maior banco comercial na Alemanha ) foi nesta linha, de câmbio pressionado após a posse.
Copom
O Comunicado do Copom retirou o trecho sobre possível aumento gradual do juro mais à frente, citado nas duas reuniões anteriores, levantando a lebre de que a Selic pode nem subir em 2019. De qualquer maneira, os alertas do Banco Central para a frustração com as reformas e os riscos externos, que podem comprometer a trajetória de inflação, entram como fatores imponderáveis contra esse otimismo.
A próxima reunião de política monetária ocorre em fevereiro (dias 5 e 6) e ainda deve ser comandada pelo atual presidente, Ilan Goldfajn, já que não haverá tempo hábil para aprovar o nome de Roberto Campos Neto no Senado.
O BC reduziu as projeções para a inflação, que já estavam abaixo da meta, para 4% em 2019 e 2020. No mercado, a expectativa é de que o IPCA feche 2019 em 3,9% (de 4,2%) e 2020 em 3,6% (de 3,7%). O BC ainda citou o alto nível de ociosidade para esvaziar ainda mais a perspectiva de pressão nos preços.
Curtas
Itaú SA pagará juros sobre o capital próprio no valor de R$ 0,0081 por ação.
Na Cielo, o conselho aprovou o pagamento de juros sobre capital próprio no valor de R$ 0,0609 por ação.
Na Copel, o conselho de administração aprovou o pagamento de R$ 1,0727 por ação PNB.
A Cesp elegeu Fabio Rogerio Zanfelice como novo Diretor Presidente da companhia.
Na PDG Realty, os acionistas aprovaram a proposta de grupamento das ações na proporção de 10 para 1.
Na Tenda, o conselho aprovou pagamento de dividendos intermediários no valor de R$ 0,5105 por ação.
Na Taesa, o conselho de administração aprovou o pagamento de JCP no valor bruto de R$ 0,3992 por unit.
Na Klabin, o conselho de administração aprovou o pagamento de JCP no valor de R$ 0,2375 por unit.
Na Telefonica Brasil, Christian Mauad Gebara assumirá como novo Diretor Presidente da companhia. Substituirá Eduardo Navarro, que assumirá diretoria na Espanha, respondendo à presidência do grupo.
Na BRF, acionistas aprovaram a incorporação pela companhia da SHB Comércio e Indústria de Alimentos.
*Com informações do Bom Dia Mercado, de Rosa Riscala. Para ler o Bom Dia Mercado na íntegra, acesse www.bomdiamercado.com.br
Falem bem ou falem mal, mas… Investidores se dividem entre escolha de Trump para o Tesouro e ameaça de barreiras tarifárias
Bolsas internacionais amanheceram em queda nesta terça-feira depois de novas ameaças de Trump à China, ao México e ao Canadá
CVC (CVCB3) decola mais de 9% e lidera os ganhos do Ibovespa após proposta de pílula de veneno. O que isso significa para o investidor?
O desempenho positivo vem na esteira de uma série de anúncios corporativos na última semana, com uma proposta de mudanças relevantes no estatuto social da companhia
Questão fiscal não é o único problema: esses são os 6 motivos que inibem retorno dos investidores gringos para o Brasil, segundo o BTG Pactual
Nos últimos meses, o cenário internacional continuou a se deteriorar para a América Latina, o que prejudica o panorama para investir na região, de acordo com os analistas
O pacote (fiscal) saiu para entrega: investidores podem sentir alívio com anúncio entre hoje e amanhã; bolsas tentam alta no exterior
Lá fora, a Europa opera em alta enquanto os índices futuros de Nova York sobem à espera dos dados de inflação da semana
Agenda econômica: IPCA-15 e dados do Caged são destaques no Brasil; no exterior, PIB e PCE dos EUA dominam semana com feriado
Feriado do Dia de Ações de Graças nos EUA deve afetar liquidez dos mercados, mas agenda econômica conta com dados de peso no exterior e no Brasil
Com lucro em alta, dividendos mais do que triplicam no 3T24. Confira quem foram as vencedoras e perdedoras da safra de resultados na B3
Os proventos consolidados de empresas da bolsa brasileira chegaram a R$ 148,5 bilhões em setembro, um salto de 228% comparado ao 3T23, de acordo a Elos Ayta Consultoria
Ação da CBA ganha fôlego na bolsa e sobe quase 6% após venda de participação da Alunorte; chegou a hora de incluir CBAV3 na carteira?
A siderúrgica se desfez da participação acionária na companhia, de 3,03%, por R$ 236,8 milhões para a Glencore
Ações da Petrobras (PETR4) saltam até 6% na bolsa e lideram altas do Ibovespa; analistas enxergam espaço para dividendos ainda maiores em novo plano estratégico
O detalhamento do plano estratégico 2025-2029 e um anúncio complementar de R$ 20 bilhões em dividendos extraordinários impulsionam os papéis da petroleira hoje
Por que a JBS (JBSS3) anunciou um plano de investimento de US$ 2,5 bilhões em acordo com a Nigéria — e o que esperar das ações
O objetivo é desenvolver um plano de investimento de pouco mais de R$ 14,5 bilhões em cinco anos para a construção de seis fábricas no país africano
Vitória da Eletronuclear: Angra 1 recebe sinal verde para operar por mais 20 anos e bilhões em investimentos
O investimento total será de R$ 3,2 bilhões, com pagamentos de quatro parcelas de R$ 720 milhões nos primeiros quatro anos e um depósito de R$ 320 milhões em 2027
Angústia da espera: Ibovespa reage a plano estratégico e dividendos da Petrobras (PETR4) enquanto aguarda pacote de Haddad
Pacote fiscal é adiado para o início da semana que vem; ministro da Fazenda antecipa contingenciamento de mais de R$ 5 bilhões
Bolsa caindo à espera do pacote fiscal que nunca chega? Vale a pena manter ações na carteira, mas não qualquer uma
As ações brasileiras estão negociando por múltiplos que não víamos há anos. Isso significa que elas estão baratas, e qualquer anúncio de corte de gastos minimamente satisfatório, que reduza um pouco os riscos, os juros e o dólar, deveria fazer a bolsa engatar um forte rali de fim de ano.
Inter (INBR32) projeta Ibovespa a 143.200 mil pontos em 2025 e revela os setores que devem puxar a bolsa no ano que vem
Mesmo com índice pressionado por riscos econômicos e valuations baixos, o banco estima que o lucro por ação da bolsa deve crescer 18%
Vale (VALE3) é a nova queridinha dos dividendos: mineradora supera Petrobras (PETR4) e se torna a maior vaca leiteira do Brasil no 3T24 — mas está longe do pódio mundial
A mineradora brasileira depositou mais de R$ 10 bilhões para os acionistas entre julho e setembro deste ano, de acordo com o relatório da gestora Janus Henderson
Regulação do mercado de carbono avança no Brasil, mas deixa de lado um dos setores que mais emite gases estufa no país
Projeto de Lei agora só precisa da sanção presidencial para começar a valer; entenda como vai funcionar
‘O rali ainda não acabou’: as ações desta construtora já saltam 35% no ano e podem subir ainda mais antes que 2024 termine, diz Itaú BBA
A performance bate de longe a do Ibovespa, que recua cerca de 4% no acumulado anual, e também supera o desempenho de outras construtoras que atuam no mesmo segmento
“Minha promessa foi de transformar o banco, mas não disse quando”, diz CEO do Bradesco (BBDC4) — e revela o desafio que tem nas mãos daqui para frente
Na agenda de Marcelo Noronha está um objetivo principal: fazer o ROE do bancão voltar a ultrapassar o custo de capital
A arma mais poderosa de Putin (até agora): Rússia cruza linha vermelha contra a Ucrânia e lança míssil com capacidade nuclear
No início da semana, Kiev recebeu autorização dos EUA para o uso de mísseis supersônicos; agora foi a vez de Moscou dar uma resposta
Com dólar acima de R$ 5,80, Banco Central se diz preparado para atuar no câmbio, mas defende políticas para o equilíbrio fiscal
Ainda segundo o Relatório de Estabilidade Financeira do primeiro semestre, entidades do sistema podem ter de elevar provisões para perdas em 2025
Do pouso forçado às piruetas: Ibovespa volta do feriado com bolsas internacionais em modo de aversão ao risco e expectativa com pacote
Investidores locais aguardam mais detalhes do pacote fiscal agora que a contribuição do Ministério da Defesa para o ajuste é dada como certa